quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A DIVERSIDADE CLIMÁTICA E A RIQUEZA BOTÂNICA DA AMÉRICA

  A América é a massa continental mais alongada no sentido latitudinal. De um extremo ao outro do continente contam-se cerca de 15 mil quilômetros. Isso ajuda a entender a diversidade de zonas climáticas do continente e, portanto, a imensa variedade paisagística que ele abriga.
  A extremidade setentrional da América do Norte se encontra na Zona Glacial Ártica. A extremidade meridional da América do Sul ainda se encontra na Zona Temperada Sul. As terras sul-americanas situam-se predominantemente nas latitudes intermediárias, enquanto a maior parte das terras norte-americanas encontra-se nas baixas latitudes. Essa situação diferenciada se traduz na distribuição dos domínios climáticos.
  Domínios subtropicais estendem-se nas latitudes médias da América do Sul (região platina) e da América do Norte (sudeste dos Estados Unidos). Os climas frios e polares aparecem apenas na América do Norte, em função da extensão de suas terras por latitudes mais altas.
  Na costa atlântica, a atuação de correntes marítimas quentes e das massas atmosféricas tropicais e oceânicas garantem  precipitações abundantes ou moderadas. As anomalias climáticas mais importantes surgem na Patagônia argentina, onde a corrente fria das Malvinas/Falklands bloqueia a penetração das massas de ar oceânicas, determinando fracas precipitações. No Nordeste brasileiro, a formação de altas pressões atmosféricas quase constantes determina a formação de uma zona semiárida.
Patagônia argentina
  Na porção ocidental da América, os climas são fortemente influenciados pela presença de altas cordilheiras montanhosas e pela atuação de correntes marítimas frias. Climas frios de montanha dominam as escarpas andinas, tanto no sul do Chile como nas latitudes equatoriais da Colômbia ou do Peru. Registra-se fenômeno semelhante nas escarpas do sistema das Rochosas, onde o frio é ainda mais intenso em função das altas latitudes.
Cordilheira dos Andes
  As correntes frias do Pacífico atuam tanto na América do Sul (Corrente do Peru ou de Humboldt) como na América do Norte (Corrente da Califórnia). No litoral setentrional do Chile e meridional do Peru, a ação da corrente fria é determinante para a aridez do clima. No Deserto do Atacama, praticamente não ocorrem precipitações. No sudoeste dos Estados Unidos e no norte do México, as áreas desérticas resultam da combinação da ação da Corrente da Califórnia com a presença das cadeias montanhosas.
Deserto do Atacama no Chile
  A continentalidade exerce influência muito maior sobre os climas da América do Norte que sobre os da América do Sul. As regiões temperadas e frias do interior dos Estados Unidos e do Canadá experimentam elevada variação térmica anual. As médias de temperatura de inverno, determinadas pela penetração das massas polares vindas do norte, podem cair bastante abaixo de 0°C. As médias de verão, determinadas pelas massas tropicais provenientes do Golfo do México, situam-se em torno dos 20°C. A fraca influência dos oceanos, que funcionam como reguladores térmicos, explica esse comportamento climático.
Cidade de Nova York durante o inverno
  Na América do Sul, porém, a influência oceânica é fator determinante. Na Amazônia, onde as amplitudes térmicas anuais são mínimas, as massas de ar oceânicas penetram livremente pela ampla calha do rio Amazonas, até os contrafortes orientais dos Andes. Esse fenômeno também ocorre nas planícies subtropicais da Argentina, e só perde intensidade nas proximidades da cordilheira. Assim, as amplitudes térmicas sul-americanas são muito mais moderadas.

  Praticamente, todas as grandes paisagens vegetais do globo estão presentes na América, desde a tundra do norte canadense até as florestas pluviais da Amazônia e da América Central.

  Os dois tipos mais contrastantes de floresta aparecem no continente americano: a floresta boreal e a floresta equatorial.
  A floresta boreal (taiga), que domina grande parte do território canadense, é uma típica formação florestal homogênea, constituída de coníferas e adaptada às variações de temperatura e ao frio extremo do inverno.
Floresta boreal ou taiga
  A floresta equatorial, que domina a Amazônia, é a mais heterogênea das formações florestais. As chuvas intensas e ausência de estação seca, bem como as fracas amplitudes térmicas, contribuem para a adaptação de uma enorme variedade de espécies vegetais.
  A flora americana também experimenta intensa diversificação em função das diferenças de altitude geradas pelas cordilheiras montanhosas ocidentais. O aumento da altitude, que implica a diminuição progressiva das temperaturas, produz sobre as formações vegetais efeitos similares aos do aumento de latitude.
  Colômbia e Peru exibem matas tropicais nas costas mais baixas. À medida que aumentam as altitudes, elas dão lugar a campos e florestas temperadas. Nas cotas mais altas, aparecem paisagens semelhantes à taiga e, em seguida, à tundra. No alto das montanhas, onde as neves são eternas, praticamente não existe vida vegetal.
FONTE: Araújo, Regina. Observatório de geografia: 8° ano: fronteiras e nações / Regina Araújo, Ângela Corrêa da Silva, Raul Borges Guimarães. - São Paulo: Moderna, 2009.

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