sexta-feira, 1 de maio de 2015

O IDJ (ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO JUVENIL)

  Lançado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em março de 2004, o Relatório de Desenvolvimento Juvenil revela a situação social e econômica dos jovens brasileiros na faixa de 15 a 24 anos, com foco em três áreas centrais: educação (condições para o conhecimento), renda, estudo e trabalho (condições para um nível de vida digno) e saúde (condições para uma vida longa e saudável).
  As três áreas foram mapeadas com base nos seguintes indicadores: taxa de analfabetismo entre os jovens; escolarização adequada; qualidade de ensino; taxa de mortalidade por causas internas e renda familiar per capita dos jovens. Esses cinco indicadores são combinados para estruturar índices parciais relativos às áreas de educação, saúde e renda, além do Índice de Desenvolvimento Juvenil (IDJ) - que representa um indicador geral da qualidade de vida e do grau de vulnerabilidade da população jovem.
  O IDJ foi criado segundo critérios semelhantes aos adotados no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O estudo verifica o impacto de diversos fatores - tais como gênero, cor/raça, rural/urbano - para compor um extenso painel dos variados avanços e limitações no desenvolvimento humano da juventude.
O IDJ avalia a qualidade de vida dos jovens
  O IDJ revela ainda que a polarização na distribuição de renda, característica do Brasil, dá origem a distintas e desiguais formas de acesso à saúde, educação, etc. O estudo conclui que a diferenciação e dificuldade do acesso a esses serviços pode repercutir negativamente na vida dos jovens na medida que segmentos da população jovem se veem em desvantagem quanto às possibilidades de inserção no mercado de trabalho e de inserção social.
  As principais conclusões dos relatórios da Unesco realizados nos últimos anos sobre o Brasil foram as seguintes:
  • A profunda desigualdade na distribuição de renda no país tem gerado formas muito diferenciadas de acesso dos jovens aos serviços sociais básicos, reforçando a vulnerabilidade especialmente entre os brancos e os pobres e os afrodescendentes e entre os residentes nas regiões Norte e Nordeste. Essa desigualdade começou a se formar bem antes do país se tornar independente, com a vinda forçada de negros africanos para trabalharem nos latifúndios existentes no Brasil, aprofundando-se com a abolição da escravatura, onde a mão de obra negra foi substituída pela mão de obra imigrante, deixando grande parte desse povo desempregado ou se sujeitando a viver no mundo do subemprego.
Gráfico mostrando a distribuição de renda no Brasil de acordo com a raça
  • As limitadas condições de acesso a uma educação de qualidade e ao mercado de trabalho ampliam os contingentes de jovens sem atividade definida. Esse fato se dá principalmente pela falta de investimento em setores essenciais, como saúde, educação, segurança, entre outros. O Brasil é um dos países onde o cidadão paga os maiores impostos, que deveriam ser investidos nos serviços essenciais. Porém, grande parte desses impostos são desviados para outros fins, deixando grande parte da população sem os serviços básicos que ele necessita.
A falte de investimentos em setores essenciais contribuem para os elevados índices de desemprego entre os jovens
  • Embora o país tenha registrado significativos avanços na redução do analfabetismo entre os jovens de 15 a 24 anos, em quase 75% das Unidades da Federação (UFs) a média de anos de estudo não chega a 8 (e em algumas unidades não atingem 5 anos). Esse fato se dá principalmente pelo sucateamento do ensino público no país, aliado ao fato de que grande parte da população precisa trabalhar para poder sobreviver. Essa diferença é refletida principalmente nas universidades, onde há um minoria de jovens negros em relação a população de cor branca.
Gráfico mostrando a diferença de estudos entre a população
  • Em decorrência da universalização do ensino fundamental, vem aumentando significativamente a demanda por vagas no ensino médio e no ensino superior. Porém, a qualidade do acesso ao conhecimento é bastante precária: dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) apontam déficits significativos nas competências em leitura, matemática e ciência dos jovens de 15 anos. Um dos fatores que contribuem para esses déficits é a elevada evasão escolar existente entre os jovens.
A evasão escolar contribui para o baixo rendimento dos jovens no ensino
  • Ao contrário do que ocorre com a população em geral, a mortalidade juvenil vem crescendo historicamente, sendo sua principal causa a violência. Nas últimas décadas, o crime e a violência aumentaram de forma drástica no Brasil, particularmente nas grandes áreas urbanas. Um dos principais fatores que contribuem para o aumento dessa violência é o elevado consumo de entorpecentes e a formação de quadrilhas entre os jovens.
O consumo de drogas é o principal responsável pela violência entre os jovens
FONTE: Boligian, Levon. Geografia espaço e vivência, vol. 3 / Levon Boligian, Andressa Turcatel Alves Boligian. - 2. ed. - São Paulo: Saraiva, 2013

quarta-feira, 29 de abril de 2015

O PROGRAMA CBERS: SATÉLITE SINO-BRASILEIRO DE RECURSOS TERRESTRES

  CBERS (sigla para China-Brazil Earth-Resources Satellite, em português Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), é a denominação da cooperação tecnológica entre China e Brasil, para a produção de uma série de satélites de observação da Terra, que ficaram conhecidos internacionalmente por esta sigla.
  O Programa CBERS nasceu de uma parceria inédita entre Brasil e China no setor técnico-científico espacial. Com isto, o Brasil ingressou no seleto grupo de países detentores da tecnologia de geração de dados primários de sensoriamento remoto.
  Um dos frutos dessa cooperação foi a obtenção de uma poderosa ferramenta para monitorar seu imenso território com satélites próprios de sensoriamento remoto, buscando consolidar uma importante autonomia neste segmento.
  A família de satélites de sensoriamento remoto CBERS trouxe significativos avanços científicos ao Brasil. Suas imagens são usadas em importantes campos, como o controle do desmatamento e queimadas na Amazônia Legal, o monitoramento de recursos hídricos, áreas agrícolas, crescimento urbano, ocupação do solo, em educação e em inúmeras outras aplicações.
Imagem de Brasília fornecida pelo CBERS
  O programa CBERS contemplou num primeiro momento apenas dois satélites de sensoriamento remoto, o CBERS-1 e o CBERS-2. O sucesso do lançamento pelo foguete chinês Longa Marcha 4B e o perfeito funcionamento  dos CBERS-1 e CBERS-2 produziram efeitos imediatos. Ambos os governos decidiram expandir o acordo e incluir outros três satélites da mesma categoria, os CBERS-2B e os CBERS-3 e 4, como uma segunda etapa da parceria Sino-Brasileira.
  O Longa Marcha 4B, também conhecido como Chang Zheng 4B, CZ-4B e LM-4B é um foguete de três estágios, usado principalmente para colocar satélites em órbita terrestre baixa e órbita heliossíncrona (que viaja do Polo Norte ao Polo Sul e vice-versa). O primeiro lançamento desse modelo, ocorreu em 10 de maio de 1999, levando o satélite meteorológico FY-1C, que mais tarde foi usado no míssil antissatélite chinês.
CBERS-3
  O Programa CBERS é fundamental para grandes projetos estratégicos, como o PRODES (Programa de Despoluição das Bacias Hidrográficas), de avaliação do desflorestamento na Amazônia, o DETER (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), o Canasat (programa de monitoramento de áreas canavieiras), entre outros.
  Criado pela Agência Nacional de Águas (ANA) em março de 2001, o PRODES, também conhecido como "programa de compra de esgoto tratado", consiste na concessão de estímulo financeiro pela União, na forma de pagamento pelo esgoto tratado, a Prestadores de Serviços de Saneamento (PSS) que investirem na implantação e operação de Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), desde que cumpridas as condições previstas em contrato.
Mapa sobre a situação das águas feitas pelo CBERS
  O DETER é um levantamento rápido de alertas de evidências de alterações da cobertura florestal na Amazônia, feito pelo INPE desde 2004, com dados do sensor MODIS do satélite Terra. O DETER foi desenvolvido como um sistema de alerta para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal ilegais pelo Ibama. As alterações da cobertura florestal que o DETER mapeia são o corte raso da floresta, a degradação florestal preparativa para o desmatamento (brocagem) e cicatrizes de incêndios florestais. Os mapas do DETER podem também incluir áreas com atividades de exploração madeireira.
Imagem de satélite de área desmatada no estado de Rondônia em 2009
  Desenvolvido pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) com o apoio da UNICA (União das Indústrias de Cana-de-açúcar), o Canasat é um sistema de monitoramento remoto, via satélite, das áreas de produção de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil.
  O mapeamento é realizado anualmente, tendo como base as áreas disponíveis para colheita, delimitadas pelo Projeto Canasat-Área, e imagens obtidas pelos satélites Landsat, CBERS e Resourcesat-I.
  Utilizando técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, o Canasat começou em 2003 a mapear a área cultivada e fornecer informações sobre a distribuição espacial da cultura de cana-de-açúcar em São Paulo. A partir de 2005, o mapeamento passou a abranger também Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Mapeamento por meio de satélite do cultivo de cana-de-açúcar no estado de São Paulo, em 2008-2009
HISTÓRIA DO CBERS
  Na década de 1980, países emergentes como Brasil e China, estavam dependentes das imagens fornecidas por satélites de outras nações. Nessa época, uma das prioridades do governo chinês era o desenvolvimento da área espacial. Já no Brasil, o programa de satélites da Missão Espacial Completa Brasileira avançava com o projeto SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados-1). Enquanto o Brasil já possuía familiaridade com a alta tecnologia e um parque industrial mais moderno, a China possuía experiência tanto na construção de satélites, quanto na construção de foguetes lançadores.
  A assinatura da parceria sino-brasileira ocorreu no dia 6 de julho de 1988, por meio de um acordo de parceria envolvendo o INPE, vinculado ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) pelo lado brasileiro, e o CAST (China Academy of Space Technology), vinculada à CASC (China Aerospace Science and Technology Corporation) pelo lado chinês, para o desenvolvimento de um programa de construção de dois satélites avançados de sensoriamento remoto.
Lançamento do CBERS-4, em 7 de dezembro de 2014
OS SATÉLITES
  Os satélites  de primeira geração (CBERS-1 e 2 e 2B), lançados entre 1999 e 2007, tinham a forma de um paralelepípedo de 1,8 x 2,0 x 2,2 m com um painel solar de 6,3 m de comprimento, fixado em uma das suas faces. Uma fonte de alimentação de 1.100 Watts armazenados em duas baterias de níquel-cádmio de 30 A-h (Ampere-hora), possuindo uma massa de 1.450 kg, estabilizados nos três eixos por 16 pequenos motores de 1 Newton e mais 2 motores de 20 Newtons, movidos a hidrazina, com vida útil estimada desses satélites de dois anos.
Cidade de Taiyuan, China, onde se localiza o Centro de Lançamento de Foguetes da China
CBERS-1
  O CBERS-1 foi o primeiro satélite desenvolvido dentro do acordo de cooperação entre a China e o Brasil. Foi lançado pelo foguete chinês Longa Marcha 4B, do Centro de Lançamento de Taiyuan, em 14 de outubro de 1999. Apresenta uma órbita heliossíncrona com uma altitude de 778 km, fazendo cerca de 14 revoluções por dia e conseguindo obter a cobertura completa da Terra em 26 dias.
  Este satélite foi projetado e lançado com o objetivo de gerar imagens da superfície da Terra, usando equipamentos de sensoriamento remoto. Essas imagens podem ser usadas nas mais variadas aplicações, como: agricultura, meio ambiente, recursos hidrológicos e oceânicos, geologia, entre outros.
Imagem do CBERS-1
CBERS-2 e CBRES-2B
  O CBERS-2 é tecnicamente idêntico ao CBERS-1. Sua órbita também é heliossíncrona, o que propicia ao CBERS-2 efetuar a cobertura de todo o planeta. Esse satélite foi lançado no dia 21 de outubro de 2003, do Centro de Lançamento de Taiyuan, na China. Ele deixou de funcionar em 15 de janeiro de 2009. O CBERS-2 totalizou 27 mil órbitas completas.
  O CBERS-2B foi tecnicamente construído como modelo de provas para o CBERS-2. Foi aproveitado como solução intermediária enquanto o CBERS-3 não era lançado.
Esquema de órbita do CBERS-2

SATÉLITES DE SEGUNDA GERAÇÃO
  Os satélites de segunda geração (CBERS-3 e 4), mantém a forma de um paralelepípedo de 1,8 x 2,0 x 2,2 m com um painel solar de 6,3 m de comprimento, fixado em uma das suas faces. Possuem uma fonte de alimentação mais potente, de 2.300 Watts e massa de 1.980 kg. São estabilizados nos três eixos por motores movidos a hidrazina. A vida útil estimada para esses satélites é de três anos.
CBERS-3
  O CBERS-3 estava previsto para entrar em órbita no final de 2013, visando dar continuidade à missão CBERS depois do encerramento das atividades do CBERS-2B, ampliando a participação brasileira no projeto para 50%. Entretanto, na fase final do lançamento, ocorrido em 9 de dezembro de 2013, a partir da base de lançamentos de Taiyuan, ocorreu uma falha no último estágio do foguete cuja propulsão foi interrompida 11 segundos antes do previsto, impedindo o satélite de atingir a órbita pretendida, causando a sua reentrada na atmosfera.
Montagem do satélite CBERS-3
CBERS-4
  O CBERS-4 foi lançado no dia 7 de dezembro de 2014 por um foguete Longa Marcha 4B a partir da base espacial de Taiyuan.
  Inicialmente, o CBERS-4 só seria lançado em 2015. O satélite tem o mesmo formato e mecanismo do CBERS-3, com modernização da tecnologia das câmeras de observação da Terra. Esse satélite tem capacidade de 15 minutos de gravação por dia e viaja a uma velocidade de 4,2 km/segundo, dando 14 voltas no planeta.
  As câmeras do CBERS-4 enviam mensagens de área que variam de 120 km a 860 km de extensão. As imagens possibilitam o mapeamento de áreas agrícolas, geológicas e monitoramento de áreas de desmatamento de quase 90% do território da América do Sul e também da China, além de disponibilizar o material gratuitamente para alguns países da África, por meio de parcerias governamentais.
Imagem do litoral norte do Rio de Janeiro feito pelo CBERS-4
APLICAÇÕES
  A família de satélites de sensoriamento remoto CBERS trouxe significativos avanços científicos ao Brasil. Suas imagens são usadas desde o controle do desmatamento e queimadas na Amazônia Legal, até o monitoramento dos recursos hídricos, áreas agrícolas, crescimento urbano e ocupação do solo. Além de ser fundamental para grandes projetos nacionais estratégicos, como o SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia) e a ocupação do espaço definitivo em diversos programas ambientais.
Mapa sobre o desmatamento da Amazônia em 2014
COLETA DE DADOS
  Os satélites CBERS carregam à bordo repetidores para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA). Esse sistema conta com mais de 800 Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) instaladas no território brasileiro, atuando em diversas aplicações, como o monitoramento das bacias hidrográficas, previsão do tempo e estudos climáticos, estudos sobre correntes oceânicas, marés, química da atmosfera, planejamento agrícola, etc.
Imagens feitas pelo CBERS-4 sobre o desmatamento em Rio Branco - AC
FONTE: Antunes, Celso Avelino. Geografia e participação: 9º ano / Celso Avelino Antunes, Maria do Carmo Pereira e Maria Inês Vieira. 2. ed. - São Paulo: IBEP, 2012.

domingo, 26 de abril de 2015

REPRESENTAÇÃO DO ÍNDICE GINI E AS DESIGUALDADES SOCIAIS

  No século XX, o matemático italiano Conrado Gini criou um indicador para medir a desigualdade na distribuição de renda. Esse indicador, chamado Índice Gini ou Coeficiente de Gini, varia de 0 até 1, sendo que 0 significa igualdade ou que todos possuem a mesma renda. A nota 1 significa desigualdade absoluta, ou seja, uma única pessoa de um país concentraria a totalidade da renda. O Índice Gini pode ser também utilizado para mensurar a desigualdade de riqueza. Esse uso requer que ninguém tenha uma riqueza líquida negativa.
  O Coeficiente de Gini é, sobretudo, usado para medir a desigualdade de renda ou rendimento, e amplamente utilizado em diversos campos de estudo, como a sociologia, economia, ciências da saúde, ecologia, engenharia e agricultura.
  No quesito educação, o Índice Gini estima a desigualdade nesta área de uma determinada população. É utilizado para distinguir com clareza tendências em desenvolvimento social através da escolaridade ao longo tempo.
Desigualdade de renda no mundo medida pelo Coeficiente de Gini de acordo com dados do Banco Mundial (2014)
A DESIGUALDADE SOCIAL
  A desigualdade social refere-se a processos relacionais na sociedade que têm o efeito de limitar ou prejudicar o status de um determinado grupo, classe ou círculo social.
  A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
  Um dos fatores que mais contribuem para a grande desigualdade nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento é o seu processo de formação histórica, quando os colonizadores se preocuparam apenas em explorar as nossas riquezas, além de distribuir grandes lotes de terras a pessoas influentes da Metrópole.
  Nas últimas décadas, o Brasil vem passando por um grande crescimento econômico, graças à modernização dos meios de produção e as políticas econômicas adotadas pelo governo brasileiro. Porém, junto com esse desenvolvimento econômico, cresceu também no país a miséria, as disparidades sociais - educação, renda, saúde, etc. - o aumento da concentração de renda, o desemprego, o crescimento de áreas com moradias precárias (favelas), entre outros.
Favela ao lado de apartamentos luxuosos em Belo Horizonte - MG
  As desigualdades sociais, em grande parte, são geradas pelo jogo do mercado e do capital, bem como pelo sistema político, que intervém de diversas maneiras, às vezes mais, às vezes menos, para regular, regulamentar e corrigir o funcionamento dos mercados em que se formam as remunerações materiais e simbólicas. O combate à desigualdade deixou de ser responsabilidade nacional e sofre a regulação de instituições multilaterais, como o Banco Mundial.
  Várias teorias apareceram no século XIX criticando as explicações sobre desigualdade, entre elas, a de Karl Marx, que desenvolveu uma teoria sobre a noção de liberdade e igualdade do pensamento liberal. Essa liberdade baseava-se no direito livre de comprar e vender, onde o homem conseguiria uma certa independência financeira.
  Karl Marx criticava o liberalismo porque era só expresso os interesses de uma pequena parte da sociedade e não da maioria, como deveria ser. Segundo Marx, a sociedade é um conjunto de atividades dos homens, ou ações humanas, e essas ações tornam a sociedade possível. Assim, para ele, as desigualdades sociais são fruto das relações sociais, políticas, culturais e econômicas.
Karl Marx (1818-1883)
A DESIGUALDADE DE GÊNERO
  Um dos fatores centrais na construção das desigualdades tem sido a discriminação de gêneros. A discriminação sexual é estruturada nas distinções sociais e culturais entre homens e mulheres que convertem as diferenças sexuais biológicas em hierarquias de poder, status e renda. Também pode ser definido como a divisão de tarefas, postos de trabalho e profissões com base no feminino e masculino. Essa prática, que era comum na sociedade, começou a ser questionada apenas recentemente.
  A consequência dessa desigualdade é que, em geral, as mulheres ganham bem menos que os homens, às vezes fazendo o mesmo trabalho, com o mesmo grau de ensino e os mesmos horários. A sociedade salarial não é uma sociedade de igualdade, há uma grande diferença entre o rendimento gerado pelo homem em comparação à mulher e até mesmo o acesso aos bens sociais, como acesso à saúde, à educação, à cultura, entre outros.
  A ênfase na desigualdade de gênero nasce do aprofundamento da divisão  em papéis atribuídos a homens e mulheres, particularmente nas esferas econômica, política e educacional.
Em geral, o salário médio das mulheres é bem inferior ao salário dos homens
DESIGUALDADE RACIAL
  A desigualdade racial é o resultado de distinções sociais hierárquicas entre grupos étnicos dentro de uma sociedade, sendo, na maioria das vezes, estabelecida com base em características como a cor da pele e outras características físicas ou origem e cultura de um indivíduo. O tratamento desigual e de oportunidades entre os grupos raciais é geralmente resultado de alguns grupos étnicos, considerados superior a outros. Esta desigualdade pode se manifestar por meio de práticas de contratação discriminatórias em locais de trabalho.
  Práticas discriminatórias resultam de estereótipos, que é quando as pessoas fazem suposições sobre as tendências e características de determinados grupos sociais, muitas vezes incluindo grupos étnicos enraizados em suposições sobre a biologia, capacidades cognitivas, ou mesmo falhas morais inerentes.
  Por causa da desigualdade racial, geralmente os negros possuem empregos menos qualificados e recebem salários bem inferiores aos brancos, além de terem menos anos de estudos.
Na grande maioria das vezes, os negros têm empregos de baixa remuneração ou subemprego
DESIGUALDADE DE CASTAS
  O sistema de castas é o resultado de distinções hierárquicas entre grupos étnicos dentro de uma sociedade, muitas vezes estabelecida com base em características como a cor da pele e outras características físicas ou origem e cultura de um indivíduo. O tratamento desigual e de oportunidades entre os grupos raciais é, geralmente, o resultado de alguns grupos étnicos, considerados superior a outros.
 Esta desigualdade pode se manifestar por meio de práticas de contratação discriminatórias em locais de trabalho, em alguns casos, os empregadores têm demonstrado preferir a contratação de funcionários em potencial com base na percepção étnica dado o nome de um candidato - mesmo que todos tenham currículos apresentando qualificações idênticas.
  Essa prática é bastante comum em países do Sul da Ásia, especificamente na Índia, onde prevalece a religião hindu e o sistema de castas, apesar de já ter sido abolido pela Constituição, ainda é muito forte no país.
Esquema do sistema de castas na Índia
DIMINUIÇÃO DAS DESIGUALDADES NO BRASIL
  O Brasil está se tornando um país menos desigual graças ao avanço da economia nas últimas décadas. No conjunto dos países desenvolvidos e das principais economias emergentes, o Brasil foi o país que mais reduziu a diferença entre ricos e pobres nas duas últimas décadas. Entre 1995 e 2013, o Coeficiente de Gini brasileiro caiu de 0,605 para 0,498. Na comparação dos extremos da população nacional, em 1995, a renda média dos 10% mais ricos era 83 vezes a dos 10% mais pobres. Essa relação passou para menos de 50 vezes em 2013, segundo dados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
  Além do crescimento da economia, outro fator que contribuiu para essa melhoria foi os programas sociais adotados pelo governo brasileiro, como o Bolsa Família, Bolsa Escola, entre outros.
Gráfico sobre o Índice Gini do Brasil
  A Região Nordeste, de acordo como o levantamento do Pnad, foi a que apresentou o maior nível de desigualdade na distribuição do rendimento do trabalho (0,523). No Piauí, foi registrado o pior resultado do país: 0,566.
  Em 2012, o Pnad mediu um Índice Gini de 0,496, apresentando um aumento do rendimento e certa estabilidade do Índice Gini. Em 2013, os 10% mais pobres receberam, em média, R$ 235,00 por mês, valor 3,5% superior ao registrado em 2012. Por outro lado, os 10% mais ricos concentraram 41,2% do total do rendimento de trabalho - eles ganharam, em média, R$ 6.930,00, valor 6,4% maior do que em 2012. De maneira geral, a renda média dos trabalhadores brasileiros subiu 5,7% de um ano para o outro, chegando a R$ 1.681,00 por mês.
Mapa sobre o Índice Gini do Brasil
FONTE: Sampaio, Fernando dos Santos. Para viver juntos: geografia 8º ano / Fernando dos Santos Sampaio, Marlon Clóvis de Medeiros, Vágner Augusto da Silva. - 3. ed. - São Paulo: Edições SM, 2012. - (Para viver juntos).

terça-feira, 21 de abril de 2015

O DISTRITO FEDERAL

  O Distrito Federal apresenta uma área de 5.799,999 km², dividida em 31 Regiões Administrativas, sendo Ceilândia a de maior população absoluta, com mais de 400 mil habitantes, seguido por Taguatinga com mais de 260 mil e Brasília com mais de 220 mil habitantes.
  O Distrito Federal é praticamente um enclave no estado de Goiás, não fosse a pequena divisa de menos de dois quilômetros de extensão com Minas Gerais, marcada pela passagem da rodovia DF-285. Por via terrestre, o Distrito Federal conecta-se a Minas Gerais por uma pequena ponte de 130 metros sobre o Rio Preto.
Divisa entre o Distrito Federal e Minas Gerais
  O atual Distrito Federal foi idealizado por um projeto do então presidente Juscelino Kubitschek de mudança da capital do Brasil do Rio de Janeiro para a região central do país. No período colonial (1500-1815), a área fazia parte da Capitania de São Jorge dos Ilhéus, sob o comando do donatário Jorge de Figueiredo Correia. Porém, com o fim divisão das capitanias no Brasil, surgiram diversas cidades na região, incluindo Ilhéus e, mais tarde, a própria Brasília, construída por iniciativa de JK.
  A cidade de Salvador foi a primeira sede administrativa do Brasil durante o período que vai de 1549 a 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro. Os participantes da Conjuração Mineira de 1798 defendia que a capital do Brasil deveria ser São João del-Rei, enquanto os nordestinos da Revolução de 1817, defendiam que a capital brasileira deveria ficar no Nordeste e nas proximidades do mar. Mesmo com todas essas divergências, havia o consenso de que o Brasil deveria ter como sede administrativa uma cidade que facilitasse, tanto o desenvolvimento do país como sua defesa.
São João del-Rei - uma das cidades sugeridas para ser a capital do Brasil
  Havia preferências para que esta sede funcionasse no interior do país, pois isto estimularia a ocupação do interior, bem como tornaria a capital menos predisposta às invasões estrangeiras.
  Durante o Império, o equivalente ao Distrito Federal atual era o Município Neutro, onde se situava a Corte, no Rio de Janeiro. Depois da Proclamação da República, o Rio de Janeiro tornou-se a capital federal até 1960, quando foi inaugurada a cidade de Brasília.
Divisa entre o Distrito Federal e Goiás, em Valparaíso de Goiás - GO
HISTÓRIA
  Até a chegada dos portugueses ao litoral do Brasil, no século XVI, a porção central do país, na qual se inclui o Distrito Federal, era ocupada por indígenas do tronco linguístico macro-jê, como os acroás, xacriabás, xavantes, caiapós, javaés, entre outros.
  No século XVIII, a atual região ocupada pelo Distrito Federal, que era cortada pela linha do Tratado de Tordesilhas, tornou-se rota de passagem para os garimpeiros de origem portuguesa em direção às minas de Mato Grosso e Goiás. Data dessa época a fundação do povoado de São Sebastião de Mestre d'Armas (atual Região Administrativa de Planaltina).
  O sonho de ter a capital do Brasil no interior do país começou a existir a partir de 1823, na primeira Constituição do Império Brasileiro, com uma proposta feita por José Bonifácio de Andrada e Silva, que defendeu a mudança da capital para uma região mais central, mostrando as vantagens de se construir a capital em uma das vertentes do rio São Francisco.
Ponte JK
  A Constituição de 1891 propôs a criação de uma nova capital para o Brasil no interior do país. Floriano Peixoto, o segundo presidente da República, pretendendo dar continuidade ao que tinha sido determinado pelo texto da Constituição, estabeleceu, em 1892, a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil.
  Em 1922, uma comissão do governo federal estabeleceu a localização da nova capital no cerrado de Goiás, mas o projeto ficou engavetado. No dia do centenário da Independência do Brasil, o então presidente Epitácio Pessoa mandou erigir no Morro do Centenário, em Planaltina, um obelisco com os seguintes dizeres:
  "Sendo Presidente da República o Exm°. Sr. Dr. Epitácio da Silva Pessôa, em cumprimento ao disposto no decreto 4494 de 18 de janeiro de 1922, foi aqui collocada em 7 de setembro de 1922, ao meio-dia, a Pedra Fundamental da Futura Capital Federal dos Estados Unidos do Brasil".
Pedra Fundamental de Brasília
  Em 1946, uma comissão chefiada por Poli Coelho atestou a excelente qualidade do lugar já preestabelecido para a construção da nova capital. Em 1954, outra comissão, chefiada pelo general José Pessoa, finalizou os estudos já realizados e definiu que a área da futura capital seria o espaço delimitado pelos rios Preto e Descoberto e pelos paralelos 15°30' e 16°03', que abrangia áreas territoriais de três municípios goianos.
  Em 1955, durante um comício na cidade de Jataí (GO), Juscelino Kubitschek, que era então candidato à presidência do Brasil e que em seus discursos sempre defendia o respeito à Constituição e às leis, foi perguntado se respeitaria, se eleito, a Constituição e mudaria a capital federal para o Planalto, de acordo com o que ela determinava. Juscelino respondeu que sim.
  Após assumir a presidência, em 1956,  Juscelino Kubitschek, por iniciativa própria, enviou ao Congresso uma mensagem propondo a criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Após a aprovação do Congresso para esse projeto, em setembro do mesmo ano, o presidente sancionou a lei que criou a empresa. A Novacap foi a responsável de planejar e executar a construção da capital federal.
Esboço do Plano Piloto feito por Lúcio Costa
  Após um concurso público que selecionaria o plano-piloto da cidade, uma comissão julgadora escolheu o projeto urbanístico do arquiteto Lúcio Costa, que foi aprovado, como lei, por unanimidade na Câmara e no Senado. Foi oficializado também o nome Brasília e a escolha do projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer. Em 2 de outubro de 1956, Juscelino Kubitschek assinou, no local da futura capital federal, o primeiro ato, nomeando Mário Meneghetti como ministro da Agricultura, e proclamando o seguinte:
"Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos sobre o amanhã do meu país e ante vejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino".
Juscelino Kubitschek (1902-1976) - responsável pela construção de Brasília
  Na construção de Brasília foram construídos milhares de quilômetros de rodovias e ferrovias para garantir o deslocamento de pessoas e materiais, e utilizados os mais modernos recursos técnicos de construção. Multidões de operários de vários pontos do Brasil, os candangos, especialmente nordestinos, foram atraídos para lá, trabalhando num cronograma diuturno sem interrupção.
  Na tarde de 20 de abril de 1960, iniciaram as cerimônias de inauguração com a entrega da chave da cidade para o presidente. À zero hora do dia 21 de abril de 1960, durante uma missa solene, Brasília foi declarada inaugurada em um clima de emoção e euforia.
O Palácio da Alvorada durante a sua construção, em 1959
  Pelas ruas da cidade, os candangos expressavam sua alegria. Às 8 horas da manhã foi dado o Toque de Alvorada pela banda dos Fuzileiros Navais e minutos depois Juscelino hasteou a Bandeira Nacional diante do Palácio do Planalto. Em seguida, Brasília iniciou suas atividades como capital, quando o presidente recebeu os cumprimentos das delegações diplomáticas. ÀS 9h30 min foram instalados os Três Poderes, às 10h15 min, na Catedral de Brasília ainda inacabada, o Núncio Apostólico instalou a Arquidiocese de Brasília, e às 11h30 min foi realizada a primeira sessão solene do Congresso Nacional.
Juscelino Kubitschek discursa durante a cerimônia de inauguração de Bras
  Ao fim da sessão Juscelino foi carregado nos ombros pelos parlamentares como um herói. À tarde, a população se reuniu no Eixo Rodoviário Sul para assistir a um grande desfile militar, com a passagem do Fogo Simbólico da Unidade Nacional.
  As comemorações se repetiram e só encerraram oficialmente na noite de 23 de abril, com a representação de uma alegoria escrita por Josué Montello, que foi encenada com a participação de militares em parada, jovens da sociedade carioca, tratores e um helicóptero descendo do céu, além de inúmeros figurantes portando ferramentas de trabalho, personificando os candangos.
Inauguração de Brasília, em 21/04/1960
GEOGRAFIA
  O Distrito Federal é uma unidade federativa diferente das demais, pois não é um estado nem um município. É, na realidade, um território autônomo dividido em regiões administrativas, cujos administradores são indicados pelo Governador, sendo constitucionalmente vedada a existência de municípios no interior do Distrito Federal. Com exceção de Brasília, Capital Federal, as outras regiões administrativas são conhecidas como cidades-satélite e possuem certa autonomia em suas administrações, pois para cada uma delas é nomeado um administrador.
  No Distrito Federal está localizado o Planalto Central do Brasil, onde se localizam as cabeceiras de afluentes de três dos maiores rios brasileiros: o rio Maranhão (afluente do rio Tocantins), o rio Preto (afluente do rio São Francisco) e os rios São Bartolomeu e Descoberto (tributários do rio Paraná).
Rio São Bartolomeu, no Distrito Federal
  O relevo do Distrito Federal é constituído por planaltos, planícies e várzeas, características típicas do Cerrado, que possui terreno bem plano ou com suaves ondulações. Sua altitude varia de 600 a 1.100 metros e o ponto mais elevado dessa unidade da Federação é o Pico do Roncador, com 1.341 metros, localizado na Serra do Sobradinho.
  Geologicamente, o Distrito Federal está situado na denominada Província Hidrogeológica do Escudo Central, a qual inclui parcialmente a Faixa de Dobramentos Brasília e se estende para norte/noroeste, ocupando a Faixa de Dobramentos Paraguai/Araguaia e a parte sul do Cráton Amazônico. Esta província é amplamente dominada por aquíferos fraturados cobertos por mantos de intemperismo (solos e rochas alteradas) com características físicas e espessuras variáveis.
Paisagem do relevo do Distrito Federal
  O polígono do Distrito Federal está situado em um alto regional que não apresenta grandes drenagens superficiais, sendo um divisor natural de três grandes bacias hidrográficas (São Francisco, Paraná e Tocantins), fazendo com que as águas subterrâneas tenham uma função estratégia para a manutenção de vazões dos cursos superficiais e para o abastecimento de núcleos urbanos e rurais.
  Em 2010, por meio de decreto administrativo, o Distrito Federal foi dividido em três Comitês de Bacias Hidrográficas (CBH), que são:
  • DF1 - Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranoá - nos limites da Região Hidrográfica do Paraná;
  • DF2 - Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Preto - nos limites da Região Hidrográfica do São Francisco;
  • DF3 - Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Maranhão - nos limites da Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia.
Rio Maranhão, próximo à divisa do DF com GO
  O clima predominante do Distrito Federal é o tropical típico, com duas estações bem definidas: verão chuvoso (outubro a março) e inverno seco (abril a setembro). Os índices de umidade relativa do ar giram em torno de 25% no inverno e 68% no verão. A temperatura média é muito agradável na maior parte do ano, com variações que vão de 13°C até 27°C, constituindo uma temperatura média em torno de 20°C. A média pluviométrica varia entre 1.200 e 1.800 mm anuais.
  A vegetação do Distrito Federal, caracterizada pelo cerrado, é o resultado de um longo processo de evolução, no qual as plantas buscaram adaptar-se às difíceis condições ambientais. A vegetação do cerrado é composta por árvores de galhos e caules grossos e retorcidos, distribuído de uma forma esparsa, as folhas são cobertas de pêlos, presença de gramíneas e ciperáceas (capim) no estrato das árvores. Há também a presença de mata ciliar, composta por florestas estreitas e densas, formadas ao longo do leito dos rios e riachos, além dos brejos, que são localizados nas nascentes de água, onde se desenvolve em grandes proporções o buriti. Dentre as espécies de planta destacam-se o ipê-amarelo, o ipê-roxo, a pindaíba, o óleo-vermelho, o pau-santo, o pequi, a lixeira, a gabiroba, o araçá, a sucupira, entre outros.
Pôr do Sol no Parque Nacional de Brasília
  O solo do Distrito Federal, assim como de toda a área coberta pela vegetação de cerrado, é caracterizado por espessas camadas de sedimentos que datam do Terciário, são geralmente profundos, de cor vermelha ou vermelha amarelada, porosos, permeáveis, bem drenados e intensamente lixiviados. Em sua textura predomina, em geral, a fração de areia, seguida por argila e por último o silte. São arenosos, areno-argilosos, argilo-arenosos ou, eventualmente, argilosos, com baixa retenção de água.
  Quanto às suas características químicas, eles são bastante ácidos, com PH que pode variar de menos de 4 a pouco mais de 5. Essa forte acidez é devido aos elevados níveis de alumínio. Para corrigir a acidez do solo e torná-lo produtivo, é preciso realizar o sistema de calagem, ou seja, adição de cálcio e magnésio.
Sistema de calagem, que tem como objetivo corrigir a acidez do solo
  Durante a elaboração do projeto para a construção de Brasília houve uma grande preocupação e cuidado com relação ao trinômio cidade-natureza-homem, para que nessa cidade houvesse o equilíbrio ambiental entre esses três elementos, objetivando manter um elevado padrão de qualidade de vida dos seus habitantes. Desde a sua construção até os dias de hoje, há uma série de medidas adotadas para que seja mantido o equilíbrio ambiental e para que sejam preservados os recursos naturais existentes em Brasília e em todo o Distrito Federal.
 A fauna do Distrito Federal é composto por um grande número de animais, destacando-se: anta, cervo, onça-pintada, cachorro-vinagre, lobo-guará, lontra, tamanduá-bandeira, gambá, ariranha, gato-palheiro, veado-mateiro, cachorro-do-mato, macaco-prego, quati, queixada, porco-espinho, capivara, suçuarana, tatu-canastra, ema, entre outros.
Lobo-guará - animal símbolo do cerrado
A RIDE DO DF E ENTORNO
  A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno é uma região integrada de desenvolvimento econômico, sendo constituída pelo Distrito Federal e por alguns municípios de Goiás e de Minas Gerais. Ocupa uma região de 55.434,99 km² e abrigando uma população de mais de 4 milhões de habitantes.
  A RIDE DF e Entorno tem como objetivo articular e harmonizar as ações administrativas da União, dos estados e dos municípios para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica e provisão de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento em escala regional.
  Fazem parte da RIDE DF e Entorno: o Distrito Federal, Abadiânia, Águas Lindas de Goiás, Água Fria de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Vila Boa, no Estado de Goiás, e Unaí, Buritis e Cabeceira Grande, no Estado de Minas Gerais.
Mapa da RIDE do DF e Entorno
GOVERNO E POLÍTICA
  A política e a administração do Distrito Federal distinguem-se das demais unidades da federação em alguns pontos particulares, conforme definido na Constituição do Brasil de 1988.
  • O Distrito Federal rege-se por lei orgânica, típica de municípios, e não por uma Constituição Estadual. Acumula as competências legislativas reservadas aos estados e municípios, não vedadas pela Constituição.
  • O Poder Legislativo do Distrito Federal é exercido pela Câmara Legislativa, com 24 deputados distritais eleitos pelo voto direto.
  • O caráter híbrido do Distrito Federal é observável por sua Câmara Legislativa, mistura de Câmara Municipal (Poder Legislativo Municipal) e Assembleia Legislativa (Poder Legislativo Estadual), sendo que o chefe do Poder Executivo é o governador.
Palácio Buriti - sede do governo do Distrito Federal
ECONOMIA
  Além de abrigar o centro político do país (Brasília), o Distrito Federal também é um importante centro econômico, sendo a sétima unidade federativa com o maior produto interno bruto (PIB) e o maior PIB per capita do Brasil.
  A principal atividade econômica da capital federal resulta de sua função administrativa. Por ser uma cidade tombada pelo IPHAN e que recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco a ocupação do território do Distrito Federal tem características diferenciadas para preservação da cidade. Assim, o governo de Brasília tem optado em incentivar o desenvolvimento de indústrias não poluentes como a software, cinema, vídeo, gemologia, entre outras, com ênfase na preservação ambiental e na manutenção do equilíbrio ecológico.
Lago Paranoá
  A economia do Distrito Federal sempre teve como principais bases a construção civil e o comércio varejista. Foi construída em terreno totalmente livre, com alguns espaços para construção de novos edifícios. À medida que a cidade recebe novos moradores, a demanda pelo setor terciário aumenta, motivo pelo qual Brasília tem uma grande quantidade de lojas, com destaque para o Conjunto Nacional, localizado no centro da capital. A agricultura e a avicultura ocupam destaque na economia brasiliense. Na RIDE DF e Entorno está o cinturão verde, responsável pelo abastecimento da cidade.
Conjunto Nacional, em Brasília - DF
ALGUNS DADOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL
LOCALIZAÇÃO: Região Centro-Oeste
LIMITES: Goiás (norte, sul, oeste e grande parte do leste) e Minas Gerais (uma pequena parte do leste).
CAPITAL: Brasília
Visão noturna de Brasília
ÁREA: 5.779,999 km² (27º)
POPULAÇÃO (IBGE - 2010): 2.570.160 habitantes (20º)
Estimativa (IBGE - 2014): 2.852.352 habitantes
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 493,49 hab./km² (1º)
REGIÕES ADMINISTRATIVAS MAIS POPULOSAS (Estimativa IBGE - 2014):
Ceilândia: 436.542 habitantes
Centro de Ceilândia - DF
Taguatinga: 263.124 habitantes
Taguatinga - DF
Brasília: 226.521 habitantes
Esplanada dos Ministérios, em Brasília - DF
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano (Pnud - 2005): 0,874 (1º)
IDH-M - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (Pnud - Brasil - 2013): 0,824 (1º)
PIB (IBGE - 2013): R$ 171,236 bilhões (7º)
EXPECTATIVA DE VIDA (IBGE - 2013): 77,3 anos (1º). Obs: essa taxa refere-se a média de quantos anos vive uma determinada população.
TAXA DE NATALIDADE (IBGE - 2009): 17,3/mil (18º)
MORTALIDADE INFANTIL (IBGE - 2010): 12,6/mil (6º)
TAXA DE FECUNDIDADE (Pnud - 2013): 1,75 filhos/mulher (24º)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (IBGE - 2010): 96,62% (2º)
TAXA DE ANALFABETISMO (IBGE - 2010): 3,25% (1º). Obs: essa taxa refere-se ao número de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever, e é contada do menor para o maior.
PIB PER CAPITA (IBGE - 2012): R$ 64.653 (1º)
RELIGIÃO (IBGE - 2010): católicos (56,6%), protestantes (25,8%), espíritas (3,5%), afro-brasileira (0,2%), outras religiões (3,7%), sem religião (9,2%), religiões asiáticas (1%).
Catedral de Brasília
DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA: a Constituição de 1988, em seu artigo 32, veda expressamente a divisão do Distrito Federal em municípios. O Distrito Federal é dividido em 31 regiões administrativas, sendo Brasília a principal delas.
  No Brasil, a ideia de cidade está intimamente ligada à sede do município. No Distrito Federal, são chamados de cidades os diversos núcleos urbanos sedes das regiões administrativas. Alguns destes núcleos são mais antigos do que a própria Brasília, como Planaltina, que era município de Goiás antes de ser incorporado ao Distrito Federal, e Brazlândia, fundada na década de 1930.
Mapa do Distrito Federal com suas regiões administrativas
  As regiões administrativas do Distrito Federal são:
RA I - Brasília - foi oficializada como Região Administrativa em 10/12/1964. Na intersecção dos dois eixos principais da cidade, Monumental e Rodoviário, localiza-se o Marco Zero, referência para as demais distâncias do Distrito Federal e do Brasil. Possui o formato de um avião e engloba a Asa Norte, Asa Sul, Setor Militar Urbano, Setor de Garagens e Oficinas, Setor de Indústrias Gráficas, Área de Camping, Eixo Monumental, Esplanada dos Ministérios, Setor de Embaixadas Sul e Norte, Vila Planalto, Granja do Torto, Vila Telebrasília, Setor de Áreas Isoladas Norte e sedia os três Poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Eixo Monumental de Brasília
RA II - Gama - oficializada como Região Administrativa em 10/12/1964, seu projeto assemelha-se a uma colmeia, devido ao seu formato hexagonal. Está distante 30,2 quilômetros do Plano Piloto de Brasília. Nasceu para abrigar os operários que trabalhavam na construção da barragem do Lago Paranoá. O nome foi escolhido em homenagem ao padre Luiz Gama Mendonça, que celebrou a primeira missa no local. A cidade divide-se nos setores Norte, Sul, Leste, Oeste e Central, todos com áreas residenciais e comerciais. Seu aniversário é comemorado no dia 12 de outubro.
Gama - DF
RA III - Taguatinga - oficializada como Região Administrativa em 10/12/1964, é considerada a capital econômica do Distrito Federal, com indústria moderna e comércio forte e variado. Está entre as maiores arrecadadoras de ICMS dentre os municípios brasileiros. A vida noturna é uma das mais badaladas do Distrito Federal, com seus bares e restaurantes que já conquistaram, não só os moradores locais, como também os de outras cidades e do Plano Piloto. O nome da cidade surgiu do tupi-guarani tauá-tingá, que significa "barro branco". Taguatinga divide-se em três setores: Central, composto pela Avenida Central, praças, comércio, hotéis, bancos e escritórios; Norte e Sul, formados por quadras residenciais, comerciais e industriais. Tombada pelo Patrimônio Histórico, a Praça do Relógio, no Setor Central, é um dos pontos mais movimentados de Taguatinga. Seu aniversário é comemorado no dia 5 de junho.
Praça do Relógio, em Taguatinga - DF
RA IV - Brazlândia - oficializada como Região Administrativa em 10/12/1964, surgiu em 1852 com um pequeno povoado nas proximidades da fazenda da família Braz, de onde se originou o nome. A propriedade dos Braz ficava próxima à trilha das comitivas que se deslocavam do sul para o norte de Goiás. Está distante 45 quilômetros do Plano Piloto.
  Brazlândia ainda mantém características de cidade de interior. Atualmente, vem se destacando por sua forte vocação agrícola. Em torno da cidade, várias chácaras e fazendas formam um imenso cinturão verde, tornando a região a principal abastecedora de hortifrutigranjeiros do Distrito Federal. Em agosto acontece a tradicional Festa do Morango, organizada pelos produtores locais.
Brazlândia - DF
  Brazlândia possui também belezas naturais típicas do Planalto Central. São cachoeiras como a do Rio do Sal, Chapada Imperial, Paraíso na Terra, Poço Azul, todas propriedades com águas de nascentes e com belíssimas paisagens.
Cachoeira do Poço Azul, em Brazlândia - DF
RA V Sobradinho - oficializada como Região Administrativa em 10/12/1964, possui clima agradável e vegetação densa e diversificada. A cidade de Sobradinho originou-se de uma fazenda do mesmo nome. Fundada em 13 de maio de 1960, consta da sua história que o nome Sobradinho é uma homenagem à engenhosidade do pássaro joão-de-barro, que construiu, às margens de um ribeirão que cortava a fazenda, duas casas superpostas como sobrado, no braço de um antigo cruzeiro, e que se transformaram em marco geográfico para os viajantes da época.
  Casas padronizadas intercaladas por extensas faixas verdes e um sistema viário amplo completam o quadro urbano da cidade. Os primeiros habitantes foram as famílias transferidas do Acampamento Bananal e da Vila Amauri, próxima à Vila Planalto, cuja área foi inundada quando se formou o Lago Paranoá.
  Sobradinho conta com uma grande quantidade de artesãos na confecção de trabalhos em madeira, couro e pedra. Os produtos são comercializados em feiras livres. A RA V foi escolhida para abrigar as instalações do Polo de Cinema e Vídeo do Distrito Federal. As principais festas são o aniversário da cidade, em 13 de maio, as festas juninas e a do Peão Boiadeiro, que ocorrem em junho.
Sobradinho - DF
RA VI - Planaltina - oficializada como Região Administrativa em 10/12/1964, surgiu em 19/08/1859 e está distante 38,5 quilômetros do Plano Piloto. A mais antiga das regiões administrativas do Distrito Federal conserva ruas estreitas e casarões centenários que testemunharam, em 1892, a passagem da Missão Cruls, encarregada de estudar a localização da nova capital do país. O local, na época chamado de Vila Mestre D'Armas devido a um armeiro que morou na região, era ponto de escoamento de ouro que era retirado de Goiás.
  Em 1922, a cidade foi agraciada com o lançamento da Pedra Fundamental da futura Capital no ano do centenário da Independência do Brasil, pelo então presidente Epitácio Pessoa.
Planaltina - DF
  Como atrativos, Planaltina oferece a Lagoa Bonita, a Cachoeira do Pipiripau e o Vale do Amanhecer, uma das maiores comunidades místicas do país. A mais importante reserva ambiental da América do Sul, a Estação Ecológica de Águas Emendadas, localiza-se próximo à cidade. Na área urbana, as maiores atrações são a igreja de São Sebastião, a Igreja Matriz e o Museu Histórico e Artístico de Planaltina, que conserva a memória da cidade e vende artesanato da região, destacando-se a cerâmica e a tapeçaria.
  As festas mais tradicionais da cidade são a Folia do Divino, realizada no sétimo domingo após a Páscoa, e a Folia dos Santos Reis, no dia 6 de janeiro. Durante a Semana Santa é realizada o evento religioso mais importante do Distrito Federal, a Via Sacra, representada por atores da cidade.
Cachoeira do Pipiripau, em Planaltina - DF
RA VII - Paranoá - oficializada como Região Administrativa em 10/12/1964, está distante 20 quilômetros do Plano Piloto. O Paranoá nasceu a partir da instalação do canteiro de obras da construção da Barragem do Paranoá, que se formou o núcleo habitacional e que deu origem, inicialmente, à Vila Paranoá. O aniversário da cidade é comemorado no dia 25 de outubro.
Paranoá - DF
RA VIII - NÚCLEO BANDEIRANTE - oficializada como Região Administrativa em 25/10/1989, está situado a 13,3 quilômetros do Plano Piloto. Ficou conhecida como "Cidade Livre" durante a construção de Brasília, onde o comércio era livre e não se cobrava impostos, e funcionou como centro comercial e recreativos dos que estavam diretamente ligados à construção da nova capital. A cidade surgiu, efetivamente, em 19 de dezembro de 1956, sendo a primeira área  destinada a abrigar os trabalhadores pioneiros. Algumas construções de madeira foram mantidas na forma original. São casas, sobrados e construções como a Escola Metropolitana e o Hospital Juscelino Kubitscheck de Oliveira (HJKO), tombado pelo Patrimônio Histórico, e onde hoje funciona o Museu Vivo da Memória Candanga.
Núcleo Bandeirante - DF
RA IX - Ceilândia - oficializada como Região Administrativa em 25/10/1989, seu nome vem das iniciais da Campanha de Erradicação de Invasões - CEI. A cidade divide-se nos setores M, N, O, P e Q, dispostos em torno de dois eixos que se cruzam em ângulo de 90°. A maioria dos seus habitantes vieram de Goiás, Minas Gerais, da região Norte e, principalmente, do Nordeste, fazendo da cidade um ponto de convergência e de difusão da cultura nordestina. Um exemplo dessa cultura é a Casa do Cantador, projetada por Oscar Niemeyer para sediar a Federação Nacional das Associações de Cantores, Repentistas e Poetas Cordelistas, que promovem encontros e festivais.
Casa do Cantador, em Ceilândia - DF
  As quadras residenciais são compostas, além das habitações, de comércio local e templos. Os demais equipamentos urbanos são distribuídos em áreas especiais. Aos domingos, o centro de Ceilândia é ocupado por duas feiras: a Feira Central, onde se encontram todos os tipos de produtos; e a Feira do Rolo, que utiliza o sistema de trocas para negociar, desde eletrodomésticos até literatura de cordel.
  Ceilândia está distante 24 quilômetros do Plano Piloto, com acesso através da Via Estrutural e da EPTG (Estrada Parque Taguatinga). Seu traçado urbanístico é do arquiteto Ney Gabriel de Souza, e sua principal atração é a Barragem do Rio Descoberto, cujo acesso é através da BR-070. As principais festas são o aniversário da cidade, no dia 27 de março, a Festa Colônia Nordestina, na primeira semana de julho, e os Jogos da Primavera, em setembro.
Ceilândia - DF
RA X - Guará - oficializada como Região Administrativa em 25/10/1989, foi idealizado por Lúcio Costa, que projetou casas padronizadas. O Guará nasceu de mutirão de funcionários da Novacap, que em 1967 começaram a construir suas casas, reunidos em grupos de 10 famílias, sob orientação de arquitetos e engenheiros. O êxito da experiência fez com que o projeto fosse estendido a servidores de outras instituições do governo.
  A cidade deve seu nome ao córrego Guará, que corta sua área e que provavelmente foi batizado assim em homenagem ao lobo-guará, espécie comum na região do Planalto Central.
  Além da famosa feira livre, o Guará dispõe de um moderno kartódromo, o principal do Distrito Federal, cuja pista serviu de iniciação para pilotos de renome internacional, como Nelson Piquet e seu filho Nelsinho, Vítor Meira, Roberto Pupo Moreno, entre outros.
Guará - DF
RA XI - Cruzeiro - oficializada como Região Administrativa em 25/10/1989, seu aniversário é comemorado no dia 30 de novembro. É a Região Administrativa mais próxima do Plano Piloto. O Cruzeiro tornou-se conhecido como um reduto do samba, com as constantes festas promovidas pela Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro - ARUC -, escola de samba mais premiada dos carnavais do Distrito Federal.
  A cidade nasceu de um conjunto construído em 1958 para abrigar os primeiros funcionários que chegaram à capital, e recebeu este nome por estar próxima à cruz erguida no ponto mais alto do Eixo Monumental, onde em 1957, foi celebrada a primeira missa em Brasília. Em 1894, a área onde hoje se encontra a cidade, abrigou um acampamento da Missão Cruls, que ali instalou um observatório. Esta região está inserida na área tombada pelo Patrimônio Cultural da Humanidade.
Cruzeiro - DF
RA XII - Samambaia - oficializada como Região Administrativa em 25/10/1989, foi criada para responder ao crescimento populacional do Distrito Federal. Samambaia recebeu os primeiros moradores em 1985 e as casas foram construídas, em parte, com o apoio do Programa de Olarias Comunitárias. Está distante 28 quilômetros do Plano Piloto. A cidade comemora seu aniversário em 25 de outubro. Seu principal centro de atividades é a Chácara de Três Meninas, localizada na Entrequadra 609/611, do Centro Urbano, onde se encontram a Casa da Cultura, a Olaria Comunitária, a Biblioteca Pública, postos de saúde, escolas e serviço social.
Samambaia - DF
RA XIII - Santa Maria - oficializada como Região Administrativa em 04/11/1992, está localizada a 39 quilômetros do Terminal Rodoviário do Plano Piloto. Seu aniversário é comemorado em 10 de fevereiro. A cidade é rodeada por dois ribeirões, Alagado e Santa Maria, este originando o nome da cidade. A região abriga propriedades rurais, bem como a primeira usina hidrelétrica do Distrito Federal, instalada no Ribeirão Saia Velha, em 1958.
Santa Maria - DF
RA XIV - São Sebastião - oficializada como Região Administrativa em 10/05/1994, está distante 30 quilômetros da Rodoviária do Plano Piloto. Abriga a Papuda (Complexo Penitenciário de Brasília). Com o início das obras da construção de Brasília, a partir de 1957, várias olarias se instalaram no local onde hoje é a cidade, em terras posteriormente arrendadas através da Fundação Zoobotânica do DF, visando, à época, suprir parte da demanda da construção civil por materiais. Em 25 de junho é comemorado o aniversário da cidade. O nome São Sebastião é uma homenagem a um dos primeiros comerciantes a chegar à cidade, o seu Sebastião.
São Sebastião - DF
RA XV - Recanto das Emas - oficializada como Região Administrativa em 28/07/1993, está situado a 26 quilômetros da Rodoviária do Plano Piloto. Existia no local um sítio chamado Recanto, onde vivia grande quantidade de emas, espécie nativa do Cerrado, o que originou o nome da cidade. A região conta com belíssimas reservas naturais. Em 1996, por meio da lei 1.188, foi criado o Parque Ecológico e Vivencial do Recanto das Emas, localizado numa área delimitada pela chácara Aldeia da Paz e a cabeceira do córrego Monjolo. No parque há cachoeiras, corredeiras, poços, paredões e nascentes.
Recanto das Emas - DF
RA XVI - Lago Sul - oficializada como Região Administrativa em 10/01/1994, está situada a 8,4 quilômetros da Rodoviária do Plano Piloto e localizado às margens do Lago Paranoá. Suas edificações são elegantes e respeitam as escalas volumétricas da área tombada do Distrito Federal. Próximo à cidade encontra-se o Aeroporto Internacional de Brasília. Dentre os principais atrativos turísticos estão: Ermida Dom Bosco, Jardim Botânico, Pontão do Lago Sul e Ponte JK. Composta de casas individuais de alto padrão, suas quadras são identificadas como QI (Quadra Interna) e QL (Quadra do Lago).
Lago Sul - DF
RA XVII - Riacho Fundo - oficializada como Região Administrativa em 15/12/1993, comemora seu aniversário em 13 de março. A região é responsável por boa parte do abastecimento agrícola do Distrito Federal. É nela que está localizada a Fundação Cidade da Paz, entidade não-governamental que mantém e administra a Universidade Holística Internacional e o Instituto de Saúde Mental. Está localizada a 18 quilômetros da Rodoviária do Plano Piloto. Em maio é celebrada a tradicional festa de São Domingos Sávio. As festas juninas envolvem toda a comunidade, com muita alegria e animação.
Riacho Fundo - DF
RA XVIII - Lago Norte - oficializada como Região Administrativa em 10/01/1994, está localizada numa península. Com uma renda per capita relativamente alta e, juntamente com o Lago Sul, possui o segundo maior número de piscinas por habitante do mundo. O Lago Norte é um bairro predominantemente da classe média alta. Possui um Centro de Atividades, principal área de comércio. Conta com dois shoppings centers, o Iguatemi e o Deck Norte. O Clube do Congresso, situado no final da península, foi uma das primeiras construções do local.
Lago Norte - DF
RA XIX - Candangolândia - oficializada como Região Administrativa em 27/01/1994, o nome da cidade é em homenagem aos pioneiros, construtores de Brasília, que ficaram conhecidos como candangos. O primeiro acampamento foi construído em 1956 pela Novocap, criado pelo presidente Juscelino Kubitschek, abrigando a sede da empresa, um caixa forte para fazer o pagamento dos salários dos operários, um posto de saúde, um hospital, um posto policial, dois restaurantes - o da Novacap e o dos Serviços de Alimentação Popular (SAPs) -, uma escola para os filhos dos pioneiros, além das residências para as equipes técnicas e administrativas da empresa. Em 1989, a Candangolândia tornou-se uma cidade. Está inserida na área tombada pelo Patrimônio Cultural da Humanidade.
Candangolândia - DF
RA XX - Águas Claras - oficializada como Região Administrativa em 06/05/2003, está distante 20 quilômetros do Plano Piloto. Localizada em área de alta densidade populacional, possui avenidas, alamedas e praças com nomes inspirados em plantas como: Araucárias, Flamboyant, Ipê Amarelo, entre outras. O aniversário da cidade é comemorado em 6 de maio.
Águas Claras - DF
RA XXI - Riacho Fundo II - oficializada como Região Administrativa em 06/05/2003, data em que é comemorado o aniversário da cidade. A história do Riacho Fundo II teve início com a ocupação de pessoas que ficaram acampadas à beira da pista, próximo ao balão do Recanto das Emas, em busca do direito à moradia própria, em 1995.
Riacho Fundo II - DF
RA XXII - Sudoeste/Octogonal - oficializada como Região Administrativa em 06/05/2003, data em que é comemorado o aniversário da cidade, o Sudoeste/Octogonal foi formado a partir do desmembramento da RA XI Cruzeiro. A região é formada por áreas residenciais que seguem o padrão de seis andares sobre pilotis (pilares em concreto armado que sustentam uma construção), setores comerciais, quadras mistas, o Hospital das Forças Armadas e o Instituto Nacional de Meteorologia - INMET. A RA XXII está inserida na área tombada pelo Patrimônio Cultural da Humanidade.
Sudoeste/Octogonal - DF
RA XXIII - Varjão - oficializada como Região Administrativa em 06/05/2003, está localizada na vertente escarpada da chapada da Contagem, tendo formato irregular condicionado pelos obstáculos naturais, escarpas e o Ribeirão do Torto. Seu aniversário é comemorado no dia 6 de maio.
Varjão - DF
RA XXIV - Park Way - oficializada como Região Administrativa em 29/12/2003, o Setor de Mansões Park Way foi incluído no plano urbanístico de Brasília entre 1957 e 1958, e registrado em cartório em 1961 por Juscelino Kubitschek. Seu aniversário é comemorado no dia 13 de março. A cidade possui diversas reservas naturais com vegetação típica de cerrado, que somados aos córregos e nascentes transformam o Park Way em um ambiente agradável e sustentável, proporcionando qualidade de vida aos seus habitantes e quem a visita. Possui edificações e monumentos tombados pelo Patrimônio Histórico, que resgatam a história dos candangos e da construção da nova Capital Federal, Brasília. Dentre esses monumentos estão o Catetinho e o antigo casarão da fazenda Gama, onde JK foi recepcionado pela primeira vez que pisou na região.
Park Way - DF
RA XXV - SCIA - oficializada como Região Administrativa em 27/01/2004, o Setor Complementar de Indústria e Abastecimento é a junção da Cidade Estrutural e da Cidade do Automóvel. A primeira foi criada por migrantes que buscavam no lixo uma fonte de renda, os quais se estabeleceram no chamado "Lixão", com moradias precárias. A Cidade do Automóvel foi criada para retirar do Plano Piloto as agências de vendas de carros, principalmente da Avenida W3 - Asa Norte. Atualmente, o local conta com mais de 150 revendas automobilísticas, gerando concorrência e possibilidades de negócios e empregos.
SCIA - DF
RA XXVI - Sobradinho II - foi oficializada como Região Administrativa em 27/01/2004. O nome Sobradinho II surgiu devido à sua proximidade com a cidade de Sobradinho, de onde a maioria dos seus moradores veio, tendo em vista o crescimento populacional da região. Como Sobradinho não possuía projeto de expansão territorial, em 1990, foi instituído o programa habitacional para a população de baixa renda, sendo implantados assentamentos em diversas cidades do Distrito Federal. Sobradinho II localiza-se em uma superfície topográfica plano-ondulada, com declives suaves, próximo ao Ribeirão Sobradinho e seu tributário, o Córrego Paranoazinho, integrantes da bacia do rio São Bartolomeu.
Sobradinho II - DF
RA XXVII - Jardim Botânico - oficializada como Região Administrativa em 31/08/2004, possui uma extensa área verde e elevado índice de qualidade de vida. A regional do Jardim Botânico é formada por condomínios horizontais abrigando cerca de 27 mil moradores. A Região Administrativa engloba duas áreas: parte de São Bartolomeu e os condomínios do Jardim Botânico.
Jardim Botânico - DF
RA XXVIII - Itapoã - foi oficializada como Região Administrativa em 03/01/2005. Na década de 1990 houve um crescente número de migrantes na cidade. A expectativa de regularização estimulou o crescimento da região que, atualmente, possui uma população de cerca de 48 mil habitantes.
Itapoã - DF
RA XXIX - SIA - oficializada como Região Administrativa em 14/07/2005, o Setor de Indústria e Abastecimento é responsável por 56% da arrecadação de ICMS do Distrito Federal. O SIA nasceu antes mesmo da inauguração da Capital. Nesse local os construtores da cidade armazenavam material para as obras. Em seguida, as empresas foram se instalando no SIA. Hoje conta com aproximadamente 5 mil indústrias leves e não poluentes. Inclui os setores de Inflamáveis (SIN) e de Transporte Rodoviário de Cargas (STRC).
SIA - DF
RA XXX - Vicente Pires - foi oficializada como Região Administrativa em 26/05/2009. Apesar de ter sido a penúltima Região Administrativa a ser criada, Vicente Pires remonta a história colonial, posto que seu nome origina-se de Vicente Pires da Mota, homem de confiança do Rei de Portugal, a quem foi dado terras às margens do Rio Urbano, onde passava a primeira estrada que ligava a Capitania de São Paulo ao interior do país, a Estrada do Urbano, cujo objetivo era assegurar que a riqueza encontrada pelos bandeirantes não viesse a ocasionar a independência da Capitania. Em 1850 é criada a primeira Lei de Terras do Brasil, tendo a fazenda seu primeiro registro paroquial, em 1858. Havia ali o encontro dos córregos Samambaia e Córrego do Vallo, dando origem a um terceiro fluxo de água que recebeu o nome de Córrego Vicente Pires.
Vicente Pires - DF
RA XXXI - Fercal - oficializada como Região Administrativa em 29/01/2012, comemora seu aniversário em 12/09. É a primeira Cidade Operária do Distrito Federal, de onde foram extraídos os recursos naturais para a construção da Capital. Atualmente, é a maior região geradora de impostos de todo o Distrito Federal, oriundo das grandes empresas produtoras de cimento, usinas de asfalto e derivados, instaladas nessa região. A Fercal está situada às margens da APA Cafuringa e é muito rica em recursos minerais, principalmente calcário, que contribui significativamente para o crescimento socioeconômico da região, que é complementada pela beleza geográfica e outras riquezas naturais e culturais, e servem de atrações turísticas por meio das pequenas cachoeiras, grutas, cavernas, riachos, trilhas e áreas de preservação ambiental.
Fercal - DF
FONTE: Antunes, Celso Avelino. Geografia e participação: 7º ano / Celso Avelino Antunes, Maria do Carmo Pereira e Maria Inês Vieira. - 2. ed. - São Paulo: IBEP, 2012

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