O mineral halita (NaCl) ou sal de cozinha é um importante bem mineral e está ligado à história do homem sobre o planeta. Seu uso é bastante amplo e passa pela conservação de alimentos até a produção de cosméticos.
A extração deste bem mineral é dividida em várias etapas para garantir como produto final, um material de boa qualidade, além de garantir a preservação do meio ambiente.
A halita tem seu nome mineralógico originário da palavra latina sal, que deriva do grego antigo alas ou alati no idioma atual. O termo halita, refere-se às suas ocorrências naturais, como sal de rocha, sal gema ou sal fóssil. Apresenta-se em dois tipos:
O evaporito é uma rocha sedimentar formada pela precipitação dos sais contidos em uma solução química inorgânica, que se depositam quando salmouras de lagos e marés interiores se evaporam. A formação de evaporitos marinhos requer condições de extrema restrição de circulação de águas marinhas, aliada a condições climáticas específicas que possibilitem que a razão de evaporação seja maior que a taxa de influxo marinho.
Para a obtenção do sal, existem processos específicos de extração. Geologicamente, o sal é encontrado na natureza em forma de solução ou em estado sólido. Existem dois tipos de ocorrências:
O sal também é encontrado em depósitos sedimentares, em forma de camadas de espessura variável. Está associado com outras rochas sedimentares, como folhelhos, calcários calcíferos e dolomíticos, gipsita, anidrita e outros sais evaporíticos. Os depósitos salinos são encontrados em todos os períodos geológicos, desde o Cambriano até o Terciário, havendo também ocorrência de depósitos no Pré-Cambriano.
As salinas são áreas de produção de sal marinho pela evaporação da água do mar ou em lago de água salgada. O sal marinho formado na salina é uma rocha sedimentar química que tem origem na precipitação da água do mar, quando esta sofre evaporação, quando átomos ou moléculas no estado líquido ou sólido ganham energia suficiente para passar ao estado de vapor.
Os maiores produtores de sal (todos os tipos) do mundo são a China (22,4% da produção mundial), os Estados Unidos (17,5%), a Alemanha (7,2%), e a Índia (6,2%). A produção brasileira é de 2,8%, sendo que a maior parte dessa produção é de sal marinho. No Brasil, o Rio Grande do Norte é o maior produtor nacional, representando cerca de 90% da produção do país, seguido do Rio de Janeiro. Os municípios que mais produzem sal no Rio Grande do Norte são Macau, Areia Branca, Mossoró, Grossos e Galinhos.
As salinas de Mossoró, Areia Branca, Grossos, Macau, Guamaré e Galinhos estão presentes na história do Estado desde o século XVI, quando Pero Coelho de Souza registrou, por meio de cartas geográficas, a existência de áreas produtoras de sal. O Frei Vicente do Salvador, também registrou a ocorrência de salinas na mesma região, dizendo que o sal ali era formado espontaneamente. Quando a maré baixava, as águas ficavam retidas e sua evaporação era provocada pela ação natural do sol e dos ventos fortes. Essas reservas foram exploradas por portugueses e holandeses. Geden Morris de Jonge foi o primeiro não índio a fazer a extração do cloreto de sódio na costa potiguar.
Até os anos 1950/60, o sal marinho obtido no Rio Grande do Norte, era baseado no mesmo processo: mediante a exposição de água do oceano ao sol e ao vento, em tanques rasos, a solução ia atingindo um teor de centralização salina cada vez maior, até o ponto de saturação. Quando atingia esse ponto, formavam-se blocos de sal que, quebrados, davam lugar ao sal grosso que era "colhido". Esse processo era arcaico e antieconômico. Somente a privilegiada localização das salinas é que podia sustentar essa manufatura artesanal.
Na zona salineira do Estado, o sol, os ventos, o solo e a água salgada se juntam para facilitar a exploração do cloreto de sódio. O sol é abrasador durante o dia todo, o solo é impermeável e os ventos constantes provocam a evaporação e a decantação das águas das marés.
Na área salineira banhada pelo rio Mossoró, mesmo nos meses de chuva, quando o grau de salinidade da água diminui, ela não desaparece. Nos outros meses é superior à da água do mar em quase um terço.
Apesar de alguns tímidos melhoramentos, nada se altera no processo de extração de sal marinho no Estado. Dentre esses melhoramentos estão a captação de água por meio de moinhos de vento, a cristalização por meio de canteiros (baldes) e a utilização de instrumentos de metais e carrinhos de mão na colheita de sal.
Até os anos 1960, o sistema produtivo das salinas potiguares trabalhava na dependência da natureza: as marés e os ventos, estes para mover as pás dos moinhos.
Sob a ótica da tecnologia atual, esse processo apresentava diversas inconveniências. A captação de água provocava o alagamento dos canteiros de captação e de cristalização e reduzindo a produtividade, uma vez que o sal se precipitava antes de alcançar os cristalizadores. Por outro lado, a salmoura, não podendo ser controlada, danificava a pureza do produto, que era obtido somente em camadas finas, com consideráveis perdas de tempo e despesas anormais da mão de obra.
A esse cenário se juntavam os altos custos de carregamento dos navios, transporte e desembarque nos portos do Centro-Sul do país, o principal mercado consumidor do produto, encarecendo o preço do sal.
Em fevereiro de 1967, durante uma visita à Mossoró, o então Ministro das Minas e Energia, Mário Thibau, declarou que a indústria salineira do Rio Grande do Norte poderia sofrer um grande abalo dentro de prazo médio. O principal motivo para esse pessimismo, era a descoberta de reservas de sal gema em Alagoas, Sergipe e Bahia, que poderia provocar o desaparecimento do parque salineiro potiguar em virtude do baixo rendimento econômico por causa dos altos custos de carregamento e transporte. Assim, o caminho encontrado para livrar a atividade salineira da falência, seria a mecanização das salinas.
A primeira salina planejada dentro de técnicas modernas foi a unidade produtiva da Salinas Guanabara S/A, empresa integrante do grupo econômico liderado pela S/A Mercantil Tertuliano Fernandes, a qual também pertenciam as salinas da Sosal e, em parte, da Salmac.
A Guanabara foi a primeira salina brasileira moderna, integralmente planificada para ser uma fábrica de fazer sal. Contava com oito grupos de bombas para movimentação da água dentro da salina, tratores, colheitadeiras, lavador de sal, esteiras transportadoras para movimentação na área de estocagem e embarque, além de outros equipamentos nunca usados no setor.
A demanda de energia era atendida por dois grupos de geradores de 110 KWA para as fases de empilhamento, beneficiamento e embarque, além de quatro outros para a vila operária. Graças a estas novas técnicas, a empresa conseguiu se firmar como a maior produtora de sal do país.
Apesar de trazer benefícios econômicos, a prática de extração do sal marinho produzido nas salinas é um dos principais agravantes para a degradação ambiental na região das salinas. A extração do sal marinho entrou em expansão e com a grande aceleração na produção no final dos anos 1960, com o crescimento e a modernização do setor tecnológico, esse avanço provocou, e ainda provoca, grandes impactos ambientais.
Entre esses impactos, destacam-se:
Apesar desses pontos negativos, a atividade salineira é responsável por gerar milhares de empregos na região produtora.
Atualmente, a Salinor (Salinas Nordeste S.A) é a maior empresa produtora de sal do país, sendo responsável por mais de 40% da produção nacional. Suas salinas no Rio Grande do Norte estão localizadas nos municípios de Macau, Areia Branca e Mossoró.
O Porto-Ilha de Areia Branca é administrado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern).
Todo o sal movimentado no porto-ilha é oriundo das salinas do Rio Grande do Norte, principalmente as de Macau, Mossoró e Areia Branca.
No dia 1° de março de 1974, uma ilha artificial, construída de areia e aço, em alto-mar, com aproximadamente 15 mil metros quadrados, passou a ser o porto de escoamento de todo o sal produzido no Rio Grande do Norte, realizando a sua primeira operação no dia 04 de setembro de 1974.
O Porto-Ilha é retangular, mede 92 metros de largura e 166 metros de comprimento. Foi aterrado com material coralíneo tirado da região e coberto com um piso de sal para garantir a pureza do produto armazenado.
A extração deste bem mineral é dividida em várias etapas para garantir como produto final, um material de boa qualidade, além de garantir a preservação do meio ambiente.
A halita tem seu nome mineralógico originário da palavra latina sal, que deriva do grego antigo alas ou alati no idioma atual. O termo halita, refere-se às suas ocorrências naturais, como sal de rocha, sal gema ou sal fóssil. Apresenta-se em dois tipos:
- Sal marinho - é extraído através da evaporação da água do mar.
- Sal de rocha - também conhecido por sal gema, é extraído de minas subterrâneas que já foram submersas pela água do mar.
Sal marinho |
Para a obtenção do sal, existem processos específicos de extração. Geologicamente, o sal é encontrado na natureza em forma de solução ou em estado sólido. Existem dois tipos de ocorrências:
- Ocorrência em forma de solução - oceanos, lagos, aquíferos subterrâneos e fontes de salmoura natural.
- Ocorrência no estado sólido - depósitos a céu aberto, depósitos subterrâneos em forma de camadas ou domos/diapiros.
Pedra de sal gema |
As salinas são áreas de produção de sal marinho pela evaporação da água do mar ou em lago de água salgada. O sal marinho formado na salina é uma rocha sedimentar química que tem origem na precipitação da água do mar, quando esta sofre evaporação, quando átomos ou moléculas no estado líquido ou sólido ganham energia suficiente para passar ao estado de vapor.
Salinas em Lançarote - Ilhas Canarias |
Grossos - RN. Um dos principais produtores de sal do Brasil |
Galinhos - RN |
Na zona salineira do Estado, o sol, os ventos, o solo e a água salgada se juntam para facilitar a exploração do cloreto de sódio. O sol é abrasador durante o dia todo, o solo é impermeável e os ventos constantes provocam a evaporação e a decantação das águas das marés.
Extração artesanal de sal no município de Macau - RN na década de 1950 |
Apesar de alguns tímidos melhoramentos, nada se altera no processo de extração de sal marinho no Estado. Dentre esses melhoramentos estão a captação de água por meio de moinhos de vento, a cristalização por meio de canteiros (baldes) e a utilização de instrumentos de metais e carrinhos de mão na colheita de sal.
Até os anos 1960, o sistema produtivo das salinas potiguares trabalhava na dependência da natureza: as marés e os ventos, estes para mover as pás dos moinhos.
Cata-vento para a extração de sal em uma salina de Macau - RN na década de 1950 |
A esse cenário se juntavam os altos custos de carregamento dos navios, transporte e desembarque nos portos do Centro-Sul do país, o principal mercado consumidor do produto, encarecendo o preço do sal.
Em fevereiro de 1967, durante uma visita à Mossoró, o então Ministro das Minas e Energia, Mário Thibau, declarou que a indústria salineira do Rio Grande do Norte poderia sofrer um grande abalo dentro de prazo médio. O principal motivo para esse pessimismo, era a descoberta de reservas de sal gema em Alagoas, Sergipe e Bahia, que poderia provocar o desaparecimento do parque salineiro potiguar em virtude do baixo rendimento econômico por causa dos altos custos de carregamento e transporte. Assim, o caminho encontrado para livrar a atividade salineira da falência, seria a mecanização das salinas.
Mossoró - RN. Importante cidade produtora de sal. |
A Guanabara foi a primeira salina brasileira moderna, integralmente planificada para ser uma fábrica de fazer sal. Contava com oito grupos de bombas para movimentação da água dentro da salina, tratores, colheitadeiras, lavador de sal, esteiras transportadoras para movimentação na área de estocagem e embarque, além de outros equipamentos nunca usados no setor.
A demanda de energia era atendida por dois grupos de geradores de 110 KWA para as fases de empilhamento, beneficiamento e embarque, além de quatro outros para a vila operária. Graças a estas novas técnicas, a empresa conseguiu se firmar como a maior produtora de sal do país.
Salina em Areia Branca - RN |
Entre esses impactos, destacam-se:
- o comprometimento do ar com o aumento das partículas quando as águas das salinas entram em evaporação;
- o comprometimento da umidade do ar que também reflete na vida do ser humano através de doenças pulmonares;
- alterações dos solos devido o percurso das águas onde é produzido o sal e descartadas, na maioria das vezes, sem respeito ao meio ambiente;
- alterações das águas devido os desvios dos rios e o aterro das gamboas (pequeno lago artificial junto ao mar), contribuindo para a degradação do habitat marinho na região;
- comprometimento da flora onde estão inseridas as salinas;
Salinas no município de Areia Branca |
Atualmente, a Salinor (Salinas Nordeste S.A) é a maior empresa produtora de sal do país, sendo responsável por mais de 40% da produção nacional. Suas salinas no Rio Grande do Norte estão localizadas nos municípios de Macau, Areia Branca e Mossoró.
Montanha de sal na Salinor de Areia Branca |
O PORTO-ILHA DE AREIA BRANCA
O Terminal Salineiro de Areia Branca Luiz Fausto de Medeiros, mais conhecido como Porto-Ilha de Areia Branca, fica localizado a 26 quilômetros de Areia Branca e distante cerca de 14 quilômetros da costa. Sua construção resultou da necessidade de suprir a demanda de sal marinho no mercado interno brasileiro. Dentre as hipóteses analisadas prevaleceu a da execução do sistema ilha artificial, sendo o projeto elaborado pela empresa norte-americana Soros Associates Consulting Engineers.O Porto-Ilha de Areia Branca é administrado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern).
Canteiro de obras do Porto-Ilha de Areia Branca em 1972 |
No dia 1° de março de 1974, uma ilha artificial, construída de areia e aço, em alto-mar, com aproximadamente 15 mil metros quadrados, passou a ser o porto de escoamento de todo o sal produzido no Rio Grande do Norte, realizando a sua primeira operação no dia 04 de setembro de 1974.
O Porto-Ilha é retangular, mede 92 metros de largura e 166 metros de comprimento. Foi aterrado com material coralíneo tirado da região e coberto com um piso de sal para garantir a pureza do produto armazenado.
Terminal Salineiro de Areia Branca |
Fonte: Oliveira, Márcia Silva de. Rio Grande do Norte: geografia e paisagens potiguares: Márcia Silva de Oliveira, Maria Cristina Cavalcanti e Araújo. - Curitiba: Base Editora, 2008.