A Líbia é um país da região do Magreb, no norte da África, sendo banhada pelo mar Mediterrâneo ao norte. O país tem fronteiras com o Egito a leste, o Sudão a sudeste, o Chade e o Níger ao sul, e com a Argélia e a Tunísia ao oeste. As três partes tradicionais do país são a Tripolânia, a Fazânia e a Cineraica.
Em 1911, o território líbio foi invadido pela Itália e, depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, foi dividido entre França e Reino Unido. Em 1951, o país tornou-se independente e deu origem a uma monarquia comandada pelo Rei Idris I (1890-1983).
Em 1911, o território líbio foi invadido pela Itália e, depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, foi dividido entre França e Reino Unido. Em 1951, o país tornou-se independente e deu origem a uma monarquia comandada pelo Rei Idris I (1890-1983).
HISTÓRIA
O território que hoje corresponde à Líbia já foi dominado por diversos povos, tais como os fenícios, gregos, romanos, egípcios, vândalos, bizantinos, berberes, até a invasão árabe de 643 que trouxe o islamismo e a língua árabe ao seu território. Eles deixaram vestígios de suas paisagens que hoje são atrações turísticas. O nome Líbia foi dado pelos colonos gregos, no século II a.C.
Os cartagineses, herdeiros das colônias fenícias, fundaram na Tripolitânia uma província e, no século I a.C., o Império Romano se impôs em toda a região, deixando monumentos admiráveis.
A Líbia permaneceu como província romana até ser conquistada pelos vândalos, em 455 d.C.. Após ser reconquistada pelo Império Bizantino, a região passou a ser dominada pelos brasiil, em 643. Os árabes estenderam a área cultivada em direção ao interior do deserto do Saara. Durante mais de três séculos, os berberes almôadas mantiveram o domínio sobre a região tripolitana, enquanto a Cirenaica esteve sob o controle egípcio.
Em 1517, os otomanos conquistaram a Cirenaica. Em 1551, Solimão I, o Magnífico, incorporou a região da Tripolitânia ao Império Otomano, estabelecendo o poder central em Trípoli. A autoridade do regime turco da Porta Sublime, se concentrou apenas em uma pequena área costeira.
No século XVIII, o reinado da dinastia Karamanli, que dominou Trípoli durante 120 anos, contribuiu para assentar mais solidamente as regiões de Fezã (ou Fazânia), Cirenaica e Tripolitânia.
Em 1835, o Império Otomano restabeleceu o controle sobre a Líbia, embora a confraria muçulmana dos Senussi tenha conseguido, em meados do século XIX, dominar os territórios da Cirenaica e de Fezã.
Em 1843, Maomé Ali Senussi fundou a Ordem Senussi, que era um movimento que pregava o renascimento islâmico, defendendo uma visão austera, uma ordem sufista tradicional que se opunha as inovações de algumas outras ordens sufistas que incrementaram práticas que não são aprovadas no Islão, fazendo com que essa religião se tornasse bastante influente no território líbio. Os puritanos da Ordem Senussi, que também atuavam no Egito, ganharam adeptos entre as tribos do interior e logo controlaram a maior parte da Líbia. Essa organização, também foi responsável pela assistência educacional e material aos seus seguidores.
Em 1911, com o declínio do Império Otomano, a Itália invadiu a Líbia com o pretexto de defender seus colonos estabelecidos no Vilaiete de Tripolitânia, desencadeando a Guerra Ítalo-Turca (1911-1912), na qual a Ordem aliou-se aos turcos. A Itália venceu o conflito e passou a dominar o litoral do país, que era a última possessão otomana no Norte da África. Os Otomanos renunciaram a seus direitos sobre a Líbia em favor da Itália por meio do Tratado de Lausana, também chamado de Tratado de Ouchy (1912).
Em 1914, todo o território líbio estava ocupado pelos italianos que, assim como os turcos, nunca conseguiram afirmar sua autoridade sobre as tribos sanusi do interior do deserto.
Em 1917, Amade Xarife Senussi fugiu para a Turquia, após perder uma batalha contra as forças italianas e britânicas e Idris Senussi assumiu o comando da ordem, assinando uma trégua com o Império Britânico.
Em 1920, a Itália reconheceu Idris como Emir do Interior da Líbia, mas a ordem continuou a apoiar um movimento armado na Cirenaica contra os colonizadores, que foi derrotado em 1931, quando Sidi Omar al-Mukhtar, seu principal comandante, foi enforcado pelos italianos.
Esta situação alterou-se com a tomada do poder na Itália por parte dos fascistas, que nomearam de imediato um governador capaz de impor a vontade italiana no território. A colonização italiana, que foi reforçada em 1935 por uma colonização demográfica, como a denominou Benito Mussolini, contribuiu para um rápido desenvolvimento a todos os níveis, sendo a Líbia incorporada ao Reino da Itália, em 1939, situação que permaneceu até a Segunda Guerra Mundial, quando as campanhas no Norte da África destruíram quase por completo a estrutura econômica do país. A colonização não afetou os aspectos econômicos do país, mas contribuiu para melhorar sua infraestrutura, como a rede de estradas e o fornecimento de água para as cidades.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o território líbio foi cenário de combates decisivos. Entre 1940 e 1943, houve a campanha da Líbia entre o Afrikakorps do general alemão Rommel e as tropas inglesas. Com o apoio dos Aliados, a Líbia contrariou os interesses da Itália de permanecer no país. Finalizado as hostilidades, com o encerramento da Campanha da Líbia, o Reino Unido encarregou-se de nomear o governo da Cirenaica e da Tripolitânia, enquanto a França passou a administrar Fezã. Essas nações mantiveram a Líbia sobre forte governo militar, até que a Assembleia Geral das Nações Unidas votou uma resolução onde se podia ler que a Líbia deveria tornar-se um reino independente até 1 de janeiro de 1952.
Em 1950, o líder religioso dos senússitas, o pró-britânico Sidi Maomé Idris Madi Senussi (Emir Idris) foi escolhido como rei por uma assembleia nacional, sendo coroado com o nome Idris I. O rei Idris declarou a independência do país em 24 de dezembro de 1951, reunindo o território em um único Estado federal, com o nome de Reino Unido da Líbia, ao mesmo tempo que proibia a existência de partidos políticos, orientando o seu poder por linhas fundamentalistas.
A Constituição de 1951 estabeleceu uma monarquia constitucional com características federalistas, que tinha instituições como um Primeiro-Ministro, que presidia o Conselho de Ministros, e um Poder Legislativo bicameral, com uma Câmara de Deputados com todos os integrantes eleitos, e um Senado que tinha metade dos seus integrantes nomeados pelo monarca. A primeira eleição foi realizada em fevereiro de 1952.
Idris baseou o seu poder sobre a autoridade religiosa e teve apoio das famílias líbio-turcas residentes nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Depois da admissão na Liga Árabe, em 1953, a Líbia firmou acordos para a implantação de bases estrangeiras em seu território. Em 1954, houve a concessão da Base Aérea de Wheelus, perto de Trípoli, aos norte-americanos, enquanto os britânicos obtiveram concessão semelhante perto de Tobruque. Assim, a influência dos Estados Unidos e do Reino Unido, autorizados a manter tropas no país, tornou-se cada vez mais poderosa.
Em 1957 foram descobertas as primeiras jazidas de petróleo, cuja exploração começou em 1961. Em 1963, o sistema federalista de governo foi substituído por uma monarquia unitária, que deu mais poder ao Monarca. Os três estados do sistema federal (Fazânia, Tripolitânia e Cirenaica) foram substituídos por 10 províncias com menor autonomia.
Em 1966, Muammar Kadhafi, filho de beduínos nômades, que havia se incorporado ao exército, enquanto estudava em Londres, fundou a União dos Oficiais Livres e, após o retorno à sua terra natal, continuou o trabalho de conspiração política dentro do Exército.
Um importante fato na organização política da Líbia ocorreu em 1969. O então Coronel Muammar Kadhafi (1942-2011) promoveu um golpe contra o rei e instalou uma ditadura. Além disso, ele nacionalizou as empresas de petróleo e adotou as leis islâmicas no país. Com a entrada de dinheiro de fora do país, Kadhafi investiu em armas e passou também a apoiar ações de grupos terroristas.
O caso mais emblemático foi a derrubada de um avião de uma empresa dos Estados Unidos em Lockerbie (Escócia), causada pela explosão de uma bomba deixada por dois agentes líbios, em 1988. Nessa ocasião, 270 pessoas morreram, e os Estados Unidos e o Reino Unido pediram entrega dos agentes para que fossem julgados, o que não foi aceito pelo governo líbio. Como consequência, a ONU aprovou um embargo econômico à Líbia, em 1992, impedindo que aviões de empresas desse país voassem a outros territórios, além de proibir a venda de armas. O embargo acabou em 1999, quando Kadhafi concordou que aqueles agentes fossem julgados nos Países Baixos.
Em 1990, foi fundado o Grupo de Combate Islâmico Líbio (GCIL) por líbios que lutaram contra as forças soviéticas no Afeganistão, e que, em sua maior parte, estavam no Sudão. Tal grupo tinha como objetivo estabelecer um Estado islâmico na Líbia e via o Regime de Kadhafi como opressivo e anti-muçulmano, sua campanha contra o Regime Líbia atingiu seu apogeu em 1996.
Em outubro de 1993, militares dos uarfalas tentaram derrubar o Regime Líbio, e essa rebelião resultou em dezenas de mortes, mas foram derrotados pelas tropas fiéis à Kadhafi. Em 18 de fevereiro de 1994, Kadhafi anunciou que a xaria seria aplicado na Síria.
Em 1996, foi inaugurada uma etapa de uma grande rede de aquedutos projetada para fornecer água para populações isoladas do deserto. No mesmo ano ocorreu o Massacre da Prisão de Abu Salim, evento repudiado pelas organizações defensoras dos direitos humanos, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch. Em 2000, foi decretada uma radicalização da política de descentralização do Estado, posta em prática no início da década de 1990.
Em janeiro de 2005, após quatro décadas, ocorreu o primeiro leilão de licenças de exploração de gás e petróleo, sendo as maiores beneficiárias as empresas norte-americanas. Em fevereiro de 2006, as manifestações contra as caricaturas que satirizavam o profeta Maomé, publicadas em um jornal dinamarquês, resultaram em atos de violência que foram objeto de forte repressão policial.
Em 2007, o governo anunciou que em poucos anos, dispensaria mais de 400 mil funcionários públicos e do exército, mas, em contrapartida, se comprometeu a pagar três anos de salários como forma de compensação. Na época, a Líbia tinha mais de 1 milhão de funcionários públicos, o que exigia mais de 3,5 bilhões de dólares por ano em salários. O objetivo da medida era aliviar o peso das contas públicas e incentivar o investimento no setor privado.
Entre março de 2010 e fevereiro de 2011, foram libertados da Prisão de Abu Salim mais de 800 fundamentalistas islâmicos, dentre os quais muitos ex-integrantes do GCIL, em um processo liderado por Ceife Islam.
Primavera Árabe e presença da Otan
A influência da Primavera Árabe chegou às cidades litorâneas do Mediterrâneo, as mais populosas da Líbia. Mesmo com o melhor padrão de vida entre todos os países africanos, os líbios queriam mais. Eles aspiravam por liberdade para escolher seus governantes e, assim, saíram às ruas, principalmente em Benghazi, em fevereiro de 2011. Os rebeldes avançaram rapidamente e passaram a controlar várias cidades da Líbia, mas o governo reagiu por meio da contratação de mercenários.
Diante da nova ofensiva das tropas de Kadhafi, os rebeldes recuaram. As imagens de tropas bombardeando civis levaram o Conselho de Segurança da ONU a impor uma zona de exclusão aérea à Líbia. O órgão também autorizou medidas mais drásticas, caso fossem necessárias, com o argumento de que era preciso acabar com a morte de civis. Logo depois, uma coalizão de países, liderados pela França, invadiu a Líbia. Tratava-se de uma ação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que contou com forte apoio dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Depois da ofensiva das tropas da coalizão, o governo de Kadhafi não conseguiu resistir. Ele foi morto em outubro de 2011, em Sirte (Líbia), sua cidade natal.
Logo após sua morte, a Otan retirou as tropas do país. Foi criado um Conselho Nacional de Transição para preparar as eleições no território líbio. Em 2012, ocorreram eleições para o Congresso, que indicou Ali Zeidan primeiro-ministro do país. Ele tinha a meta de realizar novas eleições para definir uma nova Constituição para a Líbia.
Porém, uma série de eventos ocorreram após a deposição de Kadhafi, muitos deles violentos, envolvendo grupos que defendem um país sob as leis islâmicas, e outro, mais moderado.
Após o fim da Guerra Civil Líbia, que derrubou Muammar Kadhafi, ocorreu no país um conflito armado envolvendo várias milícias e as novas forças de segurança do Estado. As milícias incluíram guerrilheiros, grupos pró-Kadhafi, islamitas e milícias que lutaram contra Kadhafi, mas se recusaram a depor as armas quando a guerra terminou, em outubro de 2011. De acordo com alguns líderes civis, estas últimas milícias passaram apenas a atrasar a entrega de suas armas para afirmar ativamente um papel político, continuando como "guardiões da revolução". Algumas das maiores e mais bem equipadas milícias estão associadas a grupos islâmicos, que agora formam partidos políticos.
Em setembro de 2012, islamitas atacaram o prédio do Consulado dos Estados Unidos em Bengasi, matando o embaixador estadunidense e mais três pessoas. Isso levou a um clamor popular contra as milícias semi-legais que ainda estavam operando e resultou na invasão de diversas bases de milícias islâmicas por manifestantes, além da repressão em larga escala do governo.
Em 14 de fevereiro de 2014, o general Khalifa Haftar, um ex-alto oficial do regime Kadhafi, ordenou a dissolução do CGN e apelou para a formação de um comitê de governo interino para supervisionar novas eleições. O CGN ignorou suas demandas e denunciou isso como uma tentativa de "golpe de Estado".
No dia 18 de maio de 2014, o edifício do Parlamento foi invadido por tropas leais ao general Khalifa Haftar.
Os moradores da cidade oriental de Xaate, juntamente com manifestantes de Baida e Sousse, fizeram uma grande manifestação, rejeitando o plano de prorrogação do CGN e exigindo a renúncia do Congresso, seguida por uma transição de poder pacífica para um órgão legítimo. Também protestaram contra a falta de segurança, culpando o CGN por não terem reconstruído o exército e a polícia. Outros líbios, rejeitando a proposta de mandato, se reuniram na Praça dos Mártires de Trípoli e fora do Hotel Tibesti, em Bengazi, pedindo o congelamento de partidos políticos e a reativação do sistema de segurança do país.
Em 28 de maio, a força aérea da Operação Dignidade bombardeou posições da Brigada dos Mártires de 17 de Fevereiro, o que fez seus membros responderem com mísseis antiaéreos.
Em 2 de junho os combates retornaram a Bengazi, quando militantes da Ansar al-Sharia atacaram forças de Haftar em resposta ao bombardeio aéreo de uma das suas bases no dia anterior. Os soldados responderam novamente atacando helicópteros no oeste da cidade. Pelo menos 22 pessoas morreram e 70 ficaram feridas, com ambos os lados se acusando de ter disparado em áreas residenciais.
Em 4 de junho, quatro pessoas foram mortas e várias ficaram feridas, incluindo o general da divisão aérea Saghr al-Jerushi, em uma tentativa de assassinato contra Haftar em sua própria casa, na cidade de Abiar, a leste de Bengazi.
Em 15 de junho, as forças de Haftar lançaram um novo ataque em vários campos jiadistas em Bengazi Ocidental, com tanques e lançadores de foguetes. Vários líderes milicianos foram mortos no ataque.
No dia 4 de agosto de 2014, foi criada na cidade de Tobruque um novo Parlamento da Líbia, a Câmara dos Representantes da Líbia. No entanto, o antigo presidente do Congresso Geral, o islamita Nouri Abusahmain, se recusou a transferir oficialmente os poderes para o novo órgão, uma vez que era exigido que este se reunisse em Trípoli, sob o controle de milícias islâmicas. No entanto, a Câmara dos Representantes passou a legislar ainda que com boicote de alguns dos membros de ideologia islamita.
Inicialmente, a Casa permaneceu neutra no conflito entre Haftar e os jihadistas, e ordenou a dissolução, em 13 de agosto de 2014, de todas as milícias formadas na Líbia após a guerra de 2011, incluindo a islamita Brigada Escudo da Líbia e as brigadas Qaqaa e Sawaig, da Operação Dignidade. Ao mesmo tempo em que se solicitou a intervenção da ONU para conseguir um cessar-fogo entre os dois lados. Mas, finalmente, após a tomada e destruição do aeroporto de Trípoli pelos islamitas, o órgão classificou o Amanhecer Líbio e o Conselho Shura de Bengazi como grupos terroristas.
Entre setembro a dezembro de 2014, o exército líbio lançou ataques aéreos contra as cidades de Misurata, Derna (sob o controle do Estado Islâmico) e ao aeroporto de Trípoli. Por outro lado, lançaram uma grande ofensiva terrestre em Bengazi contra o Ansar al-Sharia.
Em 5 de janeiro de 2015, a Força Aérea da Líbia atingiu um petroleiro de propriedade grega na costa de Derna que agia "suspeitamente". Em 16 de janeiro deste mesmo ano, as facções Operação Dignidade e Amanhecer Líbio declararam um cessar-fogo e concordaram em formar um governo de unidade.
Os cartagineses, herdeiros das colônias fenícias, fundaram na Tripolitânia uma província e, no século I a.C., o Império Romano se impôs em toda a região, deixando monumentos admiráveis.
A Líbia permaneceu como província romana até ser conquistada pelos vândalos, em 455 d.C.. Após ser reconquistada pelo Império Bizantino, a região passou a ser dominada pelos brasiil, em 643. Os árabes estenderam a área cultivada em direção ao interior do deserto do Saara. Durante mais de três séculos, os berberes almôadas mantiveram o domínio sobre a região tripolitana, enquanto a Cirenaica esteve sob o controle egípcio.
Templo de Apolo, em Cirene - Líbia |
No século XVIII, o reinado da dinastia Karamanli, que dominou Trípoli durante 120 anos, contribuiu para assentar mais solidamente as regiões de Fezã (ou Fazânia), Cirenaica e Tripolitânia.
Em 1835, o Império Otomano restabeleceu o controle sobre a Líbia, embora a confraria muçulmana dos Senussi tenha conseguido, em meados do século XIX, dominar os territórios da Cirenaica e de Fezã.
As ruínas de Cirene - antiga colônia grega na região da Cirenaica |
Mapa com as regiões da Líbia |
Em 1914, todo o território líbio estava ocupado pelos italianos que, assim como os turcos, nunca conseguiram afirmar sua autoridade sobre as tribos sanusi do interior do deserto.
Zepelins italianos bombardeando posições turcas em território líbio durante a Guerra Ítalo-Turca |
Em 1920, a Itália reconheceu Idris como Emir do Interior da Líbia, mas a ordem continuou a apoiar um movimento armado na Cirenaica contra os colonizadores, que foi derrotado em 1931, quando Sidi Omar al-Mukhtar, seu principal comandante, foi enforcado pelos italianos.
Esta situação alterou-se com a tomada do poder na Itália por parte dos fascistas, que nomearam de imediato um governador capaz de impor a vontade italiana no território. A colonização italiana, que foi reforçada em 1935 por uma colonização demográfica, como a denominou Benito Mussolini, contribuiu para um rápido desenvolvimento a todos os níveis, sendo a Líbia incorporada ao Reino da Itália, em 1939, situação que permaneceu até a Segunda Guerra Mundial, quando as campanhas no Norte da África destruíram quase por completo a estrutura econômica do país. A colonização não afetou os aspectos econômicos do país, mas contribuiu para melhorar sua infraestrutura, como a rede de estradas e o fornecimento de água para as cidades.
Tobruque - com uma população de 146.529 habitantes (estimativa 2018) é a quarta cidade mais populosa da Líbia |
Soldados italianos enfrentando as forças otomanas em Trípoli durante a guerra Ítalo-Turca |
A Constituição de 1951 estabeleceu uma monarquia constitucional com características federalistas, que tinha instituições como um Primeiro-Ministro, que presidia o Conselho de Ministros, e um Poder Legislativo bicameral, com uma Câmara de Deputados com todos os integrantes eleitos, e um Senado que tinha metade dos seus integrantes nomeados pelo monarca. A primeira eleição foi realizada em fevereiro de 1952.
Rei Idris I (1890-1983) |
Em 1957 foram descobertas as primeiras jazidas de petróleo, cuja exploração começou em 1961. Em 1963, o sistema federalista de governo foi substituído por uma monarquia unitária, que deu mais poder ao Monarca. Os três estados do sistema federal (Fazânia, Tripolitânia e Cirenaica) foram substituídos por 10 províncias com menor autonomia.
Seba - com uma população de 104.880 habitantes (estimativa 2018) é a quinta cidade mais populosa da Líbia |
Um importante fato na organização política da Líbia ocorreu em 1969. O então Coronel Muammar Kadhafi (1942-2011) promoveu um golpe contra o rei e instalou uma ditadura. Além disso, ele nacionalizou as empresas de petróleo e adotou as leis islâmicas no país. Com a entrada de dinheiro de fora do país, Kadhafi investiu em armas e passou também a apoiar ações de grupos terroristas.
O caso mais emblemático foi a derrubada de um avião de uma empresa dos Estados Unidos em Lockerbie (Escócia), causada pela explosão de uma bomba deixada por dois agentes líbios, em 1988. Nessa ocasião, 270 pessoas morreram, e os Estados Unidos e o Reino Unido pediram entrega dos agentes para que fossem julgados, o que não foi aceito pelo governo líbio. Como consequência, a ONU aprovou um embargo econômico à Líbia, em 1992, impedindo que aviões de empresas desse país voassem a outros territórios, além de proibir a venda de armas. O embargo acabou em 1999, quando Kadhafi concordou que aqueles agentes fossem julgados nos Países Baixos.
Bani Ualide - com uma população de 96.133 habitantes (estimativa 2018) é a sexta cidade mais populosa da Líbia |
Em outubro de 1993, militares dos uarfalas tentaram derrubar o Regime Líbio, e essa rebelião resultou em dezenas de mortes, mas foram derrotados pelas tropas fiéis à Kadhafi. Em 18 de fevereiro de 1994, Kadhafi anunciou que a xaria seria aplicado na Síria.
Em 1996, foi inaugurada uma etapa de uma grande rede de aquedutos projetada para fornecer água para populações isoladas do deserto. No mesmo ano ocorreu o Massacre da Prisão de Abu Salim, evento repudiado pelas organizações defensoras dos direitos humanos, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch. Em 2000, foi decretada uma radicalização da política de descentralização do Estado, posta em prática no início da década de 1990.
Grande Rio Artificial - rede de tubagens que distribui água pelo deserto da Líbia |
Em 2007, o governo anunciou que em poucos anos, dispensaria mais de 400 mil funcionários públicos e do exército, mas, em contrapartida, se comprometeu a pagar três anos de salários como forma de compensação. Na época, a Líbia tinha mais de 1 milhão de funcionários públicos, o que exigia mais de 3,5 bilhões de dólares por ano em salários. O objetivo da medida era aliviar o peso das contas públicas e incentivar o investimento no setor privado.
Entre março de 2010 e fevereiro de 2011, foram libertados da Prisão de Abu Salim mais de 800 fundamentalistas islâmicos, dentre os quais muitos ex-integrantes do GCIL, em um processo liderado por Ceife Islam.
Zauia - com uma população de 92.476 habitantes (estimativa 2018) é a sétima cidade mais populosa da Síria |
A influência da Primavera Árabe chegou às cidades litorâneas do Mediterrâneo, as mais populosas da Líbia. Mesmo com o melhor padrão de vida entre todos os países africanos, os líbios queriam mais. Eles aspiravam por liberdade para escolher seus governantes e, assim, saíram às ruas, principalmente em Benghazi, em fevereiro de 2011. Os rebeldes avançaram rapidamente e passaram a controlar várias cidades da Líbia, mas o governo reagiu por meio da contratação de mercenários.
Diante da nova ofensiva das tropas de Kadhafi, os rebeldes recuaram. As imagens de tropas bombardeando civis levaram o Conselho de Segurança da ONU a impor uma zona de exclusão aérea à Líbia. O órgão também autorizou medidas mais drásticas, caso fossem necessárias, com o argumento de que era preciso acabar com a morte de civis. Logo depois, uma coalizão de países, liderados pela França, invadiu a Líbia. Tratava-se de uma ação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que contou com forte apoio dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Rebeldes líbios comemoram a tomada do controle de uma vila pró-Kadhafi |
Logo após sua morte, a Otan retirou as tropas do país. Foi criado um Conselho Nacional de Transição para preparar as eleições no território líbio. Em 2012, ocorreram eleições para o Congresso, que indicou Ali Zeidan primeiro-ministro do país. Ele tinha a meta de realizar novas eleições para definir uma nova Constituição para a Líbia.
Porém, uma série de eventos ocorreram após a deposição de Kadhafi, muitos deles violentos, envolvendo grupos que defendem um país sob as leis islâmicas, e outro, mais moderado.
Os países onde a Primavera Árabe foi mais violenta |
Em setembro de 2012, islamitas atacaram o prédio do Consulado dos Estados Unidos em Bengasi, matando o embaixador estadunidense e mais três pessoas. Isso levou a um clamor popular contra as milícias semi-legais que ainda estavam operando e resultou na invasão de diversas bases de milícias islâmicas por manifestantes, além da repressão em larga escala do governo.
Consulado norte-americano em Bengasi, após o atentado em 12 de setembro de 2012 |
No dia 18 de maio de 2014, o edifício do Parlamento foi invadido por tropas leais ao general Khalifa Haftar.
Os moradores da cidade oriental de Xaate, juntamente com manifestantes de Baida e Sousse, fizeram uma grande manifestação, rejeitando o plano de prorrogação do CGN e exigindo a renúncia do Congresso, seguida por uma transição de poder pacífica para um órgão legítimo. Também protestaram contra a falta de segurança, culpando o CGN por não terem reconstruído o exército e a polícia. Outros líbios, rejeitando a proposta de mandato, se reuniram na Praça dos Mártires de Trípoli e fora do Hotel Tibesti, em Bengazi, pedindo o congelamento de partidos políticos e a reativação do sistema de segurança do país.
Manifestantes organizam uma grande manifestação em Xaate contra o plano de prorrogação do mandato do CGN |
Em 2 de junho os combates retornaram a Bengazi, quando militantes da Ansar al-Sharia atacaram forças de Haftar em resposta ao bombardeio aéreo de uma das suas bases no dia anterior. Os soldados responderam novamente atacando helicópteros no oeste da cidade. Pelo menos 22 pessoas morreram e 70 ficaram feridas, com ambos os lados se acusando de ter disparado em áreas residenciais.
Em 4 de junho, quatro pessoas foram mortas e várias ficaram feridas, incluindo o general da divisão aérea Saghr al-Jerushi, em uma tentativa de assassinato contra Haftar em sua própria casa, na cidade de Abiar, a leste de Bengazi.
Em 15 de junho, as forças de Haftar lançaram um novo ataque em vários campos jiadistas em Bengazi Ocidental, com tanques e lançadores de foguetes. Vários líderes milicianos foram mortos no ataque.
Marines norte-americanos se preparando na estação aeronaval Sigonella para evacuar a embaixada dos Estados Unidos em Trípoli |
Inicialmente, a Casa permaneceu neutra no conflito entre Haftar e os jihadistas, e ordenou a dissolução, em 13 de agosto de 2014, de todas as milícias formadas na Líbia após a guerra de 2011, incluindo a islamita Brigada Escudo da Líbia e as brigadas Qaqaa e Sawaig, da Operação Dignidade. Ao mesmo tempo em que se solicitou a intervenção da ONU para conseguir um cessar-fogo entre os dois lados. Mas, finalmente, após a tomada e destruição do aeroporto de Trípoli pelos islamitas, o órgão classificou o Amanhecer Líbio e o Conselho Shura de Bengazi como grupos terroristas.
Entre setembro a dezembro de 2014, o exército líbio lançou ataques aéreos contra as cidades de Misurata, Derna (sob o controle do Estado Islâmico) e ao aeroporto de Trípoli. Por outro lado, lançaram uma grande ofensiva terrestre em Bengazi contra o Ansar al-Sharia.
Em 5 de janeiro de 2015, a Força Aérea da Líbia atingiu um petroleiro de propriedade grega na costa de Derna que agia "suspeitamente". Em 16 de janeiro deste mesmo ano, as facções Operação Dignidade e Amanhecer Líbio declararam um cessar-fogo e concordaram em formar um governo de unidade.
Milicianos nas ruas de Trípoli, em janeiro de 2012 |
GEOGRAFIA
A Líbia situa-se no Norte da África, sendo banhada pelo Mar da Líbia, uma parte (reentrância) do Mar Mediterrâneo e ladeado pelo Egito a leste e pela Tunísia e Argélia a oeste. Ao sul limita-se como o Níger e Chade, e a sudeste um pequeno trecho com o Sudão. Divide-se em três regiões geográficas: a Cirenaica, a Tripolitânia e a Fazânia.
Ao longo da costa, o clima é mediterrâneo, mas o interior é desértico, devido à presença do deserto do Saara, onde por vezes sopra um siroco (vento quente, muito seco e que sopra do Saara em direção ao litoral norte da África e que é responsável pela ocorrência das canículas - ondas fortes de calor - no sul da Europa) quente, seco e carregado de poeira (conhecido no país como ghibli). No deserto também são comuns as tempestades de areia.
Na parte oriental do deserto do Saara, repousa o Sistema Aquífero Arenito da Núbia, a maior reserva de água subterrânea existente no mundo, que abrange uma enorme área que, segundo as estimativas, contém 150.000 km³ de água. A maior parte do suprimento de água da Líbia vem de dispendiosas usinas de dessalinização, situadas no litoral, de modo que havia pouca água para destinar à irrigação. O aquífero, historicamente usado em Trípoli, estava contaminado, e seu grau de salinidade estava aumentando. Em 1983, um grande projeto de engenharia, conhecido como Grande Rio Artificial, foi criado para o abastecimento da região costeira do país e para expandir a agricultura através da irrigação.
O deserto da Líbia, que abrange grande parte do país, é um dos lugares mais áridos e calcinados pelo Sol na Terra. Em alguns lugares, é comum passar décadas sem haver nenhuma precipitação e, mesmo nas planícies, raramente apresenta a ocorrência de chuvas.
Da mesma forma, a temperatura no deserto da Líbia, apresenta-se de forma extrema: no dia 13 de setembro de 1922, a cidade de Al'Aziziyah, que está localizada a oeste de Trípoli, registrou uma temperatura de 58ºC, considerado um recorde mundial.
Existem alguns oásis pequenos, desabitados e dispersos, geralmente ligados às depressões maiores, onde a água é encontrada há alguns metros de profundidade. No oeste, há um grupo amplamente disperso de oásis em depressões rasas desconectadas.
No sul encontram-se os maciços de Arkenu, Ueinate e Kissu. Na fronteira com o Chade encontra-se o monte Bikku Bitti, o ponto mais elevado do país, com uma altitude de 2.266 metros acima do mar, que faz parte da cordilheira Tibesti.
Além das escarpas, a planicidade geral só é interrompida por uma série de planaltos e maciços perto do centro do deserto, em torno da convergência das fronteiras entre Egito, Sudão e Líbia. Um pouco mais ao sul estão os maciços de Arkenu, Ueinate e Kissu. Essas montanhas de granito são antigas, formadas muito antes dos arenitos que as cercam.
A planície ao norte de Ueinate é pontilhada com características vulcânicas erodidas. Com a descoberta de petróleo na década de 1950, também veio a descoberta de um aquífero maciço por baixo de grande parte do território em que se encontra a Líbia. A água neste aquífero antecede as últimas eras glaciais e o próprio deserto do Saara. Esta área contém as estruturas de Arkenu, que podem ser duas crateras de impacto.
Ao longo da costa, o clima é mediterrâneo, mas o interior é desértico, devido à presença do deserto do Saara, onde por vezes sopra um siroco (vento quente, muito seco e que sopra do Saara em direção ao litoral norte da África e que é responsável pela ocorrência das canículas - ondas fortes de calor - no sul da Europa) quente, seco e carregado de poeira (conhecido no país como ghibli). No deserto também são comuns as tempestades de areia.
Deserto do Saara no Maciço de Tadrart Acacus, na Líbia |
Oásis Gaberoun - Líbia |
Da mesma forma, a temperatura no deserto da Líbia, apresenta-se de forma extrema: no dia 13 de setembro de 1922, a cidade de Al'Aziziyah, que está localizada a oeste de Trípoli, registrou uma temperatura de 58ºC, considerado um recorde mundial.
Deserto da Líbia |
No sul encontram-se os maciços de Arkenu, Ueinate e Kissu. Na fronteira com o Chade encontra-se o monte Bikku Bitti, o ponto mais elevado do país, com uma altitude de 2.266 metros acima do mar, que faz parte da cordilheira Tibesti.
Além das escarpas, a planicidade geral só é interrompida por uma série de planaltos e maciços perto do centro do deserto, em torno da convergência das fronteiras entre Egito, Sudão e Líbia. Um pouco mais ao sul estão os maciços de Arkenu, Ueinate e Kissu. Essas montanhas de granito são antigas, formadas muito antes dos arenitos que as cercam.
Monte Bikku Bittir - ponto mais elevado da Líbia |
Imagem de satélite do território líbio |
CULTURA
Cerca de 97% dos líbios professam o islamismo, a maioria pertencente ao ramo sunita. Pequenos números de muçulmanos ibadistas, sufistas e ahmadistas também vivem no país.
Antes da década de 1930, o movimento senussi era o principal movimento islâmico na Líbia. Este foi um renascimento religioso adaptado à vida no deserto. Sua zawaaya (lar) era encontrada na Tripolitânia e no Fezã, mas a influência senussi foi mais forte na Cirenaica. Resgatando a região da inércia e da anarquia, o movimento senussi deu ao povo tribal apego religioso, além de sentimentos de unidade e propósito. Este movimento islâmico, que acabou por ser destruído tanto pela invasão italiana como depois pelo governo de Kadhafi era muito conservador e um tanto diferente do islamismo que existe atualmente na Líbia. Kadhafi afirmava ser um muçulmano devoto e seu governo estava assumindo um papel no apoio às instituições islâmicas e no proselitismo mundial em nome do islã.
Desde a queda de Kadhafi, as tensões ultraconservadoras do islamismo se reafirmaram em diversos lugares. Derna, no leste da Líbia, historicamente um foco de pensamento jihadista, ficou sob o controle de militantes alinhados ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, em 2014. Elementos jihadistas também se espalharam para Sirte e Bengazi, entre outras áreas, como resultado da Segunda Guerra Civil da Líbia.
Antes da década de 1930, o movimento senussi era o principal movimento islâmico na Líbia. Este foi um renascimento religioso adaptado à vida no deserto. Sua zawaaya (lar) era encontrada na Tripolitânia e no Fezã, mas a influência senussi foi mais forte na Cirenaica. Resgatando a região da inércia e da anarquia, o movimento senussi deu ao povo tribal apego religioso, além de sentimentos de unidade e propósito. Este movimento islâmico, que acabou por ser destruído tanto pela invasão italiana como depois pelo governo de Kadhafi era muito conservador e um tanto diferente do islamismo que existe atualmente na Líbia. Kadhafi afirmava ser um muçulmano devoto e seu governo estava assumindo um papel no apoio às instituições islâmicas e no proselitismo mundial em nome do islã.
Desde a queda de Kadhafi, as tensões ultraconservadoras do islamismo se reafirmaram em diversos lugares. Derna, no leste da Líbia, historicamente um foco de pensamento jihadista, ficou sob o controle de militantes alinhados ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, em 2014. Elementos jihadistas também se espalharam para Sirte e Bengazi, entre outras áreas, como resultado da Segunda Guerra Civil da Líbia.
Agedábia - com uma população de 84.434 habitantes (estimativa 2018) é a oitava cidade mais populosa da Líbia |
A economia nacional líbia é bastante dependente do petróleo, que é responsável por mais de 90% das exportações do país. Reservas importantes de petróleo, descobertas em 1959, modificaram a vida do país, que tem oferta hídrica muito baixa (cerca de 99 m³ por habitante por ano, menos da metade recomendada pela ONU, de acordo com a FAO), mas que consegue suprir a demanda de sua população de pouco mais de 6,4 milhões de habitantes. Na década de 1960, muitas empresas se instalaram para extrair petróleo, o que gerou riqueza, mas também disputas internas pelo poder no país.
O dinheiro da venda de petróleo permitiu aos líbios atingir um bom padrão de vida. Depois do fim do embargo, Kadafi voltou a admitir a presença de grupos estrangeiros na exploração e comercialização do óleo. Ao mesmo tempo, conseguiu promover uma aliança política com chefes de tribos que estão dispersas pelo território líbio, o que lhe garantiu certa estabilidade política. A maior parte da população trabalha na indústria e no setor de serviços.
Segundo a Pesquisa Mundial de Refugiados de 2016, publicado pelo Comitê para Refugiados e Imigrantes dos Estados Unidos, a Líbia acolheu uma população de refugiados e requerentes de asilo, que somavam aproximadamente 16 mil pessoas. Deste grupo, cerca de nove mil pessoas eram da Palestina, 3.200 do Sudão, 2.500 da Somália e 1.100 do Iraque.
Segundo a Agência Central de Inteligência (CIA), a língua oficial da Líbia é o árabe. O árabe líbio, a variante local, é falada ao lado do árabe padrão. Várias línguas bérbere também são faladas, incluindo o tamsheq, ghadamis, nafusi, suknah e awjilah. Além disso, o italiano e o inglês são amplamente entendidos nas principais cidades, sendo que o primeiro é usado no comércio e ainda é falado entre a população italiana restante.
O dinheiro da venda de petróleo permitiu aos líbios atingir um bom padrão de vida. Depois do fim do embargo, Kadafi voltou a admitir a presença de grupos estrangeiros na exploração e comercialização do óleo. Ao mesmo tempo, conseguiu promover uma aliança política com chefes de tribos que estão dispersas pelo território líbio, o que lhe garantiu certa estabilidade política. A maior parte da população trabalha na indústria e no setor de serviços.
DEMOGRAFIA
Existem cerca de 140 tribos e clãs na Líbia. A vida em família é importante para os líbios, a maioria dos quais vivem em blocos de apartamentos e outras unidades habitacionais independentes, com modos precisos de habitação em função de sua renda e riqueza. Embora na Líbia os árabes tradicionalmente tenham vivido em estilo de vida nômade, eles já se estabeleceram em várias vilas e cidades. Devido à isso, seus antigos modos de vida estão gradualmente desaparecendo. Um pequeno número desconhecido de líbios continuam a viver no deserto como suas famílias têm feito por séculos.Exploração de petróleo na Líbia |
Bayda - com uma população de 86.132 habitantes (estimativa 2018) é a décima cidade mais populosa da Líbia |
ALGUNS DADOS SOBRE A LÍBIA
INDEPENDÊNCIA: da Itália, em 10 de fevereiro de 1947
GENTÍLICO: líbio (a), líbico (a)
LÍNGUA OFICIAL: árabe
GOVERNO: Governo Provisório
LOCALIZAÇÃO: Norte da África
ÁREA: 1.759.540 km² (17º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2018): 6.649.029 habitantes (109°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 3,77 hab./km² (197°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO POPULACIONAL (ONU - Estimativa 2018): 1,97% (56°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma determinada população.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa 2018):
PIB (FMI - 2017): US$ 38,300 bilhões (88º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2018): US$ 6.059 (83°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população.
IDH (ONU - 2017): 0,716 (102°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
Muito alto
Alto
Médio
Baixo
Sem dados
Mapa do IDH |
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2017): 26,09/mil (67º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é classificada do maior para o menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2017): 3,48/mil (191º). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é classificada do maior para o menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2017): 19,34/mil (126°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é classificada do menor para o maior.
Mapa da taxa de mortalidade infantil no mundo |
TAXA DE FECUNDIDADE (Population Reference Bureal - PRB - 2017): 2,3 filhos/mulher (103º). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é classificada do maior para o menor.
Mapa da taxa de fecundidade no mundo |
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2017): 94,2% (101º). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
Mapa da taxa de alfabetização no mundo |
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2017): 78,8% (36°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
Mapa da taxa de urbanização no mundo |
MOEDA: Dinar Líbio
RELIGIÃO: islamismo (96,4%), outras religiões (3,4%), sem religião (0,2%).
DIVISÃO: desde 2007, a Líbia é dividida em 22 distritos, que são (os números em negrito correspondem ao número no mapa): 1. Nigat al-Homs 2. Zauia 3. Jafara 4. Trípoli 5. Murgub 6. Misurata 7. Sirte 8. Bengasi 9. Marje 10. Jabal Acdar 11. Derna 12. Al Butnan 13. Nalut 14. Jabal Algarbi 15. Ash Shatii 16. Jufra 17. Oásis 18. Gate 19. Uádi Alhaia 20. Saba 21. Murzuque 22. Cufra.
DIVISÃO: desde 2007, a Líbia é dividida em 22 distritos, que são (os números em negrito correspondem ao número no mapa): 1. Nigat al-Homs 2. Zauia 3. Jafara 4. Trípoli 5. Murgub 6. Misurata 7. Sirte 8. Bengasi 9. Marje 10. Jabal Acdar 11. Derna 12. Al Butnan 13. Nalut 14. Jabal Algarbi 15. Ash Shatii 16. Jufra 17. Oásis 18. Gate 19. Uádi Alhaia 20. Saba 21. Murzuque 22. Cufra.
Mapa com a divisão administrativa da Líbia |
REFERÊNCIA: Ribeiro, Wagner Costa
Pode dentro da Geografia, 9º ano / Wagner Costa Ribeiro. - 3. ed. - São Paulo: Saraiva, 2015.
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