O Sudeste da Ásia é composto de 11 países, estendendo-se por uma área com cerca de 4,5 milhões de km². Banhada pelos oceanos Índico e Pacífico, essa região pode ser dividida em duas áreas distintas: a dos países continentais e a dos países insulares. Alguns países insulares, como a Indonésia e as Filipinas, formam imensos arquipélagos.
O Sudeste Asiático é bastante populoso: reúne, atualmente, mais de 600 milhões de habitantes. Na maioria dos países da região, grande parte da população vive no campo, trabalhando em atividades primárias, sobretudo agrícolas. Destas, a de maior importância é a rizicultura, ou seja, o cultivo do arroz, produto básico da alimentação da maior parte da população do continente asiático.
Já entre os meses de novembro a abril, a vazão dos rios diminui, ocorrendo um período de estiagens, originando a monção seca. Durante esse período, o cultivo é garantido em determinadas áreas de planície pelo uso de diques e reservatórios, que guardam a água das chuvas passadas, ou por sistema de irrigação em canais. Esses recursos têm permitido a produção de arroz fora da monção úmida, proporcionando até três colheitas anuais em algumas regiões.
Boa parte desses latifúndios são pouco mecanizados, empregando geralmente grande número de trabalhadores em razão da elevada oferta de mão de obra a baixos custos. Nessas propriedades monocultoras são cultivados sobretudo produtos tropicais, como chá, cana-de-açúcar, algodão, fumo, borracha e frutas (abacaxi, coco, banana etc.), destinados quase exclusivamente à exportação.
Essa atividade é realizada por empresas locais que derrubam extensas áreas de florestas, sobretudo na Malásia, na Tailândia, na Indonésia, em Papua-Nova Guiné e no Camboja, e exportam a madeira principalmente para os Estados Unidos e países europeus.
Atualmente restam menos de 20% da exuberante floresta equatorial que recobria esses países, mas o ritmo de desmatamento ainda continua elevado - tem sido desmatados nos últimos 20 anos, cerca de 30 mil km² ao ano.
A redução das reservas florestais naquela região tem levado várias madeireiras a atuar em outras partes do mundo, acelerando o desmatamento em países como o Brasil, a Guiana, o Suriname e o Belize.
Alguns países da região tornaram-se socialistas e aliados da antiga URSS: foi o caso de Laos, Camboja e Vietnã. Na década de 1990, a desintegração do socialismo promoveu uma abertura econômica nesses países, que se integraram à Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e à Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec). Entre os países do Sudeste Asiático apenas Cingapura é considerado desenvolvido; além dela, só Brunei e Malásia têm IDH elevado. Os demais encontram-se em diferentes ritmos de crescimento econômico e desenvolvimento social. A Tailândia, a Indonésia e a Malásia são, atualmente, consideradas "Novos Tigres Asiáticos" devido ao rápido desenvolvimento industrial.
No norte do Vietnã, desde a década de 1930, já havia sido criado um Partido Comunista que vislumbrava ampliar sua área de atuação. A partir da divisão do país, o maior objetivo do partido passou a ser a sua reunificação. Para isso, os comunistas iniciaram frentes de batalhas no sul do Vietnã. Em 1959, teve início uma guerra civil em que os comunistas, chamados de vietcongues, utilizavam táticas de guerrilha.
Em 1973, os EUA aceitaram um cessar-fogo e, em 1975, se retiraram do Vietnã, assumindo a derrota. Com o fim da guerra ocorreu a reunificação entre o norte e o sul, e o Vietnã tornou-se um país comunista.
A partir dos anos 1990, o governo vietnamita promoveu várias reformas econômicas, permitindo o ingresso de investimentos multinacionais, principalmente nos setores têxtil e de calçados. Em 2007, sua adesão à OMC fez aumentar as exportações.
O desenvolvimento econômico verificado nesses países é provocado não somente pelo crescimento do setor industrial, mas também do setor comercial, sobretudo de serviços financeiros (implantação de sedes de bancos internacionais, bolsas de valores etc.) e de empresas de importação e exportação.
No caso da atividade industrial, os Tigres Asiáticos destacam-se, de maneira geral, pela fabricação e pela exportação de bens de consumo duráveis e não duráveis, produzidas por pequenas e médias empresas locais e por multinacionais japonesas, norte-americanas e europeias. Predominam as indústrias eletroeletrônica, automobilística, de brinquedos e de vestuário, além da alimentícia. São importantes, também, as indústrias que empregam tecnologia de ponta, como as de telecomunicações, informática e aeroespacial.
Além dos investimentos financeiros, outros fatores contribuíram para atrair grande quantidade de multinacionais para os Tigres Asiáticos:
Os padrões de consumo da população dos Tigres Asiáticos são os mais altos entre as populações dos países subdesenvolvidos. Segundo o Banco Mundial, nos últimos anos cerca de 228 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza nessa região da Ásia.
A partir da década de 1980, as taxas de mortalidade e natalidade caíram rapidamente. Isso foi possível porque houve melhoria no padrão alimentar, assim como acesso facilitado à moradia e à assistência médica. Tais condições elevaram a expectativa de vida média da população dos Tigres Asiáticos.
A atividade industrial está na base da sua economia, produzindo automóveis, navios, produtos eletroeletrônicos, vestuário, produtos de informática e de telecomunicações, entre outros. É o país de origem de importantes empresas transnacionais, como a Samsung, a LG (eletrônicos), e a Hyundai (montadora de automóveis e navios). Contudo, grande parte da matéria-prima de que o país necessita para manter sua atividade manufatureira é importada de outros países, assim, como os alimentos necessários para manter sua densa população de quase 49 milhões de habitantes.
As grandes empresas que se instalaram nesses países beneficiaram-se de um conjunto de fatores, tais como os baixos salários e a fragilidade ou ausência de leis trabalhistas que controlem o número de horas de trabalho ou ofereçam garantias previdenciárias aos trabalhadores. Entre os novos Tigres, a Malásia é o país que tem apresentado o maior equilíbrio entre o crescimento econômico e a melhoria das condições de vida da população.
A Indonésia é o país que apresenta a maior população muçulmana do mundo. Seu expressivo crescimento econômico permitiu que a renda per capita fosse multiplicada por quatro entre 1998 e 2007. No entanto, 45% da população vive com menos de 2 dólares por dia e 60% da população economicamente ativa atua na informalidade.
Além de ter sido o país mais atingido pelo tsunami (onda marinha gigantesca) de 2004, que provocou um elevado número de mortes e destruição de infraestrutura, a Indonésia apresenta enorme endividamento externo, fatores que prejudicam o desempenho econômico do país.
A parte ocidental da ilha pertence à Indonésia e, logo após a retirada dos portugueses, o país reivindicou a parte oriental, o que culminaria com a anexação do Timor Leste. Para manter o controle sobre esse território, a Indonésia reprimiu duramente os que se opunham à anexação.
As condições socioeconômicas vividas pela população do Timor Leste são precárias, pois a estabilidade política e econômica do país ainda não foi alcançada.
O Sudeste Asiático é bastante populoso: reúne, atualmente, mais de 600 milhões de habitantes. Na maioria dos países da região, grande parte da população vive no campo, trabalhando em atividades primárias, sobretudo agrícolas. Destas, a de maior importância é a rizicultura, ou seja, o cultivo do arroz, produto básico da alimentação da maior parte da população do continente asiático.
Cultivo de arroz no Vietnã
A RIZICULTURA E AS DEMAIS ATIVIDADES AGRÍCOLAS DO SUDESTE DA ÁSIA
Cerca de 28% da produção mundial de arroz provém do Sudeste da Ásia. A Indonésia é o maior produtor regional desse vegetal. A produção rizicultora desse país perde em quantidade somente para a China e a Índia, os dois maiores produtores mundiais. Na maioria dos países do Sudeste da Ásia, a rizicultura desenvolve-se em pequenas e médias propriedades rurais, por meio de técnicas tradicionais. Nessa atividade, a mão de obra utilizada é familiar e todas as etapas da produção são realizadas manualmente ou com auxílio de animais. Esse tipo de cultivo é denominado de agricultura de jardinagem. Em razão da abundância de mão de obra e da grande densidade populacional, cada hectare de terra é intensamente aproveitado, tanto no cultivo do arroz quanto no de outros produtos, como milho, trigo, soja e hortaliças. Por isso, dizemos que nesses minifúndios desenvolve-se uma agricultura tradicional intensiva, com o uso de mão de obra familiar ou comunal.
Agricultura de jardinagem no Vietnã
RELEVO, CLIMA E AGRICULTURA NO SUDESTE DA ÁSIA
O relevo e o clima têm grande influência sobre o desenvolvimento das atividades agrícolas no Sudeste da Ásia. As áreas montanhosas, tanto na área continental como na área insular, são recortadas por extensas planícies aluviais, onde fluem rios caudalosos, como o Mekong, o Irrawaddy, e o Chao Phraya, e seus respectivos afluentes. É nessas planícies que se concentra grande parte da população.
Rio Mekong em Laos
A rizicultura e as outras atividades agrícolas que são desenvolvidas nas áreas de planícies beneficiam-se do regime de cheias e vazantes dos rios. As partes mais baixas das encostas das montanhas também são utilizadas para as lavouras. Nessas áreas íngremes são construídos terraços, isto é, plataformas planas, em degraus, que retêm a água das chuvas e evitam a erosão das encostas, aumentando, assim, a área destinada ao cultivo.
Cultivo de arroz em terraços na Indonésia
As épocas de pousio e aragem dos solos e de plantio e colheita das lavouras, nessa parte da Ásia, são reguladas por um fenômeno climático regional denominado de monções.
AS MONÇÕES E A AGRICULTURA NA ÁSIA
Todos os anos, entre os meses de maio e outubro, a pluviosidade no Sudeste da Ásia aumenta sensivelmente, tendo seu ápice nos meses de verão (no hemisfério norte). É a monção úmida. Durante essa estação, chuvas torrenciais fazem os rios transbordarem, enchendo as várzeas das planícies de matéria orgânica e umedecendo os terraços nas áreas montanhosas, o que fertiliza os solos.Já entre os meses de novembro a abril, a vazão dos rios diminui, ocorrendo um período de estiagens, originando a monção seca. Durante esse período, o cultivo é garantido em determinadas áreas de planície pelo uso de diques e reservatórios, que guardam a água das chuvas passadas, ou por sistema de irrigação em canais. Esses recursos têm permitido a produção de arroz fora da monção úmida, proporcionando até três colheitas anuais em algumas regiões.
AS MONOCULTURAS DE EXPORTAÇÃO NO SUDESTE DA ÁSIA
Com exceção do Vietnã (país de regime socialista), do Laos e do Camboja (países em transição para a economia capitalista), na maior parte do espaço agrário do Sudeste da Ásia convivem, lado a lado, áreas com agricultura intensiva familiar e latifúndios monocultores. Introduzidas na região no período de colonização europeia, que durou até a década de 1960, a área ocupada pelas monoculturas e sua produção vêm aumentando, elevando a concentração fundiária nas zonas rurais dos países do Sudeste Asiático.Boa parte desses latifúndios são pouco mecanizados, empregando geralmente grande número de trabalhadores em razão da elevada oferta de mão de obra a baixos custos. Nessas propriedades monocultoras são cultivados sobretudo produtos tropicais, como chá, cana-de-açúcar, algodão, fumo, borracha e frutas (abacaxi, coco, banana etc.), destinados quase exclusivamente à exportação.
Cultivo de chá na Malásia
Nesses países, a produção agrícola voltada para o mercado externo também vem avançando sobre áreas tradicionalmente destinadas às lavouras de arroz, cultivadas por meio da agricultura intensiva familiar. A concentração fundiária é o principal fator da diminuição das áreas destinadas à rizicultura, que passa a ser substituída, na maioria das vezes, por culturas tropicais. Segundo especialistas, esse fato pode estar gerando um quadro de carência alimentar, e até mesmo de fome, em determinados países do Sudeste da Ásia, visto que o arroz é a principal fonte de nutrientes da população regional.
Agricultura tradicional na Indonésia
A ATIVIDADE MADEIREIRA E AS FLORESTAS ASIÁTICAS
Além das monoculturas de exportação, outra importante fonte de divisas para alguns países do Sudeste da Ásia tem sido a exploração madeireira.Essa atividade é realizada por empresas locais que derrubam extensas áreas de florestas, sobretudo na Malásia, na Tailândia, na Indonésia, em Papua-Nova Guiné e no Camboja, e exportam a madeira principalmente para os Estados Unidos e países europeus.
Atualmente restam menos de 20% da exuberante floresta equatorial que recobria esses países, mas o ritmo de desmatamento ainda continua elevado - tem sido desmatados nos últimos 20 anos, cerca de 30 mil km² ao ano.
Floresta em área montanhosa na Tailândia
O desmatamento descontrolado das florestas equatoriais em países do Sudeste da Ásia trouxe trágicas consequências ao meio ambiente regional, como a erosão dos solos, e desastres naturais, como inundações e deslizamentos de terra, sobretudo na estação da monção úmida.A redução das reservas florestais naquela região tem levado várias madeireiras a atuar em outras partes do mundo, acelerando o desmatamento em países como o Brasil, a Guiana, o Suriname e o Belize.
Área desmatada na Amazônia
Historicamente, o Sudeste Asiático sofreu uma série de ocupações estrangeiras. Franceses, na península da Indochina, portugueses e holandeses, na Indonésia, espanhóis nas Filipinas e ingleses na Malásia. Durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses ocuparam a região e, após 1945, ocorreu a descolonização.Alguns países da região tornaram-se socialistas e aliados da antiga URSS: foi o caso de Laos, Camboja e Vietnã. Na década de 1990, a desintegração do socialismo promoveu uma abertura econômica nesses países, que se integraram à Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e à Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec). Entre os países do Sudeste Asiático apenas Cingapura é considerado desenvolvido; além dela, só Brunei e Malásia têm IDH elevado. Os demais encontram-se em diferentes ritmos de crescimento econômico e desenvolvimento social. A Tailândia, a Indonésia e a Malásia são, atualmente, consideradas "Novos Tigres Asiáticos" devido ao rápido desenvolvimento industrial.
Países integrantes da Asean
VIETNÃ
O Vietnã, assim como toda a península da Indochina, esteve praticamente um século sob o domínio da França, que se retirou da região em 1954. Nesse ano, o Vietnã foi dividido em dois: Vietnã do Norte (comunista) e Vietnã do Sul (capitalista).No norte do Vietnã, desde a década de 1930, já havia sido criado um Partido Comunista que vislumbrava ampliar sua área de atuação. A partir da divisão do país, o maior objetivo do partido passou a ser a sua reunificação. Para isso, os comunistas iniciaram frentes de batalhas no sul do Vietnã. Em 1959, teve início uma guerra civil em que os comunistas, chamados de vietcongues, utilizavam táticas de guerrilha.
Mapa do Vietnã dividido
Em 1961, os Estados Unidos deram seu apoio ao Vietnã do Sul e entraram na guerra. Interessados em impedir o avanço comunista na região, os EUA enviaram para a guerra por volta de 3,5 milhões de jovens entre 1965 e 1972. Em apoio ao Vietnã do Norte, entre 1965 e 1973 a China enviou cerca de 300 mil soldados.Em 1973, os EUA aceitaram um cessar-fogo e, em 1975, se retiraram do Vietnã, assumindo a derrota. Com o fim da guerra ocorreu a reunificação entre o norte e o sul, e o Vietnã tornou-se um país comunista.
A partir dos anos 1990, o governo vietnamita promoveu várias reformas econômicas, permitindo o ingresso de investimentos multinacionais, principalmente nos setores têxtil e de calçados. Em 2007, sua adesão à OMC fez aumentar as exportações.
OS TIGRES ASIÁTICOS
Nas últimas três décadas, alguns países do Sudeste da Ásia, antes baseados economicamente em atividades primárias, apresentaram rápido crescimento industrial, tornando-se conhecidos como Tigres Asiáticos.O desenvolvimento econômico verificado nesses países é provocado não somente pelo crescimento do setor industrial, mas também do setor comercial, sobretudo de serviços financeiros (implantação de sedes de bancos internacionais, bolsas de valores etc.) e de empresas de importação e exportação.
No caso da atividade industrial, os Tigres Asiáticos destacam-se, de maneira geral, pela fabricação e pela exportação de bens de consumo duráveis e não duráveis, produzidas por pequenas e médias empresas locais e por multinacionais japonesas, norte-americanas e europeias. Predominam as indústrias eletroeletrônica, automobilística, de brinquedos e de vestuário, além da alimentícia. São importantes, também, as indústrias que empregam tecnologia de ponta, como as de telecomunicações, informática e aeroespacial.
Visão noturna de parte da cidade de Cingapura
O rápido desenvolvimento industrial e econômico dos Tigres Asiáticos deveu-se a maciços investimentos financeiros realizados nesses países pelos Estados Unidos e pelo Japão, a partir da década de 1970. Esses investimentos tinham como objetivo político e estratégico criar economias capitalistas bem estruturadas nessa parte da Ásia, a fim de inibir revoluções socialistas na região, como as que ocorreram no Vietnã, no Camboja e no Laos, apoiadas pela China e pela Coreia do Norte.Além dos investimentos financeiros, outros fatores contribuíram para atrair grande quantidade de multinacionais para os Tigres Asiáticos:
- A oferta de mão de obra é abundante, barata e com nível razoável de escolaridade. Nesses países, sobretudo nos Novos Tigres, ocorre uma superexploração dos trabalhadores, que cumprem jornadas de mais de 50 horas semanais sem ter seus direitos trabalhistas respeitados. As indústrias beneficiam da disciplina e da obediência dos trabalhadores aos ideais da empresa e da coletividade. Tais comportamentos são mantidos por rígidos princípios morais e religiosos e, também, pelo autoritarismo político existente na maior parte dos Tigres Asiáticos.
- A intervenção dos Estados, concedendo incentivos fiscais (como isenção de impostos) e facilidades para que as multinacionais remetam seus lucros aos países de origem, além de baixas taxas alfandegárias para a exportação de produtos industrializados.
Trabalhadores na fábrica de motos SYM em Hsinchu - Taiwan
Esses foram alguns dos principais fatores que garantiram aos Tigres Asiáticos forte competitividade no mercado internacional, ou seja, grande facilidade para atrair investimentos e oferecer produtos com preços bem menores do que os oferecidos por outros países industrializados, como o Brasil. Atualmente, nosso país vem sendo invadido por produtos fabricados nos países asiáticos, como brinquedos, aparelhos eletrônicos e computadores, o que prejudica diretamente a produção industrial nacional.
Com o processo de globalização, cresceu a presença de produtos asiáticos no comércio mundial
De maneira geral, o vertiginoso crescimento econômico dos Tigres Asiáticos tem provocado melhoria nas condições de vida de seus habitantes. Os níveis de analfabetismo têm caído entre os Novos Tigres, embora ainda apresentem índices elevados. Houve diminuição no desemprego em razão do crescimento da oferta de postos de trabalho. A média salarial dos operários da indústria está bem acima daquela paga em outros países subdesenvolvidos. No entanto, ainda está bem abaixo da média dos salários de operários europeus, japoneses ou norte-americanos.Os padrões de consumo da população dos Tigres Asiáticos são os mais altos entre as populações dos países subdesenvolvidos. Segundo o Banco Mundial, nos últimos anos cerca de 228 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza nessa região da Ásia.
A partir da década de 1980, as taxas de mortalidade e natalidade caíram rapidamente. Isso foi possível porque houve melhoria no padrão alimentar, assim como acesso facilitado à moradia e à assistência médica. Tais condições elevaram a expectativa de vida média da população dos Tigres Asiáticos.
Kuala Lumpur (Malásia) - a modernidade é reflexo do crescimento econômico que o país teve nos últimos anos
COREIA DO SUL: O TIGRE MAIS PRÓSPERO
Separada da sua porção norte, no início da década de 1950, a Coreia do Sul apresenta-se atualmente como o mais próspero dos Tigres Asiáticos.A atividade industrial está na base da sua economia, produzindo automóveis, navios, produtos eletroeletrônicos, vestuário, produtos de informática e de telecomunicações, entre outros. É o país de origem de importantes empresas transnacionais, como a Samsung, a LG (eletrônicos), e a Hyundai (montadora de automóveis e navios). Contudo, grande parte da matéria-prima de que o país necessita para manter sua atividade manufatureira é importada de outros países, assim, como os alimentos necessários para manter sua densa população de quase 49 milhões de habitantes.
Principais empresas da Coreia do Sul, denominadas de Chaebols (conglomerado de empresas em torno de uma empresa-mãe, que são controladas por famílias)
A pujança da economia sul-coreana decorre da presença de uma mão de obra especializada e relativamente barata e de leis trabalhistas flexíveis, que não proporcionam qualquer estabilidade ou garantia de direito aos trabalhadores.
OS NOVOS TIGRES ASIÁTICOS
Malásia, Tailândia, Indonésia e, mais recentemente, o Vietnã são apontados como os novos Tigres Asiáticos, pois têm se destacado pelo rápido crescimento industrial desde a década de 1990. Esses países adotaram um modelo de industrialização voltado para as exportações, semelhante ao que já vinha sendo adotado pelos Tigres Asiáticos tradicionais, atraindo elevados investimentos de empresas multinacionais, sobretudo japonesas e estadunidenses.As grandes empresas que se instalaram nesses países beneficiaram-se de um conjunto de fatores, tais como os baixos salários e a fragilidade ou ausência de leis trabalhistas que controlem o número de horas de trabalho ou ofereçam garantias previdenciárias aos trabalhadores. Entre os novos Tigres, a Malásia é o país que tem apresentado o maior equilíbrio entre o crescimento econômico e a melhoria das condições de vida da população.
A Indonésia é o país que apresenta a maior população muçulmana do mundo. Seu expressivo crescimento econômico permitiu que a renda per capita fosse multiplicada por quatro entre 1998 e 2007. No entanto, 45% da população vive com menos de 2 dólares por dia e 60% da população economicamente ativa atua na informalidade.
Além de ter sido o país mais atingido pelo tsunami (onda marinha gigantesca) de 2004, que provocou um elevado número de mortes e destruição de infraestrutura, a Indonésia apresenta enorme endividamento externo, fatores que prejudicam o desempenho econômico do país.
Consequência do tsunami que atingiu a costa da Indonésia em dezembro de 2004
No campo político, após um período de trinta anos de severa ditadura, o país mergulhou em crescente instabilidade política e o governo foi alvo de sucessivas denúncias de corrupção. A partir dos anos 2000, a Indonésia tem sofrido atentados terroristas atribuídos à organização muçulmana extremista Jemaah Islamiyah, que é apoiada financeiramente pela Al Qaeda, de Osama Bin Laden, morto em 2011 pelas tropas norte-americanas. Em 2002, ocorreu em Bali um atentado que matou mais de 200 pessoas, a maioria turistas.
Atentado que deixou 202 pessoas mortas em Bali - Indonésia, em 2002
TIMOR LESTE
O Timor Leste está situado na porção leste da ilha Timor e foi colonizado por portugueses desde o século XVI, que deixaram a ilha somente em 1974.A parte ocidental da ilha pertence à Indonésia e, logo após a retirada dos portugueses, o país reivindicou a parte oriental, o que culminaria com a anexação do Timor Leste. Para manter o controle sobre esse território, a Indonésia reprimiu duramente os que se opunham à anexação.
Mapa do Timor Leste
Em 1999, após grande pressão internacional devido à violência empregada no Timor Leste, a Indonésia foi impelida de realizar um plebiscito, em que quase 80% dos timorenses votantes optaram pela independência do seu território, efetivada em 2002.As condições socioeconômicas vividas pela população do Timor Leste são precárias, pois a estabilidade política e econômica do país ainda não foi alcançada.
No Timor Leste a maior parte da população sofre com as péssimas condições de vida
FONTE: Geografia, 3° ano: ensino médio / organizadores Fernando dos Santos Sampaio, Ivone Silveira Sucena. - 1. ed. - São Paulo: Edições SM, 2010. - (Coleção ser protagonista).
Geografia espaço e vivência: o espaço geográfico mundial, 8° ano / Levon Boligian ... [et. al.]. - 3, ed. reform. São Paulo: Atual, 2009.
Geografia espaço e vivência: o espaço geográfico mundial, 8° ano / Levon Boligian ... [et. al.]. - 3, ed. reform. São Paulo: Atual, 2009.