sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

O ÍNDICE DE RIQUEZA INCLUSIVA

  Um documento divulgado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), mais conhecida como Rio+20 pela Universidade das Nações Unidas e alguns parceiros anunciou a criação do Índice de Riqueza Inclusiva (Inclusive Wealth Report - IWR ou IRI em português), que adiciona mais um caminho para avaliar a evolução de um país.
  O Índice de Riqueza Inclusiva vai além dos parâmetros econômicos e de desenvolvimento tradicionais do Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para incluir uma ampla gama de ativos como o capital manufaturado, humano e natural, mostra aos governos a verdadeira situação da riqueza das suas nações e a sustentabilidade de seu crescimento.
  A principal meta do novo indicador é incentivar a sustentabilidade dos governos e complementar o cálculo do PIB (que só tem viés econômico), ou mesmo substituir os atuais medidores da economia.
Favela em Jacarta - Indonésia
  O índice aplica informações referentes ao capital humano, natural e manufaturado de 20 países, que juntos, representam quase três quartos do PIB mundial e 56% da população do planeta de 1990 a 2008.
  Desenvolvido por especialistas da Universidade das Nações Unidas, a ferramenta reúne informações referentes à educação e expectativa de vida, os recursos florestais, além da produção industrial. Na prática, um país com IRI alto apresenta que ele é mais sustentável.
  O IRI faz parte de uma gama de substitutos potenciais que líderes mundiais podem levar em conta como forma de dar mais precisão à avaliação da geração de riqueza para concretizar o desenvolvimento sustentável e erradicar a pobreza.
Poluição hídrica de um córrego em uma das favelas indianas. O saneamento básico precário é um dos maiores problemas das favelas
  No primeiro estudo feito, que incluiu 20 países, a China, que no período de 1990 a 2008 teve um crescimento econômico de 422%, descontada a perda de recursos naturais, caiu para 37%. O Brasil, que teve um crescimento econômico próximo de 40%, baixou para 13%, se avaliadas as perdas de recursos naturais ao lado do capital manufaturado e do capital humano. E as avaliações podem incluir, ainda, além de índices de saúde e de relações sociais, até aspirações espirituais, a segurança ambiental, os ecossistemas e o valor de seus serviços (como fertilidade do solo, regime hídrico, equilíbrio do clima, estoques pesqueiros, potencial de recursos minerais e muitos outros) - bem como suas perdas.
Canal de Lachine, em Montreal - Canadá
  O relatório, que será produzido a cada dois anos, faz as seguintes recomendações específicas:
  • países que observam retornos decrescentes no capital natural devem investir em capital renovável para melhorar o seu IRI e o bem-estar dos seus cidadãos. Exemplos de investimentos incluem reflorestamento e biodiversidade agrícola;
  • as nações devem incorporar o IRI nos ministérios de planejamento e desenvolvimento para incentivar a criação de políticas sustentáveis;
  • os países devem acelerar o processo de transição de uma estrutura contábil baseada em renda para uma estrutura contábil de riqueza;
  • as políticas macroeconômicas devem ser avaliadas com base no IRI, em vez do PIB per capita;
  • governos e organizações internacionais devem estabelecer programas de pesquisa para calcular os principais componentes do capital natural, particularmente ecossistemas.
No dia 17 de outubro de 2017 foi sancionada pelo Senado brasileiro a Lei 13.493/2017, que cria o PIB Verde (Produto Interno Verde - PIV)
REFERÊNCIA: Lucci, Elian Alabi
Geografia: território e sociedade: 8º ano: ensino fundamental, anos finais / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lázaro Branco, William Fugii. -- 1. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2018.

Um comentário:

Alunos de turno noturno da escola municipal José Francisco Costa de Poço de Pedra disse...

Parabéns professor pela Boa contribuição aos estudantes com seu blog.

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