quarta-feira, 22 de maio de 2024

TERRITÓRIOS VIRTUAIS

   As novas territorialidades não se limitam ao uso dos espaços físicos, mas também estendem seus domínios a espaços virtuais como o ciberespaço, isto é, o território virtual. Elas são expressas por grupos que atuam em redes sociais variadas. Nesses territórios virtuais, como no território material, as pessoas também lutam por espaço, formam grupos e comunidades. Muitas buscam ganhar seguidores, comentários, likes e ter seus conteúdos vistos e compartilhados por um número expressivo de pessoas, o que acontece com alguns, conhecidos como influenciadores digitais. Pessoas com valores e comportamentos semelhantes associam-se, formam grupos e dão apoio mútuo de acordo com o código de cada rede social, onde isso mais se desenvolve. Alguns buscam afirmação e reconhecimento, assumem uma postura de oposição ao outro e se especializam em criticar, perseguir e sabotar outras pessoas, opiniões ou grupos. São os haters ("odiadores").

Hater - palavra de origem inglesa que significa "os que odeiam" ou "odiadores"

  Boa parte dessas comunidades virtuais tem jovens entre seus integrantes, e muitas delas são exclusivamente formadas por jovens. Isso se justifica, em parte, pelo fato de o jovem, em geral, ter mais habilidade para lidar com as novas tecnologias. Entretanto, as redes sociais são dinâmicas. Algumas tornam-se tão populares que os jovens não as reconhecem mais como seu território. Isso porque, quando tais redes se popularizam, passam a ser utilizadas por pessoas mais velhas, que não compartilham a linguagem, os comportamentos e os valores dos jovens, que começam a usar outras ferramentas dentro da rede ou então migram para outras redes sociais. Isso também ocorre se as redes virtuais servirem para a afirmação, apropriação ou mesmo embate e disputa por territorialidades físicas.

Os atuais aparelhos de celular, os smartphones, são verdadeiros computadores portáteis que possibilitam aos indivíduos acessar conteúdo e publicá-los nas redes sociais. Entretanto, seu uso fornece informações sobre seus hábitos para as empresas, deixam os usuários suscetíveis a golpes e a ter contato com discursos de ódio, caso não tomem cuidado.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

ALVES, Maria Zenaide; OLIVEIRA, Igor. Juventudes e territórios: o campo e a cidade. In: CORREA, Lucínia Maria; ALVES, Maria Zenaide; LINHARES, Carla (org.). Cadernos temáticos: juventude brasileira e Ensino Médio. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 014.

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