terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ÁFRICA DO SUL

  O processo de industrialização da África do Sul se intensificou a partir da independência política em 1961 e contou com uma forte participação de capitais estrangeiros, predominantemente norte-americanos e britânicos. Os investimentos externos distribuíram-se por vários setores, com destaque para a indústria extrativa, enquanto os estatais concentraram-se na indústria de bens intermediários e em obras de infraestrutura. Hoje, o parque industrial sul-africano é bastante diversificado.
A África do Sul possui o maior parque industrial da África
  Embora a África do Sul seja a maior economia do continente africano e possua importantes empresas nacionais (estatais e privadas), nenhuma delas consta na revista Fortune. Aliás, não há nenhuma empresa sul-africana nessa lista. Isso é um dos indicadores da fragilidade econômica e da limitação do mercado dos países africanos. Em 2007, o PIB da África do Sul, apesar de corresponder a um terço de toda a África Subsaariana (nessa região há 47 países), equivalia à economia argentina ou mais ou menos um quarto do PIB indiano ou do brasileiro.
Siderúrgica na África do Sul
  Os fatores que mais contribuíram para a industrialização da África do Sul foram a disponibilidade de mão de obra barata - os trabalhadores negros eram superexplorados - e as enormes reservas minerais e energéticas. No início do processo eles serviram para atrair investimentos estrangeiros, mas com o aumento da pressão internacional contra o apartheid (1961-1994), especialmente a partir dos anos 1980, muitas empresas deixaram de investir no país.
Regime do apartheid na África do Sul, que separava os negros dos brancos
  Além das pressões externas, muitos líderes sul-africanos lutaram contra o regime segregacionista. O mais conhecido deles é Nelson Mandela. Ele foi o maior líder do Congresso Nacional Africano, o mais antigo grupo antiapartheid (fundado em 1912) e o partido político no poder. Com a introdução do voto universal, Mandela, depois de ficar 27 anos preso, tornou-se o primeiro presidente negro do país (eleito em 1994).
Nelson Mandela - maior líder antiapartheid da África do Sul e primeiro negro a se tornar presidente do país.
  Apesar da extinção do apartheid, a desigualdade socioeconômica permanece. A África do Sul é um dos países com pior distribuição de renda no mundo: segundo o relatório 2009 do Banco Mundial, os 10% mais ricos se apropriam de 44,9% da renda nacional e os 10% mais pobres, de 1,3%. Segundo o mesmo relatório, 26,2% da população vive na pobreza (com menos de 2 dólares/dia) e 42,9% na extrema pobreza (com menos de 1,25 dólar/dia) A maioria da população pobre é composta de negros.
Grande parte da população pobre da África do Sul é negra
  A concentração da renda e a população relativamente pequena (4 vezes menor que a brasileira e 23 vezes menor que a indiana) restringe seu mercado interno e inibe uma expansão mais acelerada de seu PIB. Embora nos anos 2000 tenha aumentado a taxa de crescimento econômico em relação à década anterior, na qual o país estava saindo do apartheid, não chegou a apresentar um desempenho tão elevado como a Índia, embora tenha superado o Brasil. Segundo o Banco Mundial, na década de 1990, o PIB da África do Sul cresceu 2,1% ao ano e no período 2000-2007 dobrou, foi para 4,3%.
Homens explorando mina de minério de ferro na África do Sul
FONTE: Sene, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, vol. 2: espaço geográfico e globalização: ensino médio / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. -- São Paulo: Scipione, 2010.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO

O NASCIMENTO DA INDÚSTRIA PETROLÍFERA
  Atualmente, mais de 90% da energia utilizada no mundo vem do consumo de combustíveis fósseis. Os três principais combustíveis fósseis são o petróleo, o carvão e o gás natural. Eles constituem as fontes de energia mais usadas, tanto nos países industrializados como naqueles em vias de industrialização.
  Após a Segunda Guerra Mundial, o petróleo tornou-se a fonte de energia dominante, predomínio que se aprofundou a partir da década de 1960. Dada a sua facilidade de transporte e uso, ele substituiu o carvão, tornando-se um insumo-chave do desenvolvimento no século XX.
O PETRÓLEO NO SÉCULO XIX
  O primeiro poço de petróleo a ser explorado comercialmente foi aberto em 1859, na Pensilvânia (EUA). Sua principal utilidade era como combustível para iluminação. A indústria petrolífera só deixaria de ser estadunidense para se tornar uma indústria global com a descoberta de áreas de produção no Oriente Médio e com o aumento do consumo em outras áreas geográficas.
No dia 27 de Agosto de 1859, o empresário norte-americano Edwin Laurentine Drake, perfurou o primeiro poço de petróleo, com apenas 21 metros de profundidade, no estado da Pensilvânia
  Nos primórdios da exploração petrolífera, a competição era predatória: quando se anunciava uma nova descoberta, havia uma corrida para aquisição das terras vizinhas ao poço, com o objetivo de explorá-las exaustivamente. O aumento da produção reduzia substancialmente os preços, até que o esgotamento dos poços provocasse nova alta. As dificuldades de estocagem faziam com que toda a produção fosse imediatamente ofertada ao mercado.
Com a descoberta de um poço, havia a valorização das terras vizinhas
  Em 1870, surgiu nos EUA a empresa Standard Oil, criada por John Rockefeller. Seu pioneirismo consistiu na atuação verticalizada da indústria, ou seja, ela passou a organizar sua atuação estratégica por toda a cadeia produtiva, dos sistemas de refino à distribuição e ao transporte. Assim, Rockefeller conseguiu diminuir os riscos da atividade e a flutuação dos preços do produto, garantindo alta lucratividade para suas companhias.
John Rockefeller (1839-1937) - fundador da primeira empresa de refino de petróleo
  Pouco depois de fundar sua empresa, já controlava 10% do segmento de refino. Nos anos 1880-1890, controlava 90% do transporte ferroviário e oleodutos. Além disso, expandiu sua atuação para a Europa, Ásia, África do Sul e Austrália: em 1890, 70% de suas atividades eram desenvolvidas fora dos EUA. Ainda nesse ano, a Standar Oil possuía 39 refinarias de petróleo nos EUA, 100 mil empregados, 6.500 km de oleodutos e 20 mil poços de petróleo espalhados pelo globo - isso representava cerca de 90% da capacidade mundial de perfuração, refino e distribuição, constituindo um verdadeiro monopólio.
Posto de gasolina da Standard Oil nos Estados Unidos
O PETRÓLEO NO SÉCULO XX
  No início do século XX, o desenvolvimento do motor a explosão deu um grande impulso ao consumo de petróleo (formado em grande parte por hidrocarbonetos). Ele passou a assegurar a propulsão dos grandes navios transatlânticos e trens. Mais tarde, com a popularização do automóvel, o mercado de hidrocarbonetos conheceu uma formidável expansão.
  A produção de petróleo aumentou e expandiu-se pelo mundo, mas permaneceu controlada por um pequeno grupo de empresas. Durante a maior parte do século XX, elas controlaram o sistema internacional do petróleo, dominando a tecnologia de exploração e refino, a regulação da produção e a distribuição do produto. Expandiram seu domínio por toda a parte, extraindo óleo cru (bruto, sem refino), produzindo combustíveis, montando refinarias, oleodutos, bancos e financeiras internacionais.
AS SETE IRMÃS DO PETRÓLEO
  A atuação monopolista da Standard Oil foi questionada por seus concorrentes, durante mais de vinte anos, na Justiça dos Estados Unidos. Até que, em 1911, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos ordenou a divisão da companhia em 34 novas empresas independentes. Entre elas, destacavam-se a Standard Oil of New Jersey, a Standard Oil of New York e a Standard Oil of California. Mais tarde, elas compuseram, com outras duas grandes empresas dos Estados Unidos e mais duas europeias, o cartel chamado de as Sete Irmãs, criado para disputar o mercado internacional.
As Sete Irmãs
  O início do século XX é marcado por acirradas disputas pelas reservas mundiais de petróleo, em especial no Oriente Médio e pela busca de petróleo em novas regiões, como Sudeste Asiático, Venezuela, Egito, Rússia e México.
  As Sete Irmãs perceberam que o controle do suprimento de petróleo era importante para não ocorrer superprodução e guerra de preços. Por isso, começaram a atuar de maneira integrada, com o objetivo de eliminar a concorrência e controlar o mercado mundial. Como a oferta de petróleo estava descentralizada em um número crescente de países, essas companhias passaram a adotar concessões, sobretudo no Oriente Médio. No regime de concessão, uma das Sete Irmãs "arrendava" a reserva e pagava uma pequena parte para o país onde se situava. As sete empresas operavam como um cartel internacional, coordenando suas ações para evitar a concorrência. Assim, controlavam as reservas e os canais de distribuição. Os contratos de concessão introduziram a estratégia do controle geográfico. Eles eram assinados por cem anos ou mais, cobrindo grandes áreas territoriais e determinando preços baixos para os países produtores e exportadores de petróleo fora do consórcio.
  Os governos dos países desenvolvidos proporcionaram um ambiente político militar favorável para essas ações e apoiaram ativamente as companhias petrolíferas.
A ORGANIZAÇÃO DA OPEP E OS CHOQUES DO PETRÓLEO
  O domínio das Sete Irmãs recuou por força de intervenção política. No início dos anos de 1950, o Irã quebrou um acordo com uma empresa do Reino Unido e nacionalizou as ações da empresa no país. Outros países produtores tomaram medidas idênticas, colocando fim ao domínio absoluto do cartel.
  Os países produtores de petróleo passaram a reivindicar melhores condições  de remuneração. Alguns deles, como Argentina, México e Irã, criaram empresas para cuidar da produção ou editaram leis de nacionalização do petróleo. Na Venezuela, houve uma renegociação dos contratos com valores bem menores. Na década de 1950, o governo brasileiro criou a estatal Petrobras.
  Em virtude desse processo, países produtores do Oriente Médio conseguiram melhorar condições contratuais, diminuindo os prazos de concessão e a área geográfica e aumentando a tributação sobre os lucros das companhias petrolíferas.
  Paralelamente, empresas petrolíferas menores passaram a conseguir espaço em mercados internacionais, reduzindo gradativamente o poderio econômico das Sete Irmãs.
  Em 1960, alguns dos maiores exportadores mundiais de petróleo - Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela - reuniram-se para criar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), com o objetivo de coordenar a política petrolífera dos países-membros, aumentando a renda obtida com o petróleo. Esses países não estavam satisfeitos com os baixos preços, pois reduziram significativamente suas receitas públicas.
Sede da OPEP, em Viena - Áustria
  Em 1962, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o direito de todo Estado soberano poder dispor livremente de suas riquezas e recursos naturais, levando em consideração suas estratégias de desenvolvimento. Essa resolução fortaleceu países produtores de petróleo, sobretudo os da OPEP.
  Para os Estados do Oriente Médio, em particular, a situação de soberania sobre os recursos naturais e de fortalecimento da OPEP correspondia a sua própria independência.
Países que fazem parte da OPEP em laranja
  A OPEP teve o importante papel político de enfraquecer o cartel das Sete Irmãs. Sua formação significou uma restrição das estratégias de controle total das reservas pelas grandes empresas. Com o primeiro choque do petróleo (forte aumento dos preços), em 1973, o papel de regulação do mercado foi transferido das Sete Irmãs para a OPEP. O choque de 1973 representou uma séria dificuldade para as economias capitalistas, que dependiam da importação do petróleo. A partir de então, o Oriente Médio, onde se localizam as maiores reservas mundiais, passou a ser visto como área prioritária das estratégias geopolíticas mundiais.
O PRIMEIRO CHOQUE DO PETRÓLEO
  Em 1973, um fato político levou ao primeiro choque do petróleo. A guerra do Yom Kippur, entre Israel e as nações árabes, envolveu vários países ocidentais, inclusive os EUA, Países Baixos (Holanda) e Portugal. Amsterdã constituía um importante ponto estratégico, pois era o principal redistribuidor europeu de combustível. Em Portugal localiza-se a base das Lajes, o principal ponto de abastecimento estadunidense para o fornecimento de armas para Israel.
Guerra do Yom Kippur - principal motivo da primeira crise do petróleo
  Com o objetivo de pressionar os EUA e a Europa, que apoiaram Israel nos conflitos, os árabes uniram-se, reduzindo a produção de petróleo, elevando os preços do barril em mais de 70% e dando origem à maior crise do petróleo, que afetou toda a economia mundial.
  Essa situação causou pânico e confusão nos países desenvolvidos. A Europa e o Japão foram obrigados a racionar energia. Os EUA travaram o consumo e investiram em suas reservas. Os países emergentes, como o Brasil, foram muito afetados, pois o encarecimento dessa fonte de energia gerou um desequilíbrio em suas frágeis economias.
A primeira crise do petróleo foi o principal responsável pela criação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), criado pelo governo brasileiro para tornar o álcool gerado a partir da cana-de-açúcar como uma fonte de energia substituta do petróleo.
  Desde então, os países produtores de petróleo tornaram-se controladores do mercado, pois as companhias petrolíferas perderam espaço diante das nações produtoras.
O SEGUNDO CHOQUE DO PETRÓLEO
  Em janeiro de 1979, um evento político - a queda do xá (rei) Reza Pahlevi, no Irã, seguida da instalação de uma república islâmica, liderada pelo aiatolá (chefe religioso) Khomeini - levou o mundo a um segundo choque do petróleo, com a paralisação da produção iraniana. A guerra entre Irã e Iraque, iniciada em 1980, agravou a situação, elevando o preço médio do barril em mais de 80 dólares atuais. Tropas do Iraque, que contavam com o apoio dos EUA e da URSS, invadiram o vizinho Irã e não conseguiram derrubar o governo islâmico. A guerra estendeu-se por dez anos.
Iranianos comemoram a Revolução Islâmica, em janeiro de 1979
CONSEQUÊNCIAS DOS CHOQUES DO PETRÓLEO
  A nacionalização dos principais mercados produtores de petróleo provocou a horizontalização das empresas petrolíferas mundiais, ou seja, elas passaram a se especializar em poucas etapas da cadeia produtiva (produção, distribuição, transporte, refino etc.). As Sete Irmãs tiveram de abandonar as práticas de "preços internos" e estabelecer contratos com as estatais dos países hospedeiros (produtores e exportadores de óleo cru) para obter a matéria-prima de sua indústria.
  Uma das principais consequências dos choques do petróleo foi o surgimento de novas áreas produtoras, não pertencentes ao cartel. Além disso, a crise suscitou projetos de substituição energética - dos combustíveis fósseis por fontes alternativas - e de conservação de energia.
Energia eólica - uma das fontes alternativas de energia
  No entanto, com o passar do tempo, os limites impostos pela OPEP foram sendo desrespeitados por alguns países, o que enfraqueceu a organização, que em 2010 era formada por 12 países: Arábia Saudita, Argélia, Angola, Catar, Emirados Árabes Unidos, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria e Venezuela.
OCUPAÇÕES MILITARES MOTIVADAS  PELO INTERESSE POR PETRÓLEO
  O petróleo tornou-se um elemento central para o interesses geopolítico das potências industriais.
  Os choques do petróleo, foram ocasionados principalmente pela ação dos cartéis e pelo uso político de seu poder de produção. Um novo choque do petróleo, ocorrido a partir de 1999, foi resultado do aumento do consumo mundial, inclusive por causa do desenvolvimento dos países emergentes, como o intenso crescimento chinês. Assim, o preço do barril de petróleo chegou a um pico em julho de 2008, passando a valer 147 dólares, e caiu para 28 dólares em dezembro do mesmo ano.
Variação do preço do petróleo entre 1995 e 2005
  Na história recente, houve dois conflitos armados relacionados à posse do petróleo e ao controle geopolítico: a Primeira Guerra do Golfo (1990) e a invasão do Iraque, também chamada de Segunda Guerra do Golfo (2003).
A PRIMEIRA GUERRA DO GOLFO
  Com o fim da Guerra Irã-Iraque (1980-1989), o Iraque viu-se endividado e necessitando fortemente realizar uma recuperação econômica. Boa parte de suas dívidas tinham como credor o Kuwait, país ao sul do seu território e também possuidor de grandes reservas petrolíferas.
Poços de petróleo em chamas durante a Guerra do Golfo em 1991
  No início dos anos 1990, o Iraque pressionava a OPEP a diminuir a produção de petróleo como forma de aumentar o preço, o que lhe daria mais recursos para sua reconstrução. Mas o Kuwait aumentou sua produção, não seguindo as cotas da OPEP, e ainda retirando petróleo dos campos iraquianos. Além disso, o Kuwait tinha uma infraestrutura portuária muito melhor que a do Iraque, que fora em grande parte destruída durante a guerra nos anos 1980.
  Assim, com o intuito de aumentar seu poder regional e obter uma saída maior para o Golfo Pérsico, o presidente do Iraque, Saddam Hussein, iniciou a guerra, anexando o Kuwait ao território iraquiano, em agosto de 1990.
Saddam Hussein - ex-presidente do Iraque
  A resposta dos países árabes e dos EUA foi rápida, exigindo sanções da ONU, entre elas um embargo comercial e a autorização para o envio de tropas. No início de 1991, forças militares invadiram o Kuwait para retaliar dali as tropas iraquianas. A invasão do Kuwait por uma coalizão liderada pelos EUA ficou conhecida como Operação Tempestade no Deserto e pôs fim à ocupação iraquiana. Vários países da região abrigaram tropas estadunidenses em seu território, principalmente o Kuwait, que permaneceu controlado pelos EUA durante um bom tempo.
Soldados norte-americanos caminham no deserto iraquiano durantea Operação Tempestade no Deserto na Guerra do Golfo em 1991
  O cessar-fogo ficou condicionado ao abandono, pelo Iraque, de suas armas de destruição em massa e das instalações capazes de produzi-las.
  Durante a guerra, houve uma alta significativa do preço do petróleo. Logo após seu fim, deu-se uma queda, até meados dos anos 1990, quando os preços voltaram a oscilar. O controle da região pelas tropas estadunidenses garantiu certa estabilidade na produção e na ação da OPEP. O Iraque ficou proibido de comercializar seu petróleo sem autorização direta da ONU, que apenas permitia a troca de petróleo por alimentos e remédios.
A SEGUNDA GUERRA DO GOLFO
Mapa do Iraque ocupado
  A chegada de Hugo Chávez ao poder na Venezuela (1999), grande produtor mundial de petróleo, provocou uma nova escalada do preço do barril. Em seguida, com a recessão estadunidense e os atentados de 11 de setembro de 2001, o presidente dos Estados Unidos George W. Bush mostrou-se determinado a invadir militarmente o Iraque. As justificativas eram o apoio de Saddam Hussein ao terrorismo internacional, a defesa da democracia e a existência de armas de destruição em massa no território iraquiano, mesmo após várias inspeções da ONU, que não encontraram tais armas. Em março de 2003, tropas estadunidenses e inglesas invadiram o Iraque. Os Estados Unidos passaram a controlar as imensas reservas de petróleo iraquianas.
Prédio do governo iraquiano em chamas após ser bombardeado pelas tropas estadunidenses em 2003
  A guerra durou cerca de seis semanas e não teve o apoio da ONU. Vários países se posicionaram contra a guerra, como França, China e Rússia.
  Em abril daquele ano, forças da coalizão lideradas pelos Estados Unidos tomaram a capital iraquiana, Bagdá, destituindo Saddam Hussein. Preso em 2004, foi executado pelo governo iraquiano em 2006.
Saddam Hussein momentos antes de ser morto por enforcamento em 2006
  Segundo dados de 2008, o número de iraquianos mortos após a invasão ultrapassou 1 milhão de pessoas, entre civis e militares. As acusações de tortura e desrespeito aos direitos humanos e a morte de jovens soldados fizeram com que a ocupação ganhasse pouco apoio popular.
A ATUAÇÃO GEOPOLÍTICA NO CÁUCASO E NA AMÉRICA LATINA
  A região do Cáucaso também tem sido palco de conflitos envolvendo o petróleo. Área de grandes reservas e de produção petrolífera, é uma das principais fornecedoras para a Europa e os EUA, e para a Ásia (China, Japão e Coreia do Sul).
Mapa do Cáucaso com suas rotas petrolíferas
  O controle de oleodutos e gasodutos da região tem despertado grande interesse geopolítico; assim, alguns conflitos locais têm sido apoiados pelas grandes potências, como a Rússia e os Estados Unidos.
  Os principais produtores de petróleo na América Latina são Venezuela, México e Brasil, mas há reservas significativas no Equador e na Bolívia. Esta tem destacada importância na produção de gás. Na última década, um novo panorama nacionalista tem modificado a geopolítica dos recursos naturais da América Latina.
  Políticas de integração regional baseadas em parcerias para a exploração de petróleo e gás têm sido adotadas por meio da atuação das grandes empresas petrolíferas desses países.
  Algumas parcerias na construção de refinarias (em Pernambuco, por exemplo) e gasodutos (Brasil-Bolívia) marcam uma nova fase nos anos 2000, buscando reverter a perda de controle das reservas naturais características dos anos 1990, quando a adoção das políticas neoliberais levou à privatização de empresas petrolíferas (caso da Argentina) e de reservas de gás (caso boliviano).
FONTE: Geografia, 3º ano: ensino médio / organizadores: Fernando dos Santos Sampaio, Ivone Silveira Sucena. -- 1ª ed. -- São Paulo: Edições SM, 2010. (Coleção ser protagonista).

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

POPULAÇÃO DAS CIDADES DO RIO GRANDE DO NORTE

COLOCAÇÃO

MUNICÍPIO
POPULAÇÃO ABSOLUTA
(Hab.)
ÁREA
(km²)
POPULAÇÃO RELATIVA
(hab./km²)
Natal
803.739
167,160
4.808,20
Mossoró
259.815
2.099,328
123,76
Parnamirim
202.456
123,589
1.638,14
São Gonçalo do Amarante
87.668
249,122
351,91
Macaíba
69.467
510,753
136,01
Ceará-Mirim
68.141
724,377
94,07
Caicó
62.709
1.228,576
51,04
Açu
53.227
1.303,437
40,84
Currais Novos
42.652
864,344
49,35
10º
São José de Mipibu
39.776
290,329
137,00
11º
Santa Cruz
35.797
624,352
57,33
12º
Nova Cruz
35.490
277,657
127,82
13º
Apodi
34.763
1.602,471
21,69
14º
João Câmara
32.227
714,954
45,08
15º
Touros
31.089
840,375
36,99
16º
Canguaretama
30.916
245,406
125,98
17º
Macau
28.954
788,027
36,74
18º
Pau dos Ferros
27.745
259,958
106,73
19º
Areia Branca
25.315
357,623
70,79
20º
Extremoz
24.569
139,569
176,03
21º
Baraúna
24.182
825,701
29,29
22º
Nísia Floresta
23.784
307,839
77,26
23º
Goianinha
22.481
192,278
116,92
24º
Santo Antônio
22.216
301,080
73,79
25º
São Miguel
22.157
171,690
129,05
26º
Monte Alegre
20.685
211,341
97,87
27º
Parelhas
20.354
513,053
39,67
28º
Caraúbas
19.576
1.095,000
17,88
29º
Jucurutu
17.692
933,723
18,95
30º
São Paulo do Potengi
15.843
240,424
65,90
31º
Tangará
14.175
356,832
39,72
32º
Pedro Velho
14.114
192,707
73,24
33º
Lagoa Nova
13.983
176,300
79,31
34º
Poço Branco
13.949
230,399
60,54
35º
Ipanguaçu
13.856
374,236
37,02
36º
Santana do Matos
13.809
1.419,401
9,73
37º
Alexandria
13.507
381,203
35,43
38º
Jardim de Piranhas
13.506
330,530
40,86
39º
Pendências
13.432
419,143
32,05
40º
Upanema
12.992
873,926
14,87
41º
Arês
12.924
115,504
111,89
42º
Guamaré
12.404
258,962
47,90
43º
Governador Dix-Sept Rosado
12.374
1.129,336
10,96
44º
São José de Campestre
12.356
341,113
36,22
45º
Alto do Rodrigues
12.305
191,327
64,31
46º
Ielmo Marinho
12.171
312,027
39,01
47º
Jardim do Seridó
12.113
368,645
32,86
48º
Patu
11.964
319,127
37,49
49º
Taipu
11.836
352,816
33,55
50º
Brejinho
11.577
61,558
188,07
51º
Angicos
11.549 
741,574
15,57
52º
Tibau do Sul
11.385
101,821
111,81
53º
Montanhas
11.413
82,213
138,82
54º
Passa e Fica
11.100
42,136
263,43
55º
Acari
11.035
608,568
18,13
56º
Cerro Corá
10.916
393,572
27,74
57º
Afonso Bezerra
10.844
576,183
18,82
58º
São Tomé
10.827
862,578
12,55
59º
Vera Cruz
10.719
83,463
128,43
60º
Umarizal
10.659
213,582
49,91
61º
Espírito Santo
10.475
135,837
77,11
62º
Maxaranguape
10.441
131,315
79,51
63º
Lajes
10.381
676,619
15,34
64º
Serra do Mel
10.287
616,510
16,69
65º
Campo Redondo
10.266
213,724
48,03
66º
Rio do Fogo
10.059
150,260
66,94
67º
Tenente Ananias
9.883
223,670
44,19
68º
Carnaubais
9.762
542,527
17,99
69º
Luís Gomes
9.610
166,637
57,67
70º
Bom Jesus
9.440 
122,037
77,35
71º
Grossos
9.393
126,457
74,28
72º
Campo Grande
9.289
896,949
10,36
73º
Boa Saúde
9.011
187,228
48,13
74º
Florânia
8.959
504,927
17,74
75º
Serra Caiada
8.768
167,344
52,40
76º
São Miguel do Gostoso
8.670
342,037
25,35
77º
Baía Formosa
8.573
245,660
34,90
78º
Pureza
8.424
504,293
16,70
79º
Marcelino Vieira
8.265
345,709
23,91
80º
Martins
8.218
169,463
48,49
81º
São Rafael
8.111
469,099
17,29
82º
Cruzeta
7.967
295,829
26,93
83º
Jaçanã
7.925
54,560
145,25
84º
Serra Negra do Norte
7.770
562,394
13,82
85º
Lagoa Salgada
7.564
79,313
95,37
86º
Carnaúba dos Dantas
7.429
245,649
30,24
87º
Portalegre
7.320
110,053
66,51
88º
Pedro Avelino
7.171
952,752
7,53
89º
Riachuelo
7.067
262,886
26,88
90º
Lagoa de Pedras
6.989
117,663
59,40
91º
Itajá
6.932
203,621
34,04
92º
Antônio Martins
6.907
244,624
28,24
93º
Jandaíra
6.801
435,945
15,60
94º
Serrinha
6.581
193,350
34,04
95º
Doutor Severiano
6.492
108,278
59,96
96º
São Pedro
6.235
195,237
31,94
97º
Lagoa d’Anta
6.227
105,651
58,94
98º
São Vicente
6.028
197,816
30,47
99º
Caiçara do Norte
6.016
189,548
31,74
100º
São João do Sabugi
5.922
277,010
21,38
101º
José da Penha
5.868
117,634
49,88
102º
Equador
5.822
264,984
21,97
103º
Severiano Melo
5.752
157,850
36,44
104º
Serra de São Bento
5.743
96,627
59,43
105º
Felipe Guerra
5.734
268,587
21,35
106º
Senador Elói de Souza
5.637
167,604
33,63
107º
Itaú
5.564
133,029
41,83
108º
Japi
5.522
188,989
29,22
109º
Tenente Laurentino Cruz
5.406
74,376
72,68
110º
Coronel Ezequiel
5.405
185,747
29,10
111º
Janduís
5.345
304,899
17,53
112º
Várzea
5.236
72,683
72,04
113º
Encanto
5.231
125,748
41,60
114º
Porto do Mangue
5.217
318,966
16,36
115º
Bento Fernandes
5.113
301,068
16,98
116º
Sítio Novo
5.020
213,458
23,52
117º
Almino Afonso
4.871
128,037
38,04
118º
Parazinho
4.845
274,670
17,64
119º
Coronel João Pessoa
4.772
117,138
40,74
120º
Santa Maria
4.762
219,567
21,69
121º
Ouro Branco
4.699
253,302
18,55
122º
Rafael Fernandes
4.692
78,230
59,98
123º
Lajes Pintadas
4.612
130,211
35,42
124º
Serrinha dos Pintos
4.540
122,648
37,02
125º
Rodolfo Fernandes
4.418
154,839
28,53
126º
Olho d’Água dos Borges
4.295
141,170
30,42
127º
Frutuoso Gomes
4.233
63,279
66,89
128º
São José do Seridó
4.231
174,504
24,25
129º
Messias Targino
4.188
135,096
31,00
130º
Riacho de Santana
4.156
128,105
32,44
131º
Paraná
3.952
81,390
48,56
132º
Barcelona
3.950
152,625
25,88
133º
Senador Georgino Avelino
3.924
25,934
151,31
134º
São Bento do Trairi
3.905
190,817
20,46
135º
São Francisco do Oeste
3.874
75,587
51,25
136º
Venha Ver
3.821
71,622
53,35
137º
Paraú
3.859
383,212
10,07
138º
Tibau
3.687
169,210
21,79
139º
Lucrécia
3.633
30,931
117,45
140º
Ruy Barbosa
3.595
125,808
28,58
141º
Jundiá
3.582
44,641
80,24
142º
Major Sales
3.536
31,971
110,60
143º
Pedra Grande
3.521
221,426
15,90
144º
Pilões
3.453
82,688
41,76
145º
São Fernando
3.401
404,425
8,41
146º
Triunfo Potiguar
3.368
268,725
12,53
147º
Caiçara do Rio do Vento
3.308
261,192
12,67
148º
Riacho da Cruz
3.165
127,222
24,88
149º
Rafael Godeiro
3.063
100,072
30,61
150º
Água Nova
2.980
50,684
58,80
151º
São Bento do Norte
2.975
288,724
10,30
152º
Passagem
2.895
41,215
70,24
153º
Vila Flor
2.872
47,656
60,27
154º
Francisco Dantas
2.874
181,557
15,83
155º
Fernando Pedroza
2.854
322,626
8,85
156º
Lagoa de Velhos
2.668
112,844
23,64
157º
Jardim de Angicos
2.607
254,020
10,26
158º
João Dias
2.601
88,172
29,50
159º
Pedra Preta
2.590
294,983
8,78
160º
Santana do Seridó
2.526
188,403
13,41
161º
Bodó
2.425
253,517
9,57
162º
Taboleiro Grande
2.317
124,093
18,67
163º
Timbaúba dos Batistas
2.295
135,453
16,94
164º
Monte das Gameleiras
2.261
71,946
31,43
165º
Galinhos
2.159
342,213
6,31
166º
Ipueira
2.077
127,347
16,31
167º
Viçosa
1.618
37,904
42,69
DADOS GERAIS DO RIO GRANDE DO NORTE
População: 3.168.027 habitantes
Área: 52.810,699 KM²
Densidade demográfica: 59,99 hab./km²
CAPITAL: Natal
Número de municípios: 167
FONTE: IBGE (Censo de 2010)

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