ECONOMIA CRIATIVA
A Economia Criativa, segundo o autor inglês Jonh Howkins no livro "The Creative Economy", são atividades nas quais resultam em indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando o seu valor econômico. Pode ser definida como processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos.
Os setores da economia criativa são: gastronomia, arquitetura, publicidade, design, artes, antiguidades, artesanato, moda, cinema e vídeo, televisão, editoração e publicações, artes cênicas, rádio, softwares de lazer e música.
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iPod, reconhecido pelo design de alta qualidade e um dos exemplos de economia criativa |
A Economia Criativa é uma das novidades trazidas pelo processo de globalização, que emprega o conhecimento como fonte para gerar novos produtos. São considerados trabalhadores da economia criativa os profissionais que atuam nos setores de educação, pesquisa e desenvolvimento de produtos, produção científica e produção cultural.
Muitos autores relacionam a economia criativa com novos produtos que passaram a valer muito mais nas últimas décadas, como os jogos eletrônicos, os programas de computador, os filmes e a moda. Para esses autores existe uma aproximação entre a produção cultural e a economia criativa.
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Vale do Silício - um dos locais onde mais se desenvolve a economia criativa no mundo |
São considerados profissionais da indústria criativa os que participam da produção de filmes e novelas, programas de computador, músicas, teatro, edição de livros, programas de rádio, de TV e blogs da internet. Além dessas atividades, são consideradas parte da indústria criativa os setores de propaganda, arquitetura, design, artesanato, moda e artes visuais. Mais recentemente, foram associados à indústria criativa os museus e as galerias de arte e as atividades relacionadas à conservação e ao patrimônio histórico.
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Ouro Preto - MG - declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco |
Objetivando incentivar a economia criativa no Brasil foi criado o Observatório Brasileiro de Economia Criativa (OBEC). O OBEC foi instituído pela Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura, através da Portaria nº 01 de 08/02/2012, como instância responsável pela produção e difusão de pesquisas, dados e informações sobre a economia criativa brasileira, bem como estímulo ao debate.
ECONOMIA VERDE
A Economia Verde é um conjunto de processos produtivos (industriais, comerciais, agrícolas e de serviços) que ao ser aplicado em um determinado local (país, cidade, empresa, comunidade etc.), possa gerar nele um desenvolvimento sustentável nos aspectos ambiental e social.
O principal objetivo da Economia Verde é possibilitar o desenvolvimento econômico compatibilizando-o com igualdade social, erradicação da pobreza e melhoria do bem-estar dos seres humanos, reduzindo os impactos ambientais negativos e a escassez ecológica.
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Modelo da Economia Verde |
Foi a partir da década de 1980 que a preocupação em produzir acarretando menos impactos ambientais aumentou. A ideia do desenvolvimento sustentável foi bastante divulgada naquela época.
De acordo com especialistas que atuam nas áreas de Economia e Meio Ambiente, a aplicação da Economia Verde em países desenvolvidos e em desenvolvimento aumentaria a geração de empregos e o processo econômico. Ao mesmo tempo, combateria as causas do aquecimento global (emissões de CO²), do consumo irracional de água potável e dos fatores que geram deterioração dos ecossistemas.
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Tripé da sustentabilidade |
As principais características da Economia Verde são:
- Pouco uso de combustíveis fósseis (gasolina, carvão, diesel, etc.) e aumento do uso de fontes limpas e renováveis de energia;
- Eficiência na utilização de recursos naturais;
- Práticas e processos que visam à inclusão social e erradicação da pobreza;
- Investimento e valorização da agricultura verde;
- Tratamento adequado do lixo com sistemas eficientes de reciclagem;
- Qualidade e eficiência nos sistemas de mobilidade urbana.
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O incentivo à agricultura orgânica é um dos objetivos da Economia Verde |
O desenvolvimento sustentável consiste em uma forma de produzir mercadorias sem esgotar os recursos naturais do presente, para que as gerações futuras também possam usufruir desses recursos.
Com o decorrer dos anos, essa ideia foi aprimorada, a ponto de ser discutida na reunião da ONU sobre o meio ambiente realizada no Rio de Janeiro em 2012. A Economia Verde passou a ser uma forma de produzir gerando menos impactos ambientais e, ao mesmo tempo, uma alternativa de inclusão social da população.
Pensar em formas de produção que gerem poucos impactos ambientais e ainda empregar mão de obra, é um pouco complicado, principalmente para o modelo capitalista. Com a globalização, em geral, cada vez menos pessoas conseguem emprego e a riqueza fica concentrada, resultando em elevado nível de desemprego, até mesmo de mão de obra qualificada.
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Com a globalização e a tecnologia, cada vez mais pessoas entram na estatística do desemprego |
Por isso, a Economia Verde tem sido citada como uma alternativa à padronização da produção representada pela globalização. É uma forma de economia que procura produzir menores quantidades, para um público consumidor local, o que diminuiria a necessidade de transporte, de modo a tornar o produto mais barato. Em relação ao emprego, a economia verde deve integrar a população local e reconhecer suas habilidades para incorporá-las às atividades.
Um exemplo de projeto da economia verde é o Jovens da Biosfera, desenvolvido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, na capital paulista, em conjunto com outras instituições. O projeto teve como finalidade a inclusão social de jovens de famílias de baixa renda, que deveriam atuar em atividades voltadas para a conservação ambiental. Para ser selecionado e integrar o projeto, a primeira exigência era estar matriculado na escola.
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Cinturão Verde de São Paulo - projeto do Jovens da Biosfera |
Entre as atividades desenvolvidas pelos jovens no projeto, está a monitoria para orientar visitas de escolas e outros grupos às áreas naturais protegidas. Eles também foram capacitados a produzir mudas de espécies nativas que eram comercializadas pela população local, que colaborava para a recuperação de áreas degradadas. Também houve um grupo que atuou na separação de material reciclável, movimentando a população local: a comunidade passou a separar os materiais para serem recolhidos por associações de catadores, que depois os vendiam para os recicladores.
Outro exemplo de ação de economia verde é o cultivo de alimentos sem agrotóxicos. Um exemplo bem-sucedido desse tipo de agricultura ocorreu em Cuba, onde, desde 1994, foi aplicado o Programa Nacional de Agricultura Urbana, que consistiu em apoiar o cultivo de alimentos orgânicos em áreas urbanas no país. Essa iniciativa gerou mais de 350.000 postos de trabalho e a produção de mais de 4 milhões de toneladas de frutas e verduras em Havana, capital do país.
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Horta orgânica em Havana - Cuba |
Na Europa, a Alemanha é o país mais exigente em relação à comida natural, seguida pela França. Em muitos países, como no Reino Unido, nos Estados Unidos e no Brasil, os produtos orgânicos vêm ganhando a cada dia, mais importância e valor econômico.
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Produtos orgânicos |
FONTE: Ribeiro, Wagner Costa. Por dentro da geografia, 9° ano : globalização e tensões / Wagner Costa Ribeiro. - 1. ed. - São Paulo: Saraiva, 2012.
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