Para o folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, o mamulengo é o mesmo que o guignol francês ou algo de não importância e o pupazzi italiano. Em todos eles há uns panos à frente, atrás dos quais se escondem um ou mais manipuladores que dão voz e movimento aos bonecos. Suas apresentações eram em praça pública, em geral, na periferia das cidades durante os festejos religiosos, apresentando geralmente uma temática bíblica ou sobre atualidades.
As raízes mais remotas desse espetáculo espalham-se pela Ásia (China e Índia), de onde ele emigrou depois para a Turquia. Inicialmente, este era um brinquedo eminentemente popular, não só pela forma de bonecos, mas igualmente pela linguagem rústica dos apresentadores.
Quando se transferiu para a Europa, através da Turquia, o Teatro de Bonecos refinou-se de tal forma que passou a ser uma brincadeira predileta dos monarcas, sendo apresentado dentro dos palácios.
Os fantoches são feitos de madeira, metal, papel, palha, barro, etc.. São vestidos a caráter. Geralmente, cada boneco tem o seu nome e a sua personalidade. Em todas as representações, nunca saem de uma determinada "linha de conduta". Assim o chorão, o briguento, o valente, o bondoso, sempre se apresentam com seus predicados, pelos quais se tornam conhecidos. Além desses personagens humanos, há também os bichos.
Com a vinda dos bonecos para o Brasil, o brinquedo retornou às suas origens primitivas. O que antes era um teatro refinado, voltou a ser, nas mãos dos "calungueiros" do Nordeste, uma diversão da "plebe analfabeta".
Atualmente, o mamulengo faz parte da cultura popular nordestina, sendo praticada desde a época colonial. Retrata situações cotidianas do povo que a pratica, tratando geralmente de situações cômicas e sátiras.
No Rio Grande do Norte recebe o nome de Teatro de Bonecos do "João Redondo", e é, depois das danças folclóricas, uma das mais importantes para a cultura norte-riograndense. O espetáculo é apresentado por trás de um biombo de fazenda, pelo mamulengueiro que manipula os bonecos. As historinhas representadas, de curta duração, têm sempre um caráter teatral, próprio para divertir plateias. No Rio Grande do Norte os principais bonecos são o Capitão João Redondo, fazendeiro; Baltazar, escravo, vaqueiro, cheio de presepadas; o padre; o sargento e outros mais.
O principal nome e mais atuante calungueiro do Rio Grande do Norte é Chico Daniel. Francisco Ângelo da Costa - Chico Daniel - nasceu em Açu-RN, no dia 05 de setembro de 1941, falecendo no dia 03 de março de 2007 de ataque cardíaco. Seu pai, Daniel, era também brincante, com quem Chico aprendeu a arte do mamulengo.
O enredo do João Redondo praticado por Chico Daniel é fragmentado em diversas histórias e o herói da brincadeira é o escravo Benedito, conhecido pelo nome de Baltazar. Nas apresentações de Chico Daniel, além de Baltazar, tinha outros personagens como Dr. Pindurassaia, Etelvina, Capitão João Redondo, Boi Coração, Mestre Guedes, o Malandro de Coca-Cola, o Padre, Dr. João Bondado, Cassimiro Coco, Tenente Bezerra de Melo, Pedro Marinheiro, João Guedes e o Cachaceiro.
A última apresentação de Chico Daniel aconteceu um dia antes de sua morte, no Largo da Cabocla, no bairro que ele residia, Felipe Camarão, Zona Oeste da capital potiguar.
Além de Chico Daniel, destacam-se ainda os irmãos Relampo (Zé, Miguel e Antônio) de Serra Caiada, Chico Rosa de São Paulo do Potengi, seu Bastos de Currais Novos, Heraldo Lins de Natal, entre outros.
Atualmente, Heraldo Lins responde por boa parte das apresentações do João Redondo na capital potiguar, sendo sempre bem recebido e apreciado pelo público presente. Ele é responsável pelo Show de Mamulengos, levando alegria e mensagens importantes à criançada e a seus pais. Apresentação em ocasiões especiais, encontros empresariais, comemorações particulares ou festas populares fazem parte do show proporcionado por Heraldo.
As raízes mais remotas desse espetáculo espalham-se pela Ásia (China e Índia), de onde ele emigrou depois para a Turquia. Inicialmente, este era um brinquedo eminentemente popular, não só pela forma de bonecos, mas igualmente pela linguagem rústica dos apresentadores.
Quando se transferiu para a Europa, através da Turquia, o Teatro de Bonecos refinou-se de tal forma que passou a ser uma brincadeira predileta dos monarcas, sendo apresentado dentro dos palácios.
Os fantoches são feitos de madeira, metal, papel, palha, barro, etc.. São vestidos a caráter. Geralmente, cada boneco tem o seu nome e a sua personalidade. Em todas as representações, nunca saem de uma determinada "linha de conduta". Assim o chorão, o briguento, o valente, o bondoso, sempre se apresentam com seus predicados, pelos quais se tornam conhecidos. Além desses personagens humanos, há também os bichos.
Com a vinda dos bonecos para o Brasil, o brinquedo retornou às suas origens primitivas. O que antes era um teatro refinado, voltou a ser, nas mãos dos "calungueiros" do Nordeste, uma diversão da "plebe analfabeta".
Atualmente, o mamulengo faz parte da cultura popular nordestina, sendo praticada desde a época colonial. Retrata situações cotidianas do povo que a pratica, tratando geralmente de situações cômicas e sátiras.
Bonecos gigantes do carnaval de Olinda |
O principal nome e mais atuante calungueiro do Rio Grande do Norte é Chico Daniel. Francisco Ângelo da Costa - Chico Daniel - nasceu em Açu-RN, no dia 05 de setembro de 1941, falecendo no dia 03 de março de 2007 de ataque cardíaco. Seu pai, Daniel, era também brincante, com quem Chico aprendeu a arte do mamulengo.
Chico Daniel com seus bonecos |
A última apresentação de Chico Daniel aconteceu um dia antes de sua morte, no Largo da Cabocla, no bairro que ele residia, Felipe Camarão, Zona Oeste da capital potiguar.
Além de Chico Daniel, destacam-se ainda os irmãos Relampo (Zé, Miguel e Antônio) de Serra Caiada, Chico Rosa de São Paulo do Potengi, seu Bastos de Currais Novos, Heraldo Lins de Natal, entre outros.
Atualmente, Heraldo Lins responde por boa parte das apresentações do João Redondo na capital potiguar, sendo sempre bem recebido e apreciado pelo público presente. Ele é responsável pelo Show de Mamulengos, levando alegria e mensagens importantes à criançada e a seus pais. Apresentação em ocasiões especiais, encontros empresariais, comemorações particulares ou festas populares fazem parte do show proporcionado por Heraldo.
Heraldo com seus bonecos |
FONTE: Gurgel, Tarcísio. Introdução à cultura do Rio Grande do Norte / Tarcísio Gurgel, Vicente Vitoriano, Deífilo Gurgel. João Pessoa, PB: Editora Grafset, 2003.