terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

  O Mato Grosso do Sul, junto com Mato Grosso e Goiás, corresponde a um importante espaço agrícola brasileiro. Mato Grosso do Sul foi desmembrado de Mato Grosso em 1977 pelo então presidente Ernesto Geisel. Atualmente, devido ser uma importante área de fronteira agrícola, é um dos estados que mais têm atraído população, principalmente gaúchos, paranaenses e catarinenses.
História
  Grande parte do atual estado do Mato Grosso do Sul era conhecida como Itatim (pedra branca). No local houve reduções jesuíticas ligadas ao Colégio Jesuítico de Assunção (1598) com a finalidade de converter e reduzir os índios itatines, falantes da língua Guarani.
  A ocupação humana do estado do Mato Grosso do Sul iniciou-se por volta de 10.000 a.C., através dos primeiros habitantes indígenas, ancestrais dos ameríndios contemporâneos Guaranis, Terenas, Caiouás e Caiapós, tendo, através dos anos, novos povos se estabelecidos na região.
Índios Caiapós - estão entre os primeiros habitantes do Mato Grosso do Sul.
  O primeiro europeu a pisar no solo sul-matogrossense foi Aleixo Garcia, que objetivava chegar ao império Inca por meio do rio Paraguai, atingindo a região onde hoje se encontra o atual município de Corumbá por volta de 1524.
  Entre os anos de 1537 e 1538, o espanhol Juan Ayolas e seu acompanhante Domingos Martínez de Irala também estiveram na região de Corumbá, bem como Álvar Nuñez Cabeza de Vaca, em 1542 e 1543, todos desejando atingir o Império Inca.
  Em 1579, foi fundada a comunidade de Xerez, nas proximidades dos rios Miranda e Aquidauana. Esse povoamento foi destruído pelos índios Guaicurus. Na década de 1610 uma missão jesuítica se expandiu de Assunção, no Paraguai, até o sul do Mato Grosso do Sul, tendo aldeado as comunidades indígenas do Itati, no território sul-matogrossense. Essa missão tinha o apoio do governo espanhol e da Igreja Católica, cuja intenção era assegurar o controle do vale do rio Paraguai e articular as missões de Itatim com as de Mojos e Chiquitos, de modo a assegurar a proteção ao altiplano das minas na atual Bolívia. Estas missões foram destruídas entre os anos de 1630 e 1640 pelos bandeirantes.
Ponte sobre o rio Miranda, em Jardim - MS
  O município de Coxim surgiu em 1729 sob o nome de Belliago, que servia de apoio às monções que iam de São Paulo ao norte de Mato Grosso. Em 1774 foi fundado um povoado na foz de Ipané e, em 13 de setembro de 1775 foi oficialmente fundado o Forte Coimbra, objetivando promover a defesa da região. Em 1778 foi fundado os alicerces do Presídio de Nossa Senhora do Carmo do Mondego, mais tarde conhecido como Presídio de Miranda. O povoado de Miranda surgiu às margens dessa fortificação, porém, devido ao difícil acesso, ele foi pouco povoado. Nesse mesmo ano, o Sargento-mor Marcelino Rois Camponês, que tinha comandado uma expedição à região, adquiriu a posse do território, fundando um povoado no local e batizando-o de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, atual Corumbá.
Igreja de Nossa Senhora da Candelária, em Corumbá - MS
  Em 1829, uma expedição enviada por João da Silva Machado, mais conhecido por Barão de Antonina, e chefiada pelo sertanista Joaquim Francisco Lopes, visando a expansão dos campos de pecuária do vale do rio São Francisco, atravessou o rio Paraná e fez contato com os índios Ofaiés à altura de Três Lagoas, fundando o Arraial de Sete Fogos, que mais tarde se tornaria Paranaíba. Um ano mais tarde tem início o povoamento das terras que hoje constituem o atual estado do Mato Grosso do Sul, dando um novo impulso a antigas povoações como Miranda, Corumbá e Arraial de Belliago, que depois passou a se chamar Coxim. Em 1835 surge o primeiro movimento migratório para a região da colônia de Dourados - Rio Brilhante, nos "Campos de Vacaria".
Igreja matriz de Miranda - MS
  Em 1850 aconteceu a solenidade de fundação de um forte localizado no sopé do morro chamado Pão de Açúcar. Nesse mesmo ano, as tropas paraguaias cercaram essa construção e abriram fogo contra ela, obrigando os soldados a se retirarem. Os índios guaicurus, que viviam nas proximidades do forte e eram inimigos dos paraguaios, tentaram socorrer os brasileiros, porém, tudo já estava destruído. Revoltados, os índios subiram o rio Paraguai e atacaram o Forte Olimpo. Em 1858, a Missão Rio Branco, tendo a frente José Maria da Silva Paranhos, mais conhecido por Visconde de Rio Branco, foi a Assunção firmar uma convenção que liberava a navegação dos rios Paraguai e Paraná para navios de guerra do Brasil e do Paraguai.
Visconde do Rio Branco (1819-1880)
  A situação na Bacia Platina, que ditaria os rumos no sul do Mato Grosso, agravou-se devido aos acontecimentos no Rio Grande do Sul e no Uruguai. A então província do Rio Grande do Sul permanecia instável desde o fim da Revolução Farroupilha, uma vez que esta terminara por negociação política e não por uma derrota armada infligida pelo Governo Imperial aos revoltosos. Simultaneamente, o Uruguai encontrava-se em guerra civil: os blancos, do partido do presidente Atanásio da Cruz Aguirre, tentavam sufocar a oposição dos colorados, partido de Venâncio Flores.
  Com o agravamento dos conflitos no Uruguai, tornaram-se comuns perseguições e saques que atravessavam a fronteira do território brasileiro, uma vez que eram numerosas as famílias de origens brasileiras naquele país. Após o ultimato feito pelo governo brasileiro - comandado pelo Imperador Dom Pedro II - para que o governo uruguaio consertasse a situação no país, ultimato este que não foi aceito, o Exército brasileiro, a pedido de Venâncio Flores, invadiu o Uruguai em agosto de 1864 e, pouco mais de nove meses, a operação das tropas brasileiras pacificou o país e depôs Atanásio da Cruz Aguirre.
Fortaleza da cidade de Paysandu, no Uruguai, após o cerco em 1865
A Guerra do Paraguai
  O ditador paraguaio Francisco Solano López, utilizando a intervenção no Uruguai como motivação para o sequestro do navio brasileiro Marquês de Olinda e a captura do presidente da província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos, invadiram o território do sul do Mato Grosso dando início a Guerra do Paraguai. O objetivo de Solano López era promover uma política expansionista, anexando regiões da Argentina, do Uruguai e do Brasil, principalmente o Rio Grande do Sul e o Mato Grosso, e ganhar acesso ao Oceano Atlântico.
Solano López (1827-1870)
  Em dezembro de 1864, o sul do Mato Grosso, na colônia de Dourados, foi invadido por Isidoro Resquim, que era um espião paraguaio. Resquim era um grande conhecedor das tropas brasileiras devido aos seus trabalhos de espionagem. Havia uma guarnição de soldados brasileiros sob o comando de Antônio João Ribeiro. Os brasileiros resistiram até o último soldado e, quando o último soldado brasileiro foi morto, as tropas paraguaias invadiram a região.
  Durante a Guerra da Tríplice Aliança, quando o Brasil se uniu à Argentina e ao Uruguai para combater o Paraguai, o sul do Mato Grosso foi palco de alguns dos mais dramáticos episódios da guerra. Após a invasão paraguaia no sul dessa província, o governo Imperial brasileiro enviou um contingente militar terrestre para combater os invasores.
Mapa da Guerra do Paraguai
  Em abril de 1865, uma coluna partiu do Rio de Janeiro e se juntou a reforços em Uberaba, Minas Gerais, e percorreu mais de dois mil quilômetros a pé até alcançar Coxim. Essa cidade encontrava-se deserta e saqueada, bem como Miranda e outros povoados do sul do Mato Grosso. Suas populações haviam fugido, sido mortas ou se tornadas reféns das tropas paraguaias, sendo obrigadas a realizarem trabalhos forçados.
  Em janeiro de 1867, as tropas brasileiras atravessaram a fronteira paraguaia, conseguindo chegar à Laguna em abril. Atingidas por doenças, como beribéri, cólera e tifo, essas tropas foram obrigadas a se retirarem devido aos constantes ataques da cavalaria paraguaia, que utilizavam táticas de guerrilha à moda indígena, infligindo perdas severas aos brasileiros.
  Após a Batalha Naval do Riachuelo e a rendição de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, os confrontos passaram a ser todos em solo paraguaio. A Guerra teve fim em 1 de março de 1870, com a captura de Solano López.
Batalha de Riachuelo
  Com o fim da guerra começou a acelerar o povoamento do sul do Mato Grosso. No centro e oeste do Mato Grosso do Sul, encontravam-se propriedades e povoados abandonados ou destruídos, estando as populações dispersas e abatidas pela fome, miséria e doenças.
  A única região em que a vida continuou regular foi a região leste e nordeste, onde a família Garcia Leal (importante família que dominava o sudoeste de Minas Gerais e da Bahia, o oeste de São Paulo, o sudeste de Goiás e o leste do Mato Grosso do Sul) e seus agregados aos poucos se expandia ao sul da cidade de Paranaíba, onde na década de 1880 colonizaram a área onde hoje se encontra o município de Três Lagoas. Ao contrário do que aconteceu com o restante das terras sul-matogrossenses, as propriedades desta região nunca se encontraram devolutas ou improdutivas devido à guerra.
Igreja Matriz de Santo Antônio, em Campo Grande - MS, na década de 1930
  Os soldados que estiveram no sul do Mato Grosso durante a Guerra do Paraguai, ao retornarem para suas províncias de origem, relataram as gigantescas terras devolutas de vacarias existentes na região. Com isso, iniciou-se um massivo processo de migração regional para a área, com povoadores sobretudo oriundos de províncias como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. Datam deste período a ocupação de municípios como Campo Grande e Sidrolândia, assim como a reocupação da área de Dourados. Nessas localidades estabeleceram-se extensas fazendas de pecuária que faziam uso do pasto nativo existente na região. Assim, em meio à falta de perspectiva que abatia o sul-matogrossense, criavam-se oportunidades, especialmente devido à presença de terras férteis em grande quantidade e às possibilidades de atividades extrativas. O crescente comércio internacional foi fator predominante para a reocupação da fronteira oeste brasileira devido a dois importantes ciclos: o da erva-mate e do gado.
Sidrolândia - MS
O ciclo da erva-mate
  No ano de 1872, uma comissão mista formada por brasileiros e paraguaios re-desenharam os limites entre os dois países, sob a liderança de Thomás de Larangeira. Quando do final dos trabalhos de demarcação, no ano de 1874, Thomás Larangeira trouxe do Rio Grande do Sul especialistas em erva-mate para que pudesse dar o início aos trabalhos nos ervais, tendo contratado, também, mão de obra paraguaia. Dez anos mais tarde, por intermédio do Barão de Maracaju, recebeu concessão para explorar legalmente aquelas terras, que até então se encontravam devolutas. Devido ao grande mercado consumidor do produto, principalmente no Uruguai e na Argentina, o negócio mostrou-se, desde o começo, bastante lucrativo.
Trabalhadores explorando a erva-mate na década de 1890
  No ano de 1892, Thomás Larangeira associou-se aos Murtinho, uma família tradicional de políticos do sul do Mato Grosso, e criou a Companhia Matte Larangeira, passando a utilizar o Porto Murtinho, localizado às margens do rio Paraguai, para despachar o mate para a Argentina. Devido a associação com importantes famílias políticas de Mato Grosso, Thomás Larangeira e sua companhia, sempre tiveram privilégio na exploração dos ervais sul-matogrossenses, a começar pelo fato de que trabalhavam de maneira privada em terras que não lhes pertenciam.
  Com o povoamento do sul do atual Mato Grosso do Sul, começaram a ocorrer tensões entre os colonos e a empresa, uma vez que o interesse nas terras exploradas pela Matte Larangeira aumentou significativamente. Os coronéis da região sul do atual Mato Grosso do Sul passaram a desejar o reconhecimento de posse da terra ocupado por eles nas vizinhanças dos ervais que ainda não tinham sido exploradas pela Companhia Matte Larangeira. Em oposição às regalias dadas à companhia pelo governo estadual, que nunca daria a eles a posse da terra enquanto a Matte Larangeira ali existisse, os coronéis do sul uniram-se à oligarquia do norte do estado, rivais da Matte Larangeira.
  Neste complexo conflito de interesses iniciaram-se as ideias divisionistas no sul do Mato Grosso. Os coronéis do sul do Mato Grosso do Sul passaram, a partir da formação da aliança com a oligarquia do norte, a fazer oposição armada ao governo estadual e a Matte Larangeira.
Antiga sede da Companhia Matte Larangeira
A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil
  Nas primeiras décadas do século XX, com o advento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, considerada um sinônimo de desbravamento da região oeste brasileira, foi notável o aumento da proximidade do sul-matogrossense com o estado de São Paulo. Enquanto o sul do Mato Grosso estava ligado diretamente à capital paulista por vias férreas, rodoviária e fluvial, a capital do estado, Cuiabá, era ligada a uma estrada precária. Dessa maneira, com o estabelecimento das viagens de trem entre São Paulo e o Mato Grosso do Sul, o aumento de migrantes dinamizou a economia sul-matogrossense, vinculando-a à São Paulo e permitindo a expansão de cidades cuja atividade principal era a pecuária, como Três Lagoas e Campo Grande.
  Simultaneamente, embora continuasse a estar ligada aos principais centros comerciais da Bacia do Prata, como Buenos Aires e Montevidéu, através do rio Paraguai, Corumbá, que na década de 1930 possuía vinte e cinco bancos internacionais e a libra esterlina como moeda corrente, começou a ver sua economia decair. Isso se deveu ao fato de que a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil transferiu o eixo econômico do rio Paraguai, Corumbá e Cuiabá para Campo Grande, Três Lagoas e o leste do estado.
Ponte Francisco de Sá na década de 1920 - liga o estado de São Paulo ao Mato Grosso do Sul
  Entre outros benefícios trazidos pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil estavam o crescimento da região sul do Mato Grosso, a urbanização dessa região, as mudanças socioeconômicas, a transferência, em 1920, do Comando da Circunscrição Militar Estadual de Cuiabá para Campo Grande, entre outros.
  Devido ao aumento do contingente militar no sul, as oligarquias sul-matogrossenses, insatisfeitas com a aliança anterior com a oligarquia do norte, de que haviam participado para alcançar seus fins divisionistas, aliaram-se aos militares, submetendo-se à influência paulista de forma a fortalecer suas causas de divisão estadual. Ao mesmo tempo, juntavam-se a este movimento as novas lideranças dos profissionais urbanos. A causa, assim, expandia-se para além dos ervais.
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em Campo Grande, na década de 1950
A Revolução Constitucionalista de 1932 - o Estado de Maracaju
  A partir da década de 1930, as forças divisionistas do sul, de maneira mais organizada, passaram a realizar pressões junto ao Governo Federal. Quando da Revolução Constitucionalista de 1932, a região sul-matogrossense aderiu ao movimento sob a condição de que, em caso de vitória dos revoltosos, obteria a separação do norte. Os militares rebelados, sob o comando de Bertoldo Klinger, comandante da Circunscrição Militar de Mato Grosso, que funcionava em Campo Grande, instalaram no sul-matogrossense um governo dissidente sob a liderança de Vespasiano Martins, então prefeito de Campo Grande.
  Após três meses de luta, em que o sul do estado de Mato Grosso autodenominou-se "Estado de Maracaju", os divisionistas (constitucionalistas) foram derrotados, não se cumprindo, assim, a promessa de divisão. Esta revolução, no entanto, divulgou o movimento divisionista, tendo Campo Grande se tornado o centro político, com cidades como Três Lagoas e o Bolsão Sul-Matogrossense apoiando-o.
Palácio Maracaju - localizado em Campo Grande, foi a sede do Governo de Maracaju
A Marcha para o Oeste
  Dois anos após o fim da Revolução Constitucionalista, jovens estudantes do sul do Mato Grosso aproveitaram a oportunidade da elaboração da Constituição de 1934 para fundar a Liga Sul-Matogrossense e conquistar, através de um abaixo-assinado, o apoio dos sul-matogrossenses para um manifesto que seria encaminhado ao presidente do Congresso Nacional Constituinte visando sensibilizar os constituintes de forma a que eles, na elaboração da Constituição, aprovassem a divisão do Estado do Mato Grosso. Assim, a Liga Sul-Matogrossense acabou por acender a campanha divisionista no sul matogrossense, coletando mais de treze mil assinaturas.
  Apesar do grande número de assinaturas, o abaixo-assinado não surtiu efeito, pois não houve a divisão de Mato Grosso. Em vez disso, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, preocupado com a ordem na região fronteiriça, criou, em 1943, o Território de Ponta Porã, aumentando significativamente o contingente de militares no sul do Mato Grosso, além de criar o nacionalista projeto "Marcha para o Oeste". Esse projeto tinha como objetivo incentivar o projeto e a ocupação do Centro-Oeste, incentivando as pessoas a ocuparem os grandes vazios demográficos por meio de absorção dos excedentes populacionais que faziam pressão no Centro-Sul do país, encaminhando-os para áreas que produziam matérias-primas e gêneros alimentícios a baixo custo para subsidiar a implantação da industrialização no Sudeste.
Comparação entre a divisão administrativa do Brasil em 1940 e 1945
  Até a segunda metade do século XX, o Brasil Central continuava a ser uma área desconhecida para a maior parte dos brasileiros, carregando ares mitológicos devido a seu território pouco desbravado e hostil. O vazio demográfico do Mato Grosso do Sul passou a servir de atrativo para empresas colonizadoras entusiasmadas com o sucesso de suas similares empreitadas nos estados de São Paulo e Paraná. No Paraná, a Companhia de Terras do Norte do Paraná foi responsável, nas décadas de 1920 e 1930, por toda a colonização de sua região oeste, compreendendo hoje municípios como Maringá e Londrina, através de um sistema de pequenos loteamentos rurais para imigrantes que escapavam das dificuldades econômicas e conflitos da Primeira e Segunda guerras mundiais.
  Como no oeste do Paraná, em Mato Grosso do Sul, onde a terra era farta e barata, essas companhias desenvolveram colônias que variavam de 20 a 30 hectares. Influenciado pelos empresários que se sucederam nesse tipo de empreendimentos, o imigrante tcheco e proprietário da Companhia Viação São Paulo/Mato Grosso, Jan Antonin Bata, comprou 6.000 km² na área dos atuais municípios de Batayporã, Bataguassu e Anaurilândia. O objetivo de Jan Antonin Bata era criar sociedades comunais em áreas rurais, onde parte das famílias dos operários de suas fábricas de calçados se dedicaria à agropecuária em pequenas propriedades, juntando-se a eles os próprios funcionários das fábricas no final de cada dia para ajudar no trabalho agrícola. O empresário já tinha tentado um projeto similar em 1941, no município paulista de Batatuba, porém, devido ao preço da terra ser elevado ele desistiu do negócio.
Jan Antonin Bata (1898-1965)
  O grande crescimento populacional de Mato Grosso do Sul deve-se, principalmente, à campanha do governo de Getúlio Vargas, uma vez que os modelos de cidades como Bata e Hoffig se baseavam em populações  pequenas, em torno de dez mil pessoas. Ao mesmo tempo em que se iniciam os empreendimentos de Bata, na década de 1940, o governo de Getúlio Vargas ordenou a criação de seis territórios no Brasil - cinco deles na região oeste -, que seriam administradas diretamente pelo Governo Federal. Um desses territórios foi o Território de Ponta Porã, que abrangia os municípios de Dourados, Porto Murtinho, Miranda, Nioaque, Bela Vista, Maracaju e Bonito, sendo Ponta Porã, sua capital. O território foi extinto em 18 de setembro de 1946 pela Constituição desse ano. Campo Grande, a cidade da qual emanava o movimento divisionista, foi mantida fora desse território.
  Dentre os resultados do projeto Marcha para o Oeste esteve o apaziguamento dos divisionistas e seu envolvimento na política do Governo Vargas, além da regularização das terras dos ocupantes dos ervais da Companhia Matte Larangeira.
Em vermelho o Território de Ponta Porã
A divisão
  Na década de 1950, ocorreu um aumento na importância do leste do estado, uma vez que o Bolsão Sul-Matogrossense começava a exercer influência política ao nível estadual, tanto no norte, quanto no sul. A chegada de Pedro Pedrossian, que nasceu em Miranda, ao governo do Mato Grosso em 1965, aumentou o desejo de divisão do estado do Mato Grosso. Para aumentar o desejo dos divisionistas, o governo federal, com base na lei n° 20, estabeleceu, em 1974, a legislação básica do período da ditadura militar para a criação dos estados e territórios brasileiros, reacendendo, assim, a campanha pela autonomia do sul matogrossense.
  No dia 11 de outubro de 1977, o presidente Ernesto Geisel assinou a Lei Complementar 31, que criou o Estado do Mato Grosso do Sul, em área desmembrada do estado do Mato Grosso.
Carreata em Campo Grande em comemoração à criação do Estado do Mato Grosso do Sul, em 11 de outubro de 1977
  Na década de 1980, o governo estadual procurou voltar-se para os problemas sociais, a educação e a saúde. Foi instalada a primeira companhia da Polícia Florestal, cujo principal objetivo era reduzir as ações predatórias no Pantanal, área de atuação criminosa de empresas pesqueiras e de caçadores. Foi criada também o Grupo de Operações de Fronteira (GOF) para reprimir o tráfico de drogas, o contrabando e a caça ilegal de animais silvestres nos 400 km de fronteiras com a Bolívia e o Paraguai. Em 1986 foi asfaltada a estrada que liga Campo Grande a Corumbá.
  Na década de 1990 cresceram as perspectivas de desenvolvimento econômico, ganhando grande impulso o turismo ecológico. Os projetos agropecuários ganharam grande importância no Estado, principalmente no final da década de 1990 e início do século XXI.
O turismo ecológico é uma importante fonte de renda para o MS
ASPECTOS NATURAIS DO MATO GROSSO DO SUL
  O arcabouço geológico de Mato Grosso do Sul é formado por três unidades geotectônicas distintas: a Plataforma Amazônica, o Cinturão Metamórfico Paraguai-Araguaia e a Bacia Sedimentar do Paraná. Nessas unidades visualizam-se dois conjuntos estruturais: o primeiro, mais antigo, com dobras e falhas, está localizado em terrenos pré-cambrianos; o segundo, em terrenos fanerozóicos, na bacia sedimentar do Paraná.

Mapas geológicos do Mato Grosso do Sul
  No que tange ao aspecto pedológico do Mato Grosso do Sul, foram identificados e caracterizados vinte e cinco classes de solos, com variações na fertilidade natural, as quais são encontradas sob diferentes condições de relevo, erosão, drenagem, vegetação e uso. Os solos de maior ocorrência no Estado são os latossolos, apresentando-se normalmente com textura média e caráter álico, ocupando basicamente a área da Bacia do Paraná, estando amplamente distribuídas na porção central do Estado, estendendo-se ao sul e nordeste e apresentando uma grande variação entre as diferentes classes, destacando-se o Latossolo Vermelho-Escuro ou Latossolo Roxo (que se concentra na região sul do estado) e o Latossolo Vermelho-Amarelo.
  Na porção centro-oeste do Mato Grosso do Sul, verifica-se a ocorrência disseminada de Areias Quartzosas, que compreendem aos solos bastante arenosos, bem drenados e com baixa fertilidade natural, encontrados também margeando as serras de Aquidauana, Maracaju e do Pantanal, sendo a segunda classe de solo com maior expressividade no Estado.
Mapa da fertilidade do solo no Mato Grosso do Sul
  Com relação à Bacia do Paraná, tem-se a ocorrência de solos hidromórficos diversos, com características distintas, apresentando em comum baixa fertilidade natural, textura arenosa e intensa influência exercida pela água, seja através do transbordamento de corpos d'água, seja pela subida do lençol freático à superfície.
  Na área da Depressão do Pantanal, ocorrem amplamente os solos Podzol Hidromórfico, Planossolo e Glei Pouco Húmico. Na região periférica à Depressão, ocorrem vários tipos de solos, como o Solonetz Solodizado, o Regossolo e as Rendizinas, localizados no sudoeste do Estado, e que margeia uma ampla faixa do rio Paraguai, desde Corumbá até Ponta Porto Murtinho. Próximo à Corumbá, ocorrem ainda o Brunizém Avermelhado e o Vertissolo.
  Outros solos de menor ocorrência são os Podzólicos, os Glei Húmico e os solos orgânicos, entre outros.
Uso e ocupação do solo no Mato Grosso do Sul
  No que tange ao relevo, no Estado não ocorrem grandes altitudes, sendo que as duas principais formações montanhosas são as serras da Bodoquena e de Maracaju, que formam os divisores de águas das bacias dos rios Paraguai e Paraná. As altitudes médias no Mato Grosso do Sul varia de 200 a 600 metros. O ponto culminante do Estado é o Morro Grande, mais conhecido como Morro do Urucum ou Maciço do Urucum, com 1.165 metros, localizado no município de Corumbá. Esse morro possui uma grande reserva de minério de ferro e de manganês.
Maciço do Urucum
  O planalto da Bacia do Paraná ocupa toda a porção leste do estado. Constitui uma projeção do Planalto Meridional, grande unidade do relevo que domina a região sul do país. Apresenta extensas superfícies planas, com 400 a mil metros de altitude. Já a baixada do rio Paraguai, domina a região oeste, com rupturas de declives ou relevos residuais, representado por escarpas ou morrarias (série de morros).
  Estendendo-se por uma vasta área do noroeste do estado, encontra-se a baixada do rio Paraguai, parte da grande depressão que separa, no centro do continente, o Planalto Brasileiro, a leste, da Cordilheira dos Andes, a oeste. Sua maior porção é formada por uma planície aluvial sujeita a inundações periódicas, a Planície do Pantanal, cujas altitudes oscilam entre 100 e 200 metros. Em meio à planície do Pantanal ocorrem alguns maciços isolados, como o de Urucum.
Mapa altimétrico do Mato Grosso do Sul
  Na maior parte do território do Mato Grosso do Sul predomina o clima do tipo tropical ou tropical de altitude, com chuvas concentradas no verão e um inverno seco, caracterizado por médias termométricas que variam entre 25°C na Baixada do Paraguai e 20°C nas áreas de planalto. No extremo meridional ocorre o clima subtropical em virtude de uma latitude um pouco mais elevada e do relevo de planalto.
  As geadas são comuns no sul do Estado, registrando em média três ocorrências do fenômeno por ano.
Mapa da variação climática do Mato Grosso do Sul
  O território do Mato Grosso do Sul é drenado a leste pelos sistemas dos rios Paraná, sendo seus principais afluentes os rios Sucuriú, Verde, Pardo e Ivinhema. No oeste é drenado pelo rio Paraguai, cujos principais afluentes são os rios Taquari, Aquidauana e Miranda. Pela bacia do rio Paraguai escoam as águas da planície do Pantanal e terrenos periféricos, ocorrendo, nas regiões mais baixas, inundações anuais de longa duração.
Mapa da hidrografia do Mato Grosso do Sul
  De novembro a março o Pantanal vive o período das cheias, quando as depressões são inundadas e formam-se extensos lagos, reconhecidos como Baías. Alguns desses lagos são alcalinos, apresentando diferentes cores e suas águas, de acordo com as algas que ali se desenvolvem, criam tonalidades de verde, amarelo, azul, vermelho ou preto. Esses lagos também se interligam  ou não pora pequenos rios perenes ou periódicos.
  Nas enchentes ocorre uma interligação entre rios, onde a terra enriquecida pelo húmus, se transforma em rica fonte de alimentos para a flora e a fauna. Na estação da vazante (de abril a outubro), os rios começam a baixar seus leitos, formando "corixos" ou baías que retém grande quantidade de peixes, fenômeno este conhecido como "lufada". De julho a setembro, a terra é mais seca e a temperatura amena, chegando a esfriar na noite. No início das chuvas (de outubro a dezembro) o calor é intenso, os rios começam a inundar as terras baixas, os mosquitos proliferam e os mamíferos migram para as terras altas.
Pantanal durante a cheia
  Os cerrados cobrem a maior parte do estado do Mato Grosso do Sul, porém, há a presença da Floresta Estacional Semidecidual e também da vegetação rasteira e da Mata Atlântica.
  Na Planície do Pantanal, no oeste do estado, durante o período de cheias do rio Paraguai, a região vira a maior área alagadiça do planeta, onde ocorre um misto de vegetação, que varia desde a Caatinga até plantas da Floresta Amazônica, sendo um dos biomas com maior abundância de biodiversidade do Brasil.
  É grande a fiscalização no Pantanal, no sentido de preservar a biodiversidade da região. A fauna é bastante variada, da qual se destacam os jacarés, crocodilos, sucuris, felinos e um grande número de espécies de aves.
Uma grande variedade de espécies de aves habitam o Pantanal
ECONOMIA
  A região onde o Mato Grosso do Sul está localizado contribui muito para o seu desenvolvimento econômico, pois é vizinho de grandes centros produtores e consumidores do Brasil: Minas Gerais, São Paulo e Paraná, além de fazer fronteira com a Bolívia e o Paraguai, na rota  de mercados potenciais de toda a zona ocidental da América do Sul e se comunica com a Argentina através da Bacia do Rio da Prata.
  A principal área econômica do estado do Mato Grosso do Sul é a do planalto da Bacia do Paraná, com os seus solos florestais e de terra roxa. Nessa região os meios de transporte são mais eficientes e os mercados consumidores da região Sudeste estão próximos.
  A economia do Mato Grosso do Sul se baseia no setor primário, porém, graças ao crescimento do turismo, o setor terciário teve um grande impulso nas últimas décadas.
  O Mato Grosso do Sul possui um dos maiores rebanhos bovinos do país. Além da vocação agropecuária, a infraestrutura econômica existente e a localização geográfica permitem ao Estado exercer o papel de centro de redistribuição de produtos oriundos dos grandes centros consumidores para o restante da região Centro-Oeste e a região Norte do país.
O Mato Grosso do Sul possui um dos maiores rebanhos bovinos do país
  No setor primário a produção é voltada para o plantio de soja, milho, feijão, arroz, café, algodão mandioca, cana-de-açúcar e amendoim. Na pecuária se destacam os rebanhos de bovinos, equinos, suínos, caprinos, bufalinos, aves, entre outros.
  No setor secundário, o Estado possui o maior aglomerado de indústrias da Região Centro-Oeste, destacando-se a produção de fios elétricos, cimento, curtume, cereais, além de ser um dos maiores produtores do Brasil de ferro, graças à jazida de minério de ferro encontrado no Maciço do Urucum, em Corumbá. Há também uma grande produção de manganês, calcário, mármore e estanho.
  O Pantanal é responsável por alavancar a economia do setor terciário, graças à indústria do turismo, principalmente do turismo ecológico. O Pantanal é uma região de belezas naturais, com uma variedade de paisagens e de espécies animais. As principais atrações turísticas do Estado são: o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, localizado nos municípios de Bonito, Jardim e Bodoquena; as cidades de Corumbá, Aquidauana, Miranda, Anastácio e Porto Murtinho, no Complexo do Pantanal; Ponta Porã e Bela Vista, na fronteira com o Paraguai; e as cidades de Costa Rica, Rio Verde e Fátima do Sul.
Aquário natural em Bonito - RS
DADOS SOBRE MATO GROSSO DO SUL
LOCALIZAÇÃO: Região Centro-Oeste
LIMITES: Mato Grosso (ao norte), Goiás e Minas Gerais (nordeste), São Paulo (leste), Paraná (sudeste), Paraguai (sul e sudoeste) e Bolívia (oeste).
CAPITAL: Campo Grande
Visão noturna de Campo Grande - capital do Mato Grosso do Sul
ÁREA: 357.145,836 km² (6º)
POPULAÇÃO (IBGE - 2010): 2.449.024  habitantes (21º)
Estimativa (IBGE - 2014): 2.619.657 habitantes (21º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (IBGE): 7,33 hab./km² (19°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (IBGE 2010):
Campo Grande: 786.797 habitantes
Estimativa (IBGE - 2014): 843.120 habitantes
Campo Grande - capital e maior cidade do Mato Grosso do Sul
Dourados: 196.035 habitantes
Estimativa (IBGE - 2014): 210.218 habitantes
Dourados - segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul
Três Lagoas: 101.791 habitantes
Estimativa (IBGE - 2014): 111.652 habitantes
Três Lagoas - terceira maior cidade do Mato Grosso do Sul
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano (PNUD - 2005): 0,802 (8°)
IDH-M - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (Pnud - Brasil - 2013): 0,729 (10º)
PIB (IBGE - 2012): R$ 54,471 bilhões (17°)
EXPECTATIVA DE VIDA (IBGE - 2013): 74,7 anos (10º)
TAXA DE NATALIDADE (IBGE - 2009): 16,9 / mil (19°)
MORTALIDADE INFANTIL (IBGE - 2010): 17,0/ mil (9°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (IBGE - 2010): 85,64% (6°)
TAXA DE ANALFABETISMO (IBGE - 2010): 7,05% (7°)
PIB PER CAPITA (IBGE - 2012): R$ 21.744,00 (9°)
RELIGIÃO (IBGE - 2010): católicos (59,42%), protestantes (26,4%), sem religião (9,22%), espíritas (1,9%), outras religiões (3,06%).
DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO MATO GROSSO DO SUL
  O Estado do Mato Grosso do Sul é dividido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em quatro mesorregiões, subdivididas em 11 microrregiões e 79 municípios.
  As mesorregiões, com suas respectivas microrregiões e municípios são:
1. Mesorregião do Centro-Norte de Mato Grosso do Sul
  A mesorregião do Centro-Norte do Mato Grosso do Sul é formada por duas microrregiões (Microrregião do Alto Taquari e a Microrregião de Campo Grande), abrigando 16 municípios. A área total dessa mesorregião é de 69.927,629 km², com uma população - de acordo com o censo do IBGE-2010 - de 991.025 habitantes, e estimativa para 2014 de 1.061.909 habitantes. Campo Grande é o principal município dessa mesorregião.
A - Microrregião do Alto Taquari
  A microrregião do Alto Taquari é formada por oito municípios (Alcinópolis, Camapuã, Coxim, Pedro Gomes, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste e Sonora), possui uma área total de 41.666,636 km², e no censo do IBGE - 2010, abrigava uma população de 117.174 habitantes. Para 2014, a estimativa do IBGE é que a região tenha uma população de 120.548 habitantes. Coxim é o principal centro regional dessa microrregião.
Figueirão - MS
B - Microrregião de Campo Grande
  A microrregião de Campo Grande é formada por oito municípios (Bandeirantes, Campo Grande, Corguinho, Jaraguari, Rio Negro, Rochedo, Sidrolândia e Terenos), possui uma área de 28.260,993 km² e, segundo o censo do IBGE - 2010, uma população de 873.851 habitantes. Para 2014, a estimativa, segundo o IBGE é de 941.361 habitantes. Campo Grande, além de ser a capital do Estado é também a principal cidade da microrregião. É a microrregião mais populosa do Mato Grosso do Sul.
Campo Grande - MS
2. Mesorregião do Leste de Mato Grosso do Sul
  A mesorregião do Leste de Mato Grosso do Sul é formada por quatro microrregiões (Cassilândia, Nova Andradina, Paranaíba e Três Lagoas), sendo composta por 18 municípios. A área total dessa microrregião é de 94.011,735 km² e, segundo o censo do IBGE - 2010, sua população era de 381.394 habitantes, com uma estimativa para 2014 de 410.498 habitantes.
A - Microrregião de Cassilândia
  A microrregião de Cassilândia é formada por quatro municípios (Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica e Paraíso das Águas - este, desmembrado em 2013 do município de Costa Rica, é o mais novo município do Estado). A área total da região é de 12.872,381 km², abrigando uma população de 60.309 habitantes (censo do IBGE - 2010), com uma estimativa para 2014 de 67.727 habitantes.
Paraíso das Águas - MS
B - Microrregião de Nova Andradina
  A microrregião de Nova Andradina é composta por cinco municípios (Anaurilândia, Bataguassu, Batayporã, Nova Andradina e Taquarussu), possui uma área de 13.455,907 km², uma população de 88.371 habitantes (censo do IBGE - 2010) e uma estimativa populacional para 2014 de 95.032 habitantes.
Nova Andradina - MS
C - Microrregião de Paranaíba
  A microrregião de Paranaíba é composta por quatro municípios (Aparecida do Taboado, Inocência, Paranaíba e Selvíria), possui uma área de 17.187,171 km² e, no censo do IBGE - 2010, possuía uma população de 76.468 habitantes, com uma estimativa para 2014 de 79.569 habitantes.
Selvíria - MS
D - Microrregião de Três Lagoas
  A microrregião de Três Lagoas é composta por cinco municípios (Água Clara, Brasilândia, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo e Três Lagoas), e possui uma área de 50.496,276 km². De acordo com o censo do IBGE - 2010, sua população era de 156.246, e em 2014 a estimativa é que tenha uma população de 168.170 habitantes.
Água Clara - MS

3. Mesorregião do Sudoeste do Mato Grosso do Sul
  A mesorregião do Sudoeste de Mato Grosso do Sul é formada por três microrregiões (Bodoquena, Dourados e Iguatemi) e abriga 38 municípios, sendo a mesorregião com o maior número de municípios. A área total dessa mesorregião é de 82.428,067 km² e, de acordo com o censo do IBGE - 2010, sua população era de 832.506 habitantes, com uma estimativa para 2014 de 888.997 habitantes.
A - Microrregião de Bodoquena
  A microrregião de Bodoquena é composta por sete municípios (Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Guia Lopes da Laguna, Jardim e Nioaque). A área total dessa microrregião é de 22.610,553 km², sua população, de acordo com o censo do IBGE - 2010, era de 105.254 habitantes e uma população estimada em 2014 de 108.378 habitantes.
Nioaque - MS
B - Microrregião de Dourados
  A microrregião de Dourados é composta por quinze municípios (Amambaí, Antônio João, Aral Moreira,  Caarapó, Douradina, Dourados, Fátima do Sul, Itaporã, Juti, Laguna Carapã, Maracaju, Nova Alvorada do Sul, Ponta Porã, Rio Brilhante e Vicentina), sendo a segunda microrregião com o maior número de municípios. Sua área total é de 37.361,963 km², abrigando uma população, segundo o censo do IBGE - 2010, de 500.919 habitantes, e a estimativa para 2014 é de uma população com 542.454 habitantes.
Amambaí - MS
C - Microrregião de Iguatemi
  A microrregião de Iguatemi é composta por 16 municípios (Angélica, Coronel Sapucaia, Deodápolis, Eldorado, Glória de Dourados, Iguatemi, Itaquiraí, Ivinhema,  Japorã, Jateí, Mundo Novo, Naviraí, Novo Horizonte do Sul, Paranhos, Sete Quedas e Tacuru), sendo a microrregião com o maior número de municípios. A área total dessa microrregião é de 22.455,551 km² e, no censo do IBGE - 2010, a microrregião contava com uma população de 226.333 habitantes, sendo que a estimativa populacional para 2014 é de 238.165 habitantes.
Ivinhema - MS
4. Mesorregião dos Pantanais Sul-Matogrossenses
  A mesorregião dos Pantanais Sul-Matogrossenses é composta por duas microrregiões (Aquidauana e Baixo Pantanal), abrigando sete municípios. A área total dessa mesorregião é de 110.778,182 km², possuindo em 2010, de acordo com o censo do IBGE, uma população de 244.099 habitantes, com estimativa populacional para 2014 de 255.248 habitantes.
A - Microrregião de Aquidauana
  A microrregião de Aquidauana é composta por quatro municípios (Anastácio, Aquidauana, Dois Irmãos do Buriti e Miranda), possuindo uma área de 27.730,298 km², uma população, segundo o censo do IBGE - 2010, de 105.407 habitantes, com uma estimativa para 2014 de 109.410 habitantes.
Aquidauana - MS
B - Microrregião do Baixo Pantanal
  A microrregião do Baixo Pantanal é formada por três municípios (Corumbá, Ladário e Porto Murtinho). A área total dessa microrregião é de 83.047,890 km², contava em 2010 (censo do IBGE) com uma população de 138.692 habitantes e a estimativa populacional para 2014 é de 145.838 habitantes.
Porto Murtinho - MS
FONTE: Perspectiva geografia, 7 / Cláudio Magalhães ... [et al.]. - 2. ed. - São Paulo: Editora do Brasil, 2012. - (Coleção perspectiva)

domingo, 30 de novembro de 2014

AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

  Em geologia considera-se água subterrânea toda a água que ocupa os espaços vazios de uma formação geológica, os aquíferos.
  Os depósitos de água subterrânea são formadas pela infiltração das águas das chuvas nas areias e argilas que constituem o solo e nas fendas das rochas existentes no subsolo (percolação). A profundidade em que se situam e seu tamanho dependem das condições do terreno. Solos arenosos são mais permeáveis que os argilosos e permitem que a água penetre mais profundamente. A presença de cobertura vegetal pode tornar permeável mesmo os solos argilosos, pois o húmus formado pela decomposição da matéria vegetal faz com que as partículas de argila se agreguem, dando origem a grãos maiores de terra e com maiores espaços entre eles.
  Nem toda água que está embaixo da terra é considerada como água subterrânea por haver uma distinção daquela que ocupa o lençol freático, que é chamada de água de solo e tem maior interesse para a agronomia e botânica.
  Para que as águas se acumulem e formem os grandes reservatórios, chamados aquíferos, é necessário que as rochas situadas abaixo da superfície tenham fendas para permitir a passagem da água, assim como é preciso que exista um espaço no subsolo capaz de abrigar a água acumulada.
Perfil esquemático de um aquífero
  Quanto mais profundo for o depósito subterrâneo, melhor será a qualidade da água, que terá sido filtrada por várias camadas de solo antes de se acomodar. Calcula-se que os volumes armazenados nos aquíferos são aproximadamente 200 vezes superiores aos disponíveis nos rios e lagos.
  Quando afloram à superfície, essas águas subterrâneas formam nascentes de rios. Muitas vezes, pela pressão das rochas que se situam sobre os aquíferos, a água jorra para a superfície.
  As águas subterrâneas são identificadas de duas formas: a primeira chamada de zona não-saturada onde a água se encontra espalhada entre o ar, o solo e as rochas; a segunda é denominada de zona saturada, onde a água se encontra armazenada em grande quantidade, formando uma espécie de rio subterrâneo.
  Além dessa classificação, existem dois tipos de águas subterrâneas: o freático e o artesiano. O freático está situado na zona não-saturada, ficando nas proximidades da superfície, estando mais propício à contaminação. O artesiano se encontra na zona não-saturada, um pouco afastado da superfície. É nessa área onde são cavados os poços artesianos, objetivando retirar a água desses locais.
Esquema do lençol freático
  Tendo em vista a crescente poluição dos rios e córregos, especialistas em recursos hídricos acreditam que os aquíferos são cada vez mais importantes para a obtenção de água potável. Mas os aquíferos também não estão livres de poluição.
  Nas regiões onde o ar se encontra muito poluído, parte dos poluentes fica retida nas camadas superficiais do solo com a água da chuva, podendo alcançar e contaminar os depósitos subterrâneos. Quando a poluição provém do próprio solo, por exemplo pela utilização de agrotóxicos e de fertilizantes químicos para a agricultura, o problema torna-se ainda mais grave.
Esquema de poluição das águas subterrâneas
  A exploração das águas subterrâneas envolve alguns cuidados técnicos. Quando grandes quantidades de água são retiradas dos aquíferos em pouco tempo, pode haver uma reacomodação das camadas rochosas, ou seja, o terreno pode afundar. Esse fenômeno já aconteceu em algumas grandes cidades do mundo nas quais se utiliza muita água subterrânea para o abastecimento da população. É o que se verifica na Cidade do México, onde as águas subterrâneas são utilizadas há mais de 100 anos, o que provoca o afundamento do solo. Além disso, os reservatórios foram contaminados por vazamentos que ocorreram nas tubulações e por agrotóxicos empregados na agricultura.
Esquema de lençol subterrâneo
  Os aquíferos podem ser:
Aquífero livre ou freático
  É uma formação geológica de característica permeável, praticamente saturada de água. Sua base é formada por uma camada impermeável composta por argila ou outro tipo de rocha sedimentar, ou pode ser semipermeável. Neste aquífero existe uma superfície livre de água que se encontra sob pressão atmosférica (superfície piezométrica). Em aquíferos livres o nível da água varia segundo a quantidade de chuva e é o tipo de aquífero mais comum e mais explorado pelo homem. Porém, são também os aquíferos que apresentam os maiores problemas de contaminação.
Esquema de um aquífero livre

Aquífero confinado ou cartesiano
  Este tipo de aquífero ocorre quando a água subterrânea está confinada sob uma pressão superior à pressão atmosférica devido à existência de uma camada confinante impermeável acima do aquífero. Pelo fato de a água encontrar-se a uma pressão superior à atmosférica, quando se faz um furo para extração, a água sobe até a superfície sob a forma de repuxo, sendo o furo artesiano denominado furo repuxante.
  Quanto ao tipo de rocha armazenadora, os aquíferos podem ser:
  • Aquíferos porosos - esses tipos de aquíferos apresentam espaços vazios de pequenas dimensões (poros), por onde a água circula. Estão associados com rochas do tipo sedimentares consolidadas, solos arenosos e sedimentos inconsolidados. Representam o grupo de aquíferos mais importantes, devido ao grande volume de água que armazenam e também por serem encontrados em muitas áreas.
  • Aquíferos fraturados ou fissurados - são caracterizados por possuírem fraturas abertas que acumulam água. Estas fraturas representam o resultado de alguma deformação sofrida por uma rocha quando esta é submetida a esforços tensionais de natureza diversa. Os aquíferos fraturados estão associados com rochas do tipo ígneas e metamórficas.
  • Aquíferos cársticos - são formados em rochas carbonáticas. As fraturas presentes neste tipo de aquífero podem atingir dimensões maiores, devido à dissolução do carbono pela água. Assim, podem formar grandes rios subterrêneos.
Esquema de um aquífero cárstico
  Os aquíferos desempenham importantes papéis na natureza e cumprem várias funções. Através deles os cursos de águas superficiais são mantidos estáveis e o excesso de água (transbordamento) é evitado através da absorção da água da chuva. Assim, em regiões como a Ásia tropical, caracterizada por uma longa estação quente (nove meses) e marcada por chuvas intensas, os aquíferos são de grande auxílio.
PRINCIPAIS AQUÍFEROS DO MUNDO
Aquífero Guarani
  Um dos maiores aquíferos do mundo está localizado na América do Sul. Trata-se do Aquífero Guarani, que se estende por uma área aproximada de 1.194.000 km², dos quais 71% no Brasil, 19% na Argentina, 6% no Paraguai e 4% no Uruguai. Apesar de os principais usos e estudos dos recursos do Aquífero Guarani estarem concentrados no Brasil, a importância regional do aquífero fica evidenciada quando se verifica que 25% do território uruguaio e 18% do território paraguaio estão sobre esse reservatório. O Aquífero Guarani ocupa o subsolo do nordeste da Argentina, centro-sudoeste do Brasil, noroeste do Uruguai e sudeste do Paraguai.
  Estima-se que 140 km³/ano de água sejam repostos no Aquífero Guarani. Os pesquisadores indicam que, se fossem utilizados até 30% de toda a água reposta, se chegaria a cerca de 40 km³/ano, quantidade suficiente para abastecer uma população de 20 milhões de habitantes.
  As águas do aquífero são, em geral, de boa qualidade, mas ainda é necessário aprofundar o conhecimento de seu funcionamento para garantir a sustentabilidade de seu uso para as gerações presentes e futuras.
  Esse reservatório de proporções gigantescas de água subterrânea é formado por derrames de basalto ocorridos nos Períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo Inferior (entre 200e 132 milhões de anos). É constituído pelos sedimentos arenosos da Formação Piramboia na Base (Formação Buena Vista na Argentina e no Uruguai) e arenitos Botucatu no topo (Missiones no Paraguai, Tacuarembó no Uruguai e na Argentina).
Aquífero Guarani no interior de São Paulo
  A espessura total do aquífero varia de valores superiores a 800 metros até a ausência completa de espessura em áreas internas da bacia.
  Além do Aquífero Guarani, sob a superfície de São Paulo, há outro reservatório, chamado Aquífero Bauru, que se formou mais tarde. Ele é muito menor, mas tem capacidade suficiente para suprir as necessidades de fazendas e pequenas cidades.
Infográfico do Aquífero Guarani no Estado de São Paulo
Aquífero Alter do Chão
  O Aquífero Alter do Chão ou Aquífero Grande Amazônia é uma reserva de água subterrânea localizada sob os estados do Pará, Amapá e Amazonas. Abastece a totalidade da cidade paraense de Santarém e quase a totalidade de Manaus através de poços profundos. É considerado o maior aquífero em volume de água doce do planeta.
  Dados iniciais revelam que sua área é de 437,5 mil km² com espessura de 545 metros. De acordo com estudos de pesquisadores das Universidades Federais do Pará e do Ceará, o aquífero pode ser maior do que o calculado. Possui um volume de 86 mil km³ de água, enquanto o Aquífero Guarani possui um volume de 55 mil km³.
  O Aquífero Alter do Chão recebeu esse nome pelo ponto de estudo do mesmo estar situado nas proximidades da cidade paraense de Alter do Chão, uma cidade turística próxima à Santarém, no Pará.
  Além de possuir mais água que o Guarani, o aquífero Alter do Chão tem maior nível de acessibilidade, sendo mais fácil de se extrair a água e de se recarregar na época de chuvas. Isso ocorre pelo fato de o Alter do Chão está sob uma camada arenosa, o que facilita a sua extração, filtragem e recarga, enquanto que o Guarani está sob uma camada rochosa, o que dificulta a sua extração e recarga.
Localização do Aquífero Alter do Chão
Sistema Aquífero do Arenito Núbio
  O sistema Aquífero do Arenito Núbio é o maior aquífero de água fóssil do mundo, isto é, a maior reserva de água subterrânea não reabastecida por outras fontes. Cobre cerca de dois milhões de quilômetros quadrados e está localizado na parte oriental do Deserto do Saara, entre a Líbia, o Chade, o Egito e o Sudão. Estima-se que esse aquífero contenha cerca de 150.000 km² de água. A origem do Sistema Aquífero do Arenito Núbio é anterior à última Era do Gelo, sem reposição atual.
Localização do Aquífero Arenito Núbia
  Na Líbia, o aquífero, historicamente usado em Trípoli, estava contaminado, e seu grau de salinidade estava aumentando. Em 1983, um grande projeto de engenharia, conhecido como Grande Rio Artificial, foi criado para o abastecimento da região costeira do país e para expandir a agricultura através da irrigação, com aproveitamento da água do aquífero.
  O Grande Rio Artificial da Líbia é uma rede de tubagens que distribui a água retirada de aquíferos fósseis pelo deserto do Saara. Cobre aproximadamente dois milhões de km² na parte oriental do deserto e, é considerado por alguns, como um dos maiores projetos de engenharia já realizado.
Grande Rio Artificial da Líbia
Aquífero Digitalwaterway Vecht
  Localizado na Europa, entre o noroeste da Alemanha e o nordeste da Holanda, o aquífero Digitalwaterway Vechte possui uma área de 7,5 mil km². Compreende a bacia do rio Vecht, onde as paisagens de bosques e matas se alternam e o solo é composto principalmente de areia, cascalho, argila e turfa. A paisagem na região holandesa é essencialmente composta por pôlderes (áreas que foram drenadas artificialmente e protegidas contra inundações pela construção de diques), no qual, devido a altitude ser quase bastante baixa, suas águas são um pouco salobras. Na Alemanha, a paisagem é composta por fazendas bastante produtivas, onde as águas do aquífero são utilizadas para a agricultura e para o abastecimento da população.
Paisagem da região onde fica o aquífero Digitalwaterway Vecht
Aquífero Praded
  O aquífero Praded está localizado entre o nordeste da República Tcheca e o sul da Polônia, possuindo uma área de 3,3 mil km², sendo compartilhada por esses dois países. Nessa área encontram-se muitas nascentes de afluentes dos rios Oder e Vístula, na Polônia, e Morava e Desná, na República Tcheca. No rio Desná encontra-se a Central Hidrelétrica Dlouhe Strane, uma grande usina de armazenamento e que possui a maior turbina de água inversão da Europa.
Central Hidrelétrica Dlouhe Strane
Kalahari-Karoo
  Nas regiões áridas da África do Sul e da Namíbia, há uma grande abundância de água subterrânea de elevada qualidade confinada em áreas sustentadas por dolomitos. O aquífero Kalahari-Karoo possui uma área de 135 mil km² e é compartilhado pela Namíbia, África do Sul e Botsuana. A água desse aquífero é encontrada em grandes profundidades, tornando-se ineficiente e caro para a extração. Além de ser encontrada em grandes profundidades, grande parte dessa água é salobra, com grau de salinidade elevado, tornando-se imprópria para o consumo.
  O aquífero é carregado, em sua grande parte, no território da Namíbia, fluindo em direção à leste, para a África do Sul e Botsuana. Devido a intensa exploração do solo, alguns poços perfurados nesse aquífero apresenta elevado teor de nitrato, tornando-se prejudicial para a saúde humana.
  Apesar dos problemas existentes nesse aquífero, ele é bastante utilizado para a irrigação e para o uso doméstico, sendo a principal fonte de abastecimento de muitas cidades da região onde ele se encontra.
Poço em área do aquífero Kalahari-Karoo, na Namíbia
Grande Bacia Artesiana 
  A Grande Bacia Artesiana possui 1,7 milhão de km², sendo um corpo de água do tamanho do mar Mediterrâneo. O território australiano é formado, em quase toda a sua totalidade, por desertos. Por baixo do ressequido território australiano encontram-se 19 grandes bacias de lençóis freáticos e a Grande Bacia Artesiana ocupa cerca de um quinto de toda a área do país, estendendo-se desde a ponta do cabo York, ao norte, até o lago Eyre, ao sul, armazenando cerca de 8.700 km³ de água.
  A água da Grande Bacia Artesiana não está facilmente acessível. Ela penetra na bacia quando a chuva se infiltra no solo e encharca as camadas aquíferas de arenito. Essas camadas se inclinam para o oeste, deixando o arco do lado leste exposto ao longo da Grande Cordilheira Divisória. A chuva que se infiltra por toda a extensão desse arco penetra lentamente em direção a oeste, percorrendo cerca de apenas 5 metros.
Mapa da Austrália destacando a Grande Bacia Artesiana
Bacia Murray
  A Bacia do Rio Murray, junto com o seu principal afluente, o rio Darling, possui cerca de 3.370 quilômetros de comprimento, drena um sétimo das terras australianas e é, atualmente, a mais importante área agrícola da Austrália.
  O rio Murray nasce nos Alpes Australianos e escoa a parte sudeste do país, desaguando no oceano Índico próximo à cidade de Adelaide, após receber as águas de seus dois principais afluentes, os rios Murrumbidgee e Darling. Apesar de sua dimensão, essa bacia apresenta um fluxo de água fraco devido as baixas precipitações que ocorrem na sua área drenada. Porém, essa bacia forma um grande aquífero com cerca de 297 mil km², suficiente para abastecer grande parte do sudeste do país.
Bacia do Rio Murray
FONTE: Araújo, Regina. Observatório de geografia / Regina Araújo, Ângela Corrêa da Silva, Raul Borges Guimarães - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2009.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

CAMPANHA "DOE MEDULA, DOE SANGUE, DOE HOJE"

  DO BLOG: Antes de começar a divulgar esta matéria, veiculada na HATMO:  Humanização e apoio aos Transplantados de Medula Óssea, este blog, a partir de hoje endorsa à campanha "Doe Medula, doe Sangue, doe hoje."
  As mortes da criança Sara e recentemente Regina Elita enlutam o Seridó, mas, ao mesmo tempo renova-nos de esperança pois ambas estarão vivas e salvando vidas. A matéria a seguir foi veiculada na íntegra pelo blog HATMO que também estará veiculado neste blog como também me coloco à disposição na divulgação das campanhas e releases. Regina, você apenas partiu, mas com sua morte deixará um sinal de esperança por isso, conclamo e convido nossos blogueiros para juntarmos a essa campanha de vida. Segue a matéria.
Com o acompanhamento da Filarmônica 11 de Dezembro e de um grande número de fiéis, foi realizado na manhã de hoje (27) no Cemitério Público de Carnaúba dos Dantas - RN, o sepultamento da jovem Regina Elita Dantas Bisneta, de 17 anos, que faleceu no Hospital Valera Santiago em Natal. O Padre Valdir Valdick de Araújo Dantas celebrou a missa de corpo presente, com a Igreja Matriz de São José completamente lotada.
Regina é filha de Aldo Aires Dantas e Regiane Dantas de Medeiros, residentes na Rua José Matias em Carnaúba dos Dantas - RN, e estava em tratamento intensivo de câncer (LEUCEMIA) há aproximadamente 2 anos.
Igreja São José em Carnaúba dos Dantas, lotada durante a missa de corpo presente de Regina Elita Dantas Bisneta, que há 1 ano e meio sofria de leucemia
  Após a missa, foram prestadas várias homenagens póstumas, onde uma delas foi feita por Denilza mãe da garotinha Sara que faleceu recentemente também vítima de Leucemia. Denilza estava em companhia de seu esposo Valmício, que conversando com a reportagem disse que está com um Projeto de Ação Social de criar uma ONG ou uma Fundação, para ajudar as crianças com câncer no interior do Estado do Rio Grande do Norte, que deverá receber o nome de Sara Sâmala com o título "Não Pare de Lutar".
Denilza, que também sofre de câncer de mama, é mãe de Sara Sâmela, que morreu de leucemia
FONTE: HATMO RN

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