domingo, 29 de setembro de 2019

ENERGIA NUCLEAR

  Após o lançamento de bombas atômicas, em 1945, sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, que levou à rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sucedeu-se uma corrida armamentista e hoje diversos países dispõem de bombas atômicas. Entretanto, a energia nuclear também é utilizada para fins pacíficos: na produção de energia elétrica (eletronuclear), na medicina e em muitas outras atividades.
  A energia nuclear ou atômica é a energia produzida nas usinas termonucleares, que utilizam o urânio e outros elementos, como combustível. O princípio de funcionamento de uma usina nuclear é a utilização do calor (termo) para gerar eletricidade. O calor é proveniente da fissão dos átomos de urânio.
Esquema de uma usina nuclear com PWR (reator de água pressurizada)
  O urânio é um recurso mineral não renovável encontrado na natureza, que também é utilizado na produção de material radioativo para uso na medicina. Além do uso para fins pacíficos, o urânio também pode ser utilizado na produção de armamentos, como a bomba atômica.
  Por ser uma fonte de energia altamente concentrada e de elevado rendimento, diversos países utilizam a energia nuclear como opção energética. A usinas nucleares já respondem por 16% da energia elétrica produzida no mundo.
Descrição do ciclo do combustível nuclear, da extração da matéria-prima até o armazenamento do lixo nuclear
  Cinco países consomem mais da metade da produção mundial de eletricidade de fonte nuclear. Mais de 90% das usinas nucleares estão concentradas nos Estados Unidos, na Europa, no Japão e na Rússia. O governo russo inaugurou em abril de 2018, a primeira usina nuclear flutuante do mundo, localizado no Mar Ártico.
  Em alguns países, como Suécia, Finlândia e Bélgica, a energia nuclear já representa mais de 40% do total de eletricidade produzida. A Coreia do Sul, China, Índia, Argentina e México também possuem usinas nucleares.
  No Brasil, há três usinas eletronucleares: Angra I, Angra II e Angra III, localizadas no município de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro.
  O acesso à tecnologia nuclear exige altos investimentos de capital e conhecimento científico. Com receio de que esses conhecimentos tecnológicos levem à construção de bombas atômicas, os países que os possuem não permitem que sejam transferidos para outros.
Imagem aérea da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis - RJ
Vantagens do uso de energia nuclear
  Apesar dos perigos, há vários pontos positivos na geração de energia nuclear. Um dos primeiros pontos a destacar é que a usina não é poluente durante seu funcionamento normal, desde que se cumpra as normas de segurança. Igualmente, não é necessário uma grande área para a construção de uma usina.
  Também o urânio é um material relativamente abundante na natureza, o que garante o abastecimento das usinas por muito tempo. As principais reservas de urânio estão na Índia, Austrália e Cazaquistão.
Usina nuclear na França. Essa fumaça é apenas o vapor de água
Desvantagens do uso da energia nuclear
  Entretanto, os riscos da utilização da energia nuclear são imensos. Além de sua utilização para fins não pacíficos, como a produção de bomba atômica, os resíduos gerados pela produção desta energia representam um perigo para a humanidade. Também existe o risco de acidentes nucleares e o problema do descarte do lixo nuclear (resíduos compostos de elementos radioativos, gerados nos processos de produção de energia). Além disso, a contaminação do meio ambiente provocam danos irreversíveis à saúde, como câncer, leucemia, deformidades genéticas, entre outros.
Fotografia aérea tirada da usina na cidade de Chernobyl, Ucrânia, em 27/04/1986, após a explosão do reator (no centro da imagem)
  É importante destacar ainda que a usina eletronuclear e o chamado lixo atômico representam ameaças muito sérias à população, caso a usina sofra avarias ou o lixo atômico não seja acondicionado corretamente em depósitos especiais. São exemplos de acidentes com a usina eletronuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, e com a central eletronuclear da cidade de Fukushima, no Japão, em 2011, em decorrência de um tsunami; ambos causaram mortes e contaminaram pessoas, cidades, animais e alimentos.
Imagem de 16 de março de 2011 dos quatro prédios dos reatores danificados, na cidade de Fukushima, Japão
  Também o Brasil enfrentou o pior acidente nuclear de sua história, quando o material Césio-137 não foi descartado corretamente. Calcula-se que 1.600 pessoas tenham sido contaminadas e 4 pessoas morreram neste episódio, ocorrido na cidade de Goiânia, capital de Goiás.
  O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o Césio -137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás.
  O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro-velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas.
Área que abrigava o ferro-velho da Rua 26-A, em Goiânia, Goiás
REFERÊNCIA: Adas, Melhem
Expedições geográficas / Melhem Adas, Sérgio Adas. - 3. ed. - São Paulo: Moderna, 2018.

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