El Salvador é um país da América Central Continental. Faz fronteira com o Oceano Pacífico a sul, a Guatemala a oeste e Honduras norte e leste. Sua região oriental fica na costa do Golfo de Fonseca, em frente à Nicarágua. Com uma população de mais de 6,7 milhões de habitantes distribuída por uma área de pouco mais de 21 mil km², é o país mais densamente povoado e o menor em tamanho territorial da América Central Ístmica.
O território de El Salvador compreende o que antes era a província de Sonsonate, o qual juntou-se ao município de San Salvador, formando a maior parte do território atual do país. Ambas as províncias ganharam independência da Espanha, em 1821, pela Capitania-Geral da Guatemala, e em 1824, se fundiram para formar o "Estado de El Salvador", como parte dos Estados Unidos da América Central. Em tempos pré-colombianos, houve um importante núcleo indígena, conhecido como o Senhorio de Cuzcatlán, que significa "Lugar de joias ou colares", na língua nahuati.
O relevo é composto de um planalto central pouco elevado, com altitudes variando entre 400 e 800 metros, recortado por vales fluviais e abrangido por numerosos vulcões, como o Santa Ana, San Vicente, San Salvador, Tepaca e Conchagua, alguns dos quais ainda se encontram ativos.
Os pontos mais elevados encontram-se no norte, na área conhecida como Maciço de Monte Cristo. Nessa área encontra-se o ponto mais elevado do país, o Cerro El Pital, na fronteira com Honduras, possuindo uma altitude de 2.730 metros. A faixa costeira é bastante estreita, não ultrapassando os 25 quilômetros de largura.
As montanhas são cobertas em parte de carvalhos e pinhos. No restante do país, a vegetação é composta por plantas caducifólias e campos. No território salvadorenho existe uma abundância de frutos tropicais e de plantas medicinais.
A fauna de El Salvador é menos variada que seus vizinhos devido à grande densidade populacional, compreendendo nomeadamente por macacos, coiotes, jaguaris, pumas e ocelotes (espécie de felino).
O país possui um clima tropical, com estações secas e úmidas bem definidas. As temperaturas variam principalmente em função da altitude, apresentando pequena amplitude térmica anual. As planícies costeiras apresentam clima quente, tornando-se moderado de acordo com o aumento da altitude. O Rio Lempa é o principal rio do país, sendo parcialmente navegável.
O território de El Salvador compreende o que antes era a província de Sonsonate, o qual juntou-se ao município de San Salvador, formando a maior parte do território atual do país. Ambas as províncias ganharam independência da Espanha, em 1821, pela Capitania-Geral da Guatemala, e em 1824, se fundiram para formar o "Estado de El Salvador", como parte dos Estados Unidos da América Central. Em tempos pré-colombianos, houve um importante núcleo indígena, conhecido como o Senhorio de Cuzcatlán, que significa "Lugar de joias ou colares", na língua nahuati.
Mapa de El Salvador |
GEOGRAFIA
El Salvador é o único país da América Central que não é banhado pelo Mar do Caribe, tendo apenas costa pacífica.O relevo é composto de um planalto central pouco elevado, com altitudes variando entre 400 e 800 metros, recortado por vales fluviais e abrangido por numerosos vulcões, como o Santa Ana, San Vicente, San Salvador, Tepaca e Conchagua, alguns dos quais ainda se encontram ativos.
Vulcão Santa Ana |
As montanhas são cobertas em parte de carvalhos e pinhos. No restante do país, a vegetação é composta por plantas caducifólias e campos. No território salvadorenho existe uma abundância de frutos tropicais e de plantas medicinais.
Cerro El Pital - ponto mais elevado de El Salvador |
O país possui um clima tropical, com estações secas e úmidas bem definidas. As temperaturas variam principalmente em função da altitude, apresentando pequena amplitude térmica anual. As planícies costeiras apresentam clima quente, tornando-se moderado de acordo com o aumento da altitude. O Rio Lempa é o principal rio do país, sendo parcialmente navegável.
Rio Lempa |
HISTÓRIA
Embora de origem desconhecida, os grupos indígenas que habitaram o território que hoje corresponde a El Salvador, possuíam uma civilização avançada. Os pipiles, mais importante dos grupos que habitaram o atual território salvadorenho no século XV, tinham sua capital Cuzcatlán. A parte ocidental era habitada pelos maias bem antes da chegada dos europeus.
El Salvador foi descoberto por Andrés Niño, piloto da expedição de Gil González Dávila à Nicarágua, em 1522. Em 1524, os espanhóis chegaram ao país, comandados por Pedro de Alvarado, representante de Hernán Cortés. Após ocuparem Cuzcatlán por um breve período, fundaram San Salvador em 1525 e subjugaram os pipiles. San Salvador integrou a província da Guatemala, fundada a leste do rio Lempa, em 1530. Só foi elevada à categoria de intendência em 1786, subordinada ao governo guatemalteca.
Durante o período colonial, a região fazia parte do vice-reinado da Nova Espanha, mas estava sujeita à jurisdição do comandante-geral estabelecido na cidade de Guatemala (Capitania Geral da Guatemala). San Salvador desempenhou importante papel no rápido processo de evolução política pelo qual passou a América Central entre 1811 e 1840. O primeiro movimento de independência em relação à Espanha ocorreu na intendência de San Salvador, liderado pelo padre José Matias Delgado e seu sobrinho Manuel Arce, em novembro de 1818. Essa tentativa e outra verificada em 1814 fracassaram. A proclamação de independência da Guatemala, em 15 de setembro de 1821, suscitou a adesão de El Salvador. Em fevereiro de 1823, as forças mexicanas, lideradas por Agustín de Iturbide, ocuparam o país. Poucos meses depois ocorreu a queda de Iturbide e a 11 de julho deste mesmo ano foi proclamada, na Guatemala, a independência da Federação das Províncias Unidas da América Central (com Guatemala, Honduras, Nicarágua e Costa Rica), que teve Arce como seu primeiro presidente. Por duas vezes, em 1832 e 1833, El Salvador tentou separar-se. A união foi extinta em 1839, e Francisco Morazán, segundo e último presidente, teve de abandonar o país. El Salvador tornou-se uma república independente.
Em janeiro de 1841 foi proclamada a República de El Salvador, e durante mais de 40 anos a instabilidade política predominou no país. Conflitos internos entre liberais e conservadores e uma série de choques nas fronteiras com os vizinhos, retardaram o desenvolvimento durante o século XIX.
No começo do século XX, os conservadores ganharam influência política e a presidência permaneceu nas mãos das famílias da elite como se fosse seu patrimônio pessoal.
El Salvador foi descoberto por Andrés Niño, piloto da expedição de Gil González Dávila à Nicarágua, em 1522. Em 1524, os espanhóis chegaram ao país, comandados por Pedro de Alvarado, representante de Hernán Cortés. Após ocuparem Cuzcatlán por um breve período, fundaram San Salvador em 1525 e subjugaram os pipiles. San Salvador integrou a província da Guatemala, fundada a leste do rio Lempa, em 1530. Só foi elevada à categoria de intendência em 1786, subordinada ao governo guatemalteca.
Pedro de Alvarado (1486-1541) |
Manuel José Arce (1787-1847) |
No começo do século XX, os conservadores ganharam influência política e a presidência permaneceu nas mãos das famílias da elite como se fosse seu patrimônio pessoal.
Desde o final do século XIX, a economia salvadorenha se baseava na produção e exportação de café, mas a crise de 1929 resultou na queda internacional dos preços internacionais do produto, e o país entrou em profunda crise econômica.
Diante dos protestos da população, que reivindicava melhores condições de vida, os militares deram um golpe de Estado, e o general Maximiliano Hernandez Martínez ocupou o cargo de presidente, iniciando um longo período de ditadura militar no país.
Após a presidência do doutor Pío Romero Bosque (1927-1931), nenhum candidato obteve a maioria dos votos populares para se tornar seu sucessor. O congresso então escolheu Arturo Araújo, líder do Partido Trabalhista, que tivera pouco menos de 50% dos votos.
Araújo toama posse na Presidência da República em 1º de março de 1931, em meio de circunstâncias extremamente difíceis no plano econômico em razão da crise de 1929, e em pleno desenvolvimento de grandes batalhas populares, sobretudo no campo, além da adversão franca da burguesia cafeeira e dos grandes fazendeiros, setores que lhe negam seus quadros para formar o gabinete.
Uma revolta popular, em 2 de abril de 1944, fracassa. Os julgamentos terminam em fuzilamento, provocando indignação extrema em todas as camadas da sociedade. Os estudantes universitários, expoentes fiéis dos interesses da pequena burguesia e grupos médios em geral, decidem declarar-se em greve, condicionando o fim da mesma à queda do ditador. A greve estudantil deflagra um movimento popular de greve geral, a "greve dos braços caídos", que obriga Martínez a renunciar à presidência e deixar o país.
Acelera-se um processo eleitoral viciado, sendo vencedor o general Salvador Castañeda de Castro, empossado em 1º de março de 1945. O regime de governo do general Castañeda, expressão dos interesses cafeeiros, é a continuação do martinato, apesar da promulgação de algumas leis de trabalho e da criação de instituições, como "Melhoramento Social", supostamente dedicadas a solucionar alguns problemas populares. Castañeda Castro governou até 14 de dezembro de 1948, sendo deposto por uma junta militar.
O Conselho de Governo Revolucionário integrado por dois civis e três militares assumiu o poder, obtendo apoio popular maciço com programas de reformas e justiça social. Foi criado um partido oficial, o Partido Revolucionário de Unificação Democrática (PRUD), que elegeu o presidente seguinte, o major Oscar Osório, que governou de 1950 a 1956, proporcionando ao país uma fase de considerável progresso. Osório não teve dificuldade em fazer seu sucessor, o tenente-coronel José María Lemus, que continuou a política do antecessor. Tanto Oscar Osório quanto José María Lemos mostraram-se simpáticos às reformas sociais e foram mantidos em xeque por seus colegas militares mais conservadores, em comum acordo com as oligarquias civis.
José María Lemos foi deposto em 26 de outubro de 1960 por um novo golpe de Estado, do qual participaram setores burgueses, pequenos burgueses e a esquerda, e substituído por uma Junta de Governo, integrada por três civis e três militares. A Junta expressa tendências heterogêneas, não se propondo a realizar mudanças estruturais, mas apenas restabelecer a legalidade, promovendo eleições livres. O conflito entre as forças populares e a oligarquia se acentua e, em 25 de janeiro de 1961, graças a um golpe de Estado, a Junta de Governo cedeu lugar a outra junta, o Diretório Militar, de feição nitidamente pró-americana, justificando seus atos com apoio no anticomunismo.
Esta pôs na ilegalidade os partidos de orientação esquerdista, e criou, em 1962, uma Constituinte em que a totalidade dos deputados pertencia ao novo Partido de Conciliação Nacional. Foi eleito de forma fictícia um novo presidente para o período de 1962 a 1967, o coronel Júlio Adalberto Rivera. Sucedeu ao coronel Rivera o coronel Fidel Sánchez Hernández, que governou de 1º de julho de 1967 a 1º de julho de 1972.
A crise econômica e a superpopulação de El Salvador obrigou mais de 300 mil salvadorenhos a emigrarem ao longo das décadas de 1950 e 1960 para o vizinho Honduras. Quando o governo deste país promoveu um programa de reforma agrária em 1969, muitos imigrantes, obrigados a abandonar as terras que haviam ocupado, tiveram que retornar a El Salvador. A tensão entre as populações dos dois países culminou, em 14 de julho de 1969, com um grave conflito, que tomou como pretexto uma partida de futebol entre as seleções das duas nações. Somente depois da chamada "Guerra do Futebol" ou "Guerra das Cem Horas", responsável por mais de cinco mil mortes, a Organização dos Estados Americanos (OEA) conseguiu uma trégua, com a criação de uma zona desmilitarizada, em 1971.
No início da década de 1970, a mobilização popular começou a aumentar e se tornar mais organizada, culminando na criação de vários movimentos guerrilheiros que, em 1980, unificaram-se para formar a Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN). A ofensiva armada contra o governo salvadorenho por parte da FMLN resultou em uma guerra civil que durou até 1992, causando a morte de aproximadamente 75 mil pessoas.
O governo do coronel Fidel Sánchez Hernández terminou em julho de 1972. Nas eleições presidenciais é imposta a candidatura do coronel Arturo Armando Molina, contra a opinião majoritária do partido oficial e dos membros do exército. A União Nacional Opositora (UNO) lança como candidato à presidência o democrata-cristão engenheiro José Napoléon Duarte. Mesmo sob acusação de fraude, Arturo Armando Molina, do PCN, foi eleito presidente e empossado. Governou até 1977, quando o partido novamente venceu as eleições com o general Carlos Humberto Romero Mena.
O governo de Carlos Humberto Romero se caracterizou pela brutalidade repressiva e por uma linha de ação ultradireitista. A combatividade popular não foi dobrada e, pelo contrário, determinou uma profunda crise no interior do governo e do Exército. A miséria no campo facilitou o surgimento de vários movimentos guerrilheiros de esquerda, que intensificaram-se a partir de 1979. Romero tentou levar à frente o que denominou "diálogo nacional", que foi rejeitada tanto pelos partidos que participavam das eleições, quanto pelas organizações populares armadas. Em 1980, alguns dos grupos guerrilheiros se uniram para formar a Frente Farabundo Martí pela Libertação Nacional (FMLN). Medidas repressivas, a campanha de terror patrocinada pela direita e a violação dos direitos humanos pelo Exército durante os anos 1970 e 1980, foram documentadas por várias agências internacionais e o número de refugiados acarretou um grande problema.
Durante esse período trágico da História do país, a política de El Salvador era dominada por três grupos principais. Um deles era formado pelo Partido Democrata Cristão (PDC) e contava com o apoio do governo estadunidense; outro era liderado pelo partido Aliança Republicana Nacionalista (Arena); e por fim, havia o grupo representado pela FMLN.
Em 15 de outubro de 1979, uma junta cívico-militar derrubou o presidente Carlos Humberto Romero e assumiu o poder. A Junta Revolucionária de Governo, integrada pelos coronéis Jaime Abdul Gutiérrez e Adolfo Arnoldo Majano e três civis: Guillermo Manuel Ungo (MNR), Román Mayorga Quiroz (reitor da Universidade Católica - UCA) e Mario Andino (representante do empresariado médio), entretanto não foi capaz de controlar a situação, unificar o país ou derrotar as guerrilhas que controlavam parte do país.
Em março de 1980, quando rezava uma missa, foi assassinado o bispo de San Salvador, Oscar Romero. Em dezembro, com o apoio dos democrata-cristãos, de alguns setores das Forças Armadas e dos Estados Unidos, foi eleito presidente José Napoleón Duarte, reeleito em 1982 e 1984. Duarte tentou, sem resultado, a paz com a guerrilha. Em 1983, a guerrilha controlava diversas áreas do país, e os Estados Unidos aumentaram a ajuda militar ao governo. Em 1987, firmou um plano de paz para a região, assinado por outros presidentes de países vizinhos (Costa Rica, Guatemala, Honduras e Nicarágua).
Com a realização das primeiras eleições diretas em quase meio século, em 1989, o Arena saiu como vencedor e o presidente eleito, Alfredo Cistiani, passa a negociar uma trégua com a FMLN.
Em 16 de janeiro de 1992, foram firmados os os históricos Acordos de Paz, mediados pela ação da ONU, no castelo de Chapultepec, na Cidade do México. Esses acordos representaram um marco para a população salvadorenha, pondo fim a uma longa guerra civil e consolidando o início do processo de democratização.
A FMLN transformou-se em partido político. Nas eleições de 1994, acompanhadas por observadores da ONU, foi eleito presidente da República o candidato direitista Armando Calderón Sol, da Arena, com a árdua tarefa de reconstruir a economia do país e cicatrizar as feridas da guerra civil. Em março de 1999, Francisco Flores, candidato da Arena à presidência do país, derrotou o ex-líder da guerrilha durante a guerra civil de El Salvador (1979-1992), Facundo Guardado, da FMLN.
San Miguel de la Frontera - com uma população de 254.054 habitantes (estimativa 2019) é a quarta maior cidade de El Salvador |
Araújo toama posse na Presidência da República em 1º de março de 1931, em meio de circunstâncias extremamente difíceis no plano econômico em razão da crise de 1929, e em pleno desenvolvimento de grandes batalhas populares, sobretudo no campo, além da adversão franca da burguesia cafeeira e dos grandes fazendeiros, setores que lhe negam seus quadros para formar o gabinete.
A baixa nos preços dos cereais leva à fome e ao desespero dos pequenos camponeses minifundistas e arrendatários. Os funcionários públicos, inclusive os militares, ficaram sem receberem seus salários, pois os cofres públicos estavam vazios. Muitos funcionários e empregadores, pressionados pela oligarquia, renunciam a seus cargos, o que torna pesado o funcionamento do aparato estatal em função da improvização de novos e inexperientes burocratas. A luta dos trabalhadores no campo é duramente reprimida pelo Ministro da Guerra, o General Martinez. O regime, que inicialmente gozava do apoio das massas, logo se desprestigia, tornando-se impopular.
O governo é deposto em 2 de dezembro de 1931 por um golpe militar chefiado pelo vice-presidente e ministro da guerra Maximiliano Hernández Martínez, com uma fração mínima da oligarquia cafeeira. Hernández Martínez assume o poder, governando despoticamente e realizando execuções em massa. O ditador se manteve no poder até 1944, e adotou medidas enérgicas, como o estabelecimento de um novo sistema monetário, a organização de um banco nacional, o controle estatal da comercialização do café e a complementação da Rodovia Pan-Americana.
Santa Tecla - com uma população de 190.963 habitantes (estimativa 2019) é a quinta maior cidade de El Salvador |
Hernández Martínez (1882-1966) |
Uma revolta camponesa, liderada por Farabundo Martí, fundador e dirigente do Partido Comunista Salvadorenho, eclodiu em 1932 na zona ocidental do país, quando milhares de camponeses se ergueram contra o regime. Armados principalmente de facões, estes atacaram as terras dos grandes latifundiários e vários quartéis militares, obtendo o controle de alguns povoados, como Juayúa, Nahuizalco, Izalco e Tacuba. A reação do governo foi violenta e ficou conhecido como la matanza, quando cerca de 30 mil indígenas, camponeses e opositores políticos foram assassinados, exilados ou presos.
Martí foi fuzilado em 1 de fevereiro de 1932 por forças militares (organizadas pelos Estados Unidos) junto a outros líderes da revolta, como Feliciano Ama (líder indígena de Izalgo), Francisco López (que dirigiu o levante de Juayúa), os estudantes universitários Mário Zapata e Alfonso Luna.
Acelera-se um processo eleitoral viciado, sendo vencedor o general Salvador Castañeda de Castro, empossado em 1º de março de 1945. O regime de governo do general Castañeda, expressão dos interesses cafeeiros, é a continuação do martinato, apesar da promulgação de algumas leis de trabalho e da criação de instituições, como "Melhoramento Social", supostamente dedicadas a solucionar alguns problemas populares. Castañeda Castro governou até 14 de dezembro de 1948, sendo deposto por uma junta militar.
General Salvador Castañeda (1888-1965) |
Oscar Osório (1910-1969) |
Esta pôs na ilegalidade os partidos de orientação esquerdista, e criou, em 1962, uma Constituinte em que a totalidade dos deputados pertencia ao novo Partido de Conciliação Nacional. Foi eleito de forma fictícia um novo presidente para o período de 1962 a 1967, o coronel Júlio Adalberto Rivera. Sucedeu ao coronel Rivera o coronel Fidel Sánchez Hernández, que governou de 1º de julho de 1967 a 1º de julho de 1972.
Mejicanos - com uma população de 163.721 habitantes (estimativa 2019) é a sexta maior cidade de El Salvador |
No início da década de 1970, a mobilização popular começou a aumentar e se tornar mais organizada, culminando na criação de vários movimentos guerrilheiros que, em 1980, unificaram-se para formar a Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN). A ofensiva armada contra o governo salvadorenho por parte da FMLN resultou em uma guerra civil que durou até 1992, causando a morte de aproximadamente 75 mil pessoas.
Apopa - com uma população de 152.711 habitantes (estimativa 2019) é a sétima maior cidade de El Salvador |
O governo de Carlos Humberto Romero se caracterizou pela brutalidade repressiva e por uma linha de ação ultradireitista. A combatividade popular não foi dobrada e, pelo contrário, determinou uma profunda crise no interior do governo e do Exército. A miséria no campo facilitou o surgimento de vários movimentos guerrilheiros de esquerda, que intensificaram-se a partir de 1979. Romero tentou levar à frente o que denominou "diálogo nacional", que foi rejeitada tanto pelos partidos que participavam das eleições, quanto pelas organizações populares armadas. Em 1980, alguns dos grupos guerrilheiros se uniram para formar a Frente Farabundo Martí pela Libertação Nacional (FMLN). Medidas repressivas, a campanha de terror patrocinada pela direita e a violação dos direitos humanos pelo Exército durante os anos 1970 e 1980, foram documentadas por várias agências internacionais e o número de refugiados acarretou um grande problema.
Carlos Humberto Romero Mena (1924-a917) |
Em 15 de outubro de 1979, uma junta cívico-militar derrubou o presidente Carlos Humberto Romero e assumiu o poder. A Junta Revolucionária de Governo, integrada pelos coronéis Jaime Abdul Gutiérrez e Adolfo Arnoldo Majano e três civis: Guillermo Manuel Ungo (MNR), Román Mayorga Quiroz (reitor da Universidade Católica - UCA) e Mario Andino (representante do empresariado médio), entretanto não foi capaz de controlar a situação, unificar o país ou derrotar as guerrilhas que controlavam parte do país.
Em março de 1980, quando rezava uma missa, foi assassinado o bispo de San Salvador, Oscar Romero. Em dezembro, com o apoio dos democrata-cristãos, de alguns setores das Forças Armadas e dos Estados Unidos, foi eleito presidente José Napoleón Duarte, reeleito em 1982 e 1984. Duarte tentou, sem resultado, a paz com a guerrilha. Em 1983, a guerrilha controlava diversas áreas do país, e os Estados Unidos aumentaram a ajuda militar ao governo. Em 1987, firmou um plano de paz para a região, assinado por outros presidentes de países vizinhos (Costa Rica, Guatemala, Honduras e Nicarágua).
José Napoleón Duarte (1925-1990) |
Em 16 de janeiro de 1992, foram firmados os os históricos Acordos de Paz, mediados pela ação da ONU, no castelo de Chapultepec, na Cidade do México. Esses acordos representaram um marco para a população salvadorenha, pondo fim a uma longa guerra civil e consolidando o início do processo de democratização.
A FMLN transformou-se em partido político. Nas eleições de 1994, acompanhadas por observadores da ONU, foi eleito presidente da República o candidato direitista Armando Calderón Sol, da Arena, com a árdua tarefa de reconstruir a economia do país e cicatrizar as feridas da guerra civil. Em março de 1999, Francisco Flores, candidato da Arena à presidência do país, derrotou o ex-líder da guerrilha durante a guerra civil de El Salvador (1979-1992), Facundo Guardado, da FMLN.
Francisco Flores (1959-2016) |
ECONOMIA
Apesar de ser o menor país da América Central Continental em termos geográficos, El Salvador possui a terceira maior economia da região, perdendo apenas para Costa Rica e Guatemala. Porém, a economia salvadorenha possui pouca expressividade. A cana-de-açúcar é o principal produto de exportação. Outros produtos agropecuários importantes são café, camarão, milho, arroz, feijão, sementes oleaginosas, algodão, sorgo, fumo, carne e produtos de granja.No setor industrial, destaque para as indústrias de processamento de alimentos, bebidas, petróleo, tabaco, têxtil, móveis e cimento. Atualmente, uma importante fonte de recurso é o dinheiro enviado por cerca de 1 milhão de salvadorenhos que trabalham em outros países, especialmente nos Estados Unidos. O turismo é uma das fontes de recursos recentes que mais vem crescendo.
Ciudad Delgado - com uma população de 139.819 habitantes (estimativa 2019) é a oitava maior cidade de El Salvador |
Cerca de 55,7% dos salvadorenhos professam a religião católica, 26,4% são protestantes e o restante praticam outras religiões ou não possuem religião definida.
Ahuachapan - com uma população de 128.546 habitantes (estimativa 2019) é a nona maior cidade de El Salvador |
Guerra com bolas de fogo é tradição na cidade de Nejapa, e o dia 31 de agosto é comemorado com bolas de fogo em chamas. As bolas de fogo têm o objetivo de marcar a destruição por um vulcão da antiga cidade de Nitchapa, que foi reconstruída como Nejapa.
Ilopango - com uma população de 120.812 habitantes (estimativa 2019) é a décima maior cidade de El Salvador |
ALGUNS DADOS SOBRE EL SALVADOR
INDEPENDÊNCIA: da Espanha, em 15 de setembro de 1821
CAPITAL: San Salvador
San Salvador, capital de El Salvador, com destaque para a Catedral Metropolitana |
GENTÍLICO: salvadorenho (a)
LÍNGUA OFICIAL: espanhol
GOVERNO: República Presidencialista
LOCALIZAÇÃO: América Central Continental ou Ístmica
ÁREA: 21.041 km² (149º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa para 2019): 6.704.864 habitantes (106°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 318,65 hab./km² (22°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO POPULACIONAL (ONU - Estimativa 2019): 1,37% (94°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma determinada população.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa para 2019):
PIB (FMI - 2018): US$ 25,766 bilhões (100º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2018): US$ 4.040 (104°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população.
IDH (ONU - 2018): 0,674 (121°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
Muito alto
Alto
Médio
Baixo
Sem dados
Mapa do IDH |
EXPECTATIVA DE VIDA (OMS - 2018): 71,43 anos (112º). Obs: a expectativa de vida refere-se ao número médio de anos para ser vivido por um grupo de pessoas nascidas no mesmo ano, se a mortalidade em cada idade se mantém constante no futuro, e é contada da maior para a menor.
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2018): 26,13/mil (66º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é classificada do maior para o menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook - 2018): 5,78/mil (155º). Obs: o índice de mortalidade reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região em um período de tempo e é contada da maior para a menor.
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2018): 26,13/mil (66º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é classificada do maior para o menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook - 2018): 5,78/mil (155º). Obs: o índice de mortalidade reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região em um período de tempo e é contada da maior para a menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2018): 19,66/mil (127°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é classificada do menor para o maior.
Mapa da taxa de mortalidade infantil no mundo |
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2018): 1,84 filhos/mulher (146°). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é classificada do maior para o menor.
Mapa da taxa de fecundidade no mundo |
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2018): 84,5% (152º). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
Mapa da taxa de alfabetização no mundo |
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2018): 61,4% (86°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
Mapa da taxa de urbanização no mundo |
MOEDA: Dólar Americano
RELIGIÃO: católicos romanos (55,7%), protestantes (26,4%), outras religiões e/ou sem religião (2,8%).
DIVISÃO: El Salvador está dividido geograficamente em três zonas: Zona Ocidental, Zona Oriental e Zona Paracentral. Além disso, o país é dividido em 14 departamentos, que são (entre parênteses estão suas respectivas capitais): Ahuachapan (Ahuachapan), Cabañas (Sensuntepeque), Chalatenango (Chalatenango), Cuscatlán (Cojutepeque), La Libertad (Santa Tecla), La Paz (Zacatecoluca), La Unión (La Unión), Morazán (San Francisco Gotera), San Miguel (San Miguel), San Salvador (San Salvador), San Vicente (San Vicente), Santa Ana (Santa Ana), Sonsonate (Sonsonate) e Usulután (Usulután).
Mapa da divisão administrativa de El Salvador |
REFERÊNCIA: Furquim Júnior, Laércio
Geografia cidadã, 8º ano: ensino fundamental II / Laércio Furquim Jr. -- 1. ed. -- São Paulo: Editora AJS, 2015. -- (Geografia cidadã).
Geografia cidadã, 8º ano: ensino fundamental II / Laércio Furquim Jr. -- 1. ed. -- São Paulo: Editora AJS, 2015. -- (Geografia cidadã).
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