PAÍSES ASIÁTICOS COM ECONOMIAS BASEADAS NO TURISMO

  No continente asiático, o Chipre e as Maldivas correspondem a essa regionalização geoeconômica.

MALDIVAS

  A República das Maldivas é formada por um arquipélago de cerca de 1.200 ilhas coralíneas, das quais apenas 192 são habitadas permanentemente. Localiza-se no Oceano Índico, no Sul da Ásia, mais precisamente a sudeste da Índia e do Sri Lanka, entre os paralelos 3ºS e 7ºN "cortados" pelo meridiano de 73º L.
  Foi colônia britânica até 1965, sob a forma de sultanato. Nesse ano, os republicanos da ilha obtiveram a independência e fundaram a República das Maldivas.
  Durante muito tempo, os britânicos usaram o arquipélago como base militar e sempre apoiaram o sultão em sua resistência à proclamação da república. A partir da tática utilizada pelo colonizador - "eu te protejo no poder e você protege o meu interesse" -, os britânicos usufruíram da posição estratégica do arquipélago, que fica nas rotas de navegação desde o Estreito de Gibraltar, passando pelo Canal de Suez, até Hong Kong e Cingapura. Ainda nos dias atuais, a sua localização é considerada importante.

Visão aérea de Male, capital das Maldivas

  Apesar de a maior parte da população economicamente ativa dedicar-se à pesca, o turismo representa uma importante fonte de renda. Esse setor tem recebido investimentos na criação de redes de hotéis e na formação de mão de obra.
  As Maldivas vive um drama. A altitude das terras do arquipélago é baixa, não ultrapassa 3,50 metros. Seus habitantes têm notado a elevação das águas do oceano, provavelmente em decorrência do efeito estufa - fato que causa grande preocupação.

O turismo é uma importante fonte de renda das Maldivas

  As Maldivas também foram atingidas pelo tsunami de 2004, que, além da destruição, causou cerca de 80 mortes nas ilhas.

ALGUNS DADOS SOBRE AS MALDIVAS

NOME: República das Maldivas

CAPITAL: Male

Aeroporto Internacional de Male

LÍNGUA OFICIAL: divehi GOVERNO: República Presidencialista INDEPENDÊNCIA: do Reino Unido em 26 de julho de 1965
GENTÍLICO: maldivo, maldívio LOCALIZAÇÃO: 298 km² (187º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 385.925 habitantes (167º)

DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 1.295,05 hab./km² (4°)

MAIORES CIDADES: 
Male (Estimativa 2012): 102.325 habitantes

Male - capital e maior cidade das Maldivas

Addu City (Estimativa 2012): 37.213 habitantes

Addu City - segunda maior cidade das Maldivas

Kulhudhuffushi (Estimativa 2012): 12.678 habitantes

Kulhudhuffushi - terceira maior cidade das Maldivas

PIB (FMI - 2011): US$ 1,944 bilhão (161º) 
IDH (ONU - 2011): 0,661 (109º)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 68,5 anos (122º)

CRESCIMENTO VEGETATIVO: 1,76% (70°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 9,76/mil (98°)

TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 38% (139°)

TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2009/2010): 97,0% (58°) 

PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 5.973 (83°) 

MOEDA:  Rúpia maldívia

RELIGIÃO (2010): o islamismo é a religião oficial das Maldivas há mais de 800 anos e 100% da população é muçulmana e a prática aberta de qualquer outra religião é proibida. A Constituição das Maldivas segue os preceitos do islamismo.

DIVISÃO: geograficamente, as Maldivas são formadas por uma série de atóis naturais, além de algumas ilhas e recifes isolados que formam um padrão de norte a sul. Para fins administrativos, o país está organizado em sete províncias, constituídas por 21 divisões administrativas (20 "atóis" administrativos e a cidade de Male).

CHIPRE

  A República do Chipre é uma ilha do Mar Mediterrâneo oriental, distante cerca de 65 km da Turquia. Sua superfície é de pouco mais de 9 mil km² (cerca de 25 vezes menor que o estado de São Paulo). Desse total, 3.355 km² estão sob controle turco (os turco-cipriotas) e o restante sob o controle grego (os greco-cipriotas).

Mapa do Chipre dividido: a parte vermelha é ocupada pelos turcos e a rosa pelos gregos

  De 1878 a 1960, o Chipre serviu de base para os britânicos em sua expansão neocolonialista e imperialista na Ásia e no norte da África. Mesmo depois da independência em relação à Grã-Bretanha, em 1960, as bases militares britânicas continuaram mantendo sua soberania na ilha.
  Um dos principais problemas políticos enfrentados pelo país é a divisão entre as duas comunidades que habitam a ilha: a de origem grega (os greco-cipriotas), que somam 80% da população, e a de origem turca (os turco-cipriotas), correspondente aos 20% restantes. Há grande rivalidade entre os grupos que habitam a ilha desde tempos remotos. Os greco-cipriotas desejam, há tempos, a unificação com a Grécia ("Enossis" como é chamada). Os turco-cipriotas, por sua vez, resistem à ideia.

Monumento da Guerra de independência cipriota

  Em 1974, a Turquia invadiu a porção norte da ilha, ocupando cerca de 40% do território total do Chipre, e lá instalou um Estado Federado Turco, reconhecido internacionalmente apenas pela Turquia. A parte sul manteve-se como a República do Chipre. Esse fato levou à intervenção da ONU, que passou a patrulhar a linha divisória, conhecido como Linha Átila (ou Linha Verde).

Linha Verde em Nicósia

  Em 2001, a ONU propôs um plano de reunificação tendo por base a formação de duas unidades políticas autônomas, com divisão igual de poderes no governo central. Tal proposta foi levada a plebiscito em 2004. Enquanto 65% dos turco-cipriotas votaram a favor da reunificação, 75% dos greco-cipriotas a rejeitaram, alegando que a parte turca da ilha, a mais pobre, poderia interferir no crescimento econômico da parte grega, a mais rica.
  A ilha continuou dividida. A parte greco-cipriota foi admitida, em 2004, na União Europeia. Para os turco-cipriotas, a não reunificação e a não inclusão na União Europeia significou a perda de oportunidade de acelerar o seu crescimento econômico.

Catedral de São Paulo em Nicósia

  A parte greco-cipriota é mais desenvolvida economicamente, sendo o turismo e o setor financeiro os motores do crescimento econômico. Atraídos por sua história, pelo seu clima (do tipo mediterrâneo) e pelas águas do Mar Mediterrâneo, milhões de turistas visitam a parte greco-cipriota anualmente, dinamizando a sua economia.
  A porção turco-cipriota, para dinamizar a economia, tem investido no ensino superior, atraindo estudantes não só da Turquia, mas também de outras partes do mundo.
  A pesca, a produção agrícola (frutas, cevada, batata etc.), a pecuária (ovinos, caprinos e suínos), a indústria (têxtil, de alimentos, vestuário etc.) e a exploração mineral (mármore), completam a economia do Chipre como um todo. 

ALGUNS DADOS SOBRE O CHIPRE

NOME: República do Chipre

CAPITAL: Nicósia

Mesquita no lado turco de Nicósia - capital do Chipre

LÍNGUA OFICIAL: grego e turco
GOVERNO: República Presidencialista
INDEPENDÊNCIA: do Reino Unido
Tratado de Zurique e Londres: 19 de fevereiro de 1959

Declarada: 16 de agosto de 1960
GENTÍLICO: cipriota, cíprio, ciprense
LOCALIZAÇÃO: Oriente Médio
ÁREA: 9.251 km² (163º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 792.604 habitantes (154º)

DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 85,67 hab./km² (87°)

MAIORES CIDADES:  Nicósia (Estimativa 2012): 323.541 habitantes

Nicósia - capital e maior cidade do Chipre

Limassol (Estimativa 2012): 263.531 habitantes

Limassol - segunda maior cidade do Chipre

Larnaca (Estimativa 2012): 97.542 habitantes

Visão noturna da orla marítima de Larnaca - terceira maior cidade do Chipre

PIB (FMI - 2011): US$ 24,949 bilhões (95º)  IDH (ONU - 2011): 0,840 (31º) EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 79,0 anos (29º)

CRESCIMENTO VEGETATIVO: 1,06% (125°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 4,60/mil (31°)

TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 70% (58°)

TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2009/2010): 97,7% (52°) 

PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 30.571 (29°) 

MOEDA: Euro

RELIGIÃO (2010): cristianismo (93,3%, sendo ortodoxos gregos 92% e maronitas 1,3%), outras religiões (6,7%).

DIVISÃO: o Chipre encontra-se dividido em seis distritos. As capitais possuem os mesmos nomes.

FONTE: Adas, Melhem. Geografia / Melhem Adas. - 5. ed. - São Paulo: Moderna, 2006