quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

CARTOGRAFIA

  Cartografia é o conjunto de estudos e de operações científicas, técnicas e artísticas que orienta os trabalhos de elaboração de cartas geográficas ou mapas.
  A história da Cartografia é quase tão antiga quanto a história da humanidade. Em quase todas as sociedades humanas, registrar graficamente o mundo conhecido, ou parte dele, foi sempre uma necessidade e uma forma de expressão. Por isso, além de uma técnica, a cartografia é também uma arte. É uma manifestação da sensibilidade humana e revela uma maneira de enxergar o mundo.
  Durante muito tempo, cada sociedade reuniu suas próprias técnicas para satisfazer suas necessidades cotidianas e para expressar sua arte e cultura. as dificuldades de comunicação mantinham as sociedades isoladas.
  A história dos mapas também faz parte desse isolamento. Os povos antigos representavam graficamente o que era importante para suas próprias atividades, assim como sua própria visão do mundo conhecido. Assim, cada um deles produziu uma cartografia particular, diferente daquela produzida pelas demais sociedades.
  Os povos indígenas da América do Norte, desenhavam em peles de animais ou em cascas de árvores o território onde viviam. Nelas identificavam as áreas de pesca, de caça e de pastagem indispensáveis à sua sobrevivência.
  Os inuit, povos que vivem na Groenlândia há milênios, entalhavam em madeira os contornos do litoral e das ilhas pelos quais se deslocavam.
Mapas inuit de 1884, entalhados em madeira, representam a Groenlândia
   Entre os mapas que sobreviveram ao tempo, há um babilônico, entalhado em barro cozido que data do século VIII a.C. Seu autor viveu na região que hoje é o atual Iraque.
Mapa babilônico do século VIII a.C.
  No Antigo Egito, a cartografia teve grande utilidade. Traçados em papiros, os mapas da época registraram com precisão as cheias periódicas do Rio Nilo, que fertilizavam a terra e ampliavam a produtividade da agricultura.
 
 Mapa do Antigo Egito
   Foi entre os gregos antigos, que surgiu a noção que revolucionaria toda a história dos mapas: a de que a Terra não é plana, mas esférica. Isso aconteceu no tempo do filósofo Pitágoras, que viveu entre 550 e 500 a.C. Aristóteles e Hiparco, produziram mapas com latitudes e longitudes, e em Roma, Ptolomeu apresentou a Terra dentro de um círculo.
Mapa de Ptolomeu, que data de 150 d.C.
   A Catedral de Hereford, na Inglaterra, guarda um mapa do mundo traçado há cerca de 700 anos. O cartógrafo que o elaborou acreditava que a Terra era plana, e que nela existia de fato o paraíso original que havia sido descrito na Bíblia.
Mapa antigo de Jerusalém
  Nesse mapa, Jerusalém, a cidade considerada sagrada para os cristãos, judeus e muçulmanos, está no centro da Terra. O Éden - paraíso terrestre -, a leste, ocupa um lugar de honra no topo do mapa. Nesse mapa há forte influência das ideias religiosas dominantes na Europa daquela época.
O espaço e suas representações
Globo Terrestre
  O globo terrestre é a representação da Terra que mais se aproxima da realidade. Apesar de ser uma representação extremamente eduzida e simplificada, não permitindo uma riqueza de detalhes, apresenta algumas vantagens: sua forma é semelhante à da Terra e nele se vêem os continentes e oceanos em suas posições relativas reais.
Mapa

  Mapa é uma representação geográfica da superfície curva do planeta sobre uma superfície plana. São representações bidimensionais de um espaço tridimensional.
  Um dos elementos fundamentais dos mapas modernos é a presença de uma escala, que permite determinar as dimensões reais dos objetos cartografados e medir distâncias. Quanto maior a escala, maior o detalhe contido nele.
Elementos de um mapa
Título: é o nome que indica o que o mapa está representando, contendo informações como o recorte espacial, o período de tempo e a temática em geral.
Escala: informação de quantas vezes o terreno real (no caso a Terra ou parte dela) foi reduzido em relação ao mapa.
Legenda: é um conjunto de símbolos, cores, pontos, linhas ou áreas que descodificam o que está representado no mapa.
Rosa dos Ventos: é a orientação do mapa.
Fonte: é de onde foi retirada a informação.
Classificação dos mapas
Mapas Físicos - representam os aspectos da natureza. Podem ser:
a) Mapa Geomorfológico - representam as características do relevo de uma região.
Mapa geomorfológico do Brasil. Fonte: AB'SÁBER, Aziz N. O relevo brasileiro e seus problemas. In: AZEVEDO, Aroldo de. Brasil, a terra e o homem. São Paulo, Nacional, 1968. v. 1, p. 155
b) Mapa Climático - indica os tipos de clima que atuam sobre uma região.
Mapa climático do Brasil. Fonte: portalsaofrancisco.com.br
c) Mapa Hidrográfico - mostra os rios e bacias que cortam uma região.
Mapa hidrográfico do Brasil. Fonte: IBGE. Atlas nacional do Brasil 2000. p. 61; e Anuário Estatístico do Brasil 2000. p. 1-125
d) Mapa Biogeográfico - apontam os tipos de vegetação que cobrem um determinado lugar.
Mapa da vegetação do Brasil. Fonte: IBGE. Atlas Nacional do Brasil 2000. p. 66
Mapas Humanos - aponta os aspectos humanos, econômicos, políticos, sociais etc.
a) Mapa Político - aponta a divisão do território em países, estados, regiões, municípios.
Mapa político do RN. Fonte: mundogeo.com.br
b) Mapa Econômico - apresenta as atividades produtivas do homem em uma determinada região.
Mapa econômico do Brasil. Fonte: portalbrasil.net
c) Mapa Demográfico - apresenta a distribuição da população de uma determinada região.
Mapa da distribuição populacional do Brasil. fonte: infoescola.com
d) Mapa Histórico - apresenta as mudanças históricas ocorridas em uma determinada região.
Mapa histórico do Brasil. Fonte: brasilescola.com
e) Mapa Rodoviário - estuda as rodovias e as estradas de um país, Estado ou região.
Mapa rodoviário do RN. Fonte: mundogeo.com.br
f) Mapa de Gênero - aponta a localização onde se concentra o maior número de homens, mulheres, homossexuais, bissexuais e panssexuais (caracterizada por atração estética potencial, amor romântico e desejo sexual por qualquer um).
 Mapa do matrimônio de pessoas do mesmo sexo nos EUA. Fonte: homomento.wordpress.com
Escala
Indica quantas vezes o objeto real foi reduzido no mapa. Pode ser:
Escala Numérica - trata-se de uma fração ou proporção que estabelece a relação entre a distância gráfica e a distância correspondente no terreno. Ex: se um mapa estiver na escala1:200.000, significa que cada unidade de distância no mapa corresponde a 200.000 unidades no terreno.
  Quando observamos um mapa, podemos querer conhecer alguns desses elementos: a medida real (D), a distância gráfica (d) ou o denominador da Escala (E).
    • Para saber a medida real, conhecendo a distância gráfica e o denominador da escala: D= Exd. Exemplo: a distância gráfica (d) entre duas cidades é de 65 milímetros e a escala (E) é de 1:500.000. D= 500.000 x 65mm      D= 32.500.000mm ou 32,5km
    •  Para saber a distância gráfica, conhecendo a medida real e o denominador da escala: d= D/E. Exemplo: a escala é de 1:500.000, e a medida real de 32,5 quilômetros.    d= 32,5km/500.000   d=32.500.000mm/500.000 = 65mm
    • Para saber o denominador da escala, conhecendo a medida real e a distância gráfica: E=D/d    Exemplo: a medida real é de 32,5km e a distância gráfica é de 65 milímetros.    E=32,5km/65mm    E=32.500.000/65= 500.000
Escala Gráfica
Apresenta-se sob a forma de um segmento de reta graduado.
Exemplo:
 
  Nesse caso, a reta foi seccionada em três partes iguais, cada um medindo 1 centímetro, e cada uma dessas partes equivale no mapa a 50 quilômetros no terreno.
Projeções Cartográficas
 É qualquer método destinado a representar em plano uma superfície esférica, em especial a da Terra. Essas projeções são necessárias na elaboração de mapas.
  Os sistemas de projeções cartográficas foram desenvolvidos para dar uma solução ao problema da transferência de uma imagem da superfície curva da esfera terrestre para um plano da carta, o que sempre acarreta deformações.  Esses sistemas constituem-se de uma fórmula matemática que transforma as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície esférica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo correspondência entre elas. O uso deste artifício geométrico consegue reduzir as deformações, mas nunca eliminá-las.
  Os tipos de propriedades geométricas que caracterizam as projeções cartográficas, em suas relações entre a esfera (Terra) e um plano, que é o mapa, são:
a) Conformes - os ângulos são mantidos idênticos (na esfera e no plano) e as áreas são deformadas.
Mapa do Brasil feita na projeção conforme. Fonte: topografia.ufsc.br
b) Equivalentes - quando as áreas apresentam-se idênticas e os ângulos deformados.
c) Afiláticas - quando as áreas e os ângulos apresentam-se deformados.
Projeção afilática. Fonte: padogeo.com
  As projeções derivam de três tipos principais:
a) Cônicas - resulta da projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é planificado.
Projeção Cônica. Fonte: infoescola.com
b) Cilíndrica - resulta da projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado).
Projeção Cilíndrica. Fonte: topografia.ufsc.br
c) Projeção Azimutal ou Plana - resulta da projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado ponto.
Projeção Azimutal. Fonte: infoescola.com
Principais tipos de projeções
a) Projeção de Mercator
  Idealizada no século XVI, a projeção cilíndrica de Mercator tornou-se a preferida dos navegantes por ser a única em que as direções podiam ser traçadas em linha reta sobre o mapa.  Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas retas que se cruzam formando ângulos retos. Pertence ao tipo chamado conforme, porque não deforma os ângulos. Em compensação, as áreas extensas ou situadas em latitudes elevadas aparecem nos mapas com dimensões exageradamente ampliadas.
  Por ter sido idealizada durante o período das Grandes Navegações, traz uma visão "eurocêntrica" do mundo e é conhecida, também, como uma projeção "Primeiro-Mundista".
Projeção de Mercator. Fonte: mundovestibular.com.br
b) Projeção de Peters
  Idealizada na década de 1970 por Arno Peters, é uma projeção cilíndrica tangente aos polos, parecida com a de Mercator, mas com a diferença que ela representa com uma maior realidade, a proporção de tamanho entre os continentes sem se preocupar com a equivalência das distâncias.  Nessa projeção, os meridianos estão separados a intervalos crescentes desde os polos até o Equador. Nessa projeção, os continentes situados entre os meridianos 60º norte e sul apresentam uma deformação (alongamento) no sentido norte-sul, sendo que os continentes que se situam em uma latitude elevada (Groenlândia, Canadá etc), apresentam um achatamento no sentido norte-sul e um alongamento proposital no sentido leste-oeste. Por causa disso é conhecida como uma projeção "Terceiro-Mundista".
Projeção de Peters. Fonte: mundovestibular.com.br
c) Projeção Ortográfica 
   Apresenta um hemisfério como se o víssemos a grande distância. Os paralelos mantêm seu paralelismo e os meridianos passam pelos polos, como ocorre na esfera. As terras próximas ao Equador aparecem com forma e áreas corretas, mas os polos apresentam maior deformação.
Projeção ortográfica. Fonte: mundovestibular.com.br
d) Projeção de Mollweide 
  Nesta projeção os paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. sua área é proporcional à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas centrais apresentam grande exatidão, tanto em área como em configuração, mas as extremidades apresentam grandes distorções.
Projeção de Mollweide. Fonte: mundovestibular.com.br
e) Projeção Interrompida de Goode
  É uma projeção descontínua, pois tenta eliminar várias áreas oceânicas. Goode coloca os meridianos centrais da projeção correspondendo aos meridianos quase centrais dos continentes para lograr maior exatidão.
Projeção interrompida de Goode. Fonte: mundovestibular.com.br
f) Projeção de Holzel
  Projeção equivalente, seu contorno elipsoidal faz referência à forma aproximada da Terra que tem um ligeiro achatamento nos polos.
Projeção de Holzel
g) Projeção Azimutal ou Plana
  Projeção equidistante que tem os polos em sua porção central. As maiores deformações estão em suas áreas periféricas.
Projeção azimutal ou plana. Fonte: mundovestibular.com.br


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CONHEÇA UM POUCO SOBRE O EGITO

Mapa do Egito. Fonte: educamel.blogspot
Nome: República Árabe do Egito
Capital: Cairo
Língua Oficial: árabe
Governo: República Semipresidencialista
Formação: 
Primeira Dinastia: 3.150 a.C
Independência do Reino Unido: 28 de fevereiro de 1922
Declaração da República: 18 de junho de 1953
Área: 1.001.449 km²(29º)
População: 81.713.517 habitantes (16º)
Maiores Cidades:
Cairo: 8.105.071 habitantes

Cairo - maior cidade do Egito
Alexandria: 4.388.219 habitantes
Alexandria - segunda maior cidade do Egito
Giza: 3.348.401 habitantes
Giza - terceira maior cidade do Egito
PIB: US$ 216.830 bilhões (40º)
IDH: 0,620 (101º)
Expectativa de Vida: 71,3 anos (106º)
Mortalidade Infantil: 29,3/mil (115º)
Alfabetização: 71,4 (132º)
Moeda: Libra egípcia
  O Egito é um dos países mais industrializados do continente africano. A presença de importantes recursos, como petróleo, gás natural e fosfato, tem atraído muitos investimentos para o país. Sua agricultura - praticada principalmente no Vale do Rio Nilo - é muito produtiva, porque o clima seco é compensado pelas margens férteis do rio e pela disponibilidade de água para irrigação. As principais culturas são cana-de-açúcar, algodão, cravo-da-índia, milho, arroz, trigo e tomate.
História
  Os vestígios de ocupação humana no Vale do Rio Nilo desde o Paleolítico, assumem a forma de artefatos e petróglifos em formações rochosas ao longo do rio e nos oásis. No décimo milênio a.C, uma cultura de caçadores-recoletores e de pescadores substituiu outra, de moagem de grãos. Em torno de 8000 a.C, mudanças climáticas ou o abuso de pastagens começou a ressequir as terras pastoris do Egito, de modo a formar o Saara. Povos tribais migraram para o Vale do Nilo, onde desenvolveram uma economia agrícola sedentária e uma sociedade mais centralizada.
  Por volta de 6000 a.C., a agricultura organizada e a construção de grandes edifícios havia surgido no Vale do Nilo. Durante o Neolítico, diversas culturas pré-dinásticas desenvolveram-se de maneira independente no Alto e no Baixo Egito. A cultura badariense e a sua sucessora, a nagadiense, são consideradas as precursoras da civilização egípcia dinástica.
Estátua do período Badariense
  O sítio mais antigo conhecido no Baixo Egito, Merimda, antecede os badarienses em cerca de setecentos anos. As comunidades do Baixo e do Alto Egitos coexistiram por mais de dois mil anos, mantendo-se como culturas separadas, mas com contatos comerciais frequentes. Os primeiros exemplos de inscrições hieroglíficas egípcias apareceram no período pré-dinástico, em artefatos de cerâmica de Nagada III datados de cerca de 3200 a.C.
Imagens de figuras hieroglíficas
  Cerca de 3150 a.C., o Rei Mena (ou Menés) fundou um reino unificado e estabeleceu a primeira de uma sequência de dinastias que governaria o Egito pelos três milênios seguintes. Posteriormente, os egípcios passaram a referir-se a seu país unificado com o termo tawy, "duas terras" e, em seguida, kemet (kīmi, em copta), "terra negra". A cultura egípcia floresceu durante este longo período e manteve traços distintos na religião, arte, língua e costumes. Às duas primeiras dinastias do Egito unificado seguiram-se o período do Império Antigo (2700-2200 a.C.), famoso pelas pirâmides, em especial a Pirâmide de Djoser (III Dinastia) e as Pirâmides de Gizé (IV Dinastia).
Pirâmides de Gizé
  Entre 1882 e 1906, surgiu um movimento nacionalista que propunha a independência. O Incidente de Dinshaway (em que soldados britânicos abriram fogo contra um grupo de egípcios) levou a oposição egípcia a adoptar uma posição mais forte contra a ocupação do país pelo Reino Unido. Fundaram-se os primeiros partidos políticos locais.
  Após a Primeira Guerra Mundial, Saad Zaghlul e o Partido Wafd chefiaram o movimento nacionalista egípcio, ganhando a maioria da assembleia legislativa local. Quando os britânicos exilaram Zaghlul e seus correligionários para Malta em 8 de março de 1919, o país levantou-se na primeira revolta de sua história moderna. As constantes rebeliões por todo o país levaram o Reino Unido a proclamar, unilateralmente, a independência do Egito, em 22 de Fevereiro de 1922.

Saad Zaghlul
  O novo governo egípcio promulgou uma constituição em 1923, com base num sistema parlamentarista representativo. Saad Zaghlul foi eleito para o cargo de primeiro-ministro pelo voto popular, em 1924. Em 1936, foi assinado o Tratado Anglo-Egípcio, pelo qual o Reino Unido se comprometia a defender o Egito e recebia o direito de manter tropas no canal de Suez. A continuidade da ingerência britânica no país e o aumento do envolvimento do rei do Egito na política levaram à queda da monarquia e à dissolução do parlamento, por meio de um golpe militar conhecido como a Revolução de 1952. Este "Movimento dos Oficiais Livres" forçou o Rei Faruk a abdicar em favor do seu filho Fuad.
Rei Faruk
  A República do Egito foi proclamada em 18 de junho de 1953, presidida pelo General Muhammad Naguib. Em 1954, Gamal Abdel Nasser - o verdadeiro arquiteto do movimento de 1952 — forçou Naguib a renunciar, colocando-o em prisão domiciliária. Nasser assumiu a presidência e declarou a total independência do Egito com relação ao Reino Unido, em 18 de Junho de 1956, com a conclusão da retirada das tropas britânicas. Em 26 de julho daquele ano, nacionalizou o canal de Suez, deflagrando a chamada Crise de Suez.
Tropas israelenses na Guerra de Suez
  Nasser faleceu em 1970, três anos após a Guerra dos Seis Dias, na qual Israel invadiu e ocupou a peninsula do Sinai. Sucedeu-o Anwar Al Sadat, que afastou o país da União  e o aproximou dos Estados Unidos, expulsando os conselheiros soviéticos em 1972. Promoveu uma reforma económica chamada "Infitá" e suprimiu de maneira violenta tanto a oposição política quanto a religiosa.
Anwar Al Sadat
  Em 1973, o Egito, juntamente com a Síria, deflagrou a Guerra de Outubro (ou do Yom Kippur), um ataque-surpresa contra as forças israelitas que ocupavam a península do Sinai e as Colinas de Golã. Os EUA e a URSS intervieram e chegou-se a um cessar-fogo. Embora não tenha resultado num sucesso militar, a maioria dos historiadores concorda que o conflito representou uma vitória política que lhe permitiu posteriormente recuperar o Sinai em troca da paz com Israel.
Israelenses respondendo à ataques na Guerra do Yom Kippur
  A histórica visita de Sadat a Israel, em 1977, levou ao Tratado de Paz de 1979 (Acordo de Camp David), que estipulava a retirada israelita completa do Sinai. A iniciativa de Sadat causou enorme controvérsia no mundo árabe e provocou a expulsão do Egito da Liga Árabe, embora fosse apoiada pela grande maioria dos egípcios.
Presidentes Anwar Al Sadat (Egito) e Jimmy Cartter (EUA)  com o Primeiro-Ministro de Israel Menachem Begin durante a assinatura do Acordo de Camp David 
  Um soldado fundamentalista islâmico assassinou Sadat no Cairo, em 1981. Sucedeu-o Hosni Mubarak.
  Em 2003, foi lançado o "Movimento Egípcio pela Mudança", que busca o retorno à democracia e a ampliação das liberdades civis. Desde o dia 25 de janeiro de 2011, o país assiste a massivos protestos populares contra o governo de Hosni Mubarak.
Israelenses protestando contra o Governo de Mubarak

  O Primeiro Período Intermédio foi uma época de distúrbios que durou cerca de 150 anos. Mas as cheias mais vigorosas do Nilo e a estabilização do governo trouxeram prosperidade ao país no Império Médio (2040 a.C.), que atingiu o zênite durante o reinado do Faraó Amenemhat III.

Busto do Faraó Amenemhat III
  Um segundo período de desunião prenunciou a chegada da primeira dinastia estrangeira a governar o Egito, a dos hicsos semitas. Estes invasores tomaram grande parte do Baixo Egito por volta de 1650 a.C. e fundaram uma nova capital, em Aváris. Foram expulsos por uma força do Alto Egito chefiada por Amósis I, que fundou a XVIII Dinastia e transferiu a capital de Mênfis para Tebas, a atual Luxor.
Busto de Amósis I
  O Império Novo (1550-1070 a.C.) teve início com a XVIII Dinastia e marcou a ascensão do Egito como potência internacional que, no seu auge, se expandiu para o sul até Jebel Barkal, na Núbia, e incluía partes do Levante, no leste. Alguns dos faraós mais conhecidos pertencem a este período, como Hatchepsut, Tutmés III, Akhenaton e sua mulher Nefertiti, Tutankhamon e Ramsés II.

Esfinge e múmia de Tutankhamon - um dos mais importantes faraós do Egito
  A primeira expressão do monoteísmo é desta época, com o atonismo. O país foi posteriormente invadido por líbios, núbios e assírios, mas terminou por expulsá-los a todos.
  A XXX Dinastia foi a última de origem nativa a governar o país durante a era dos faraós. O último faraó nativo, Nectanebo II, foi derrotado pelos persas aqueménidas em 343 a.C. Posteriormente, o Egito foi conquistado pelos gregos e, em seguida, pelos romanos, num total de mais de dois mil anos de controlo estrangeiro.
O cristianismo foi trazido ao Egito por São Marcos no primeiro século da era cristã. O reinado de Diocleciano marcou a transição entre os Impérios Romano e Bizantino no país, quando um grande número de cristãos foi perseguido. Naquela altura, o Novo Testamentofoi traduzido para a língua egípcia. Após o Concílio de Calcedônia, em 451, uma Igreja Copta Egípcia foi firmemente estabelecida.

Igreja Suspensa - mais importante igreja ortodoxa copta do Cairo
  Os bizantinos recuperaram o controlo do país após uma breve invasão persa no início do sécilo VII, mantendo-o até 639, quando o Egito foi tomado pelos  árabes muçulmanos sunitas. Os egípcios começaram então a misturar a sua nova fé com crenças e práticas locais que sobreviveram através do cristianismo copta, o que deu origem a diversas ordens sufistas que existem até hoje.
  Os governantes muçulmanos eram nomeados pelo califado islâmico e mantiveram o controlo do país pelos seis séculos seguintes, inclusive durante o período em que o Egito foi a sede do Califado Fatímida. Com o fim da Dinastia Aiúbida, a casta militar turco-sircassiana dos mamelucos tomou o poder em 1250 e continuou a governar até mesmo após a conquista do Egito pelos turcos otomanos em 1517.
  A breve invasão francesa do Egito em 1798, chefiada por Napoleão Bonaparte, resultou num grande impacto no país e em sua cultura. Os egípcios foram expostos aos princípios da Revolução Francesa e tiveram a oportunidade de exercitar o auto-governo. À retirada francesa seguiu-se uma série de  guerras civis entre os turcos otomanos, os mamelucos e mercenários albaneses, até que Mehmet Ali, de origem albanesa, tomou o controlo do país e foi nomeado vice-rei do Egito pelos otomanos em 1805.
  Ali promoveu uma campanha de obras públicas modernizadoras, como projetos de irrigação e reformas agrícolas, bem como uma maior industrialização do país, tarefa continuada e ampliada por seu neto e sucessor, Ismail Paxá.
 
Ismail Paxá
  A Assembleia dos Delegados foi fundada em 1866 com funções consultivas e veio a influenciar de maneira importante as decisões do governo. A abertura do Canal de Suez pelo Quediva Ismail, em 1869, tornou o Egito um centro mundial de transporte e comércio, mas fez com que o país contraísse uma pesada dívida junto às potências europeias. Como resultado, o Reino Unido tomou o controle do governo egípcio em 1882 para proteger os seus interesses financeiros, em especial os relativos ao canal.
Imagem de satélite feito pela NASA do Canal de Suez
  Logo após intervir no país, o Reino Unido enviou tropas para Alexandria e para a zona do canal, aproveitando-se da fraqueza das forças armadas egípcias. Com a derrota do exército egípcio na batalha de Tel el-Kebir, as tropas britânicas alcançaram o Cairo, eliminaram o governo nacionalista e dissolveram as forças armadas do país. Tecnicamente, o Egito permaneceu como uma província otomana até 1914, quando o Reino Unido derrubou Abbas  II, último quediva egípcio, e formalmente declarou o Egito um protetorado seu. Hussein Kamil, tio de Abbas, foi então nomeado sultão do Egito.
Sultão Hussein Kamil

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