sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA

  A cultura muçulmana ou islâmica, abrange atualmente uma imensa região que vai da Turquia, na parte leste da Europa, até o Paquistão e Bangladesh, no sul da Ásia, incluindo, também, o norte da África. A área onde a cultura islâmica é mais forte e estabelecida, é o Oriente Médio ou Sudeste Asiático.
  O elemento unificador dessa civilização é a religião maometana ou muçulmana. Além dos países árabes (Egito, Líbia, Argélia, Iraque, Arábia Saudita, Jordânia etc.), outros países e povos são islâmicos: Irã (povo persa), Turquia, Sudão, Paquistão, Casaquistão, Afeganistão etc.
Mulheres islâmicas no Irã. fonte: clickeducacao.com
   Os princípios fundamentais dessa religião são: a reza obrigatória cinco vezes ao dia, de cócoras e com o rosto voltado em direção à Meca, a cidade sagrada; a peregrinação ou ida pelo menos uma vez na vida a Meca; o jejum obrigatório durante o Ramadã, o mês sagrado, no qual vários alimentos são proibidos e a alimentação só pode ser feita depois que o sol se põe; e o dízimo ou doação obrigatória de uma parte de sua renda aos pobres.
Muçulmanos rezando no Taj Mahal na Índia. Fonte: novo-mundo.org
   Existem também o Jihad ou "guerra santa" contra os infiéis, a submissão da mulher ao homem, os castigos exemplares aos ladrões e criminosos (tais como chicotear ou decepar a mão em público), etc.
  A religião muçulmana foi fundada por Momé, no início do século VII. A adoção da nova fé deu início à união dos povos árabes, primeiro na área próxima às cidades de Meca e Medina, na atual Arábia Saudita. Ao longo dos séculos VII e VIII, o maometismo se expandiu para regiões distantes, na Ásia, na África e na Europa, num processo de conquista e domínio político e cultural sobre outros povos.
  Durante vários séculos, o mundo islâmico rivalizou com o Ocidente, não apenas conquistando terras e povos, mas também desenvolvendo uma rica cultura. Os povos islâmicos alcançaram progressos notáveis em matemática, astronomia, literatura, filosofia, construção naval etc. No século XV, os turcos otomanos construíram um imenso império às margens do Mediterrâneo, e os persas dominaram a porção leste do atual Oriente Médio. Esses impérios sempre foram dominados pela cultura árabe-islâmica.
 Império Turco-Otomano. Fonte: tudoehistoria.com
  A partir do século XIX, a dominação britânica atingiu o mundo muçulmano, com o enfraquecimento - e desmembramento - do Império Turco. No início do século XX, foram criados os atuais países árabes: o povo árabe foi dividido em dezesseis países diferentes, cada um dominado por uma elite privilegiada. Até hoje, existe uma aspiração popular de união e criação de uma imensa nação árabe.
  A civilização islâmica é mais forte nos países árabes, no Irã e em algumas nações vizinhas ao Oriente Médio (Tajiquistão, Quirguízia, Sudão etc.). Ela pode até predominar nas suas áreas de expansão ou atuais periferias -  o sudeste da Europa (Península Balcânica), o centro da África e o sul e sudeste da Ásia. Mas é contrabalançada ou por uma ocidentalização que produziu resultados significativos ou por outras culturas que amenizam o islamismo.
  Na Turquia, desde a década de 1930, vem ocorrendo uma efetiva ocidentalização, empreendida pelas autoridades do país: escolas islâmicas foram fechadas e a própria linguagem escrita, que antes usava carcteres árabes, passou a ser grafada com o alfabeto latino. O grande objetivo da Turquia nessa ocidentalização, é ingressar na União Europeia.
Vista de Istambul - Turquia. No primeiro plano encontra-se a parte asiática e mais ao fundo a parte europeia separada pelo Estreitor de Bósforo. Fonte: oglobo.globo.com
  A religião exerce papel fundamental na cultura islâmica. Todos os governantes procuram dar a impressão de estarem seguindo políticas baseadas nos ensinamentos do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.
  Um exemplo típico da mistura política X religião, se dá no Irã. Nas décadas de 1960 e 1970, o governo do Xá Reza Pahlevi empreendeu um processo de ocidentalização forçada, rápida demais para ser assimilada pelo povo, apegado a suas crenças. Em 1979, o xá foi deposto, após violenta revolta popular, por uma revolução de cunho religioso e tradicionalista.
Xá Reza Pahlevi - responsável por tentar introduzir a ocidentalização no Irã. Fonte: enciclopedia.com.pt
  Os costumes tradicionais do islamismo, que tinham sido abolidos ou abrandados, ressurgiram como normas obrigatórias. As mulheres viram-se obrigadas a usar novamente em público o véu que lhes cobre o rosto e foram proibidas de dirigir automóveis, de tomar banho nas praias ou piscinas com os homens, de fazer perguntas e olhar diretamente para o professor na sala de aula etc. Ressurgiu a obrigatoriedade de todos rezarem cinco vezes ao dia, ajoelhando-se com o rosto voltado para Meca.
Mulheres iranianas. Foto: oglobo.globo.com
  Restabeleceram-se também castigos estranhos aos olhos ocidentais, como decepar publicamente um braço dos ladrões, cortar a língua dos mentirosos e açoitar os bêbados com quarenta chibatadas. A venda de bebidas alcóolicas foi oficialmente proibida, embora exista clandestinamente, como em quase todos os países islâmicos. Os homens viram retornar seu direito de terem até quatro esposas.
Homens sendo enforcados por terem cometidos crimes no Irã. Foto: oglobo.globo.com
  A religião islâmica tem várias seitas ou correntes. As mais conhecidas são o sunismo, que predomina na maioria das nações islâmicas, e o xiismo, que é majoritária no Irã, no Azerbaijão e no Iraque e tem grande influência nas populações do Iêmen, do Líbano e do Paquistão. A corrente sunita é mais moderada, separando um pouco o Estado da religião. Os xiitas são mais radicais no seu fundamentalismo religioso: a política deve estar a serviço da expansão da fé, dos ensinamentos da religião.
Mapa da distribuição dos sunitas e xiitas. Fonte: missoeseadoracoes.net
  O islamismo atual, especialmente a sua corrente xiita, surge como uma das religiões mais intolerantes que existem: em certos países, como a Arábia Saudita, são proibidos quaisquer outros cultos ou igrejas. Nesse país, nem sequer pode andar na rua portando um símbolo de outra religião.
  Existe ainda a ideia de "guerra santa", que é o combate aos infieis, prescrito pelo Alcorão, presente sobretudo na corrente xiita. Os fieis são estimulados a combater numa luta de morte em que valem todas as armas, todos aqueles que simbolizam um obstáculo ao desenvolvimento da religião muçulmana. Multidões se lançaram com ferocidade nessas "guerras santas", como ocorreu na Guerra Irã x Iraque (1980 à 1988), por acreditarem no ensinamento religioso de que os mortos em combates irão naturalmente para o paraíso, onde terão à sua disposição 40 moças virgens.
O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein junto com soldados durante a guerra Irã x Iraque. Fonte: bfbrasil.com
Fonte: VESENTINI, José William Geografia: geografia geral e do Brasil, volume único. São Paulo: Ática, 2005.

3 comentários:

Anônimo disse...

parabéns adorei seu blog, tirei muitas dúvidas

Marciano Dantas de Medeiros disse...

Obrigado Cris e Selahattin, precisando de mais algum conteúdo é só mandarem um comentário. Abraços

Anônimo disse...

olá eu gostaria de saber as informações do mapa da extensão islâmica.

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