terça-feira, 3 de julho de 2012

COMUNIDADE DOS ESTADOS INDEPENDENTES (CEI): ASPECTOS REGIONAIS


  A CEI (Comunidade dos Estados Independentes) é o bloco econômico regional que se formou após a desagregação da União Soviética. No dia 21 de dezembro de 1991, os líderes de 12 das 15 ex-repúblicas soviéticas reuniram-se em Alma Ata, no Cazaquistão, para instituir o bloco e decretar o fim da URSS. Entre os 15 países que se tornaram independentes da União Soviética, três não aderiram à CEI: Lituânia, Letônia e Estônia, as chamadas Repúblicas Bálticas.
Líderes da Rússia, da Ucrânia e da Bielorrússia assinam a criação da CEI e a aceleração da derrocada da URSS
  A CEI constitui uma confederação de Estados soberanos, cujo intuito é fortalecer as relações políticas e comerciais entre os países-membros. Diante do desafio de integrar essa região, a CEI vem enfrentando muitos problemas econômicos e sociais, decorrentes da transição de uma economia planificada e estatizada para uma economia globalizada e cada vez mais competitiva. À medida que o Estado deixou de ditar todas as regras que controlavam o funcionamento da economia, passando parte delas para a iniciativa privada, houve uma crise generalizada, que envolveu a diminuição na oferta de empregos, o aumento excessivo dos índices inflacionários, a queda da renda per capita, o endividamento externo, a queda na produção e a consequente recessão da economia.
  Todos esses problemas propiciaram um acentuado aumento nas desigualdades sociais, uma das características das economias capitalistas. Na maioria dos países da CEI, a concentração de renda, associada ao empobrecimento de uma parcela significativa da população, intensificou-se.
Mapa da ex-URSS
OS PAÍSES DA CEI
1. FEDERAÇÃO RUSSA
  A imensa Rússia, ou Federação Russa, é o país que tem o maior território do mundo, com 17.098.242 km². Com 138.739.892 habitantes, a Rússia é o nono país mais populoso do mundo. Sua densidade demográfica é baixíssima, aproximadamente 8,11 hab./km². As condições socioeconômicas foram melhores no passado; hoje são apenas razoáveis ou medianas: o PIB per capita é de 12.993 dólares, sendo o 53° nesse quesito.
  A Rússia herdou alguns dos grandes  problemas da antiga União Soviética. Ela precisa urgentemente construir sua identidade nacional, pois continua sendo um Estado multinacional, composto de várias etnias ou nacionalidades, que, em muitos casos, pleiteiam sua independência. Existem hoje mais de trinta repúblicas e regiões relativamente autônomas na Rússia, nas quais habitam minorias nacionais que desejam reforçar suas identidades próprias.
Divisão da Rússia
  O problema russo mais imediato, porém, é a grave crise econômica.
  Boa parte dos problemas econômicos russos decorre das dificuldades de reconverter o poderoso setor militar, ou seja, transformá-lo em indústrias que desenvolvam alta tecnologia no setor civil da economia. Outra dificuldade é a ausência de uma mentalidade (do povo, do governo e dos empresários) de economia de mercado, já que, durante quase todo o século XX, o país conviveu com uma economia centralizada e dirigida pelo Estado, de maneira que não havia liberdade para investimentos particulares.
Desfile militar na Rússia em 2008, comemorando a vitória dos soviéticos sobre as tropas elemães na Segunda Guerra
  A privatização das empresas estatais, que, em geral, eram deficitárias e com baixa modernização, é um processo que vem ocorrendo lentamente por causa do desemprego que ocasiona (pois essas empresas eram fonte de empregos numerosos, embora muitas vezes inúteis ou dispensáveis). Por fim, os investimentos estrangeiros na Rússia não foram os esperados: os investidores dos países desenvolvidos têm receio dos riscos de instabilidade e também elegeram outras áreas prioritárias nos anos 1990, como  leste da Ásia e a Europa Oriental.
  Apesar de todas essas dificuldades, a Rússia luta para se manter como uma grande potência econômica e militar no início do século XXI.
DADOS SOBRE A RÚSSIA
NOME OFICIAL: Federação Russa
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Declarada: 12 de junho de 1990
Concluída: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Moscou
 
Kremlin em Moscou - capital da Rússia
ÁREA:  17.098.242 km² (1º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011):
138.739.892 habitantes (9º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU):  8,11 hab./km² (189°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Moscou: 11.503.501 habitantes
Moscou - capital e maior cidade da Rússia
São Petersburgo: 4.661.219 habitantes
São Petersburgo - segunda maior cidade da Rússia
Novosibirsk: 1.397.191 habitantes
Novosibirsk - terceira maior cidade da Rússia
LÍNGUA: russo
IDH (ONU - 2011): 0,755 (66°)
PIB (FMI - 2011): US$ 1,850 trilhão (9°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 65,5 anos (137°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 16,6/ mil (81°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 73% (49°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,5% (11°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 12.993 (53º)
MOEDA: Rublo
RELIGIÃO (2010): cristãos (59,7%, com predomínio de católicos ortodoxos), sem religião (25,8%), islâmicos (7,6%), ateus (5,1%), outras religiões (1,8%).
DIVISÃO: na Rússia vigora o sistema estatal de uma República Federal onde existem dentro desse país várias divisões autônomas. Atualmente, a Federação Russa é dividida em 83 partes das quais:
  • 46 são oblasts - regiões, administradas por cada governador;
  • 21 são repúblicas, administradas por cada presidente como chefe de Estado e pelo primeiro-ministro como chefe de Governo;
  • 9 são krais - territórios, administrados por cada governador;
  • 4 são oblasts autônomos, administrados por cada governador;
  • 2 são cidades federais que são Moscou e São Petersburgo, ambas administradas por prefeitos;
  • 1 é província autônoma, Oblast Autônomo Judaico, administrada por um governador.
2. A CEI NA EUROPA ORIENTAL
  Os países da CEI que se situam mais a oeste, na periferia leste da Europa oriental são Ucrânia, Belarus e Moldávia.
UCRÂNIA
  Depois da Rússia, a Ucrânia é o país da CEI mais populoso e com economia mais forte, além de ser o maior país em dimensão territorial inteiramente na Europa. Esse país, que foi, durante décadas, o celeiro da União Soviética, da qual era uma das quinze repúblicas, possui um dos melhores solos agrícolas do mundo - o famoso tchernoziom ou terra negra -, onde há extensas plantações de trigo, beterraba, batata, milho, soja e outros produtos. Existem também inúmeras indústrias importantes no país, com destaque para a metalúrgica, mecânica, química, de equipamentos e petroquímica. Com a desagregação da União Soviética e a crise da economia russa, a Ucrânia sofreu sérias consequências. Mas com a dissolução dessa superpotência e a independência da Ucrânia, no fim de 1991, os moradores da Crimeia, onde predominam os russos, passaram a aspirar à sua separação desse país e à reunificação com a Rússia.
DADOS SOBRE A UCRÂNIA
NOME OFICIAL: República da Ucrânia 
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Declarada: 24 de agosto de 1991
Concluída: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Kiev

Praça da Independência em Kiev - capital da Ucrânia
ÁREA:  603.500 km² (44º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 
45.134.707 habitantes (28º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 74,78 hab./km² (98°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Kiev: 2.886.518 habitantes
Kiev - capital e maior cidade da Ucrânia
Kharkiv: 1.561.200 habitantes
Kharkiv - segunda maior cidade da Ucrânia
Dnipropetrovsk: 1.435.612 habitantes
Dnipropetrovsk - terceira maior cidade da Ucrânia
LÍNGUA: ucraniano
IDH (ONU - 2011): 0,729 (76°)
PIB (FMI - 2011): US$ 164,960 bilhões (55°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 67,9 anos (123°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 12,8/ mil (67°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 68% (62°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,7% (4°)
PIB PER CAPITA (FMI- 2011): U$ 3.621 (108º)
MOEDA: Grívnia
RELIGIÃO (2010): católicos ortodoxos (53,1%), independentes (15,6%), católicos romanos (11,1% - sendo 8,0% de greco-católicos ucranianos e 3,1% de católicos latinos), sem religião (10,7%), ateus (4,0%), protestantes (2,7%), muçulmanos (1,7%), judeus (0,4%), outras religiões (0,7%)
Catedral de Santa Sophia em Kiev
DIVISÃO: a Ucrânia é subdividida em 24 províncias (oblasts) e uma república autônoma (a Crimeia, com estatuto semelhante ao das regiões autônomas portuguesas dos Açores e da Madeira) e duas cidades independentes, que possuem um estatuto especial (Kiev e Sebastopol).
1. Tcherkássi 2. Tchernigov 3. Tchernvitsi 4. Crimeia 5. Dnipropetrovsk 6. Donetsk 7. Ivano Frankivsk 8. Kharkiv 9. Kherson 10. Khmelnitski 11. Kirovogrado 12. Kiev 13. Lugansk 14. Lviv 15. Mykolaiv 16. Odessa 17. Poltava 18. Rivne 19. Sumi 20. Ternopil 21. Vinnitsa 22. Volínia 23. Transcarpátia 24. Zaporíjia 25. Jitomir
BELARUS
  Belarus ainda permanece bastante dependente da Rússia, país para o qual vende cerca de 70% de suas exportações e do qual compra 90% de suas necessidades energéticas (petróleo, carvão, energia elétrica). O país, contudo, principalmente graças à pequena população e à razoável industrialização, possui uma das mais elevadas rendas per capita da CEI.
DADOS SOBRE BELARUS OU BIELORRÚSSIA
NOME OFICIAL: República da Bielorrússia
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Declarada: 27 de julho de 1990
Estabelecida: 25 de agosto de 1991 
Concluída: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Minsk
Praça da Vitória em Minsk - capital de Belarus
ÁREA: 207.600 km² (84º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011):
9.685.768 habitantes (83º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 46,65 hab./km² (131°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Minsk: 1.830.700 habitantes
Minsk - capital e maior cidade de Belarus
Gomel: 486.197 habitantes
Gomel - segunda maior cidade de Belarus
Mahilou: 371.200 habitantes
Mahilou - terceira maior cidade de Belarus
LÍNGUA: bielorruso ou russo
IDH (ONU - 2011): 0,756 (65°)
PIB (FMI - 2011): US$ 55,483 bilhões (72°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 69 anos (117°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 9,4/ mil (54°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 73% (52°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,7% (4°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 5.881 (84º)
MOEDA: Rublo bielorrusso
RELIGIÃO (2010): cristãos (70%, sendo: 48,6% ortodoxos; 13,2 católicos; 5,7% sem filiação; e 2,5% outros), sem religião (24%), ateus (5%), outras religiões (1%).
Igreja da Ressurreição em Brest - Bielorrússia
DIVISÃO: a Bielorrússia está dividida em seis voblasts (províncias), que recebem o nome das cidades que lhes servem como centros administrativos. Cada voblast tem uma autoridade legislativa provincial, chamada de oblsovet (conselho do voblast), eleito pelos habitantes do voblast, e uma autoridade executiva provincial, cujo líder é indicado pelo presidente. Os voblasts são subdivididos em raions (distritos ou regiões).
  Da mesma maneira, cada raion tem sua própria autoridade legislativa, eleito pelos seus residentes, e uma autoridade executiva, indicada por instâncias superiores do poder executivo.
 
 MOLDÁVIA
  A Moldávia é um país pouco industrializado que depende basicamente da agricultura e da pecuária. O clima favorável lhe permite ter boas safras de tabaco, uva e outras frutas. Mais da metade de sua população total ainda vive no meio rural. Existem no país algumas reservas de petróleo e gás natural, que são pouco exploradas.
  A grande maioria da população da Moldávia é de etnia latina, do grupo moldávio (65% do total), que fala o romeno, idioma oficial do país. Depois vem o ucraniano (14% do total), russo (13% do total), turco (3% do total) e outras etnias minoritárias.
DADOS SOBRE A MOLDÁVIA
NOME OFICIAL: República da Moldávia  
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Declarada: 27 de agosto de 1991
Concluída: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Chisinau
Portas de Chisinau - capital da Moldávia
ÁREA: 33.851 km² (136º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011):
4.324.450 habitantes (122º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 127,74 hab./km² (59°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Chisinau: 667.700 habitantes
Chisinau - capital e maior cidade da Moldávia
Tiraspol: 148.900 habitantes
Tiraspol - segunda maior cidade da Moldávia
Balti: 144.300 habitantes
Balti - terceira maior cidade da Moldávia
LÍNGUA: moldávia
IDH (ONU - 2011): 0,649 (111°)
PIB (FMI - 2011): US$ 7,003 bilhões (139°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 68,9 anos (118°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 15,8/ mil (78°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 42% (131°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,2% (17°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 1.969 (128º)
MOEDA: Leu moldávio
RELIGIÃO (2010): cristão ortodoxo (95%), outras religiões (5%).
DIVISÃO: a República da Moldávia é dividida administrativamente em 32 condados ou distritos, três municípios (Chisinau, Balti e Tighina) e duas regiões autônomas: a Gagaúzia e a Transnístria, esta última tendo declarado unilateralmente sua independência. As subdivisões são: Anenii Noi, Basarabeasca, Briceni, Cahul, Cantemir, Calarasi, Causeni, Cimislia, Criuleni, Donduseni, Drochia, Dubasari, Edinet, Falesti, Floresti, Glodeni, Hincesti, Ialoveni, Leova, Nisporeni, Ocnita, Orhei, Rezina, Riscani, Singerei, Soroca, Straseni, Soldanesti, Stefan Vodã, Taraclia, Telenesti e Ungheni.
3. A CEI NA TRANSCAUCÁSIA
  A CEI na Transcaucásia, é formado pela Geórgia, pela Armênia e pelo Azerbaijão.
GEÓRGIA
  Desde a sua independência, no fim de 1991, a Geórgia vive uma situação conturbada. O primeiro governo eleito do país em sua história, acabou sendo derrubado por um golpe militar, e o país, nos anos 1990 se destacou pelos frequentes conflitos internos (e também com a Rússia). A Geórgia se afastou da CEI durante cerca de dois anos, mas depois retornou. Em 14 de agosto de 2008, o parlamento georgiano aprovou a saída definitiva do país da Comunidade, devido o apoio militar russo às causas de independência da Abecásia e da Ossétia do Sul.
DADOS SOBRE A GEÓRGIA
NOME OFICIAL: República da Geórgia
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Declarada: 9 de abril de 1991
Reconhecida: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Tbilisi
Praça da Liberdade em Tbilisi - capital da Geórgia
ÁREA: 69.700 km² (119º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011):
4.630.841 habitantes (116º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 66,43 hab./km² (104°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Tbilisi: 1.253.100 habitantes
Tbilisi - capital e maior cidade da Geórgia
Kutaisi: 240.500 habitantes
Kutaisi - segunda maior cidade da Geórgia
Rustavi: 158.500 habitantes
Rustavi - terceira maior cidade da Geórgia
LÍNGUA: georgiano
IDH (ONU - 2011): 0,733 (75°)
PIB (FMI - 2010): US$ 14,347 bilhões (117°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 71,0 anos (108°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 38,7/ mil (125°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 53% (107°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,7% (4°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 3.210 (114º)
MOEDA: Lari
RELIGIÃO (2010): cristianismo (46,1%, sendo 36,6% de ortodoxos georgianos, 2,7% de ortodoxos russos, 5,6% de ortodoxos armênios, 1,2% de outros cristãos), islamismo (11%), outras (42,9%, sendo a maioria ateus).
DIVISÃO: a Geórgia está dividida em duas repúblicas autônomas (Abecásia e Abjazia), nove regiões (Samegrelo-Zemo Svaneti, Guria, Racha-Lechkhumi e Kvemo Svaneti, Imereti, Samtskhe-Javakheti, Mitskheta-Mtianeti, Kvemo Kartli, Shidda Kartli e Karkheti) e uma municipalidade (Tíflis). As regiões e repúblicas autônomas estão subdivididos em distritos e cidades com status de distrito.
1. Abecásia 2. Samegrelo-Zemo Svaneti 3. Guria 4. Abjazia 5. Racha-Lechkhumi e Kvemo Svaneti 6. Imereti 7. Samtskhe-Javakheti 8. Shidda Kartli 9. Mitskheta-Mtianeti 10. Kvemo Kartli 11. Karkheti 12. Tíflis.
ARMÊNIA
  A Armênia também vive uma situação conturbada desde os fins dos anos 1980, quando começou a ficar claro que a União Soviética poderia se desintegrar.
  A Armênia se vê confrontada, de um lado, por uma precária situação econômica (decorrente de vários fatores: dificuldade na transição para a economia de mercado, dependência externa para o suprimento de fontes de energia e as consequências de um violento terremoto, que arrasou grande parte das indústrias do país em 1988, mas que até hoje ainda sofre com as suas consequências) e, de outro, por questões políticas: os conflitos militares com o Azerbaijão e o movimento separatista da República de Nakhitchevan, situada no sul do país, nas vizinhanças com o Irã.
DADOS SOBRE A ARMÊNIA
NOME OFICIAL: República da Armênia
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Data tradicional: 11 de agosto de 2492
República Democrática da Armênia: 28 de maio de 1918 
Declarada: 23 de agosto de 1990
Reconhecida: 21 de setembro de 1991
Concluída: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Yerevan
Forte das Andorinhas em Yerevan - capital da Armênia. Memorial dedicado às vítimas do Genocídio Armênio
ÁREA: 29.800 km² (139º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011):
2.968.586 habitantes (137º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU):  99,61 hab./km² (76°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Yerevan: 1.283.800 habitantes
Yerevan - capital e maior cidade da Armênia
Gyumri: 206.600 habitantes
Gyumri - segunda maior cidade da Armênia
Vanadzor: 170.929 habitantes
Vanadzor - terceira maior cidade da Armênia
LÍNGUA: armênio
IDH (ONU - 2011): 0,716 (86°)
PIB (FMI - 2011): US$ 10,106 bilhões (127°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 72,0 anos (96°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 28,9/ mil (114°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 64% (77°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,5% (11°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 3.033 (120º)
MOEDA: Dram armênio
RELIGIÃO (2010): a religião predominante na Armênia é o cristianismo, partilhada por 98,7% da população.
Mosteiro de Khor Virap e ao fundo o Monte Ararat, onde a Arca de Noé supostamente encalhou após o dilúvio
DIVISÃO: a Armênia está organizada político-territorialmente em onze subdivisões. Destas onze, dez são chamadas marzer (fronteira ou limite). Yerevan é tratada separadamente e recebe status especial de hamaynq por ser a capital do país. O líder do executivo em cada uma das 10 marzes é o marzpet ou governador da marz, apontado pelo governo da Armênia. Em Yerevan, o líder do executivo é o prefeito, apontado pelo presidente. A república possui 953 vilarejos, 48 cidades e 932 comunidades, das quais 871 são rurais e 61 urbanas.
1. Aragatsotn 2. Ararat 3. Armavir 4. Gegharkunik 5. Kotayk 6. Lorri 7. Shirak 8. Syunik 9. Tavush 10. Vayots Dzor 11. Ierevan
AZERBAIJÃO
  O Azerbaijão era considerado uma das repúblicas mais desenvolvidas da União Soviética em razão de suas amplas reservas de petróleo e inúmeras indústrias petroquímicas, químicas, de construção, têxtil e outras. Mas, com a independência e a incompetência do novo governo e os conflitos militares com a Armênia, o país pouco evoluiu nos anos 1990. Apesar de ter o dobro da população da Armênia e muito mais recursos financeiros, o Azerbaijão acabou levando a pior nas batalhas travadas entre os dois países pelo controle do território Nagorno-Karabakh.
DADOS SOBRE O AZERBAIJÃO
NOME OFICIAL: República do Azerbaijão
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Formação do Estado: 1135 d.C.
República Democrática do Azerbaijão: 28 de maio de 1918
República Socialista Soviética do Azerbaijão: 28 de abril de 1920
Declarada: 24 de agosto de 1991
Concluída: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Baku
Prefeitura de Baku - capital do Azerbaijão
ÁREA: 86.600 km² (112º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 
8.177.717 habitantes (93º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 94,43 hab./km² (79°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Baku: 2.060.815 habitantes
Baku - capital e maior cidade do Azerbaijão
Ganja: 377.348 habitantes
Ganja - segunda maior cidade do Azerbaijão
Sumqayit: 357.900 habitantes
Sumqayit - terceira maior cidade do Azerbaijão
LÍNGUA: azerbaijano
IDH (ONU - 2011): 0,700 (91°)
PIB (FMI - 2011): US$ 62,321 bilhões (68°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 67,5 anos (124°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 72,3/ mil (164°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 52% (112°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,5% (11°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 6.832 (79º)
MOEDA: Manati azerbaijano
RELIGIÃO (2010): no país predomina o islamismo, que é a religião de 95% da população, onde 83% são xiitas e 12% sunitas. O Azerbaijão é um estado secular, sem religião oficial. A sua constituição consagra a liberdade religiosa e de consciência.
DIVISÃO: o Azerbaijão é divididp em 59 rayons, 11 cidade distritos e uma república autônoma (Nakhchivan), que divide-se em 7 rayons e uma cidade. O Presidente do Azerbaijão nomeia os governadores dessas unidades, enquanto o governo de Nakhchivan é eleito e aprovado pelo parlamento da República Autônoma Nakhchivan.
1. Absheron 2. Agjabadi 3. Agdam 4. Agdash 5. Agstafa 6. Agsu 7. Ali Bayramli (cidade) 8. Astara 9. Baku (cidade) 10. Balakan 11. Barda 12. Beylagan 13. Bilasuvar 14. Jabrayil 15. Jalilabad 16. Dashkasan 17. Davachi 18. Fizuli 19. Gadabay (contém um enclave da Armênia) 20.  Ganja (cidade) 21. Goranboy 22. Goychay 23. Hajigabul 24. Imishli 25. Ismailli 26. Kalbajar (parcialmente em Nagorno-Karabakh) 27. Kurdamir 28. Lachin 29. Lankaran 30. Lankaran (cidade) 31. Lerik 32. Masally 33. Mingachevir (cidade) 34. Naftalan (cidade) 35. Neftchala 36. Oguz 37. Qabala 38. Qakh 39. Qazakh (possui dois enclaves na Armênia) 40. Qobustan 41. Quba 42. Qubadli 43. Qusar 44. Saatly 45. Sabirabad 46. Shaki 47. Shaki (cidade) 48. Salyan 49. Shamakhi 50. Shamkir 51. Samukh 52. Siazan 53. Sumqayit (cidade) 54. Shusha (em Nagorno-Karabakh) 55. Shusha (cidade em Nagorno-Karabakh) 56. Tartar (parcialmente em Nagorno-Karabakh) 57. Tovuz 58. Ujar 59. Khachmaz 60. Khankendi (cidade - capital de Nagorno-Karabakh, atualmente chamada de Stepanakert) 61. Khanlar 62. Khizi 63. Khojali (em Nagorno-Karabakh) 64. Khojavend (em Nagorno-Karabakh) 65. Yardymli 66. Yevlakh 67. Yevlakh (cidade) 68. Zangilan 69. Zaqatala 70. Zardab.
República Autônoma de Nakichevan
  Os sete distritos de Nakichevan são:
1. Babeck 2. Julfa 3. Kangarli 4. Ordubad 5. Sadarak (contém um enclave na Armênia) 6. Shakhbuz 7. Sharur
4. A CEI NA ÁSIA CENTRAL
  Os países que se localizam na Ásia Central (ao norte do Oriente Médio e ao sul da Rússia) são o Cazaquistão, o Turcomenistão, o Uzbequistão, a Quirguízia e o Tajiquistão, que possuem alguns traços comuns: populações islâmicas ou muçulmanas e um baixo padrão de vida, com baixa renda per capita e atividades econômicas em geral baseadas na agricultura e na mineração.
DADOS SOBRE O CAZAQUISTÃO
NOME OFICIAL: República do Cazaquistão
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Declarada: 16 de dezembro de 1991
Concluída: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Astana
Palácio presidencial em Astana - capital do Cazaquistão
ÁREA: 2.724.900 km² (9º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011):
15.340.533 habitantes (61º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 5,62 hab./km² (193°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Almaty: 1.421.628 habitantes
Almaty - maior cidade do Cazaquistão
Astana: 802.980 habitantes
Astana - capital e segunda maior cidade do Cazaquistão
Shymkent: 488.700 habitantes
Shymkent - terceira maior cidade do Cazaquistão
LÍNGUA: russo e cazaque
IDH (ONU - 2011): 0,745 (68°)
PIB (FMI - 2011): US$ 178,312 bilhões (51°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 67,0 anos (127°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 24,1/ mil (107°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 58% (94°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,6% (9°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 10.694 (59º)
MOEDA: Tenge
RELIGIÃO (2010): islamismo (53,7%), Igreja Ortodoxa Russa (7,8%), católicos romanos (2,9%), protestantes (10,0%), luteranos (3,2%), Adventistas do Sétimo Dia (3,3%), Testemunhas de Jeová (4,0%), pentecostais (1,1%), recém-fundadas (11%), outras (3%).
DIVISÃO: o Cazaquistão está dividido em 14 províncias. As províncias, por sua vez, estão subdivididas em distritos.
DADOS SOBRE O UZBEQUISTÃO
NOME OFICIAL: República do Uzbequistão
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Formação: 1747
Adesão à URSS: 27 de outubro de 1924
Declarada: 1° de setembro de 1991
Reconhecida: 8 de dezembro de 1991
Completada: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Tashkent
Estátua de Amir Temur, herói do Uzbequistão em Tashkent - capital do Uzbequistão
ÁREA: 447.400 km² (56º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 
28.128.600 habitantes (44º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 62,87 hab./km² (109°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Tashkent: 2.320.700 habitantes
Tashkent - capital e maior cidade doUzbequistão
Samarcanda: 596.300 habitantes
Samarcanda - segunda maior cidade do Uzbequistão
Namangan: 449.200 habitantes
Namangan - terceira maior cidade do Uzbequistão
LÍNGUA: uzbeque
IDH (ONU - 2011): 0,641 (115°)
PIB (FMI - 2011): US$ 45,353 bilhões (79°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 67,2 anos (126°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 55,0/ mil (144°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 37% (141°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 96,9% (60°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 1.572 (131º)
MOEDA: Som uzbeque
RELIGIÃO (2010):islâmicos (88%), ortodoxos (9%), outros (3%).
DIVISÃO: o Uzbequistão está dividido em 12 províncias, uma república autônoma e uma cidade autônoma.
1. Tashkent (capital nacional) 2. Andijon 3. Bukhoro 4. Farghona 5. Jizzakh 6. Namangan 7. Nawoiy 8. Qashqadaryo 9. Samarcanda 10. Sirdaryo 11. Surkhondaryo 12. Tashkent 13. Khorazm 14. República do Caracalpaquistão.
DADOS SOBRE O TURCOMENISTÃO
NOME OFICIAL: República do Turcomenistão
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Declarada: 27 de outubro de 1991
Concluída: 12 de dezembro de 1991
CAPITAL: Ashgabate
Palácio presidencial em Ashgabate - capital do Turcomenistão
ÁREA: 488.100 km² (52º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 4.829.332
habitantes (114º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 9,89 hab./km² (184°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Ashgabate: 1.098.000 habitantes
Ashgabate - capital e maior cidade do Turcomenistão
Turkmenabat: 276.817 habitantes
Turkmenabat - segunda maior cidade do Turcomenistão
Dasoguz: 218.100 habitantes
Dasoguz - terceira maior cidade do Turcomenistão
LÍNGUA: turcomeno e russo
IDH (ONU - 2011): 0,686 (102°)
PIB (FMI - 2012): US$ 25,742 bilhões (94°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 63,2 anos (145°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 74,7/ mil (167°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 49% (115°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,5% (11°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 4.658 (96º)
MOEDA: Manat turcomano
RELIGIÃO (2010): muçulmanos (89%), ortodoxos (9%), sem religião ou outra religião (2%).
DIVISÃO: o Turcomenistão está dividido em cinco províncias e uma cidade independente (Ashgabate). As províncias são subdivididas em distritos, que podem ser condados ou cidades.
DADOS SOBRE O TADJIQUISTÃO
NOME OFICIAL: República do Tajiquistão
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Estabelecimento do Império Samânido: 875 d.C.
Declarada: 9 de setembro de 1991
Concluída: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Duchambe

Museu Nacional de Duchambe - capital do Tadjiquistão
ÁREA: 143.100 km² (94º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011):
7.211.884 habitantes (98º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 50,39 hab./km² (123°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Duchambe: 779.400 habitantes
Duchambe - capital e maior cidade do Tadjiquistão
Khujand: 180.900 habitantes
Khujand - segunda maior cidade do Tadjiquistão
Kulob: 103.800 habitantes
Kulob - terceira maior cidade do Tadjiquistão
LÍNGUA: tajique
IDH (ONU - 2011): 0,607 (127°)
PIB (FMI - 2011): US$ 6,523 bilhões (140°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 66,7 anos (130°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 60,2/mil (149°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 26% (169°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,6% (9°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 831 (155º)
MOEDA: Somoni
RELIGIÃO (2010): islamismo (83,8%), sem religião (12,3%), outras religiões (2%), ateus (1,9%).
DIVISÃO: o Tadjiquistão está dividido em três províncias, uma região autônoma e a capital, Duchambe, que possui estatuto especial. Cada província é dividida em distritos.
1. Sughd 2. Karotegin 3. Khatlon 4. Gorno-Badakhshan
DADOS SOBRE O QUIRGUISTÃO
NOME OFICIAL: República da Quirguízia
INDEPENDÊNCIA: da União Soviética
Declarada: 31 de agosto de 1991
Concluída: 25 de dezembro de 1991
CAPITAL: Bichkek
Praça Central de Bichkek - capital do Quirguistão
ÁREA: 199.951 km² (85º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 
5.356.869 habitantes (112º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 26,79 hab./km² (155°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (ESTIMATIVA 2012):
Bichkek: 1.350.100 habitantes
Bichkek - capital e maior cidade do Quirguistão
Osh: 244.600 habitantes
Osh - segunda maior cidade do Quirguistão
Jalalabad: 78.689 habitantes
Pórtico de Jalalabad - terceira maior cidade do Quirguistão
LÍNGUA: quirguiz e russo
IDH (ONU - 2011): 0,615 (126°)
PIB (FMI - 2011): US$ 5,920 bilhões (144°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 65,9 anos (132°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 53,1/ mil (139°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 36% (146°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,3% (15°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 1.070 (148º)
MOEDA: Som quirguiz
RELIGIÃO (2010): islamismo (70%), ortodoxos russos (5,7%), outras religiões (24,3%).
DIVISÃO: o Quirguistão está dividido em sete províncias, administradas por governadores nomeados pelo governo central. A capital, Bichkek é, administrativamente, uma cidade independente. As províncias e a cidade são:
1. Bichkek (capital) 2. Batken 3. Chuy 4. Jalalabad 5. Naryn 6. Osh 7. Talas 8. Issyk Kul
FONTE: Vesentini, José William. Geografia crítica / José William Vesentini, Vânia Vlach. -- 4. ed. -- São Paulo: Ática, 2009.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

AUSTRÁLIA

  A Austrália (cujo nome vem do latim australis, que significa "sul" ou "meridional") ocupa 90% do território da Oceania.
  Desde os primórdios da cartografia grega, com os estudos de Pitágoras propondo a esfericidade do planeta, os gregos admitiam a presença da Terra Australis Incógnita em seus mapas, considerando a necessidade da existência de terras do outro lado do mundo em contrapeso às já conhecidas. Mas foi a partir do século XVI que portugueses e holandeses navegaram na costa australiana, sem contudo assumi-la como parte de seus impérios coloniais.

Terra Australis Incógnita - assim como os gregos, o mapa de Orontius Finaeus, publicado em 1931, já considerava a presença das terras australianas antes mesmo da chegada dos europeus à região
HISTÓRIA
  A habitação humana da Austrália teve seu início estimado entre 48.000 e 42.000 anos atrás, possivelmente com a migração de pessoas por pontes de terra e por cruzamentos pelo mar de curta distância, no que é atualmente o sudeste da Ásia. Estes primeiros habitantes podem ter sido antepassados dos modernos indígenas australianos. Na época da colonização europeia, no final do século XVIII, a maioria dos indígenas australianos eram caçadores-coletores, com uma complexa cultura oral e valores espirituais com base em reverência à terra e uma crença no Templo do Sonho. Os habitantes das ilhas do Estreito de Torres, etnicamente melanésios, foram originalmente horticultores e caçadores-coletores.
Rota percorrida pelos primeiros seres humanos
  O primeiro avistamento europeu e o primeiro desembarque europeu na sua costa foram atribuídos ao navegador holandês Willem Janszoon, que avistou a costa da Península do Cabo York em uma data desconhecida no começo de 1606. Ele fez o desembarque em 26 de fevereiro no rio Pennefather na costa ocidental do Cabo York, perto da cidade moderna de Weipa. O holandês traçou todo o litoral oeste e norte da "Nova Holanda", durante o século XVII, mas não fez nenhuma tentativa de colonização.
Cabo York - lugar onde aportou os primeiros europeus na Austrália
  Anos mais tarde, o navegador inglês James Cook, após circundá-la e mapeá-la, desembarcou na costa leste da Austrália, que chamou de Nova Gales do Sul, garantindo aos ingleses a posse do território em 28 de abril de 1770. As descobertas de Cook prepararam o caminho para a criação de uma nova colônia penal. A colônia da Coroa Britânica de Nova Gales do Sul foi formada em 26 de janeiro de 1788, quando o capitão Arthur Phillip levou a Primeira Frota a Port Jackson. Esta data tornou-se o Dia da Austrália. A Terra de Van Diemen, hoje conhecida como Tasmânia, foi colonizada em 1803 e tornou-se uma colônia separada em 1825. O Reino Unido reclamou a parte ocidental da Austrália, em 1828.
James Cook
  Colônias separadas foram esculpidas a partir de partes de Nova Gales do Sul: Austrália Meridional em 1836, Victória em 1851, e Queensland em 1859. O Território do Norte foi fundado em 1911, quando ele foi extirpado da Austrália Meridional. A Austrália Meridional foi fundada como uma "província livre", que nunca foi uma colônia penal. Victória e Austrália Ocidental também foram fundadas como "livres", mas depois aceitaram transportar presos. Uma campanha de colonos de Nova Gales do Sul levou ao fim o transporte de condenados para a colônia; o último navio com condenados chegou em 1848.
Rotas percorrida pelos navegadores da Austrália
   1606 - Willien Jansz
   1606 - Luiz Váez de Torres
   1616 - Dirk Hartog
   1619 - Frederick de Houtman
   1644 - Abel Tasman
   1696 - Williem de Vlamingh
   1699 - William Dampier
   1770 - James Cook
   1797-1799 - George Bass
         1801-1803 - Matthew Flinders
  A Austrália tornou-se independente em 1900, mas ainda faz parte da Comunidade Britânica de Nações, e a rainha Elizabth II é a chefe de Estado. De acordo com sua primeira constituição, que completou 100 anos em 2000, o governo fez um plebiscito para saber se a população desejaria que o país se tornasse uma República. Com mais de 50% dos votos, os australianos preferiram continuar como uma federação parlamentarista e manter assim os laços com a Comunidade Britânica.
Em verde os países que fazem parte da Commonwealth (Comunidade Britânica de Nações)
PAISAGENS AUSTRALIANAS
  A Austrália apresenta três grandes conjuntos naturais. Em sua porção centro-ocidental, predominam grandes desertos, como os de Gibson e o Grande Deserto Australiano. Na parte centro-sul, aparecem planícies drenadas pelos rios Murray e Darling. Distanciando-se das formações ocidentais, surge em sentido norte-sul, uma extensa cadeia montanhosa denominada Cordilheira Australiana, onde se situam os Alpes Australianos. Com altitudes relativamente modestas, seu ponto culminante é o Monte Kosciusko (2.230 metros).
Monte Kosciusko - ponto culminante da Austrália
  Cortado pelo Trópico de Capricórnio, parte do território australiano encontra-se na zona intertropical. Em sua porção oeste e central predominam os desertos e a semiaridez, com vegetações xerófitas e estépicas. Ao norte, as florestas tropicais preenchem o território e transformam-se em grandes áreas de preservação ambiental. Nas porções sudeste e sul do território, os climas mediterrâneo e temperado são responsáveis por uma vegetação de carvalhos e pradarias.
Uluru (Ayers Rock ou Rocha) - atração no deserto australiano
POPULAÇÃO E ECONOMIA
  A população australiana é de 21,766 milhões de habitantes, e o país apresenta uma densidade demográfica relativamente baixa (2,82 hab./km²). De acordo com estatísticas recentes, cerca de 30% da população australiana é constituída por imigrantes, sendo majoritários os grupos asiáticos. Quase 90% da população ocupa áreas urbanas, como Sydney, Camberra e Melbourne, localizadas na porção oriental. O centro, o norte e o nordeste do país apresentam baixas densidades demográficas.
 Criação de ovelhas na Austrália - o país é o segundo maior produtor mundial de ovinos, perdendo apenas para a China
  Posteriormente à Segunda Guerra Mundial, houve rápida expansão industrial, um dos alicerces atuais da economia australiana. Os principais setores são: químico, têxtil, motores e siderúrgicos. A concentração industrial ocorre nas áreas urbanizadas do sudeste, como Sydney, Melbourne, Newcastle, entre outras.
Sydney - cartão-postal australiano
  Apesar do grande desenvolvimento industrial, a economia australiana tem um sólido setor primário, sendo grande exportadora de produtos de origem animal, como lã, carne, manteiga e queijo. Há também grande variedade de recursos minerais no país, que está entre os primeiros do mundo em produção de minérios. Destacam-se grandes áreas produtoras de minério de ferro na Austrália Ocidental e na Tasmânia, e de bauxita no Território do Norte e em Queensland.
Minério de ferro - a Austrália é um dos maiores produtores mundiais desse mineral
  O amplo território, a grande variedade de minérios e a intensa e variada produção agrícola e mineral fazem da Austrália, um dos maiores parceiros comerciais do Japão. Com a proximidade entre os dois países e as necessidades crescentes do Japão por produtos naturais, o comércio bilateral expande-se constantemente.
DADOS SOBRE A AUSTRÁLIA
NOME OFICIAL: Comunidade da Austrália 
INDEPENDÊNCIA: do Reino Unido
Constituição: 1 de janeiro de 1901
Estatuto de Westminster: 11 de dezembro de 1931
Ato de Adoção do Estatuto de Westminster: 9 de outubro de 1942 (efetivada em 3 de setembro de 1939).
Ato da Austrália: 3 de março de 1986
LOCALIZAÇÃO: Oceania
CAPITAL: Camberra
Camberra - capital da Austrália
ÁREA:  7.692.024 km² (6º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 21.766.711
habitantes (55º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU):  2,82 hab./km² (199°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (2010):
Sydney: 4.504.469 habitantes
Sydney - maior cidade da Austrália
Melbourne: 4.077.036 habitantes
Melbourne - segunda maior cidade da Austrália
Brisbane: 1.955.639 habitantes
Brisbane - terceira maior cidade da Austrália
LÍNGUA: inglês
IDH (ONU - 2011): 0,929 (2°)
PIB (FMI - 2010): US$ 1,488 trilhão (13°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 81,2 anos (5°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 4,4/ mil (17°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 89% (17°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99% (19°)
MOEDA: dólar australiano
RELIGIÃO (2010): cristãos (64% - sendo que 26% são católicos romanos e 19% são anglicanos), sem religião (19%), budismo (2,1%), islamismo (1,7%), outras religiões (13,2%).
DIVISÃO: a Austrália é formada por seis estados: Nova Gales do Sul, Queesland, Austrália do Sul, Tasmânia, Victória, Austrália Ocidental e dois territórios, o Território do Norte e o Território da Capital Australiana (TCA). Na maioria dos aspectos, estes dois territórios funcionam como os estados, mas o Parlamento da Comunidade pode substituir toda a legislação dos respectivos parlamentos. Em contrapartida, a legislação federal apenas substitui a legislação do estado em determinadas áreas que são definidos no artigo 51° da Constituição da Austrália.
  Cada estado e território continental importante tem a sua própria legislação ou parlamento: unicameral no Território do Norte, no TCA e em Queensland e bicameral nos demais estados. Os Estados são soberanos, embora sujeitos a certas competências da Comunidade, tal como definido pela Constituição. A Câmara Baixa é conhecida como Assembleia Legislativa (Casa da Assembleia na Austrália do Sul e Tasmânia) e a Câmara Alta é conhecida como Conselho Legislativo. O chefe do governo em cada estado é o Primeiro-Ministro e em cada território, o Ministro-Chefe.
  O governo federal administra diretamente os seguintes territórios:
  • Território da Baía de Jervis (uma base naval e um porto marítimo para a capital do país, que anteriormente era parte da Nova Gales do Sul;
  • Ilhas Christmas e Ilhas Cocos (Keeling);
  • Ilhas Ashmore e Cartier;
  • Ilhas do Mar de Coral;
  • Ilha Heard e Ilhas Mc Donald;
  • Território Antártico Australiano (suspenso pelo Tratado da Antártica).
  A Ilha Norfolk também é, tecnicamente, um território externo, no entanto, sob a lei de 1979 da Ilha Norfolk, quando foi concedida mais autonomia à ilha e um governado local regido por sua própria assembleia legislativa.
Ilha Norfolk
FONTE: Araújo, Regina. Observatório de geografia: 9° ano: territórios da globalização / Regina Araújo, Ângela Corrêa da Silva, Raul Borges Guimarães. - São Paulo: Moderna, 2009.

terça-feira, 26 de junho de 2012

O NORDESTE ATUAL: ECONOMIA E RECURSOS NATURAIS

  A economia nordestina mostrou-se mais dinâmica desde a última década do século XX. Entre as razões desse dinamismo estão o desenvolvimento industrial e os avanços nos setores agrário e de serviços.
  Com a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) em 1959, o setor secundário ou industrial do Nordeste recebeu a maior parte dos investimentos.  Como consequência houve a montagem de importantes e modernos parques industriais. No entanto, apenas uma parcela muito reduzida da população nordestina foi beneficiada, já que as indústrias se concentraram em apenas três estados (Bahia, Pernambuco e Ceará), particularmente nas capitais, com destaque para as de transformação e de confecções.
Edifício sede da Sudene em Recife - PE
  Com a política de desconcentração industrial, a partir da década de 1990, os governos estaduais da região Nordeste têm investido em infraestrutura e oferecido vantagens, como incentivos fiscais visando atrair indústrias para seus territórios. Entretanto, a implantação de uma indústria, em geral, bastante automatizada, abre poucos postos de trabalho, quase sempre mais qualificados, além de contribuir com impostos reduzidos. Assim, apenas algumas empresas transnacionais ou de capital nacional acabam sendo as mais beneficiadas.
Distrito Industrial de Maracanaú, na Grande Fortaleza - CE
  Quanto ao setor agrícola, destacam-se duas importantes monoculturas cultivadas na Zona da Mata: a cana-de-açúcar, especialmente em Alagoas e Pernambuco, e o cacau, no sul da Bahia.
  No Meio-Norte, além da agricultura tradicional (cana-de-açúcar, milho, mandioca, arroz) e do extrativismo vegetal (babaçu, carnaúba), têm crescido as plantações de soja no sul dos estados do Maranhão e do Piauí - cultivo que se estende até o sertão, chegando ao oeste da Bahia.
Colheita de soja no sul do Piauí
  No Sertão, subsiste a agricultura tradicional, cultivada nos vales mais úmidos e nas encostas e pés de serras. Milho, arroz, feijão, mandioca, algodão e cana-de-açúcar são as principais culturas.
  A fruticultura irrigada no Nordeste adquire cada vez mais importância não apenas no mercado interno, mas também para a exportação. É desenvolvida no vale do São Francisco (uva, manga), no vale do Açu no Rio Grande do Norte (melão, manga) e no sertão do Ceará (acerola, melão, além de flores). A Bahia é o primeiro produtor brasileiro de coco, manga, mamão e maracujá. A maior região produtora de melão do país localiza-se no polo Açu/Mossoró, no Rio Grande do Norte, e o polo Petrolina/Juazeiro firmou-se como grande exportador de manga, banana, coco, uva, goiaba, melão e pinha.
Produção irrigada de uvas em Petrolina - PE
  Mão de obra barata e disponível, preços atrativos das terras e a localização da Região Nordeste em relação à Europa e aos Estados Unidos (reduzindo o tempo e o custo de transporte) conferem vantagens à fruticultura na região. O desenvolvimento de tecnologias (criação de variedades de frutas, produção integrada, produção de mudas sadias, entre outras) e o aperfeiçoamento de técnicas de irrigação foram essenciais para o crescimento da atividade, que garante empregos no campo e na cidade, reduzindo o êxodo rural.
Produção de melão em Mossoró - RN
  Na pecuária predomina a criação de animais de pequeno porte como asininos (jumentos, mulas e burros), caprinos (cabras), ovinos (ovelhas) e suínos (porcos). A criação de bovinos (bois), tradicionalmente desenvolvida no Sertão de forma extensiva, vem crescendo também em áreas do Agreste próximas ao Sertão, com solos de baixa fertilidade e pouca umidade, e em áreas do Maranhão. A pecuária leiteira, na modalidade extensiva e voltada para o abastecimento da Zona da Mata, é praticada no Agreste.
Criação de cabras em Cabaceiras - PB
  No Agreste ainda se desenvolve a policultura comercial para o abastecimento da Zona da Mata, em médias e pequenas propriedades. É praticada em solos férteis com boas condições de umidade, na fronteira com a Zona da Mata.
  O turismo é outra atividade econômica de grande importância para a região, desenvolvido a partir das potencialidades naturais e dos atrativos culturais.
Castelo di Bivar, importante atrativo turístico do município de Carnaúba dos Dantas - RN
  O Nordeste conta com diversos parques nacionais, entre eles o da Serra da Capivara (PI), com grande concentração de sítios arqueológicos e pinturas rupestres, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (distrito estadual de Pernambuco) e o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA).
Parque Nacional Serra da Capivara em São Raimundo Nonato - PI
  Entre os eventos culturais que atraem turistas estão o carnaval (com destaque para Salvador, Olinda e Recife), as festas juninas (Caruaru e Campina Grande etc.), as danças e comidas típicas e o artesanato (rendas, cerâmicas) da região.
Festa de São João em Campina Grande - PB
  A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), ligada à ONU, instituiu uma lista de sítios e monumentos de valor excepcional e de interesse universal, que integram o Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da Humanidade. O objetivo é a preservação desses sítios para as gerações futuras. A Região Nordeste abriga grande número de Patrimônios Culturais e Naturais da Humanidade, como o centro histórico de Olinda (PE), de São Luís (MA) e o de Salvador (BA), com o Pelourinho, além dos sítios arqueológicos de São Raimundo Nonato no Parque Nacional da Serra da Capivara (PI).
Centro Histórico de São Luís - MA
  Em relação aos recursos naturais, destacam-se na região o petróleo e o gás natural, extraídos no Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte e na Bahia. O Rio Grande do Norte ainda se sobressai como o maior produtor nacional de sal marinho.
Produção de sal marinho em Macau - RN
INDICADORES SOCIAIS, POPULAÇÃO E URBANIZAÇÃO
  A Região Nordeste ainda responde pelos índices de qualidade de vida mais baixos do país. Problemas sociais como elevadas taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo, baixos salários, grande concentração da renda e das terras também alcançam números que superam os de outras regiões.
  Segundo o IBGE, em 2009, 18,9% dos nordestinos eram analfabetos, contra 5,5% da Região Sul, 5,7% do Sudeste, 8% do Centro-Oeste e 10,6% do Norte.
  Em termos de PIB per capita, a Região também ocupa o último lugar em distribuição de renda. A Região Nordeste possuía, em 2009, um PIB per capita de R$ 8.167,00, contra R$ 22.364,00 da Região Centro-Oeste, R$ 22.147,00 da Região Sudeste, R$ 19.324,00 da Região Sul e R$ 10.625,00 da Região Norte.
  De povoamento antigo, a Zona da Mata continua sendo a sub-região mais importante do Nordeste, concentrando seis capitais e a maior parte da população. Salvador e Recife são as principais cidades, destacando-se ainda como áreas industriais.
  A população do Meio-Norte é relativamente pouco numerosa, e o Agreste apresenta densidade demográfica inferior à da Zona da Mata.
  O Sertão é a mais extensa das sub-regiões do Nordeste, porém, apresenta baixa densidade demográfica, com regiões mais povoadas no vale do São Francisco e no litoral do Ceará.  Em épocas de seca, entretanto, boa parte da população migra para outras regiões e muitos não retornam.
  Quanto à hierarquia das cidades, as três metrópoles do Nordeste (Salvador, Recife e Fortaleza) localizam-se no litoral. As outras capitais dos estados do Nordeste (São Luís, Maceió, Natal, Teresina, João Pessoa e Aracaju), são centros regionais, como Ilhéus-Itabuna, no Litoral-Mata Baiano, Feira de Santana, no agreste baiano, Petrolina-Juazeiro, no São Francisco pernambucano e Baiano.
  Dos centros urbanos de primeira ordem destacam-se Campina Grande, no agreste paraibano, Crato-Juazeiro do Norte, no sertão cearense, Vitória da Conquista, no agreste baiano, Caruaru, no agreste pernambucano, Mossoró, no sertão potiguar e Imperatriz, na Pré-Amazônia maranhense.
Vitória da Conquista - BA
FONTE:  Terra, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil / Lygia Terra, Regina Araújo, Raul Borges Guimarães. - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2010.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

PLANO DIRETOR E ESTATUTO DAS CIDADES

  A partir de outubro de 2001, com a aprovação da Lei nº 10.257, que ficou conhecida como Estatuto das Cidades, houve regulamentação dos artigos de política urbana que constam da Constituição de 1988. O estatuto fornece as principais diretrizes a serem aplicadas no município, por exemplo: regularização da posse dos terrenos e imóveis, sobretudo, em áreas de baixa renda que tiveram ocupação irregular; organização das relações entre a cidade e o campo; garantia de preservação e recuperação ambiental, entre outras.
São Paulo - SP
  Segundo o Estatuto das Cidades é obrigatório que determinados municípios elaborem um Plano Diretor, que é um conjunto de leis que estabelece as diretrizes para o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental, regulamentando o uso e a ocupação do território municipal, especialmente o solo urbano. O Plano Diretor é obrigatório para municípios que apresentam uma ou mais das seguintes características:
  •  abriga mais de 20 mil habitantes;
  •  integra regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
  •  integra áreas de especial interesse turístico;
  •  insere-se na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional;
  •  onde o poder público municipal queira exigir o aproveitamento adequado do solo urbano, sob pena de parcelamento, desapropriação ou progressividade do imposto territorial urbano.
Currais Novos - RN
  Os planos são elaborados pelo governo municipal - por uma equipe de profissionais qualificados, como geógrafos, arquitetos, urbanistas, engenheiros, advogados e outros. Geralmente se iniciam com um perfil geográfico e socioeconômico do município. Em seguida apresentam a proposta de desenvolvimento adotada, com atenção especial para o meio ambiente. A parte final, e mais extensa, detalha as diretrizes  definidas para cada setor da administração pública - habitação, transporte, educação, saúde, saneamento básico etc. -, assim como as normas técnicas para ocupação e uso do solo, conhecida como.
 Zoneamento urbano da cidade de São Paulo
  Assim, o Plano Diretor pode alterar ou manter a forma dominante de organização espacial e, portanto, interfere no dia a dia de todos os cidadãos. Por exemplo, uma alteração na Lei de Zoneamento pode valorizar ou desvalorizar  os imóveis e alterar a qualidade de vida em um determinado bairro, especificar em qual direção a cidade deve crescer, em que local será permitida a instalação de indústrias ou casas noturnas, em qual haverá moradia para a população de baixa renda, em quais ruas e avenidas será permitida a circulação de ônibus, qual será o destino final do lixo e muitas outras regulamentações.
Programa Minha Casa Minha Vida - valorizou muitas áreas que antes eram desvalorizadas
  Outro interessante exemplo prático de planejamento constante no plano diretor é o controle dos polos geradores de tráfego, uma vez que os congestionamentos de trânsito são um sério problema para os moradores das grandes e médias cidades. Os polos geradores de tráfego são construções que atraem grande quantidade de veículos transportando pessoas e cargas (escolas, shopping centers, corredores comerciais, pavilhões de exposições etc.). O controle de sua localização por intermédio da Lei de Zoneamento permite diminuir os impactos que provocam sobre o transporte público e o trânsito de automóveis.
Congestionamento do trânsito em Salvador - BA
  Para intervir adequadamente no planejamento urbano, é fundamental dispor de dados confiáveis e atualizados sobre muitas variáveis que compõem o complexo funcionamento de uma cidade. Isso é importante para tornar a cidade mais organizada e melhorar as condições de vida de seus habitantes. Para isso, tem colaborado bastante a difusão dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG).
  Fruto dos avanços tecnológicos na área de informática, os SIGs permitem coletar, armazenar e processar com grande rapidez uma infinidade de dados georreferenciados fundamentais e mostrá-los por meio de plantas e mapas, gráficos e tabelas, o que facilita muito a intervenção dos profissionais envolvidos com o planejamento urbano.
SIG - essencial para se realizar um Plano Diretor de uma cidade
  Antes de ser elaborado pela Prefeitura (poder executivo) e aprovado pela Câmara Municipal (poder legislativo), o Plano Diretor deve contar com a "cooperação das associações representativas no planejamento municipal". A participação da comunidade na elaboração desse documento passou a ser  uma exigência constitucional que prevê, ainda, projetos de iniciativa popular, que podem ser apresentados, desde que contem com participação (geralmente na forma de abaixo-assinado) de 5% do eleitorado.
  Entretanto, o planejamento das ações governamentais e a sua execução demandam um processo composto por várias fases e algumas (como preparar uma licitação ou aprovar o orçamento no legislativo) diicilmente podem ser organizadas pela população.
FASES DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO URBANO
  1. delimitação do problema a ser enfrentado (por exemplo, coleta e destino final do lixo urbano);
  2. fixação dos objetivos que se pretende atingir (a coleta será ou não seletiva, quantas coletas serão realizadas por semana na porta das residências, qual será o destino final do lixo etc.);
  3. pesquisa e coleta de dados sobre o que está sendo analisado (quantos quilos de lixo são produzidos diariamente, qual a participação dos domicílios, indústrias e hospitais, qual a composição do lixo etc.);
  4. interpretação dos dados e estruturação do plano de ação;
  5. levantamento dos custos;
  6. programação das etapas de execução;
  7. aprovação do plano e do orçamento nos poderes executivo e legislativo;
  8. licitação para a compra de material e contratação de empresas;
  9. execução.
Coleta seletiva do lixo - uma das fases do planejamento urbano
  Como o encaminhamento dessas fases demanda uma ação administrativa complexa, na prática a participação popular no planejamento e na execução de intervenções urbanas só se concretiza quando a pressão popular e a vontade dos governantes convergem nessa direção.
APLICAÇÕES DO PLANO DIRETOR
  Cada Plano Diretor trata de realidades particulares dos diversos municípios, mas a maioria deles apresenta as seguintes aplicações práticas:
  • Lei do Perímetro Urbano - Estabelece os limites da área considerada perímetro urbano, em cujo interior é arrecadado o IPTU.
  • Lei do Parcelamento do Solo Urbano - A principal atribuição dessa lei é estabelecer o tamanho mínimo dos lotes urbanos, o que acaba determinando o grau de adensamento de um bairro ou zona da cidade. Por exemplo, num bairro onde o lote mínimo tenha área de 50 m², a ocupação será mais densa que em outro onde eles tenham 500 m².
Solo urbano de Carnaúba dos Dantas - RN
  • Lei de Zoneamento (uso e ocupação do solo urbano) - Estabelece as zonas do município nas quais a ocupação será estritamente residencial ou mista (residencial e comercial), as áreas em que ficará o distrito industrial, quais serão as condições de funcionamento de casas noturnas e muitas outras especificações que podem manter ou alterar profundamente as características dos bairros. Por exemplo, se um bairro era proibida a verticalização e uma nova Lei de Zoneamento passa a permitir que se construam 30 vezes a área do terreno, uma casa poderá dar lugar a um edifício no qual o número de pessoas morando ou circulando será muito maior. Essa alteração tem reflexos no abastecimento de água, coleta de esgoto, produção de lixo, circulação de automóveis, ônibus e muitas outras variáveis que alteram a paisagem urbana e o modo de vida dessa zona da cidade.
Praia de Copacabana no Rio de Janeiro - RJ
  • Código de Edificações - Estabelece as áreas de recuo nos terrenos (quantos metros do terreno deverão ficar desocupados na sua parte frontal, nos fundos e nas laterais), normas de segurança (contra incêndio, largura das escadarias etc.) e outras regulamentações criadas por tipo de construção e finalidade de uso - escola, estádio, residência, comércio etc.
  • Leis Ambientais - Regulamentam a forma de coleta e destino final do lixo residencial, industrial e hospitalar e a preservação das áreas verdes: controlam a emissão de poluentes atmosféricos e normatizam ações voltadas para a preservação ambiental.
Parque das Dunas em Natal - RN
  • Plano do Sistema Viário e dos Transportes Coletivos - Regulamenta o trajeto das linhas de ônibus e estabelece estratégias que facilitem ao máximo o fluxo de pessoas pela cidade por meio da abertura de novas avenidas, corredores de ônibus, investimentos em trens urbanos e metrô etc.
Corredor de ônibus Caxangá em Recife - PE
FONTE: Sene, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, volume 3: espaço geográfico e globalização: ensino médio / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. - São Paulo: Scipione, 2010

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