As colônias israelenses ou colonatos israelitas são assentamentos ilegais construídos a partir de 1968, no Egito, Jordânia, Líbano, Síria e na Palestina, em territórios ocupados por Israel durante a Guerra dos Seis Dias (ocorrida em 1967, que envolveu Israel e os países árabes citados). Desde então, esses territórios são controlados pelo Estado judeu. A ocupação dos territórios não é reconhecida internacionalmente e esses assentamentos estão localizados em três áreas principais:
- Cisjordânia - território sob ocupação militar de Israel e parcialmente sob o controle da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
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Geva Binyamin - assentamento judeu na Cisjordânia |
- Jerusalém Oriental - em 1980, através da chamada Lei de Jerusalém, a parte oriental da cidade foi anexada formalmente por Israel, que considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital, "única e indivisível". Para a comunidade internacional, todos os assentamentos judaicos na parte oriental de Jerusalém são ilegais, conforme a Resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU. Os palestinos desejam que esta parte da cidade seja a capital do futuro Estado da Palestina.
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Assentamento judeu na parte oriental de Jerusalém |
- Colinas de Golã - reclamadas pela Síria e integradas ao sistema administrativo israelense desde 1981 por meio da Lei de Golã, as colônias fazem parte do Distrito Norte de Israel e tem um papel estratégico, pois nessa área encontra-se as nascentes do rio Jordão.
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Assentamento judaico nas Colinas de Golã |
Existiram também outros 18 assentamentos judeus na Península do Sinai, mas após os acordos de Camp David, envolvendo Israel e Egito, esses assentamentos foram removidos para a Faixa de Gaza e para a Cisjordânia.
Em novembro de 2009, cerca de 400 mil israelenses viviam na Cisjordânia, em 168 assentamentos oficialmente reconhecidos. Outros 280 mil viviam em Jerusalém Oriental. Esses assentamentos tanto podem ser fazendas comunitárias como vilarejos de fronteira, com algumas centenas de habitantes, ou verdadeiras cidades, como Ariel.
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Ariel - Israel |
No caso de Jerusalém Oriental, trata-se de bairros dentro da cidade. Os três maiores assentamentos - Modi'in Illit, Maale Adumim e Beitar Illit - são cidades com população superior a 30.000 habitantes
Em 23 de março de 2010, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netahyahu, declarou, em Washington, que "se os americanos apoiam os pedidos irracionais feitos pelos palestinos com relação ao congelamento das colônias em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, o processo político de paz poderia correr o risco de ficar bloqueado por um ano".
No dia seguinte, Israel anunciou a construção de mais 20 habitações para judeus o território ocupado de Jerusalém Oriental, no bairro árabe de Sheik Jarrah. Teria sido a primeira de um total previsto de cem unidades habitacionais. O projeto teria sido um empreendimento financiado pelo milionário judeu americano Irving Moskowitz.
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Bairo árabe Sheik Jarrah, em Jerusalém Oriental |
Em 18 de fevereiro de 2011, os Estados Unidos vetaram um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU, apresentado pelos países árabes, que condenava o Estado de Israel por promover a construção de assentamentos judeus em territórios palestinos. O texto proposto reafirmava que todas as atividades israelenses relacionadas aos assentamentos nos Territórios Palestinos Ocupados, inclusive em Jerusalém Oriental, eram ilegais e constituíam um grande obstáculo para alcançar a paz com base na solução dos dois Estados - Israel e Palestina.
A medida recebeu o apoio de mais de 100 países. Dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, 14 votaram a favor, inclusive o Brasil. Somente os Estados Unidos posicionaram ao lado dos israelenses, e vetaram a resolução.
Os Estados Unidos dizem condenar a expansão dos assentamentos, mas consideram que levar o caso à ONU dificulta ainda mais a retomada do processo de paz.
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Assentamento israelense em Maale Adumim |
Os árabes já esperavam o veto americano, mas a proposta foi apresentada justamente para mostrar o isolamento dos Estados Unidos em seu apoio a Israel.
No dia 23 de dezembro de 2016, o Conselho de Segurança da ONU declarou que condena os assentamentos israelenses em território palestino. A decisão é fruto de uma abstenção inédita dos Estados Unidos, que teriam o poder de vetar a resolução.
Segundo o comunicado do órgão das Nações Unidas, os assentamentos de Israel em território palestino são ilegais de acordo com as leis internacionais e inviabilizam uma solução pacífica para os dois povos. Aprovada por 14 votos a zero, com apenas uma abstenção (a dos Estados Unidos), a resolução exige que Israel imediatamente "cesse todas as atividades de assentamento no território palestino ocupado, incluindo Jerusalém Oriental".
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Assentamento israelense em Modi'in Illit |
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu imediatamente, afirmando que "não vai tolerar os termos da decisão" e classificando a posição da ONU no conselho como "anti-israelense".
Do outro lado, para o porta-voz do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, a resolução foi "um grande golpe para a política israelense".
A publicação da resolução da ONU só foi possível depois que os Estados Unidos, contrariando suas posições recentes, se recusaram a vetá-la.
O texto afirma que os assentamentos judaicos são uma "flagrante violação do direito internacional e um grande obstáculo para a concretização da solução de dois Estados e uma de paz justa, duradoura e abrangente".
A resolução original, de autoria do governo egípcio, foi postergada depois de Israel pedir ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para intervir a seu favor. Mas depois foi proposta novamente por um conjunto de países formados por Malásia, Nova Zelândia, Senegal e Venezuela.
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Assentamento israelense em Beitar Illit |
A questão é uma das mais controversas entre israelenses e palestinos. Cerca de 500 mil judeus vivem em aproximadamente 140 assentamentos construídos desde a ocupação de Israel, em 1967, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Os assentamentos são considerados ilegais de acordo com leis internacionais, embora Israel conteste esta visão.
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Jerusalém - cidade sagrada para as três principais religiões monoteístas do globo: cristianismo, judaísmo e islamismo |
FONTE: G1: O portal de notícias da Globo