Unidade e segurança nacionais podem ser ameaçadas por intervenções estrangeiras
O Estadão
O chefe da Junta Militar de Myanmar, o general Than Shwe, fez uma chamada nesta terça-feira (25/01) para que a população se resguarde de tentativas de "nações agressivas" para tomar o controle do país e desta forma colocar em perigo a unidade e segurança nacionais.
"É preciso proteger a nação contra qualquer forma de intervenção, para garantir que a independência e a soberania da pátria jamais se encontre sob a ingerência estrangeira", indicou um discurso lido em nome de Than Shwe para comemorar o Dia da Independência.
Segundo a imprensa da dissidência, o máximo líder birmanês advertiu que "elementos externos" seguirão tentando mobilizar birmaneses incautos para impedir o desenvolvimento nacional.
Than Shwe destacou ainda que as eleições de novembro foram realizadas "com sucesso e sem violência, o que é um êxito e um orgulho", embora não tenha feito nenhuma menção à libertação da líder opositora Aung San Suu Kyi.
Myanmar é governado pelos militares desde 1962, e o pleito de 2010 foi o primeiro em duas décadas.
Na ocasião, os partidos apoiados pelos generais se impuseram com maioria absoluta, enquanto a maior parte da oposição se uniu ao boicote liderado pela Liga Nacional pela Democracia,de Suu Kyi.
Uma semana depois das eleições, a Nobel da Paz foi libertada após cumprir pena de prisão domiciliar desde 2003.
Conheça um pouco Myanmar
Nome: República da União de Myanmar
Nacionalidade: birmanesa
Independência: 4 de janeiro de 1948 do Reino Unido
Idiomas: birmanês (oficial), dialetos regionais
Nacionalidade: birmanesa
Independência: 4 de janeiro de 1948 do Reino Unido
Idiomas: birmanês (oficial), dialetos regionais
Capital: Nay Pyi Daw (100.000 habitantes)
Nay Pyi Daw - capital desde 2006 de Myanmar. Fonte: Wikipédia
Área: 676.578 km² (39°)
População: 55.798.000 hab. (25°)
Densidade demográfica: 75 hab./km² (119º)
População urbana: 27%
População rural: 73%
Densidade demográfica: 75 hab./km² (119º)
População urbana: 27%
População rural: 73%
Maiores cidades:
Yangun: 2.513.023
Mandalay: 1.177.000 habitantes
Rua de Mandalay - segunda maior cidade de Myanmar
Mawlamyine: 525.927 habitantes
Religião: budismo teravada (89,1%), cristianismo (4,9%), islamismo (3,8%), outras (2,2%) Clima: tropical com chuvas de monções PIB: US$ 35,646 bilhões (83°) IDH: 0,451 (132°) Expectativa de vida: 62,1 anos (148º) Mortalidade infantil: 66/mil (158º) Alfabetização: 89,9 (97º) Moeda: Quiat História de Mianmar
Crê-se que o primeiro grupo étnico a migrar para o vale do baixo Irauádi foi o dos mons que, dominantes no sul da região na altura de 900 a.C., estiveram entre os primeiros no Sudeste Asiático a adotar o budismo.
No século I a.C., seguiram-se os pyus, de língua tibetano-birmanesa, que fundaram diversas cidades-Estado no Irauádi central. O reino pyu foi dizimado no século IX pelo reino Nan chao (atual Yunnan).
Província de Yunnan. Fonte: Wikipédia
Os birmanes ou bramás começaram a migrar do reino de Nan chao (Yunnan) para o vale do Irauádi a partir do século VII e, em 849 d.C., fundaram um pequeno reino com centro em Pagan. No reino de Anawrahta (944-1077), a influência Pagan expandiu-se para o território aproximado ao de Myanmar atual.
Vale do Irauádi. Fonte: Wikipédia
Após conquistar a capital mon em 1057, os birmaneses adotaram o budismo teravada (mais antiga escola budista), e desenvolveram a escrita birmanesa, baseada na escrita mon. Os reis de Pagan construíram muitos templos e pagodes (templo ou monumento budista) no país, aproveitando-se da prosperidade trazida pelo comércio.
Templo budista em Myanmar. Fonte: wikipédia
A ascendência de Pagan no vale do Irauádi chegou ao fim com a invasão mongol pelas forças de Cublai Cã, a partir de 1277; Pagan foi saqueada em 1287. Embora os mongóis não tenham permanecido no vale do Irauádi, o povo tai-shan, que os acompanhava, instalou-se na região. Sucedeu ao reino Pagan um conjunto de pequenos Estados, em geral controlados por shans incorporados à cultura local, como os conjuntos de pequenos Estados, em geral controlados por shans incorporados à cultura local, como os reinos de Ava e de Pegu. Em 1527, os shans conquistaram a capital Ava.
Com a ajuda de birmanes que haviam fugido de Ava, o pequeno reino birmane de Taungu derrotou o poderoso reino mon de Pegú, de modo a reunificar a Baixa Birmânia, por volta de 1540. Posteriormente veio a conquistar a Alta Birmânia (1555), Manipur (1556), Estados Shans (1557), Chiang Mai (1557), o reino sianês de Ayutthaya (1564, 1569) e o reino laosiano de Lan Xang (1574), assim controlando a maior parte da porção ocidental do Sudeste da Ásia.
Bagan - capital do império birmanês até o século XVIII. Fonte: mundoafora.blogspot
Com a morte do Rei Bayinnaung, em 1851, seu reino desmoronou. Os siameses de Ayutthaya expulsaram os birmaneses, enquanto que em 1599 forças da etnia arracanesa, ajudada por mercenários portugueses, saquearam Pegu (agora capital do reino de Taungu). O principal mercenário português, Filipe de Brito e Nicote, revoltou-se contra seus mestres arracaneses e passou a controlar o que era então o mais importante porto da Birmânia, Sirião (hoje Thanlyn).
Ruínas em Thanlyn - marcas da ocupação portuguesa no século XVII. Fonte: tugasdumcatano.blogspot
Os birmaneses, chefiados pelo Rei Anaukpetlun (1605-1628), reorganizaram-se e derrotaram os portugueses em 1611. Anaukpetlun restabeleceu um reino de dimensões menores com base em Ava e que incluía a Alta e Baixa Birmânias e os Estados shans (mas sem os arracaneses ou Tanintharyi). O posterior declínio daquele reino assistiu a uma revolta bem-sucedida dos mons, a partir de 1740, com a ajuda francesa e incentivo siamês; os mons conquistaram a Baixa Birmânia em 1747 e terminaram por extinguir a Casa de Taungu em 1752, com a queda de Ava.
Estátua do Rei Anaukpetlun. Fonte: wikipédia
O Rei Alaungpaya (1752-1760) instituiu a dinastia Konbaung em Shwebo, em 1752, fundou Rangum em 1755 e, na altura de sua morte havia reunificado o país. Os conflitos com a China Qing e os siameses na segunda metade do século XVIII não tiveram resultado decisivo, mas os birmaneses lograram conquistar os arracaneses a oeste, além de anexar formalmente Manipur, em 1813.
Os birmaneses sufocaram uma revolta em Manipur, em 1819 e naquele ano conquistaram o reino de Assã, até então independente. Tais aquisições estenderam o território birmanês até a Índia Britânica. Os britânicos derrotaram os birmaneses na Primeira Guerra Anglo-Birmanesa (1824-1826), resultando na cessão, por parte de Myanmar, de Assã, Manipur, Arracão e Tenassarim.
A Segunda Guerra anglo-Birmanesa, em 1852, durou três meses, após o que os britânicos anexaram as restantes províncias litorâneas: Irauádi, Rangum e Pegu, renomeadas Baixa Birmânia. Após o reinado do popular Rei Mindon (1853-1878), fundador de Mandalay, os britânicos depuseram o fraco Rei Thibaw (1878-1885), na Terceira Guerra Anglo-Birmanesa.
Com essa guerra, a Família Real birmanesa foi exilada para a Índia. As Alta e Baixa Birmânias foram reunidas e administradas como uma única província da Índia Britânica.
Tropas britânicas e birmanesas enfrentam-se em Assam
Época Colonial (1886-1948)
Os britânicos construíram prisões e estradas de ferro. O ressentimento birmanês com a ocupação colonial, manteve-se forte e ocasionalmente provocava distúrbios violentos. O descontentamento era provocado particularmente pelo que era visto como desrespeito à cultura e tradições birmanesas, como o uso de sapatos pelos britânicos, ao entrar em templos e santuários budistas. O Budismo passou a ser empregado como foco de resistência pelos birmaneses e os monges budistas tornaram-se a vanguarda do movimento pela independência.
Vila em Myanmar. Fonte: Wikipédia
Em 1º de abril de 1937, Myanmar passou a ser um território administrado separadamente da Índia. Durante a Segunda Guerra Mundial, Myanmar transformou-se numa das principais frentes de batalha do "Teatro" do Sudeste Asiático. A administração britânica, desmoronou face ao avanço japonês e cerca de 300.000 refugiados cruzaram a selva para a Índia; apenas 30.000 chegaram com vida. A campanha militar japonesa expulsou os britânicos de Myanmar, mas o Reino Unido contra-atacou com tropas do exército indiano britânico e, na altura de 1945, havia retomado o país. Tropas autóctones lutaram nos dois lados da guerra.
Tropas britânicas lutando na Segunda Guerra Mundial. Fonte: Wikipédia
República Democrática (1948-1962)Em janeiro 4 de janeiro de 1948, o país tornou-se uma república independente, fora da Commonwealth Britânica (Comunidade Britânica de Nações - fazem parte alguns países que foram colônias do Reino Unido e que, apesar de serem independentes, têm a Rainha da Inglaterra como chefe de Estado), com o nome oficial União da Birmânia. Sao Shwe Thaik assumiu a presidência e U Nu, o cargo de primeiro-ministro. Institui-se um parlamento bicameral (prática política em que a legislatura de um país é dividida em duas câmaras).
Sao Shwe Thaik. Fonte: Google images
Em 1961, o birmanês U Thant foi eleito Secretário-Geral das Nações Unidas, o primeiro indivíduo não-ocidental a ocupar a chefia de uma organização internacional; ele permaneceria no cargo por dez anos.
U Thant. Foto: ONU
Regime Militar (desde 1962)O regime democrático terminou em 1962, quando o General Ne Win comandou um golpe de Estado militar. Ele governou por quase 26 anos e suas políticas foram implementadas com o mote "caminho birmanês para o socialismo". em 1974, as forças armadas reprimiram com violência protestos contra o governo durante o funeral de U Thant.
General Ne Win. Fonte: Google images
Em 1988, a má gestão econômica e a repressão política provocaram manifestações pró-democracia generalizadas. As forças de seguranças sufocaram as manifestações com a morte de centenas de pessoas. O General Saw Maung chefiou um Golpe de Estado e criou o Conselho de Estado para a Restauração da Lei e da Ordem (na prática, o governo do país).
General Saw Maung. Fonte: igihe.com
Em 1989, o Conselho declarou lei marcial para lidar com mais protestos e alterou o nome oficial do país em inglês para Union of Myanmar (adaptado em português como União de Myanmar).Em maio de 1990, o governo promoveu eleições livres pela primeira vez em quase 30 anos. A Liga Nacional pela Democracia, partido de Aung San Suu Kyi, ganhou 392 dos 489 assentos na Assembleia Popular, mas os resultados foram anulados pelo Conselho, que se recusou a deixar o poder. Chefiado por Than Shwe desde 1992, o regime militar logrou negociar acordos de cessar-fogo com a maioria dos grupos de guerrilha étnica. em 1997, o Conselho passou a ser denominado de Conselho de Estado para a Paz e Desenvolvimento. Em 23 de junho de 1997, Myanmar aderiu à Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Em 27 de março de 2006, a junta militar transferiu a capital de Rangun para um local próximo a Pyinmana, dando-lhe o nome de Naypyidaw, que significa "cidade dos reis". Em novembro de 2006, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) anunciou que procuraria processar na Corte Internacional de Justiça os membros da junta militar de Myanmar por crimes contra a humanidade, devido à prática de trabalho forçado de seus cidadãos.
Manifestante morto pela polícia de Myanmar. Fonte: cyberdemo.blogspot.com
Em agosto de 2007, surgiram novos protestos pela democracia no país, chefiados por monges busdistas e reprimidos com força pelo governo.
Monges budistas protestando contra a falta de liberdade em Myanmar. Fonte: novo-mundo.org
Em 3 de maio de 2008, um devastador ciclone tropical atingiu o litoral do país e, segundo algumas estimativas, deixou pelo menos 134.000 mortos e desaparecidos, e talvez um milhão de desabrigados.
Imagens do ciclone que devastou Myanmar. Fonte: Google images
Economia
Myanmar é um dos países mais pobres do Sudeste da Ásia e sofre há décadas de estagnação econômica, má administração e isolamento. O seu PIB cresce 2,9% ao ano, taxa considerada baixa em comparação com outras economias da região.Sob o controle britânico, Myanmar era um dos países mais ricos do Sudeste da Ásia e o maior exportador mundial de arroz. Produzia petróleo e possuia recursos naturais e humanos, com uma população altamente alfabetizada. Cerca de 75% da teca (Tectona grandis, também chamada comercialmente de teak ou djati, é uma madeira bastante usada na construção naval, devido à sua durabilidade) produzida no mundo, originava-se em Myanmar.
Tectona grandis - bastant utilizada na construção naval. Fonte: Wikipédia
Após o Golpe de Estado de 1962, o goerno procurou estatizar as indústrias, mas em 1989 passou a descentralizar a economia. Em anos recentes, a China e a Índia têm se aproximado de Myanmar, com vistas a obter benefícios econômicos. Muitos países, como os EUA, Canadá e a União Europeia, impuseram snações comerciais e de investimento. O investimento estrangeiro é proveniente da China, Cingapura, Coreia do Sul, Índia e Tailândia.Além da produção de drogas ilegais, como o ópio, a atividade econômica birmanesa inclui produtos agrícolas, têxteis, produtos de madeira, material de construção, pedras preciosas, metais e gás natural. Os arrozais cobrem cerca de 60% da área cultivada e 97% da produção de grãos no país. |
Campo de arrozal em Myanmar. Fonte: curiosidadesdeculturas.blogspot
Um comentário:
Wow that was unusual. I just wrote an incredibly long comment but after I
clicked submit my comment didn't appear. Grrrr... well I'm not writing all
that over again. Regardless, just wanted to say fantastic blog!
My page :: myanmar airways
Postar um comentário