segunda-feira, 1 de agosto de 2011

PAÍSES IBÉRICOS E GRÉCIA

  Espanha e Portugal, países da península Ibérica, apresentam forte relação com a América Latina, por causa do processo colonizador. A Grécia se destaca por ter sido o berço da civilização ocidental. No entanto, esses países não demonstram o mesmo grau de desenvolvimento de outras nações europeias. Mas, a partir da década de 1980, com a entrada desses países na CEE (Comunidade Econômica Europeia), houve uma melhora significativa, no campo econômico e no social e os Índices de Desenvolvimento Humano desses países revelam essa melhora.
Paisagem da Grécia
  Localizados na península Ibérica, Espanha e Portugal apresentam forte tradição católica, fator importante no processo de colonização que esses dois países impuseram às várias regiões do globo, entre os séculos XVI e XVII. Já a Grécia é dominada pelo cristianismo ortodoxo. A posição geoestratégica de Portugal e da Espanha na península Ibérica, e da Grécia na península Balcânica, foi fundamental para que esses países se projetassem em algum momento na história.
Paisagem da Espanha
  Portugal e Espanha foram os pioneiros no período das Grandes Navegações, nos séculos XV e XVI. Esses países formaram importantes impérios coloniais que lhes forneceram muitas riquezas minerais e agrícolas. Contudo, toda a riqueza expropriada das antigas colônias não serviu para o desenvolvimento industrial desses países, que continuaram até a década de 1970, com suas economias atrasadas e baseadas no setor rural. Ambos os países sofreram regimes ditatoriais. Na Espanha, o regime foi denominado de franquismo; em Portugal, foi denominado de salazarismo.
  O franquismo foi um regime político aplicado na Espanha entre 1939 e 1976, durante a ditadura do general Francisco Franco (1892-1975), que morreu em 1975. Essa ditadura ocorreu após o fim da Guerra Civil Espanhola.
General Francisco Franco
  A Guerra Civil Espanhola foi um conflito bélico deflagrado após um fracassado golpe de Estado de um setor do exército contra o governo legal e democrático da Segunda República Espanhola. Essa guerra civil teve início após um pronunciamento dos militares rebeldes, entre 17 e 18 de julho de 1936, e terminou em 1° de abril de 1939, com a vitória dos rebeldes e a instauração de um regime ditatorial de caráter fascista, liderada pelo general Francisco Franco.
  A Guerra Civil Espanhola deixou cerca de 1 milhão de mortos, e serviu de demonstração do poder bélico que a Itália e a Alemanha vinham armazenando para a Segunda Guerra Mundial. Terminada a guerra civil, com a vitória dos auto-denominados nacionalistas ou Movimento Nacional, Franco passou a ser o chefe de Estado, proclamando-se Caudilho de Espanha pela graça de Deus.
Madri - após a Batalha de Madri em 1939
  Os primeiros anos do regime franquista coincidiram com a Segunda Guerra Mundial, retribuindo Franco o auxílio que lhe fora prestado por Hitler e Mussolini durante a Guerra Civil: na frente oriental contra a URSS, a Espanha franquista colaborou com a Divisão Azul de Infantaria, a Legião Espanhola de Voluntários e a Esquadrilha Salvadore. Internamente, o regime praticou uma política econômica autárquica que freou o desenvolvimento do país.
  Ideologicamente, o franquismo é baseado no fascismo, adaptado para a Espanha pelo movimento falangista. As bases do regime franquista foram definidas pela unidade nacional espanhola (nacionalismo de Estado), pelo catolicismo e pelo anti-comunismo.
Franquismo - regime inspirado no fascismo
  Com o fim do regime autoritário franquista, na década de 1970, obteve-se na Espanha, a redemocratização e ocorreu uma profunda reestruturação da economia. Diversos setores industriais foram modernizados, o que possibilitou ampliar as exportações do país.
  Com a entrada na CEE, em 1986, e os investimentos oriundos dessa instituição, a Espanha obteve um significativo crescimento social e econômico. Atualmente o país apresenta importantes parques siderúrgico, têxtil e naval, contudo, a maior parte da receita vem do setor de serviços, que responde por quase 70% do PIB. Os principais centros industriais são Madri, Barcelona, Valência e Bilbao.
Distrito Industrial de Barcelona - Espanha
  O turismo, baseado  no vasto patrimônio histórico, contribui anualmente com mais de 30 bilhões de dólares. Há um destaque também das empresas de telefonia e os bancos (com atuações internacionais), que participaram de forma decisiva nas privatizações de várias empresas na América Latina, principalmente na Argentina, no México e no Brasil.
Museo del Prado - Madri
  No contexto político, um dos aspectos que mais causam apreensão na população é a busca da independência pelo povo basco. Os bascos, que ocupam a região fronteiriça da Espanha com a França, não possuem origem étnica latina, como ocorre na França, na Espanha e em Portugal. Essa singularidade cultural faz com que esse povo busque sua autonomia política e territorial, fato não compartilhado pelas autoridades espanholas.
País Basco
  O ETA (Euskadi Ta Askatasuna ou Pátria Basca e Liberdade), tem como objetivo a separação da região basca, localizada ao norte da Espanha e ao sul da França, e a constituição de um Estado Basco independente.
  Esse grupo, que atua na Espanha desde 1959, utiliza como estratégia os atentados terroristas contra pessoas ligadas ao Estado espanhol (juízes, parlamentares, militares, governantes). Os bascos justificam a separação territorial com base no reconhecimento de uma cultura própria (basca) que se diferencia da cultura e da língua espanholas.
Atentado cometido pelo ETA na cidade de Bugros (Espanha) em julho de 2009
  Apesar da relativa autonomia obtida no final dos anos 1970, que levou a maior parte do movimento a depor as armas, pessoas remanescentes do ETA continuaram a luta pela independência total da região. Essa decisão fez com que as atividades terroristas continuassem nas décadas de 1980 e 1990, levando à prisão de diversos dirigentes do ETA e à reprovação popular.
  Embora em 2006 o grupo tenha anunciado o "cessar-fogo", para tentar, de modo pacífico, negociar a autonomia da região, os militantes do ETA continuam a atacar, explodindo com carros-bomba em várias partes da Espanha.
Militantes do ETA
  Portugal apresenta uma economia mais frágil que a da vizinha Espanha. O ditador Antônio Salazar (1889-1970) governou o país de 1933 até 1968, período pelo qual o país viveu o regime denominado salazarismo. Esse regime ocorreu após a instalação, em 1910, de uma República Parlamentar com tendência esquerdista, mas foi derrubada em 1926 por um golpe militar. O regime, formalmente inaugurado em 1928, e tinha como Ministro da Fazenda Antônio de Oliveira Salazar, que baseou sua política no modelo de Mussolini. Com isso, conseguiu satisfazer os burgueses e fez crescer seu prestígio nacional. Sua influência aos poucos ia tornando-se decisiva e ele passou a preparar a ditadura.
Antônio Salazar
  Em 1930, Antônio de Oliveira Salazar fundou a União Nacional, movimento ultranacionalista de pretensões corporativista, assumindo, em 1932, a condição de Chefe de Estado, iniciando aí o totalitarismo.
  No ano seguinte, promulgou-se a Constituição que inaugurava o Estado Novo e que trazia todos os princípios fascistas por excelência: adoção do partido único, proibição das manifestações populares, criação da polícia política, propaganda de massa, perseguição aos inimigos do regime etc.
  A ditadura salazarista, ao contrário dos períodos de Hitler e Mussolini, atravessou a Segunda Guerra e chegou à década de 1970, onde em 1970, o ditador veio a óbito, mas a ditadura ainda teve fôlego para durar mais quatro anos. Até que explodiu uma revolução popular: a Revolução dos Cravos.
Manifestantes comemoram o fim do salazarismo em 25 de abril de 1974
  A Revolução dos Cravos foi o movimento que derrubou a ditadura salazarista, em 1974, de forma a estabelecer as liberdades democráticas, promovendo transformações sociais no país.
  A entrada na CEE em 1986 também possibilitou um grande avanço na economia, na medida em que o país se beneficiou de importantes parcelas dos fundos europeus e dos investimentos privados.
  Os setores industriais mais importantes são o de maquinaria, o têxtil e o alimentício, com destaque para a produção de vinhos, azeite e pescado. Lisboa constitui-se no principal polo industrial do país. O turismo contribui consideravelmente para a economia.
Arco da Rua Augusta, em Lisboa - o turismo é uma das principais fontes de renda de Portugal
  Milhares de portugueses migraram e estão trabalhando em diversos países da Europa, o que possibilita a entrada de cerca de 2 bilhões de dólares por ano no país. Com a emigração, o governo vem incentivando a entrada de estrangeiros para trabalhar nos setores da construção civil, agricultura e hotelaria.
Construção civil - um dos setores que contribui para a entrada de imigrantes em Portugal
  Nos últimos meses, várias manifestações vêm ocorrendo no país. Esses protestos são organizados por trabalhadores, na sua maioria jovens, e tem como objetivo lutar pelo fim da precariedade no emprego do país, incluindo o emprego informal, os estágios não remunerados e os chamados falsos autônomos, que não têm direito a férias nem a 13º salário, além das altas taxas de desemprego pelo qual país vem sofrendo.
  Os protestos são inspirados na Revolução de Jasmim, na Tunísia, que culminou com a saída do presidente e influenciou os protestos em outros países da região, como no Egito e na Líbia. Os movimentos foram denominados de "geração à rasca". Geração à rasca, é um conjunto de manifestações ocorridas em Portugal e outros países, e são manifestações não vinculadas a partidos políticos desde a Revolução dos Cravos.
Milhares de pessoas tomam as ruas de Lisboa em março de 2011 para protestarem contra o desemprego e às péssimas condições de trabalho em Portugal
  Em grave crise econômica, devido ao baixo crescimento econômico, o governo português vem encontrando dificuldades para obter a arrecadação necessária para arcar com os gastos públicos. Os gastos do governo têm sido relativamente altos, devido em parte a uma sucessão de projetos caros - especialmente de melhora no setor de transportes, tendo em vista o aumento da competitividade. Com a crise financeira global, Portugal passou a enfrentar uma grande dívida pública, que ficou cada vez mais difícil de ser financiada.
  Para aumentar a confiança na economia, o então primeiro-ministro português, José Sócrates, tentou, em abril de 2011, adotar medidas de austeridade para reduzir os gastos do governo. O pacote incluía cortes no pagamento de pensões, aumento de impostos e altas nas tarifas do transporte público. Essas medidas contribuiu cada vez mais para aumentar os protestos no país, e ajudou, em junho de 2011, na eleição da oposição, o candidato da direita Passos Coelho.
José Sócrates - ex-primeiro-ministro de Portugal
  A Grécia, situada na península Balcânica e formada por centenas de ilhas, só conseguiu promover seu desenvolvimento industrial recentemente. Até a década de 1970, o país tinha sua economia baseada no setor agrícola, no qual se destacavam as produções de azeitonas, uvas, algodão e frutas cítricas, e no setor marítimo, com uma notável frota mercante.
Azeitonas - um dos principais produtos da Grécia
  Depois da década de 1970, a nação passou por um processo de industrialização, baseado principalmente em capitais externos. O capital estrangeiro foi atraído, entre outras coisas, pela mão de obra barata e abundante do país. Atualmente os setores de construção naval, alimentício e têxtil são os mais importantes. Outro ramo da economia que cresce significativamente é a indústria do turismo, apoiada nas belezas naturais do território e no rico patrimônio histórico e cultural.
Pathernon - símbolo do poder na Grécia Antiga
  A Grécia vem sofrendo uma intensa crise econômica, e essa crise tem afetado muito o setor econômico mundial, inclusive essa crise tem sido um dos motivos que as bolsas de valores no mundo todo vêm enfrentando quedas desde o início de 2011. Essa crise é conhecida como "crise da Grécia", "crise da zona do euro", "crise dos PIIGS", entre outros nomes. Essa crise está levando a uma série de protestos violentos no país.
Manifestantes enfretam a polícia nas ruas de Atenas
  A principal causa para isso tudo, é que a Grécia está devendo muito mais do que produziu. Com tudo isso, o governo da Grécia resolveu tomar medidas um pouco radicais para conseguir pagar suas dívidas. Tais medidas são: corte de gastos, corte de empregos, aumento dos impostos, aumento de taxas de juros etc. Grande parte da população grega está desempregada, já está com muitas dívidas e o aumento dos impostos só fez piorar a crise para a população.
  Para contornar a crise e receber ajuda financeira da União Europeia, o governo grego aprovou um pacote financeiro com o objetivo de cortar o déficit orçamentário para os próximos anos. O pacote prevê uma reforma fiscal, o aumento de juros e a redução dos salários, o que irritou mais ainda os manifestantes.
Parlamento grego durante a aprovação do plano econômico para o país
ALGUNS DADOS SOBRE OS TRÊS PAÍSES
ESPANHA
NOME OFICIAL: Reino da Espanha
FORMAÇÃO:
Unificação: 1469
União Dinástica: 1516
De fato: 1716
De jure: 1812
LOCALIZAÇÃO: Europa Meridional (península Ibérica)
CAPITAL: Madri
Palácio Real - Madri
ÁREA: 505.992 km² (51°)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 46.754.784 habitantes (27º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 92,40 hab./km² (106°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (censo de 2009)
Madri: 3.213.271 habitantes
Madri - capital e maior cidade da Espanha
Barcelona: 1.621.537 habitantes
Barcelona - segunda maior cidade da Espanha
Valência: 814.208 habitantes
Valência - terceira maior cidade da Espanha
LÍNGUA: castelhano (ou espanhol), com estatuto cooficial: catalão, valenciano, galego, basco e aranês.
IDH (ONU - 2010): 0,866 (20°)
PIB (FMI - 2010): U$ 1,410 trilhão (12°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 80,9 anos (6º)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010):  4,2/ mil (13°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 77% (38°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 97,9% (49°)
MOEDA: Euro
RELIGIÃO: católicos (76%), sem religião (13%), ateísmo (7,3%), outros (3,7%)
DIVISÃO: desde a Constituição de 1978, a Espanha está dividida em 17 Comunidades Autônomas e duas cidades autônomas (Ceuta e Melilla), gozando estas de estatuto intermediário entre o município e a Comunidade. Das 17 comunidades autônomas, quatro delas (Galiza, País Basco, Andalúzia e Catalunha) possuem condição de "Nacionalidades Históricas" reconhecidas na Constituição, juntamente com um "Estado de autonomia", o que reverte num maior poder e capacidade de decisão e soberania com respeito às outras comunidades.
PORTUGAL
NOME OFICIAL: República Portuguesa 
FORMAÇÃO: 1093 d.C
INDEPENDÊNCIA: 1139 d.C; Reconhecida: 1143 d.C.
LOCALIZAÇÃO: Europa Meridional (zona ocidental da península Ibérica)
CAPITAL: Lisboa
Elevador Santa Justa - Lisboa
ÁREA: 92.391 km² (109°)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 10.676.910 habitantes (75º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 115,56 hab./km² (87°)
CIDADES MAIS POPULOSAS: censo de 2006
Lisboa: 564.657 habitantes
Lisboa - capital e maior cidade de Portugal
Vila Nova de Gaia: 315.382 habitantes
Vila Nova de Gaia - segunda maior cidade de Portugal
Porto: 210.558 habitantes
Porto - terceira maior cidade de Portugal
LÍNGUA: português
IDH (ONU - 2010): 0,795 (40°)
PIB (FMI - 2010): U$ 229.336 bilhões (38°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 78,1 anos (39º)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010):  5,0/ mil (26°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 59% (93°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 94,9% (68°)
MOEDA: Euro
RELIGIÃO: católicos (84,6%), outras religiões (15,4%)
DIVISÃO: as principais divisões de Portugal são os 18 distritos no continente e as duas Regiões Autônomas dos Açores e Madeira, que se subdividem em 308 conselhos e 4260 freguesias. Os distritos, permanecem como a mais relevante subdivisão do país, servindo de base para uma série de utilizações administrativas.
1. Lisboa 2.  Leira 3. Santarém 4. Setúbal 5. Beja 6. Faro 7. Évora 8. Portalegre 9. Castelo Branco 10. Guarda 11. Coimbra 12. Aveiro 13. Viseu 14. Bragança 15. Vila Real 16. Porto 17. Braga 18. Viana do Castelo
GRÉCIA
NOME OFICIAL: República Helênica
INDEPENDÊNCIA: do Império Otomano (25 de março de 1821)
Reconhecida: 3 de fevereiro de 1830
LOCALIZAÇÃO: parte meridional da península Balcânica
CAPITAL: Atenas
Parte de Atenas tendo ao fundo o Monte Likavittós
ÁREA: 131.957 km² (95º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 10.722.816 habitantes (74º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 81,25 hab./km² (88°)
CIDADES MAIS POPULOSAS: censo de 2005
Atenas: 749.137 habitantes
Atenas - capital e maior cidade da Grécia
Salônica: 354.290 habitantes
Salônica - segunda maior cidade da Grécia
Pireus: 172.429 habitantes
Pireus - terceira maior cidade da Grécia
LÍNGUA: grego
IDH (ONU - 2010): 0,855 (22°)
PIB (FMI - 2010): U$ 305.415 (32°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 79,5 anos (19º)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010):  6,7/ mil (38°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 61% (85°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 97,1% (56°)
MOEDA: Euro
RELIGIÃO: cristãos ortodoxos (92%), outras religiões (8%)
DIVISÃO: as periferias são as divisões nacionais da Grécia. Existem 13 periferias (nove no continente e quatro grupos de ilhas), que são ainda subdivididos em 51 prefeituras ou departamentos.
1. Ática 2. Grécia Central 3. Macedônia Central 4. Creta 5. Macedônia Oriental e Trácia 6. Épiro 7. Ilhas Jônicas 8. Egeu Setentrional 9. Peloponeso 10. Egeu Meridional 11. Tessália 12. Grécia Ocidental 13. Macedônia Ocidental
FONTE: Bigotto, José Francisco. Geografia sociedade e cotidiano: espaço mundial 2, 9º ano / José Francisco Bigotto, Márcio Abondanza Vitielo, Maria Adailza Martins de Albuquerque. 2. ed. São Paulo: Escala Educacional, 2009.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A ESTRUTURA GEOLÓGICA E OS RECURSOS MINERAIS

  Até os dias de hoje, não uma informação muita  detalhada sobre o interior da Terra. As formas mais comuns de se explorar o subsolo são perfurando poços, escavando minas, investigando cavernas ou fazendo sondagens. A perfuração mais profunda feita até hoje atingiu cerca de 13 quilômetros, praticamente nada se comparada ao diâmetro do planeta.
  As informações conseguidas de forma direta pelos pesquisadores dizem respeito a uma área muito próxima da superfície terrestre. Elas são obtidas por meio do estudo de materiais que saem dos vulcões e das perfurações e, principalmente, pela análise de informações colhidas por sismógrafos que captam ondas sísmicas.
Vulcões - a melhor forma de se pesquisar o material encontrado no interior da Terra
  A partir de estudos dessa natureza concluiu-se que a Terra é formada por três grandes camadas: crosta, manto e núcleo.
AS CAMADAS DA TERRA
  Desde sua origem, há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, a Terra passou por inúmeras transformações. No início nosso planeta era uma massa incandescente que foi esfriando muito lentamente. A solidificação do magma deu origem às rochas magmáticas que formaram a crosta terrestre. Essa camada tem uma profundidade máxima de 35 km.
  Com a superfície solidificada, as partes mais elevadas da Terra foram, também, sofrendo um processo de desgaste e erosão. As partículas (sedimentos) que iam sendo desagregadas das partes mais altas pela ação da água e do vento eram depositadas nas áreas mais baixas, formando grandes depósitos desses sedimentos (bacias sedimentares), dando origem às rochas sedimentares.
  Abaixo dessa crosta sólida, há uma camada de material pastoso, muito quente, o magma. Essa camada denominada manto, é responsável pela liberação de lavas e gases para a superfície, que causam derramamento de lavas nos continentes e nos oceanos, quando há explosões vulcânicas. Essa camada vai de aproximadamente 35 km até 2.900 km.
  Nessa camada está a Descontinuidade de Mohorovicic, também chamada de Moho.
  Imediatamente após o manto, está o núcleo da Terra, também chamado de nife, em função de sua composição de níquel (Ni) e ferro (Fe). Essa camada apresenta profundidade que vai de 2.900 a 6.370km, podendo atingir temperaturas em torno de 5.000 ºC.
AS PLACAS TECTÔNICAS
  Inicialmente, imaginava-se que a crosta terrestre fosse formada por uma placa inteiriça e sem movimento que cobria todo o manto. No entanto, a incrível semelhança entre o contorno das costas da América do Sul e da África levou muitos pesquisadores a pensar que em tempos remotos todos os continentes estivessem unidos e que, com o tempo, passaram a se deslocar.
  Em 1912, o geólogo alemão Alfred Wegener (1880-1930) propôs uma teoria denominada Deriva dos Continentes. Segundo essa teoria, há aproximadamente 200 milhões de anos a superfície terrestre era formada por apenas um grande bloco denominado Pangeia. Com o passar do tempo, essa enorme superfície foi se dividindo até chegar à disposição em que se encontram os continentes atualmente.
  Wegener reuniu evidências para justificar sua teoria no livro intitulado A origem dos continentes e oceanos. Nele, apresentava fósseis de animais marinhos que foram encontrados tanto no Brasil quanto na África. Dada a fragilidade desses animais que viveram há milhões de anos, descobriu-se que eles não teriam condições de ter atravessado o oceano, concluindo-se que eles viveram em uma mesma região. Ele também descobriu restos de vegetais que permitiram a constatação de que a África e a costa brasileira já tinham sido unidas.
Alfred Wegener
  Essa teoria ficou esquecida até a metade do século XX, quando foi resgatada pelos pesquisadores. Sua reabilitação deu-se em virtude de novos estudos e da descoberta, em continentes diferentes, de outros fósseis animais e vegetais com características semelhantes. A partir daí, foi desenvolvida a teoria das placas tectônicas.
  Essas placas são grandes porções da crosta terrestre que flutuam sobre o manto, afastando-se ou chocando-se entre si.
  Segundo essa teoria, as placas tectônicas se movimentam sobre o magma. O material incandescente do interior da terra "vaza" pelas suas bordas, por fendas, principalmente no fundo dos oceanos, nos locais de contato entre elas.
  Nas áreas de contato entre as placas ocorrem enormes pressões, com uma "empurrando" a outra. Por isso, nesses locais é comum a ocorrência de intensos terremotos, maremotos e encontramos a maioria dos vulcões em atividade na superfície do globo.
  A maior incidência de vulcões ocorrem em áreas de contato entre as placas tectônicas. A região com maior incidência de vulcões e terremotos é o Ocenao Pacífico, na área denominada de Círculo de Fogo do Pacífico.
Círculo de Fogo do Pacífico - área com maior incidência de vulcões e terremotos
OS AGENTES INTERNOS DA TERRA
  Os agentes internos são forças que atuam do interior para a superfície da Terra, muitas vezes com enorme violência e rapidez, e são responsáveis pela modificação da forma do relevo terrestre. São eles: os movimentos tectônicos, o vulcanismo e os terremotos.
MOVIMENTOS TECTÔNICOS
  Constitui-se em movimentos lentos, prolongados ou não, que ocorrem na crosta terrestre provocando deformações das rochas. Podem aparecer de duas formas: epirogênese e orogênese.
 Deslizamento de terra em San Diego causado por um terremoto em outubro de 2007
  A epirogênese corresponde aos movimentos verticais, que provocam rebaixamentos e soerguimentos da crosta, podendo vir acompanhados ou não de falhas (fraturas). No Brasil, uma evidência desse fenômeno é a formação das serras do Sudeste.
Mares de Morro - uma das consequências da epirogenia no Brasil
  A orogênese corresponde aos movimentos horizontais e ocorre em função das forças que atuam nas bordas das placas tectônicas, gerando cadeias de montanhas e provocando dobramentos e falhamentos de rochas.
  As grandes cadeias de montanhas como os Alpes, Apeninos, Cárpatos, Cáucaso, Himalaia, Rochosas e Andes são exemplos de dobramentos.
Cordilheira dos Andes - exemplo de movimento orogenético
VULCANISMO
  O temo vulcanismo vem de Vulcano que, segundo a mitologia romana, era o deus do fogo, ligado a vulcões e incêndios. Vulcano também era cultuado como deus das forjas. Tornou-se o ferreiro divino e instalou suas forjas no centro dos vulcões, sendo responsável por eles.
  Na Idade Média, os vulcões eram relacionados com o "fogo do inferno", oriundo das profundezas da Terra. Somente no século XIX, com o avanço da ciência, ficou estabelecido que os vulcões acontecem pela expulsão  de magma, cinzas e gases do interior do planeta até a superfície.
Ruínas de Pompeia, na Itália, que foi destruída pelas cinzas do vulcão Vesúvio, no ano de 79 d.C.
  O vulcanismo ocorre principalmente nas áreas de contato entre as placas tectônicas, onde a crosta é mais instável.
  Muitos vulcões entraram em atividade nos últimos séculos, causando enormes tragédias, como as erupções do Krakatoa, na Indonésia, responsáveis pela morte de mais de 36 mil pessoas nas vilas e cidades costeiras das ilhas de Java e Sumatra e o Vesúvio, na Itália.
Vulcão Kilauea, no Havaí - o vulcão mais ativo do mundo
  Outras evidências de vulcanismo são os gêiseres, fontes que expelem água e vapor superaquecidos para a superfície.
Gêiser na Nova Zelândia
  A atividade vulcânica não acontece só nos continentes, mas também nos oceanos, podendo originar ilhas. Um bom exemplo disso é o arquipélago do Havaí, no oceano Pacífico, onde se encontram muitos vulcões em atividades.
Arquipélago do Havaí
  Muitas ilhas e arquipélagos brasileiros também surgiram por atividades vulcânicas, como Fernando de Noronha, onde, ao contrário do Havaí, a formação se deu há milhões de anos, e o processo já foi interrompido.
Fernando de Noronha - arquipélago de origem vulcânica
  Atualmente, não existem registros de vulcanismo em nosso país que está distante das áreas de ocorrência desse fenômeno, ou seja, nas áreas de contato das placas tectônicas. Há cerca de 150 milhões de anos, ocorreu um enorme derrame de magma que cobriu parte do centro-sul do país, originando a formação de rochas eruptivas nessa região.
Solo de terra rôxa no Paraná - originado do derramamento de lavas vulcânicas
TERREMOTOS
  Outra manifestação muito noticiada nos movimentos internos da Terra são os terremotos.
  Os terremotos são tremores de terra que ocorrem na superfície da crosta terrestre. Esse fenômeno acontece com maior intensidade nas regiões de contato das placas tectônicas. Os abalos sísmicos, como também são conhecidos os terremotos, variam de intensidade, sendo alguns praticamente imperceptíveis e outros muito fortes.
Terremoto que praticamente destruiu a cidade de Porto Príncipe, no Haiti , em janeiro de 2010
  Muitos terremotos de forte intensidade que ocorreram em áreas povoadas causaram grandes tragédias. Em Tóquio e Yokohama, no Japão, em 1923, um terremoto provocou enorme destruição, tirando a vida de mais de 140 mil pessoas. Outras catástrofes foram registradas mais recentemente, em países como o Irã, a Indonésia, o Peru, a China, o Haiti, o próprio Japão, dentre outros.
Consequências do terremoto ocorrido em março de 2011 no Japão
  Pelo fato de ser difícil prever quando e onde ocorrerá um terremoto de grandes proporções, muitos países ricos situados em áreas de risco desenvolveram tecnologias com o objetivo de prevenir maiores danos. O Japão, criou técnicas avançadas na construção de prédios, visando amenizar as consequências desastrosas desses tremores.
Construções preparadas para suportar grandes terremotos - Japão
  Quem mais sofre com esses fenômenos são os países pobres, que além de não terem acesso a muitas dessas tecnologias preventivas, não têm condições médico-hospitalares para atender adequadamente suas populações após os estragos de um terremoto.
  Quando os tremores ocorrem no fundo dos oceanos, eles dão origem aos maremotos e podem originar ondas gigantescas que atingem as regiões costeiras: os tsunamis.
Tsunami que atingiu a costa da Indonésia em 2004
  Embora o Brasil se encontre distante de áreas de contato entre placas tectônicas, não está totalmente livre dos tremores de terra. Em nosso país esses tremores, embora de pequena intensidade, ocorrem pela propagação de abalos originados na região andina. Outro fator que tem provocado terremotos no Brasil são as acomodações de estruturas rochosas. Seu alcance, no entanto, é pequeno e raramente ultrapassa os 5 graus na escala Richter. Tremores mais recentes foram registrados no Ceará, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.
Terremoto ocorrido em João Câmara (RN), em 1986 - destruiu grande parte das casas da cidade
AS ERAS GEOLÓGICAS
  A ciência que estuda a constituição e a evolução física da Terra é a Geologia. Nosso planeta surgiu há cerca de 4,5 bilhões de anos e que, no decorrer desse longo período, foi palco de inúmeras transformações, muitas das quais ainda estão sendo pesquisadas.
  Essas transformações, depois de pesquisadas e compreendidas pelos cientistas, possibilitaram uma divisão da idade da Terra em eras geológicas.
  No início, na era denominada Azoica (sem vida), a Terra era formada por gases tóxicos e lavas indandescentes que se solidificaram ao longo do tempo. A era Arqueozoica (vida arcaica) foi marcada por chuvas constantes e intensas, que deram origem aos oceanos e aos primeiros seres vivos. Na era Proterozoica houve uma grande emersão de minerais para a superfície, originando as grandes jazidas de minerais metálicos, como o ferro, o ouro e a prata.
Era Proterozoica - período em que houve a formação dos minerais metálicos
  Na era Paleozoica (vida antiga) ocorreram o surgimento dos peixes e anfíbios e a formação de grandes florestas que, mais tarde, foram sendo recobertas por sedimentos e fossilizadas, dando origem ao carvão mineral.
Era Paleozoica (Ordoviciano) - surgimento dos peixes e anfíbios
  A era Mesozoica (vida intermediária) foi marcada pelo surgimento dos primeiros mamíferos e pelo domínio dos dinossauros. Nessa era muitos animais e vegetais marinhos foram soterrados por sedimentos, o que deu origem ao petróleo. No Brasil ocorreram intensos derrames de lavas vulcânicas.
Era Mesozoica (período Jurássico) - domínio dos dinossauros
  Na atual era, a Cenozoica (vida recente), houve o desenvolvimento dos mamíferos e a formação das cadeias de montanhas (Andes, Rochosas, Himalaia, Alpes) e o surgimento da espécie humana.
Era Cenozoica (Pleistoceno) - surgimento dos mamíferos
AS ROCHAS
  As rochas são aglomerados formados por um ou mais minerais solidificados, enquanto pedra é a denominação dada popularmente aos fragmentos de rochas existentes na superfície terrestre.
  Segundo a sua origem, elas podem ser classificadas como: magmáticas, sedimentares e metamórficas.
ROCHAS MAGMÁTICAS OU ÍGNEAS
  São rochas formadas a partir do resfriamento e consolidação do magma originário do manto da Terra.
  Quando o magma se solidifica lentamente no interior do planeta, dá origem às rochas intrusivas ou plutônicas. O exemplo mais comum desse tipo de rocha é o granito.
Granito - rocha ígnea intrusiva ou plutônica
  Quando o magma expelido pelos vulcões se resfria na superfície terrestre, dá origem às rochas extrusivas ou vulcânicas. O basalto, é o exemplo mais comum desse tipo de rocha.
Basalto - rocha intrusiva ou vulcânica
  Quando o material magmático se espalha entre os vãos existentes entre outras rochas e se consolida a uma pequena profundidade da superfície, ele é denominado de rocha intermediária. Um exemplo desse tipo de rocha é o diabásio.
Diabásio - rocha intermediária
ROCHAS SEDIMENTARES
  Essas rochas se formam a partir da desagregação de outras rochas devido à ação do vento e das águas, principalmente. Os sedimentos são transportados e depositados em áreas mais baixas, sofrendo um processo de compactação. Devido à diferença no processo de erosão e de sedimentação, essas rochas estão dispostas em camadas de acordo com os materiais de origem, como o arenito, o calcário, o carvão mineral, entre outras.
Arenito - tipo de rocha sedimentar
ROCHAS METAMÓRFICAS
  As rochas metamórficas são resultados da transformação (metamorfismo) de uma rocha que já existia. Esse processo geológico ocorre devido às novas condições de temperatura, pressão ou atrito às quais estão submetidas. Um dos exemplos dessa rocha é o gnaisse - originário do granito - e o mármore - originário do calcário.
Mármore - exemplo de rocha metamórfica
OS MINERAIS
  As rochas são agregados naturais de um ou mais minerais. O granito, por exemplo, é um agregado de feldspato, mica e quartzo.
  Com exceção da água e do mercúrio, todos os outros minerais são encontrados naturalmente na forma sólida.
  O petróleo é geologicamente classificado como mineraloide, pois é constituído de matéria orgânica.
Quartzo - exemplo de mineral
  A utilização dos minerais possibilita avaliar a sua importância para a sociedade e permite também classificá-los. Eles são divididos em metálicos, como o ferro, manganês, bauxita, ouro, prata etc., e não metálicos, como o carvão, quartzo, rubi etc.
Bauxita - exemplo de mineral metálico
  Muitos minerais ganharam "status" de metais preciosos, como o ouro, a prata e os diamantes. Por serem raros na natureza e muito valorizados nas trocas comerciais, eles foram motivo de desbravamento de terras e alvo de muitas disputas. No período das Grandes Navegações, entre os séculos XV e XVI, muitos povos nativos da América e da África foram dizimados pelos europeus em busca de metais e de pedras preciosas.
Ouro - símbolo de riqueza e de problemas
  Com a Revolução Industrial, no fim do século XVIII, a necessidade de minerais se intensificou. A partir desse período outros recursos minerais passaram a ter importância, como o carvão mineral, usado como combustível para mover máquinas, e, posteriormente, o petróleo.
Carvão mineral - principal fonte de energia da Revolução Industrial
AS RESERVAS MINERAIS
  As reservas minerais não se distribuem de maneira regular pelo globo. Muitos países apresentam um subsolo rico em jazidas.
  Apesar de muitos países pobres possuírem grandes reservas minerais, nem sempre suas populações são as maiores beneficiadas com essas riquezas. Um exemplo disso são as nações do Oriente Médio, ricas em petróleo, mas cuja exploração não é revertida para a melhoria das condições de vida da maior parte de seus habitantes.
Produção de petróleo no Oriente Médio
  O Brasil possui grandes reservas de minerais em função da sua extensão territorial e das suas características geológicas. Destacam-se as reservas de ferro, bauxita (alumínio), estanho, ouro, petróleo, manganês, entre outras. Os minerais são de grande importância para a economia brasileira, pois, além de servirem para a produção de inúmeros bens industrializados, eles também são exportados para outros países, contribuindo para elevar o PIB brasileiro.
Mapa dos principais recursos minerais do Brasil
FONTE: Bigotto, José Francisco. Geografia sociedade e cotidiano: fundamentos do espaço geográfico, 6º ano / José Francisco Bigotto, Márcio Abondanza Vitielo, Maria Adailza Martins de Albuquerque. 2. ed. São Paulo: Escala Educacional, 2009.

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