domingo, 1 de dezembro de 2019
domingo, 24 de novembro de 2019
OS AUSTRALOPITHECUS E OS HOMO SAPIENS
Pelas análises de vestígios arqueológicos, como pinturas feitas em cavernas, pedaços de ossos, cerâmicas, dentes, conchas e crânios, muitos pesquisadores concordam que os primeiros seres humanos (hominídeos) surgiram na África.
Há cerca de 2 milhões de anos os hominídeos dividiram-se em dois ramos principais: Australopithecus, que se extinguiu há cerca de 1 milhão de anos; e o Homo, que deu origem aos seres humanos atuais.
Assim, atualmente todos os seres humanos que habitam o planeta Terra, independente do tipo de cabelo, cor da pele ou dos olhos, pertencem ao grupo Homo sapiens sapiens (Homem duplamente sábio), que tem suas origens na África.
Estudos sobre a origem do ser humano também mostram que, em um processo que durou milhares de anos, partindo do continente africano, nossos ancestrais migraram para a Europa e Ásia e, posteriormente, para a América.
Os Australopithecus
Os Australopithecus constituem um gênero de diversos hominídeos extintos, bastante próximos ao gênero Homo e, dentre eles, o Australopithecus afarensis e o Australopithecus africanus são os mais famosos. O Australopithecus africanus, datado entre 2,5 a 2,9 milhões de anos, foi considerado durante muitos anos o ancestral direto do gênero Homo (em especial da espécie Homo erectus).
Os australopitecíneos parecem ter aparecido há cerca de 3,9 milhões de anos. Os cérebros da maior parte das espécies de Australopithecus conhecidas eram sensivelmente 35% menores que o do Homo sapiens e os próprios animais tinham pequeno tamanho, geralmente não mais que 1,2 metro de altura. Em diversas espécies é considerável o grau de dimorfismo sexual, machis sendo maiores que as fêmeas.
O esqueleto mais antigo de um Australopithecus foi encontrado em escavações na África. Reconstruído por cientistas, esse esqueleto do sexo feminino, recebeu o nome de Lucy.
A existência do Australopithecus desmente a teoria de que a inteligência humana se desenvolveu primeiro e o bipedalismo depois, uma vez que estas espécies tinham um crânio não significativamente maior que o de um chimpanzé atual e, no entanto, eram definitivamente bípedes, o que sugere que foi o bipedalismo que tornou possível a inteligência humana e não o contrário. Supõe-se também que a maior parte das espécies de Australopithecus não era melhor adaptada ao uso de instrumentos que os atuais símios (uma das duas infraordens que compõem os primatas haplorrinos). Há evidências de que os Australopithecus eram presas do Dinofelis, um felino da sub-família extinta Machairodontinae.
Os Homo sapiens
A espécie Homo sapiens surgiu há cerca de 350 mil anos na região leste da África e adquiriu o comportamento moderno há cerca de 50 mil anos.
Os membros dessa espécie têm um cérebro altamente desenvolvido, com inúmeras capacidades como o raciocínio abstrato, a linguagem, a introspecção e a resolução de problemas complexos. Esta capacidade mental, associada a um corpo ereto, possibilitou o uso dos braços para manipular objetos, fator que permitiu aos humanos a criação e a utilização de ferramentas para alterar o ambiente à sua volta mais do que qualquer outra espécie de ser vivo.
Os parentes vivos mais próximos dos seres humanos são os gorilas e os chimpanzés, mas, segundo pesquisas, os Homo sapiens não evoluíram a partir desses macacos: em vez disso, os seres humanos modernos compartilham com esses macacos um ancestral comum, e provavelmente são estreitamente relacionados com duas espécies de chimpanzés: o chimpanzé-comum e o bonobo.
A evolução humana é caracterizada por uma série de importantes alterações morfológicas, de desenvolvimento fisiológico e comportamental, que tiveram lugar desde a separação entre o último ancestral comum de humanos e chimpanzés.
A primeira grande alteração morfológica foi a evolução de uma forma de adaptação de locomoção arborícola ou semi-arborícola para uma forma de locomoção bípede, com todas as sua adaptações decorrentes, tais como um joelho valgo, um índice intermembral baixo (pernas longas em relação aos braços) e redução da força superior do corpo.
Mais tarde, os humanos ancestrais desenvolveram um cérebro muito maior - normalmente de 1.400 cm³ em seres humanos modernos, mais de duas vezes o tamanho do cérebro de um chimpanzé ou gorila.
Outras mudanças morfológicas foram: a evolução de um poder de aderência e precisão; um sistema mastigatório reduzido; a redução do dente canino; e a descida da laringe e do osso hioide, tornando a ovulação oculta, o que pode ter coincidido com a evolução de importantes mudanças comportamentais, tais como a ligação em casais.
Os cientistas concordam que a origem do Homo sapiens sapiens está na África. Contudo, ainda não há consenso quanto ao trajeto percorrido por nossos ancestrais para chegar à América e quando isso ocorreu.
Uma das hipóteses formuladas é a de que chegaram à América por terra, utilizando-se de uma passagem que teria formado com o congelamento do Mar de Bering, localizado entre o leste da Ásia (Sibéria) e o oeste da América (Alasca). Outra hipótese é a de que tenham partido das ilhas do oceano Pacífico para a América do Sul, navegando de ilha em ilha, em embarcações primitivas, e fazendo uso de correntes marítimas favoráveis.
Entre os cientistas brasileiros, a hipótese que está ganhando força é a da chamada Corrente Australiana. Essa corrente migratória para a América do Sul começou a se destacar no fim do século XX. Pesquisadores encontraram fósseis humanos de 11.500 anos atrás na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, com traços negroides e semelhantes aos dos aborígenes australianos. Um dos fósseis teve o rosto reconstituído. Era uma mulher que recebeu o nome de Luzia. O processo de migração teria sido o mesmo das ilhas do Pacífico.
Há cerca de 2 milhões de anos os hominídeos dividiram-se em dois ramos principais: Australopithecus, que se extinguiu há cerca de 1 milhão de anos; e o Homo, que deu origem aos seres humanos atuais.
Assim, atualmente todos os seres humanos que habitam o planeta Terra, independente do tipo de cabelo, cor da pele ou dos olhos, pertencem ao grupo Homo sapiens sapiens (Homem duplamente sábio), que tem suas origens na África.
Estudos sobre a origem do ser humano também mostram que, em um processo que durou milhares de anos, partindo do continente africano, nossos ancestrais migraram para a Europa e Ásia e, posteriormente, para a América.
Mapa das primeiras migrações humanas, de acordo com análises efetuadas ao DNA mitocondrial (unidades: milênios até ao presente) |
Os Australopithecus constituem um gênero de diversos hominídeos extintos, bastante próximos ao gênero Homo e, dentre eles, o Australopithecus afarensis e o Australopithecus africanus são os mais famosos. O Australopithecus africanus, datado entre 2,5 a 2,9 milhões de anos, foi considerado durante muitos anos o ancestral direto do gênero Homo (em especial da espécie Homo erectus).
Os australopitecíneos parecem ter aparecido há cerca de 3,9 milhões de anos. Os cérebros da maior parte das espécies de Australopithecus conhecidas eram sensivelmente 35% menores que o do Homo sapiens e os próprios animais tinham pequeno tamanho, geralmente não mais que 1,2 metro de altura. Em diversas espécies é considerável o grau de dimorfismo sexual, machis sendo maiores que as fêmeas.
O esqueleto mais antigo de um Australopithecus foi encontrado em escavações na África. Reconstruído por cientistas, esse esqueleto do sexo feminino, recebeu o nome de Lucy.
Montagem de fotos mostra o esqueleto de Lucy e um modelo tridimensional do Australopithecus afarensis |
Reconstrução de um Australopithecus afarensis |
A espécie Homo sapiens surgiu há cerca de 350 mil anos na região leste da África e adquiriu o comportamento moderno há cerca de 50 mil anos.
Os membros dessa espécie têm um cérebro altamente desenvolvido, com inúmeras capacidades como o raciocínio abstrato, a linguagem, a introspecção e a resolução de problemas complexos. Esta capacidade mental, associada a um corpo ereto, possibilitou o uso dos braços para manipular objetos, fator que permitiu aos humanos a criação e a utilização de ferramentas para alterar o ambiente à sua volta mais do que qualquer outra espécie de ser vivo.
Os parentes vivos mais próximos dos seres humanos são os gorilas e os chimpanzés, mas, segundo pesquisas, os Homo sapiens não evoluíram a partir desses macacos: em vez disso, os seres humanos modernos compartilham com esses macacos um ancestral comum, e provavelmente são estreitamente relacionados com duas espécies de chimpanzés: o chimpanzé-comum e o bonobo.
A evolução humana é caracterizada por uma série de importantes alterações morfológicas, de desenvolvimento fisiológico e comportamental, que tiveram lugar desde a separação entre o último ancestral comum de humanos e chimpanzés.
Os hominídeos são descendentes de um ancestral comum |
Mais tarde, os humanos ancestrais desenvolveram um cérebro muito maior - normalmente de 1.400 cm³ em seres humanos modernos, mais de duas vezes o tamanho do cérebro de um chimpanzé ou gorila.
Outras mudanças morfológicas foram: a evolução de um poder de aderência e precisão; um sistema mastigatório reduzido; a redução do dente canino; e a descida da laringe e do osso hioide, tornando a ovulação oculta, o que pode ter coincidido com a evolução de importantes mudanças comportamentais, tais como a ligação em casais.
Cronologia da evolução humana |
Uma das hipóteses formuladas é a de que chegaram à América por terra, utilizando-se de uma passagem que teria formado com o congelamento do Mar de Bering, localizado entre o leste da Ásia (Sibéria) e o oeste da América (Alasca). Outra hipótese é a de que tenham partido das ilhas do oceano Pacífico para a América do Sul, navegando de ilha em ilha, em embarcações primitivas, e fazendo uso de correntes marítimas favoráveis.
Mapa da teoria do povoamento da América |
Reconstituição computadorizada do rosto de Luzia |
REFERÊNCIA: Paula, Marcelo Moraes
Geografia espaço & interação: 8º ano: ensino fundamental: anos finais / Marcelo Moraes Paula, Maria Ângela Gomez Rama, Denise Cristina Christov Pinesso. - 1. ed. -São Paulo: FTD, 2018.
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
OS PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS DO BRASIL
Durante o século XIX e parte do século XX, um dos fatores que diferenciavam os países do mundo em desenvolvidos, subdesenvolvidos e em desenvolvimento era o nível de industrialização por eles alcançado. As técnicas de produção que impulsionaram a industrialização nesses séculos, assumiram, por volta da década de 1970 uma nova etapa graças à Terceira Revolução Industrial. Também conhecido como Revolução Técnico-Científico-Informacional, tal processo caracteriza-se pela intensa aplicação de conhecimentos científicos à produção e pelo desenvolvimento tecnológico em diversas áreas, como a informática - com amplo uso de computadores e de redes de comunicação como a internet -; as telecomunicações - satélites artificiais -; a robótica - uso de robôs no processo de produção -; a biotecnologia - aproveitamento de organismos vivos para a modificação de substâncias e produtos -; e a química fina - elaboração de substâncias que requerem alto grau de pureza.
A atividade industrial, considerada o "motor" do desenvolvimento econômico e social dos países durante os séculos XIX e XX, passou a disputar importância com o conhecimento sobre as técnicas, daí se falar, hoje, em economia do conhecimento.
O "saber fazer" tornou-se uma valiosa mercadoria que passou a ser produzida e comercializada em escala global, beneficiando países, instituições e pessoas que produzem conhecimento e desenvolvem tecnologias.
A inserção do Brasil na economia do conhecimento ainda é modesta se comparada à dos grandes centros mundiais de produção científica e tecnológica. No país, as pesquisas são realizadas principalmente em universidades e instituições governamentais e, em menor proporção, em empresas do setor privado - diferentemente dos Estados Unidos, onde a maior quantidade de pesquisadores trabalha em empresas privadas.
No Brasil, os pesquisadores de instituições governamentais enfrentam diversos problemas, entre eles a escassez de recursos financeiros, a ineficiência dos órgãos públicos para autorizar a aquisição de materiais e substâncias necessárias para a realização de pesquisas, além de outros.
Desde os anos 1990, o Brasil tem investido na formação de polos tecnológicos que aumentam a competitividade da sua indústria no mercado mundial. As regiões Sul e Sudeste apresentam a maior concentração de parques tecnológicos em operação ou implantação em todo o país.
Um parque tecnológico corresponde a uma concentração geográfica de instituições dedicadas a atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), envolvidas na produção de bens e serviços, como universidades., centros de pesquisa, laboratórios e empresas.
A instalação de um parque científico e tecnológico exige investimentos em infraestrutura e mão de obra qualificada. Porém, pode estimular a economia e integrar territórios com os espaços nacional e internacional.
Além de atrair populações e empresas, os parques científicos e tecnológicos dinamizam a economia, estimulam o crescimento do setor terciário (comércio e serviços), favorecendo, assim, as comunidades locais. Têm, então, uma função de reorganização do espaço geográfico. De modo geral, atraem e criam demanda por empreendimentos, tais como agências bancárias, hotéis, centros de convenção, lojas, lanchonetes, hospitais, entre outros. Além disso, quando são implantados, geram necessidades de infraestrutura básica (viária, energia, saneamento, telecomunicações etc.); fomentam a construção civil por meio de edificações para a instalação de empresas, laboratórios e outros espaços de trabalho etc.; e favorecem o surgimento de empresas de serviços (limpeza, segurança, alimentação etc.) para atender a sua infraestrutura administrativa.
Os principais polos tecnológicos do Brasil são:
Parque Tecnológico de São José dos Campos
Um dos principais locais de desenvolvimento da aeronáutica no Brasil, o Parque Tecnológico de São José dos Campos, no interior de São Paulo, é fomentado principalmente pelo mercado de defesa e aeroespacial. Nesse local se encontram os centros de desenvolvimento de empresas como Embraer, Boeing, Airbus, Ericsson e Vale.
A implantação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), respectivamente nos anos 1950 e 1971, no município de São José dos Campos, no estado de São Paulo, reorganizou o território do município e de suas proximidades.
Em 1960, a população de São José dos Campos somava 40 mil habitantes e sua economia era predominantemente de base agrícola. Hoje, sua população é de 721.944 habitantes (estimativa IBGE 2019) e sua economia é de base industrial e o município conta com várias universidades e faculdades, atraindo estudantes de todo o Brasil e do exterior.
O Parque Tecnológico de São José dos Campos abriga mais de 300 empresas. Além da aeronáutica, o parque desenvolve negócios para os setores automotivo, energético, têxtil, tecnologia da informação, comunicação e transporte.
Porto Digital - Recife (PE)
O Porto Digital foi lançado em 2000 para atrair empresas de caráter tecnológico e postos de trabalho para o estado de Pernambuco. Atualmente, reúne cerca de 250 empresas e 7 mil profissionais na área de tecnologia e inovação. Possui incentivos de gigantes do setor, como Microsoft, IBM, Samsung e LG, e oferece auxílio a novos negócios e pequenos empresários em suas 3 encubadoras.
É considerado um dos maiores responsáveis pela economia do estado de Pernambuco e também pelo desenvolvimento da região Nordeste, sendo um exemplo de fomento à inovação e economia criativa.
O Porto Digital aposta principalmente em Tecnologia da Informação (TI), Comunicação e Economia Criativa, com foco em games, multimídia, cinema, música, fotografia e design.
Tecnopuc - Porto Alegre (RS)
O Parque Tecnológico de Porto Alegre, conhecido como Tecnopuc, tem sua gestão feita pela Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre e abriga cerca de 120 empresas, sendo em sua maioria pequenas e médias.
A característica principal desse moderno parque é a concentração de pesquisadores e especialistas em inovação que buscam aplicar seus conhecimentos no ambiente mercadológico, que muda constantemente.
Algumas grandes empresas de tecnologia, como a Huawei, HP. Dell e Microsoft, se instalaram no polo, que trabalha com o desenvolvimento de novas plataformas em conjunto às empresas incubadas.
San Pedro Valley - Belo Horizonte (MG)
Conhecida pela colaboração entre empreendedores, esse parque tecnológico conta com mais de 300 startups (empresas jovens com um modelo de negócios repetível e escalável), aceleradoras e espaços de coworking, entre eles o Seed, programa fomentado pelo governo de Minas Gerais e que desenvolve mais de 40 empresas por semestre;
A troca entre esses empreendedores e a distância que eles estão localizados uns dos outros, fez o bairro nobre de São Pedro, na capital mineira, ganhar o apelido de San Pedro Valley, em clara referência ao Vale do Silício, localizado nos Estados Unidos.
Polo Tecnológico de Florianópolis (SC)
Eleita a segunda cidade mais empreendedora do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo, a capital catarinense aposta nas startups para ganhar destaque. O polo tecnológico começou a se estruturar em 1984, com a criação da Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras.
A cidade tem mais de 600 startups tecnológicas que faturam mais de 1 bilhão de reais por ano e crescem em média 15% todos os anos.
Vale da Eletrônica - Santa Rita do Sapucaí (MG)
Essa pequena cidade mineira figura entre os principais polos tecnológicos do país há algumas décadas. Em 1959, o município recebeu a primeira escola técnica de nível médio da América Latina, a Escola Técnica de Eletrônica.
Com uma população de 43.260 habitantes (estimativa IBGE 2019), Santa Rita do Sapucaí produz inovações voltadas principalmente para a área de informática. Uma das grandes vantagens da cidade comparada a outros polos é a qualidade de vida, já que o município não tem problemas, como trânsito e poluição, que são bastante comuns em grandes metrópoles. Além disso, a cidade oferece infraestrutura para startups, como aceleradoras e incubadoras.
Hub Tecnológico de Fortaleza
O Hub Tecnológico de Fortaleza ocupa posição de destaque: é o segundo maior produtor do mundo. Atualmente, com 12 cabos submarinos de fibra óptica conectados, fica atrás somente de Fujeira, nos Emirados Árabes Unidos, que conta com 13 cabos.
Com forte avanço nos últimos anos de grandes empresas de telecomunicações, com destaque para a Angola Cables, Fortaleza se tornou polo de concentração de cabos submarinos que ligam a cidade com África, Europa e América do Norte.
A localização geográfica do Ceará tem sido fator preponderante na consolidação da trinca de hubs. Sua posição vem sendo considerada estratégica para a conexão de outras partes do mundo com a América Latina.
Parque Tecnológico da Bahia
O Parque Tecnológico da Bahia está localizado na Avenida Paralela (região que fica próxima a centros de pesquisa e universidades) em Salvador e está vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (SECTI). Sua primeira etapa, o Tecnocentro (prédio na qual está instalado a incubadora de empresas, visando abrigar empresas de Tecnologias da Comunicação e Informação, desenvolver pesquisa em bioinformática, biosensores e desenvolvimento de softwares, além de um espaço exclusivo para fomentar a geração de empreendimentos inovadores) foi inaugurado em 19 de setembro de 2012 e várias instituições estão instaladas ou já encaminharam sua instalação.
Techno Park Campinas - Campinas (SP)
O Parque Empresarial Techno Park de Campinas - SP, tem como objetivo estimular o desenvolvimento econômico e ampliar a competitividade do município, com foco na atração de empresas de base tecnológica. Através de Acordos de Cooperação com instituições de pesquisa e inovação, associa o conhecimento gerado no âmbito acadêmico à atividade produtiva.
Atualmente, com mais de 60 empresas instaladas, o Techno Park conta com completa infraestrutura urbana e serviços compartilhados de segurança, telecomunicações, fibra óptica e manutenção de áreas públicas.
Sanca Hub - São Carlos (SP)
O Sanca Hub (ou Sancahub) é um apelido que se refere à região geográfica de São Carlos como ecossistema de tecnologia e inovação.
O município de São Carlos é um importante centro de produção acadêmica, industrial e tecnológica e com localização próxima a outros municípios de alta densidade tecnológica, sendo eles Araraquara e Ribeirão Preto.
Impulsionada pela alta concentração de alunos e professores universitários e produção acadêmica voltada à tecnologia, a cidade vem apresentando um crescente aumento no nascimento de startups, fazendo com que a região seja considerada um potencial "embrião de Vale do Silício" brasileiro.
O ecossistema Sanca Hub inclui um extenso parque tecnológico que abrange laboratórios de pesquisa, centros de inovação, coworkings, incubadoras e empresas transnacionais.
O termo vem da junção de Sanca (apelido de São Carlos) com hub, palavra de origem inglesa que significa ponto central.
Parque Tecnológico de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto (SP)
O Parque Tecnológico de Ribeirão Preto foi inaugurado no dia 26 de março de 2014, e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico da região, atraindo empresas que invistam em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de produtos e processos inovadores, voltados para as áreas de Saúde e Biotecnologia, e que priorizem o desenvolvimento sustentável. A vocação do parque foi baseada em três pilares:
Parque Tecnológico de Jaguaré - São Paulo (SP)
O parque Tecnológico de Jaguaré (ainda em construção), está localizado na zona oeste da capital paulista, em uma área de 46 mil m². Esse parque tem foco nos setores de tecnologia da informação, fármacos, biotecnologia e nanotecnologia. O complexo está sendo instalado no entorno do maior polo de ciência e tecnologia da América Latina, que reúne a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Instituto de Pesquisas Energéticas (Ipen) e o Instituto Butantã. O parque teve suas obras de engenharia iniciadas em 21 de julho de 2010, e o término das obras está previsto para o primeiro semestre de 2021.
Parque Tecnológico de Sorocaba - Sorocaba (SP)
O Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS) - ainda em construção -, é um ambiente criado para atrair e acomodar empresas intensivas em tecnologia, instituições de ensino e pesquisa, assim como empresas de consultoria ou organizações, pública e/ou privadas, que possam oferecer serviços de apoio técnico e de mercado. Dessa forma, o PTS facilitará às partes interessadas, o acesso ao conhecimento, bem como ao mercado, pela aproximação com possíveis desenvolvimentos em inovação tecnológica e oportunidades comerciais em nível nacional e internacional, abrigando laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de diversos ramos da tecnologia avançada.
Parque Tecnológico de São José do Rio Preto (SP)
O Parque Tecnológico de São José do Rio Preto é um espaço de apoio à criação ao desenvolvimento e ao aprimoramento de negócios inovadores, com o objetivo de incentivar o crescimento sustentável no município e na região por meio da inovação tecnológica. O parque tem a missão de abrigar e apoiar ideias, projetos, startups e empresas jovens e maduras, objetivando gerar e aplicar conhecimentos avançados e inovadores para a sociedade.
O espaço viabiliza a fixação de empresas em diversas áreas de conhecimento, bem como fortalece e amplia a competitividade das empresas e instituições já existentes, gerando mais serviços ou produtos e, consequentemente, melhorias na qualidade de vida da população da região.
A gestão do parque é feita por meio da Empro Tecnologia e Informação e todas as decisões são tomadas por um conselho independente formado por representantes do poder público, do segmento educacional e de entidades empresariais. Para ingressar no Parque Tecnológico, os interessados passam por processos de seleção, estruturados por meio de editais públicos.
Parque Tecnológico Mato Grosso - Várzea Grande (MT)
O Parque Tecnológico Mato Grosso, inicialmente localizado na Arena Pantanal, em Cuiabá e, posteriormente, estará sediado no bairro Chapéu do Sol, na cidade de Várzea Grande, Região Metropolitana de Cuiabá, tem como foco atuar nas áreas do Agronegócio, Biotecnologia, Geociências, Química Verde e Novos Materiais e Tecnologias da Informação e Comunicação. O parque é dividido em três módulos:
Feevale Techpark - Vale dos Sinos (RS)
O Feevale Techpark ou Parque Tecnológico do Vale dos Sinos, é uma organização brasileira que tem a finalidade de promover o desenvolvimento tecnológico da região do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul, e tem como objetivo promover a integração regional, o incentivo ao empreendedorismo e a criação, atração, instalação e desenvolvimento de empresas intensivas em conhecimento para a diversificação econômica e inovação sistemática em todos os domínios do setor produtivo.
Parque Universidade Vale do Paraíba, em São José dos Campos - SP |
O "saber fazer" tornou-se uma valiosa mercadoria que passou a ser produzida e comercializada em escala global, beneficiando países, instituições e pessoas que produzem conhecimento e desenvolvem tecnologias.
A inserção do Brasil na economia do conhecimento ainda é modesta se comparada à dos grandes centros mundiais de produção científica e tecnológica. No país, as pesquisas são realizadas principalmente em universidades e instituições governamentais e, em menor proporção, em empresas do setor privado - diferentemente dos Estados Unidos, onde a maior quantidade de pesquisadores trabalha em empresas privadas.
No Brasil, os pesquisadores de instituições governamentais enfrentam diversos problemas, entre eles a escassez de recursos financeiros, a ineficiência dos órgãos públicos para autorizar a aquisição de materiais e substâncias necessárias para a realização de pesquisas, além de outros.
Desde os anos 1990, o Brasil tem investido na formação de polos tecnológicos que aumentam a competitividade da sua indústria no mercado mundial. As regiões Sul e Sudeste apresentam a maior concentração de parques tecnológicos em operação ou implantação em todo o país.
Um parque tecnológico corresponde a uma concentração geográfica de instituições dedicadas a atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), envolvidas na produção de bens e serviços, como universidades., centros de pesquisa, laboratórios e empresas.
Distribuição dos parques tecnológicos pelo Brasil |
Além de atrair populações e empresas, os parques científicos e tecnológicos dinamizam a economia, estimulam o crescimento do setor terciário (comércio e serviços), favorecendo, assim, as comunidades locais. Têm, então, uma função de reorganização do espaço geográfico. De modo geral, atraem e criam demanda por empreendimentos, tais como agências bancárias, hotéis, centros de convenção, lojas, lanchonetes, hospitais, entre outros. Além disso, quando são implantados, geram necessidades de infraestrutura básica (viária, energia, saneamento, telecomunicações etc.); fomentam a construção civil por meio de edificações para a instalação de empresas, laboratórios e outros espaços de trabalho etc.; e favorecem o surgimento de empresas de serviços (limpeza, segurança, alimentação etc.) para atender a sua infraestrutura administrativa.
Os principais polos tecnológicos do Brasil são:
Parque Tecnológico de São José dos Campos
Um dos principais locais de desenvolvimento da aeronáutica no Brasil, o Parque Tecnológico de São José dos Campos, no interior de São Paulo, é fomentado principalmente pelo mercado de defesa e aeroespacial. Nesse local se encontram os centros de desenvolvimento de empresas como Embraer, Boeing, Airbus, Ericsson e Vale.
Fábrica da Embraer, em São José dos Campos - SP |
Em 1960, a população de São José dos Campos somava 40 mil habitantes e sua economia era predominantemente de base agrícola. Hoje, sua população é de 721.944 habitantes (estimativa IBGE 2019) e sua economia é de base industrial e o município conta com várias universidades e faculdades, atraindo estudantes de todo o Brasil e do exterior.
O Parque Tecnológico de São José dos Campos abriga mais de 300 empresas. Além da aeronáutica, o parque desenvolve negócios para os setores automotivo, energético, têxtil, tecnologia da informação, comunicação e transporte.
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos - SP |
O Porto Digital foi lançado em 2000 para atrair empresas de caráter tecnológico e postos de trabalho para o estado de Pernambuco. Atualmente, reúne cerca de 250 empresas e 7 mil profissionais na área de tecnologia e inovação. Possui incentivos de gigantes do setor, como Microsoft, IBM, Samsung e LG, e oferece auxílio a novos negócios e pequenos empresários em suas 3 encubadoras.
É considerado um dos maiores responsáveis pela economia do estado de Pernambuco e também pelo desenvolvimento da região Nordeste, sendo um exemplo de fomento à inovação e economia criativa.
O Porto Digital aposta principalmente em Tecnologia da Informação (TI), Comunicação e Economia Criativa, com foco em games, multimídia, cinema, música, fotografia e design.
Porto Digital, localizado no Recife antigo |
O Parque Tecnológico de Porto Alegre, conhecido como Tecnopuc, tem sua gestão feita pela Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre e abriga cerca de 120 empresas, sendo em sua maioria pequenas e médias.
A característica principal desse moderno parque é a concentração de pesquisadores e especialistas em inovação que buscam aplicar seus conhecimentos no ambiente mercadológico, que muda constantemente.
Algumas grandes empresas de tecnologia, como a Huawei, HP. Dell e Microsoft, se instalaram no polo, que trabalha com o desenvolvimento de novas plataformas em conjunto às empresas incubadas.
Um dos prédios do Parque Tecnológico de Porto Alegre - Tecnopuc |
Conhecida pela colaboração entre empreendedores, esse parque tecnológico conta com mais de 300 startups (empresas jovens com um modelo de negócios repetível e escalável), aceleradoras e espaços de coworking, entre eles o Seed, programa fomentado pelo governo de Minas Gerais e que desenvolve mais de 40 empresas por semestre;
A troca entre esses empreendedores e a distância que eles estão localizados uns dos outros, fez o bairro nobre de São Pedro, na capital mineira, ganhar o apelido de San Pedro Valley, em clara referência ao Vale do Silício, localizado nos Estados Unidos.
Bairro São Pedro, em Belo Horizonte - MG |
Eleita a segunda cidade mais empreendedora do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo, a capital catarinense aposta nas startups para ganhar destaque. O polo tecnológico começou a se estruturar em 1984, com a criação da Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras.
A cidade tem mais de 600 startups tecnológicas que faturam mais de 1 bilhão de reais por ano e crescem em média 15% todos os anos.
Florianópolis - SC |
Essa pequena cidade mineira figura entre os principais polos tecnológicos do país há algumas décadas. Em 1959, o município recebeu a primeira escola técnica de nível médio da América Latina, a Escola Técnica de Eletrônica.
Com uma população de 43.260 habitantes (estimativa IBGE 2019), Santa Rita do Sapucaí produz inovações voltadas principalmente para a área de informática. Uma das grandes vantagens da cidade comparada a outros polos é a qualidade de vida, já que o município não tem problemas, como trânsito e poluição, que são bastante comuns em grandes metrópoles. Além disso, a cidade oferece infraestrutura para startups, como aceleradoras e incubadoras.
Santa Rita do Sapucaí - MG |
O Hub Tecnológico de Fortaleza ocupa posição de destaque: é o segundo maior produtor do mundo. Atualmente, com 12 cabos submarinos de fibra óptica conectados, fica atrás somente de Fujeira, nos Emirados Árabes Unidos, que conta com 13 cabos.
Com forte avanço nos últimos anos de grandes empresas de telecomunicações, com destaque para a Angola Cables, Fortaleza se tornou polo de concentração de cabos submarinos que ligam a cidade com África, Europa e América do Norte.
A localização geográfica do Ceará tem sido fator preponderante na consolidação da trinca de hubs. Sua posição vem sendo considerada estratégica para a conexão de outras partes do mundo com a América Latina.
Angola Cables - Fortaleza - CE |
O Parque Tecnológico da Bahia está localizado na Avenida Paralela (região que fica próxima a centros de pesquisa e universidades) em Salvador e está vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (SECTI). Sua primeira etapa, o Tecnocentro (prédio na qual está instalado a incubadora de empresas, visando abrigar empresas de Tecnologias da Comunicação e Informação, desenvolver pesquisa em bioinformática, biosensores e desenvolvimento de softwares, além de um espaço exclusivo para fomentar a geração de empreendimentos inovadores) foi inaugurado em 19 de setembro de 2012 e várias instituições estão instaladas ou já encaminharam sua instalação.
Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador - BA |
O Parque Empresarial Techno Park de Campinas - SP, tem como objetivo estimular o desenvolvimento econômico e ampliar a competitividade do município, com foco na atração de empresas de base tecnológica. Através de Acordos de Cooperação com instituições de pesquisa e inovação, associa o conhecimento gerado no âmbito acadêmico à atividade produtiva.
Atualmente, com mais de 60 empresas instaladas, o Techno Park conta com completa infraestrutura urbana e serviços compartilhados de segurança, telecomunicações, fibra óptica e manutenção de áreas públicas.
Techno Park - Campinas - SP |
O Sanca Hub (ou Sancahub) é um apelido que se refere à região geográfica de São Carlos como ecossistema de tecnologia e inovação.
O município de São Carlos é um importante centro de produção acadêmica, industrial e tecnológica e com localização próxima a outros municípios de alta densidade tecnológica, sendo eles Araraquara e Ribeirão Preto.
Impulsionada pela alta concentração de alunos e professores universitários e produção acadêmica voltada à tecnologia, a cidade vem apresentando um crescente aumento no nascimento de startups, fazendo com que a região seja considerada um potencial "embrião de Vale do Silício" brasileiro.
O ecossistema Sanca Hub inclui um extenso parque tecnológico que abrange laboratórios de pesquisa, centros de inovação, coworkings, incubadoras e empresas transnacionais.
O termo vem da junção de Sanca (apelido de São Carlos) com hub, palavra de origem inglesa que significa ponto central.
São Carlos - SP |
O Parque Tecnológico de Ribeirão Preto foi inaugurado no dia 26 de março de 2014, e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico da região, atraindo empresas que invistam em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de produtos e processos inovadores, voltados para as áreas de Saúde e Biotecnologia, e que priorizem o desenvolvimento sustentável. A vocação do parque foi baseada em três pilares:
- as instituições de Ensino e Pesquisa - compreendendo a formação de recursos humanos, a disponibilização de serviços tecnológicos e competências tecnológicas;
- as demandas e gargalos tecnológicos empresariais da região de Ribeirão Preto e do Brasil;
- e as tendências tecnológicas nacionais e internacionais do setor de Saúde e Biotecnologia.
Parque Tecnológico de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto - SP |
O parque Tecnológico de Jaguaré (ainda em construção), está localizado na zona oeste da capital paulista, em uma área de 46 mil m². Esse parque tem foco nos setores de tecnologia da informação, fármacos, biotecnologia e nanotecnologia. O complexo está sendo instalado no entorno do maior polo de ciência e tecnologia da América Latina, que reúne a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Instituto de Pesquisas Energéticas (Ipen) e o Instituto Butantã. O parque teve suas obras de engenharia iniciadas em 21 de julho de 2010, e o término das obras está previsto para o primeiro semestre de 2021.
Parque Tecnológico de Jaguaré, em São Paulo - SP |
O Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS) - ainda em construção -, é um ambiente criado para atrair e acomodar empresas intensivas em tecnologia, instituições de ensino e pesquisa, assim como empresas de consultoria ou organizações, pública e/ou privadas, que possam oferecer serviços de apoio técnico e de mercado. Dessa forma, o PTS facilitará às partes interessadas, o acesso ao conhecimento, bem como ao mercado, pela aproximação com possíveis desenvolvimentos em inovação tecnológica e oportunidades comerciais em nível nacional e internacional, abrigando laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de diversos ramos da tecnologia avançada.
Parque Tecnológico de Sorocaba - Sorocaba - SP |
O Parque Tecnológico de São José do Rio Preto é um espaço de apoio à criação ao desenvolvimento e ao aprimoramento de negócios inovadores, com o objetivo de incentivar o crescimento sustentável no município e na região por meio da inovação tecnológica. O parque tem a missão de abrigar e apoiar ideias, projetos, startups e empresas jovens e maduras, objetivando gerar e aplicar conhecimentos avançados e inovadores para a sociedade.
O espaço viabiliza a fixação de empresas em diversas áreas de conhecimento, bem como fortalece e amplia a competitividade das empresas e instituições já existentes, gerando mais serviços ou produtos e, consequentemente, melhorias na qualidade de vida da população da região.
A gestão do parque é feita por meio da Empro Tecnologia e Informação e todas as decisões são tomadas por um conselho independente formado por representantes do poder público, do segmento educacional e de entidades empresariais. Para ingressar no Parque Tecnológico, os interessados passam por processos de seleção, estruturados por meio de editais públicos.
Parque Tecnológico de São José do Rio Preto - SP |
O Parque Tecnológico Mato Grosso, inicialmente localizado na Arena Pantanal, em Cuiabá e, posteriormente, estará sediado no bairro Chapéu do Sol, na cidade de Várzea Grande, Região Metropolitana de Cuiabá, tem como foco atuar nas áreas do Agronegócio, Biotecnologia, Geociências, Química Verde e Novos Materiais e Tecnologias da Informação e Comunicação. O parque é dividido em três módulos:
- Parque Tecnológico - espaço para o desenvolvimento de inovação pelas empresas;
- Parque de Serviços - focado na promoção de serviços para empresas, indústrias e comunidade;
- e Parque Científico - espaço para formação e qualificação de pessoas, núcleos de universidades, laboratórios e centros de pesquisa de P&D.
Arena Pantanal - sede do embrião do Parque Tecnológico Mato Grosso |
O Feevale Techpark ou Parque Tecnológico do Vale dos Sinos, é uma organização brasileira que tem a finalidade de promover o desenvolvimento tecnológico da região do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul, e tem como objetivo promover a integração regional, o incentivo ao empreendedorismo e a criação, atração, instalação e desenvolvimento de empresas intensivas em conhecimento para a diversificação econômica e inovação sistemática em todos os domínios do setor produtivo.
Abrangência do Parque Tecnológico Vale dos Sinos (Feevale Techpark) |
REFERÊNCIA: Adas, Melhem
Expedições geográficas, Melhem Adas, Sérgio Adas. -- 3. ed. São Paulo: Moderna, 2018.
Expedições geográficas, Melhem Adas, Sérgio Adas. -- 3. ed. São Paulo: Moderna, 2018.
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
OS RIBEIRINHOS E OS CAIÇARAS
Apesar de explorarem ambientes e ecossistemas diferentes (rios e mar) e estarem separados espacialmente, às vezes por grandes distâncias, percebemos muitas similaridades entre as comunidades de caiçaras e ribeirinhos, especialmente no uso de recursos naturais, nos conhecimentos, conflitos e nas ameaças diversas ao seu modo de vida.
Culturalmente, tanto caiçaras como ribeirinhos são descendentes da miscigenação entre indígenas e colonizadores portugueses. Os caiçaras vivem na região litorânea do sudeste do Brasil, principalmente no litoral de São Paulo e Rio de Janeiro, em regiões onde predomina o bioma da Mata Atlântica, com grande biodiversidade e bastante devastado. Os ribeirinhos encontram-se geralmente nas margens dos grandes rios brasileiros.
Família de ribeirinhos |
As principais atividades econômicas e de subsistência (produção de alimentos) de ambos os grupos culturais consistem principalmente na pesca artesanal, agricultura de pequena escala, complementada por criação de animais e extrativismo vegetal (especialmente na Amazônia), além do turismo (principalmente no litoral).
A herança indígena de caiçaras e ribeirinhos se manifesta no principal sistema de cultura, a roça de mandioca baseada na queima e derrubada da vegetação, seguindo um sistema de rodízio entre áreas cultivadas e áreas em recuperação.
As populações tradicionais, entre elas os ribeirinhos e os caiçaras, foram reconhecidas pelo Decreto Presidencial 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, onde o Governo Federal reconhece a existência formal das chamadas populações tradicionais.
No decreto que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT), o governo ampliou o reconhecimento que havia sido feito parcialmente, na Constituição de 1988, aos indígenas e aos quilombolas.
RIBEIRINHOS
Os povos ribeirinhos ou ribeirinho é o habitante tradicional das margens dos rios. Estes vivem com as condições oferecidas pela própria natureza, adaptando-se aos períodos das chuvas. Tendo a pesca artesanal como principal atividade de sobrevivência, mas cultivam também pequenos roçados para subsistência e, às vezes, praticam atividades extrativistas.
Nas ilhas localizadas em frente à capital paraense, Belém, mulheres artesãs de bio joias ampliam os conhecimentos em gestão e comercialização. Nas mesmas ilhas, ribeirinhos produtores rurais, recebem equipes técnicas que realizam um levantamento socioambiental para planejar a assistência técnica e extensão rural sobre as comunidades. Um pouco mais distante dali, na Ilha do Marajó, filhos de pescadores discutem em sala de aula temas relacionados à educação ambiental.
A movimentação social que ocorre no norte do Brasil é um reflexo da busca destes grupos por melhores condições de vida e alternativas produtivas que se aliem à realidade em que vivem: a Amazônia e uma incessante busca em aliar geração de renda e conservação socioambiental. Fortalecidos como organizações em diferentes localidades, em processo de transformação social em outras, os ribeirinhos da Região Norte aumentam diariamente o papel de protagonistas e, juntamente com entidades parceiras, realizam e participam de iniciativas que ampliam conhecimentos, apresentam novos mercados para as cadeias produtivas locais e geram inclusão social.
O aquecimento de um mercado que aumenta a disponibilidade de recursos financeiros na mão do próprio ribeirinho - o de açaí -, e a crescente cobrança para que os poderes públicos busquem na produção local o alimento da merenda escolar, são alguns dos vetores desta mudança de participação social.
Caiçaras
Denominam-se caiçaras os habitantes tradicionais do litoral das regiões Sul e Sudeste do Brasil, formados a partir da miscigenação entre índios, brancos e negros e que têm, em sua cultura, a pesca artesanal, a agricultura de subsistência, a caça, o extrativismo vegetal, o artesanato e, mais recentemente, o ecoturismo.
O termo "caiçara" tem origem no termo tupi caá-içara, que era utilizado para denominar as estacas colocadas em torno das tabas ou aldeias, e o curral feito de galhos de árvores fincados na água para cercar o peixe.
A comunidade caiçara é formada pela mescla de populações indígenas, colonos portugueses e negros. Muitas práticas agrícolas (coivara) e de pesca (puçá), assim como a preparação de alimentos (farinha, peixe) apresentam marcante influência indígena.
As populações tradicionais, entre elas os ribeirinhos e os caiçaras, foram reconhecidas pelo Decreto Presidencial 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, onde o Governo Federal reconhece a existência formal das chamadas populações tradicionais.
No decreto que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT), o governo ampliou o reconhecimento que havia sido feito parcialmente, na Constituição de 1988, aos indígenas e aos quilombolas.
Comunidade Caiçara em Paraty - RJ |
Os povos ribeirinhos ou ribeirinho é o habitante tradicional das margens dos rios. Estes vivem com as condições oferecidas pela própria natureza, adaptando-se aos períodos das chuvas. Tendo a pesca artesanal como principal atividade de sobrevivência, mas cultivam também pequenos roçados para subsistência e, às vezes, praticam atividades extrativistas.
Nas ilhas localizadas em frente à capital paraense, Belém, mulheres artesãs de bio joias ampliam os conhecimentos em gestão e comercialização. Nas mesmas ilhas, ribeirinhos produtores rurais, recebem equipes técnicas que realizam um levantamento socioambiental para planejar a assistência técnica e extensão rural sobre as comunidades. Um pouco mais distante dali, na Ilha do Marajó, filhos de pescadores discutem em sala de aula temas relacionados à educação ambiental.
Ribeirinhos do Pará |
O aquecimento de um mercado que aumenta a disponibilidade de recursos financeiros na mão do próprio ribeirinho - o de açaí -, e a crescente cobrança para que os poderes públicos busquem na produção local o alimento da merenda escolar, são alguns dos vetores desta mudança de participação social.
Típica comunidade ribeirinha, com casas construídas sobre um barranco, para fugir das cheias dos rios |
Denominam-se caiçaras os habitantes tradicionais do litoral das regiões Sul e Sudeste do Brasil, formados a partir da miscigenação entre índios, brancos e negros e que têm, em sua cultura, a pesca artesanal, a agricultura de subsistência, a caça, o extrativismo vegetal, o artesanato e, mais recentemente, o ecoturismo.
O termo "caiçara" tem origem no termo tupi caá-içara, que era utilizado para denominar as estacas colocadas em torno das tabas ou aldeias, e o curral feito de galhos de árvores fincados na água para cercar o peixe.
A comunidade caiçara é formada pela mescla de populações indígenas, colonos portugueses e negros. Muitas práticas agrícolas (coivara) e de pesca (puçá), assim como a preparação de alimentos (farinha, peixe) apresentam marcante influência indígena.
Casas de madeira na comunidade Caiçara do Marujá, em São Paulo |
REFERÊNCIA: Sampaio, Fernando dos Santos
Geração alpha geografia: ensino fundamental: anos finais: 6º ano / Fernando dos Santos Sampaio: editor responsável Flávio Manzatto de Souza: organizadora SM educação: obra coletiva, desenvolvida e produzida por SM Educação. - 2. ed. - São Paulo: Edições SM, 2018.
quinta-feira, 7 de novembro de 2019
A PARCERIA TRANSPACÍFICA
Conhecido como TPP, da sigla em inglês Trans-Pacific Partnership, a Parceria Transpacífica é um acordo de livre-comércio estabelecido entre doze países da região, liderados por Estados Unidos e Japão. Os outros países envolvidos são Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. Esses países assinaram, em 5 de outubro de 2015 após sete anos de negociações, um acordo tributário que afeta várias indústrias, como a farmacêutica, a automobilística e a têxtil, e estabelece algumas das normas trabalhistas e regulamentações ambientais. Seus objetivos declarados são: promover o crescimento econômico, apoiar a criação e manutenção de postos de trabalho, reforçar a inovação, a produtividade e a competitividade, elevar os padrões de vida, reduzir a pobreza nos países-membros, e promover a transparência, a boa governança e a proteção ambiental.
É o acordo regional mais amplo da história e une sob o mesmo mercado 40% de bens da economia mundial. O TPP é o pacto mais importante desde 1993, quando Estados Unidos, Canadá e México assinaram o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta). Brunei, Chile, Cingapura e Nova Zelândia começaram a negociar no início dos anos 2000 e em 2008 os Estados Unidos se juntaram ao grupo.
Historicamente, a Parceria Transpacífica é uma expansão do Acordo de Parceria Econômica Estratégica Transpacífica (TPSEP, também referido como P4), que foi assinado por Brunei, Chile, Nova Zelândia e Cingapura em 2005.
As negociações deveriam ser concluídas em 2012, mas vários pontos controversos, sobretudo referentes a agricultura, propriedade intelectual, serviços e investimentos fizeram com que as negociações se prolongassem, tendo os membros chegado a um acordo em 2015.
O acordo original foi ratificado pelo Japão e pela Nova Zelândia. A principal competição do Japão na região é a China e as duas nações têm visões distintas sobre como a economia do Sudeste Asiático deve se desenvolver. Antes do TPP, o Japão tentou dominar o Fundo Monetário Asiático (FMA), o que os Estados Unidos bloquearam. Em 2011, o Japão conseguiu estabelecer um acordo de cooperação com a China e a Coreia do Sul chamado de "Acordo de Livre Comércio da República Popular da China", que não incluía a intenção do Japão de usar a China para obter apoio dos Estados Unidos dentro do acordo.
Em 9 de dezembro de 2016, a resolução da participação foi feita na Câmara dos Conselheiros e notificou a conclusão dos procedimentos internos para ratificação ao depositário do tratado, Nova Zelândia, como o primeiro país ratificado em 20 de janeiro de 2017. A Nova Zelândia ratificou o TPP em 11 de maio de 2017.
Historicamente, a Parceria Transpacífica é uma expansão do Acordo de Parceria Econômica Estratégica Transpacífica (TPSEP, também referido como P4), que foi assinado por Brunei, Chile, Nova Zelândia e Cingapura em 2005.
As negociações deveriam ser concluídas em 2012, mas vários pontos controversos, sobretudo referentes a agricultura, propriedade intelectual, serviços e investimentos fizeram com que as negociações se prolongassem, tendo os membros chegado a um acordo em 2015.
Líderes dos países membros na cúpula de 2010 |
Em 9 de dezembro de 2016, a resolução da participação foi feita na Câmara dos Conselheiros e notificou a conclusão dos procedimentos internos para ratificação ao depositário do tratado, Nova Zelândia, como o primeiro país ratificado em 20 de janeiro de 2017. A Nova Zelândia ratificou o TPP em 11 de maio de 2017.
Saída dos Estados Unidos
Durante um discurso sobre a campanha presidencial de 2016, o candidato do Partido Republicano, Donald Trump, prometeu retirar os Estados Unidos da Parceria Transpacífica, caso fosse eleito. Ele argumentou que o acordo "minaria" a economia e a independência do país. Em 21 de novembro de 2016, em uma mensagem de vídeo, Trump introduziu uma estratégia econômica de "colocar os Estados Unidos em primeiro lugar", afirmando que negociaria "acordos bilaterais de comércio justo que trouxessem empregos e indústria de volta à costa americana". Como parte desse plano, Trump confirmou sua intenção de os Estados Unidos se retirarem da Parceria Transpacífica em seu primeiro dia no cargo. Trump assinou um memorando presidencial para retirar os Estados Unidos da TPP em 23 de janeiro de 2017.
Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica
O futuro da TPP era incerto após a retirada dos Estados Unidos. Vários signatários, no entanto, sinalizaram sua intenção de renegociar o TPP sem a participação dos Estados Unidos. Em janeiro de 2018, os onze países restantes concordaram com um TPP revisado, agora renomeado como o "Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica" (AAPPT). O acordo permanece substancialmente o mesmo, mas contém uma lista de 20 "disposições suspensas" que foram adicionadas ao TPP por insistência dos Estados Unidos e que agora não são mais vinculativas. Essas provisões referem-se principalmente a investimentos, compras governamentais e propriedade intelectual. O Reino Unido manteve conversações informais para se juntar às negociações renovadas após o Brexit e manifestou interesse em aderir ao TPP no futuro.
Durante um discurso sobre a campanha presidencial de 2016, o candidato do Partido Republicano, Donald Trump, prometeu retirar os Estados Unidos da Parceria Transpacífica, caso fosse eleito. Ele argumentou que o acordo "minaria" a economia e a independência do país. Em 21 de novembro de 2016, em uma mensagem de vídeo, Trump introduziu uma estratégia econômica de "colocar os Estados Unidos em primeiro lugar", afirmando que negociaria "acordos bilaterais de comércio justo que trouxessem empregos e indústria de volta à costa americana". Como parte desse plano, Trump confirmou sua intenção de os Estados Unidos se retirarem da Parceria Transpacífica em seu primeiro dia no cargo. Trump assinou um memorando presidencial para retirar os Estados Unidos da TPP em 23 de janeiro de 2017.
Wellington - capital da Nova Zelândia |
O futuro da TPP era incerto após a retirada dos Estados Unidos. Vários signatários, no entanto, sinalizaram sua intenção de renegociar o TPP sem a participação dos Estados Unidos. Em janeiro de 2018, os onze países restantes concordaram com um TPP revisado, agora renomeado como o "Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica" (AAPPT). O acordo permanece substancialmente o mesmo, mas contém uma lista de 20 "disposições suspensas" que foram adicionadas ao TPP por insistência dos Estados Unidos e que agora não são mais vinculativas. Essas provisões referem-se principalmente a investimentos, compras governamentais e propriedade intelectual. O Reino Unido manteve conversações informais para se juntar às negociações renovadas após o Brexit e manifestou interesse em aderir ao TPP no futuro.
Kuala Lumpur - capital da Malásia |
REFERÊNCIA: Boligian Levon
Geografia espaço e sociedade, 3: ensino médio / Levon Boligian, Andressa Alves. 1. ed. -- São Paulo: Editora do Brasil, 2016. -- (Coleção geografia espaço e identidade)
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
AS COMMODITIES
O comércio mundial de produtos agropecuários abrange tanto os produtos alimentícios (cereais, frutas, carne, laticínios etc.) como as matérias-primas para a indústria e o setor energético. Essa comercialização acontece principalmente na forma de commodities, cujos preços são estabelecidos em escala internacional nas bolsas de mercadorias, como as de Chicago e Nova York, nos Estados Unidos, e Londres, no Reino Unido.
Commodity corresponde a produtos de qualidade e características uniformes, que não são diferenciados de acordo com quem os produziu ou de sua origem, sendo seu preço uniformemente determinado pela oferta e procura internacional. Originalmente, o termo proveniente da língua inglesa (plural em inglês: "commodities") significava qualquer mercadoria, mas passou a ser utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária na bolsa de valores.
As commodities são usadas na compra e venda de mercadorias fungíveis, como por exemplo o petróleo, a resma de papel, leite, cobre e outros tipos de metais, madeira (derivada do desmatamento ou não) e plantas para usos medicinais).
Commodity corresponde a produtos de qualidade e características uniformes, que não são diferenciados de acordo com quem os produziu ou de sua origem, sendo seu preço uniformemente determinado pela oferta e procura internacional. Originalmente, o termo proveniente da língua inglesa (plural em inglês: "commodities") significava qualquer mercadoria, mas passou a ser utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária na bolsa de valores.
As commodities são usadas na compra e venda de mercadorias fungíveis, como por exemplo o petróleo, a resma de papel, leite, cobre e outros tipos de metais, madeira (derivada do desmatamento ou não) e plantas para usos medicinais).
As commodities são produzidas em grande escala, com pouca intervenção da indústria química para sua existência. Entre as commodities mais comuns estão as que servem como matéria-prima para a produção de outros bens. Um exemplo são as agrícolas, chamadas de soft commodities, como a soja, o açúcar e o milho. O ouro, ferro e cobre estão junto às mercadorias mais negociadas e são commodities de extração ou minerais, denominadas hard commodities.
A variação dos preços das commodities reflete em toda a economia, já que são matérias-primas utilizadas para fabricação de diversos produtos. Em caso de elevação, os alimentos ficam mais caros, prejudicando os consumidores - especialmente a população mais pobre, em geral, que destina grande parte de sua renda para a aquisição de alimentos.
O mercado mundial de commodities é controlado por um restrito conjunto de tradings companies (do inglês trade, negociar, e company, empresa; empresa comercial que atua como intermediária entre empresas que vendem e outras que compram), que são, principalmente, transnacionais. Elas possuem grande poder, influenciam a formação de preços no mercado internacional, o valor dos fretes marítimos para transportá-los etc. No Brasil, as tradings de commodities atuam na comercialização de soja, milho, açúcar e álcool, café, algodão e outros produtos e, nos últimos anos, tem atuado na aquisição de usinas de açúcar e álcool, e no financiamento de sementes, agrotóxicos e fertilizantes para o agronegócio.
Países que são grandes exportadores de produtos agropecuários, mas que, ao mesmo tempo, não se destacam enquanto produtores e exportadores de produtos industrializados estão mais susceptíveis e vulneráveis à oscilação dos preços das commodities. Essa característica se aplica principalmente aos países em desenvolvimento, como também aos emergentes, que em geral são economias dependentes da produção e exportação de commodities, como é o caso do Brasil.
O uso da terra em diversos países é influenciado pelo mercado internacional de commodities agropecuárias. Áreas que eram usadas para a produção de alimentos tradicionais, visando atender às necessidades de suas populações, foram substituídas pela agricultura comercial, voltada à produção de commodities para o mercado externo.
No Brasil, além desse fato, deve-se considerar que a expansão da fronteira agropecuária em direção ao Cerrado e à Floresta Amazônica, nas regiões Centro-Oeste e Norte, ocorreu também pela grande procura por essas commodities nos mercados interno e externo - soja, algodão, milho, carne etc.
O comércio mundial de commodities agropecuárias se destina, sobretudo, a abastecer a indústria de alimentos, e não à venda in natura. A indústria a transforma em diversos produtos, os alimentos industrializados - enlatados, empacotados e engarrafados -, que são comercializados junto à crescente população urbana. Daí decorre a importância da agropecuária para a sociedade urbano-industrial.
Nas cidades, então, a obtenção de produtos alimentícios é realizada principalmente por meio de relações comerciais mediadas pelo dinheiro, isto é, aqueles são comprados por quem possui poder de compra; diferentemente, portanto, de relações no campo, onde o produtor pode plantar ou criar animais para o seu próprio sustento e da sua família - e comercializar o excedente. O crescimento populacional e a urbanização, por conseguinte, têm exigido aumento da produção agropecuária, que tem ocorrido com apoio do desenvolvimento científico e tecnológico aplicado à produção rural.
A variação dos preços das commodities reflete em toda a economia, já que são matérias-primas utilizadas para fabricação de diversos produtos. Em caso de elevação, os alimentos ficam mais caros, prejudicando os consumidores - especialmente a população mais pobre, em geral, que destina grande parte de sua renda para a aquisição de alimentos.
Soja - um exemplo de commoditie |
Países que são grandes exportadores de produtos agropecuários, mas que, ao mesmo tempo, não se destacam enquanto produtores e exportadores de produtos industrializados estão mais susceptíveis e vulneráveis à oscilação dos preços das commodities. Essa característica se aplica principalmente aos países em desenvolvimento, como também aos emergentes, que em geral são economias dependentes da produção e exportação de commodities, como é o caso do Brasil.
Minério de ferro |
No Brasil, além desse fato, deve-se considerar que a expansão da fronteira agropecuária em direção ao Cerrado e à Floresta Amazônica, nas regiões Centro-Oeste e Norte, ocorreu também pela grande procura por essas commodities nos mercados interno e externo - soja, algodão, milho, carne etc.
O comércio mundial de commodities agropecuárias se destina, sobretudo, a abastecer a indústria de alimentos, e não à venda in natura. A indústria a transforma em diversos produtos, os alimentos industrializados - enlatados, empacotados e engarrafados -, que são comercializados junto à crescente população urbana. Daí decorre a importância da agropecuária para a sociedade urbano-industrial.
Nas cidades, então, a obtenção de produtos alimentícios é realizada principalmente por meio de relações comerciais mediadas pelo dinheiro, isto é, aqueles são comprados por quem possui poder de compra; diferentemente, portanto, de relações no campo, onde o produtor pode plantar ou criar animais para o seu próprio sustento e da sua família - e comercializar o excedente. O crescimento populacional e a urbanização, por conseguinte, têm exigido aumento da produção agropecuária, que tem ocorrido com apoio do desenvolvimento científico e tecnológico aplicado à produção rural.
Exploração de petróleo - o petróleo é um exemplo de commoditie mineral |
FONTE: Adas, Melhem
Expedições geográficas: manual do professor / Melhem Adas, Sérgio Adas. - 3. ed. - São Paulo: Moderna, 2018.
terça-feira, 29 de outubro de 2019
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
MOVIMENTOS SEPARATISTAS DE VÊNETO E DE TIROL MERIDIONAL
Cresce o sentimento de independência dos tiroleses e dos venezianos em relação ao governo italiano. Ambas as regiões se dizem injustiçadas por Roma, que arrecada impostos altíssimos e não investe em infraestrutura ou outros benefícios nessas regiões.
Em março de 2014, o grupo Veneto Independente realizou na região um plebiscito em que as pessoas deveriam votar Sim ou Não para que a região se tornasse independente. O referendo não tinha valor legal e não foi sancionado por nenhuma autoridade oficial, mas os organizadores descreveram-no como um sucesso. Quase 90% dos participantes declararam-se a favor da soberania do Vêneto. Segundo o jornal "Il Messagero", 2,5 milhões de pessoas participaram do plebiscito (mais da metade da população do Vêneto), mas o voto foi, sobretudo, feito online e por telefone, em plataformas onde era possível a cada eleitor votar mais de uma vez. A Constituição italiana, que descreve a República como "una e indivisível", não permite a realização de referendo independentistas.
O governo regional de Vêneto é dominado pelo ramo local da Liga do Norte. O Vêneto tem aproximadamente uma população de 4,9 milhões de habitantes, sendo a quinta região mais povoada da Itália e uma das mais ricas do país. Os independentistas associam a sua causa à herança histórica da República de Veneza, cuja bandeira (um leão dourado sob um fundo vermelho) ostentam. Veneza foi uma cidade-Estado independente durante mais de mil anos, e só se juntou à Itália unificada na segunda metade do século XIX. Os independentistas do Vêneto aspiram a ser a Escócia da Itália - que realizou um plebiscito para se separar do Reino Unido - ou seja, a realizar um referendo vinculativo com a possibilidade de conquistar a soberania.
Por sua vez, os separatistas da região vizinha do Tirol do Sul olham para o exemplo da Crimeia: em vez de independência, preferem a anexação ao vizinho do Leste, no caso, a Áustria.
O Tirol do Sul, ou Alto Ádige, na designação em italiano, é uma região autônoma com cerca de 1 milhão de habitantes junto à fronteira com a Áustria e uma população de 13.607 km². A região foi incluída ao território italiano em 1919, como resultado da reorganização do Império Austro-Húngaro após a Primeira Guerra Mundial. Segundo dados oficiais, mais de dois terços da população local fala o alemão.
Tal como o Vêneto, o Tirol do Sul é uma das regiões mais prósperas da Itália, mas a sua autonomia é mais profunda: a região mantém pelo menos 90% dos impostos cobrados, e o governo regional é dominado por partidos locais.
O Partido Popular do Tirol do Sul (SVP), conservador, teve quase metade dos votos nas últimas eleições regionais, em que os partidos nacionais italianos tiveram votações residuais (abaixo de 10%). O SVP não defende o separatismo, apenas uma autonomia reforçada, já o segundo partido mais votado da região, o Partido da Liberdade (STF), é ostensivamente separatista.
O principal símbolo do STF "Sud-Tiro ist nicht Italien" ("o Tirol do Sul não é Itália") escrito sobre uma bandeira às riscas horizontais vermelhas e brancas, as cores da Áustria.
O Trentino-Alto Ádige, historicamente, é parte do Tirol e assim foi chamada oficialmente nos séculos que se seguiram à união do antigo Condado do Tirol com os Principados de Trento e Bressanone/Brixen, em 1363. Após a Primeira Guerra Mundial, a região foi anexada pela Itália como conquista de guerra, pois antes pertencia ao Império Austro-Húngaro.
O decreto fascista 12.637 de 8 de agosto de 1923 proibiu o uso do topônimo Tirol na região, com penas e multas previstas na lei. Por vezes, a população local procurou restituir o secular topônimo, sem sucesso. Após a Segunda Guerra Mundial, houve novas tentativas e conflitos pela separação do território e seu retorno à já República da Áustria.
Até 1972, a região teve o duplo nome de Tretino-Alto Ádige - Tiroler Etschland. O estatuto especial do mesmo ano fixou o nome oficial da região para Trentino-Alto Ádige/Südtirol, no qual a denominação Südtirol ("Tirol do Sul") - que historicamente identifica a região correspondente à Província de Trento -, vale oficialmente apenas a província de Bolzano. Depois da lei de modificação constitucional nº 3, de 18 de outubro de 2001, a denominação ítalo-alemã está também consagrada no artigo 116 da Constituição da República Italiana, valendo, inclusive, para a província de Trento (Autonome Provinz Trient).
O Trentino-Alto Ádige tem como limites: Áustria (Tirol e Salzburgo) ao norte; Vêneto, ao sul e a leste; Lombardia, a sul e a oeste; e Suíça (Cantão Grisões) a oeste. A região é inteiramente montanhosa, sendo que o Ortles é o ponto mais elevado, com mais de 3.900 metros de altitude. O rio mais importante é o Ádige, e o Lago de Garda (maior lago italiano) pertence ao Trentino-Alto Ádige. A região é composta de duas províncias: Província Autônoma de Trento e Província Autônoma de Bolzano.
Na região do Trentino-Alto Ádige estão presentes três grupos linguísticos: italiano (cerca de 65% da população), alemão (32% da população) e latino-dolomita (3% da população).
Em março de 2014, o grupo Veneto Independente realizou na região um plebiscito em que as pessoas deveriam votar Sim ou Não para que a região se tornasse independente. O referendo não tinha valor legal e não foi sancionado por nenhuma autoridade oficial, mas os organizadores descreveram-no como um sucesso. Quase 90% dos participantes declararam-se a favor da soberania do Vêneto. Segundo o jornal "Il Messagero", 2,5 milhões de pessoas participaram do plebiscito (mais da metade da população do Vêneto), mas o voto foi, sobretudo, feito online e por telefone, em plataformas onde era possível a cada eleitor votar mais de uma vez. A Constituição italiana, que descreve a República como "una e indivisível", não permite a realização de referendo independentistas.
Mapa do Vêneto |
Bandeira do Vêneto |
O Tirol do Sul, ou Alto Ádige, na designação em italiano, é uma região autônoma com cerca de 1 milhão de habitantes junto à fronteira com a Áustria e uma população de 13.607 km². A região foi incluída ao território italiano em 1919, como resultado da reorganização do Império Austro-Húngaro após a Primeira Guerra Mundial. Segundo dados oficiais, mais de dois terços da população local fala o alemão.
Tal como o Vêneto, o Tirol do Sul é uma das regiões mais prósperas da Itália, mas a sua autonomia é mais profunda: a região mantém pelo menos 90% dos impostos cobrados, e o governo regional é dominado por partidos locais.
Tirol austríaco (vermelho), Província Autônoma de Bolzano, na Itália (laranja) e Província Autônoma de Trento (Trentino) |
O principal símbolo do STF "Sud-Tiro ist nicht Italien" ("o Tirol do Sul não é Itália") escrito sobre uma bandeira às riscas horizontais vermelhas e brancas, as cores da Áustria.
O Trentino-Alto Ádige, historicamente, é parte do Tirol e assim foi chamada oficialmente nos séculos que se seguiram à união do antigo Condado do Tirol com os Principados de Trento e Bressanone/Brixen, em 1363. Após a Primeira Guerra Mundial, a região foi anexada pela Itália como conquista de guerra, pois antes pertencia ao Império Austro-Húngaro.
Veneza - capital do Vêneto |
Até 1972, a região teve o duplo nome de Tretino-Alto Ádige - Tiroler Etschland. O estatuto especial do mesmo ano fixou o nome oficial da região para Trentino-Alto Ádige/Südtirol, no qual a denominação Südtirol ("Tirol do Sul") - que historicamente identifica a região correspondente à Província de Trento -, vale oficialmente apenas a província de Bolzano. Depois da lei de modificação constitucional nº 3, de 18 de outubro de 2001, a denominação ítalo-alemã está também consagrada no artigo 116 da Constituição da República Italiana, valendo, inclusive, para a província de Trento (Autonome Provinz Trient).
Castelo Tirol, na comuna de Tirolo - foi sede dos condes de Tirol |
Na região do Trentino-Alto Ádige estão presentes três grupos linguísticos: italiano (cerca de 65% da população), alemão (32% da população) e latino-dolomita (3% da população).
Trento - capital do Trentino-Alto Ádige |
REFERÊNCIA: Boligian Levon
Geografia espaço e sociedade, 3: ensino médio / Levon Boligian, Andressa Alves. 1. ed. -- São Paulo: Editora do Brasil, 2016. -- (Coleção geografia espaço e identidade)
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