quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

POPULAÇÃO DAS CIDADES DE GOIÁS

COLOCAÇÃO

MUNICÍPIO
POPULAÇÃO ABSOLUTA
(Hab.)
ÁREA
(km²)
POPULAÇÃO RELATIVA
(hab./km²)
Goiânia
1.302.001
732,801
1.776,75
Aparecida de Goiânia
455.657
288,342
1.580,27
Anápolis
334.613
933,156
358,58
Rio Verde
176.424
8.379,661
21,05
Luziânia
174.531
3.961,118
44,06
Águas Lindas de Goiás
159.378
188,384
846,03
Valparaíso de Goiás
132.982
60,525
2.197,14
Trindade
104.488
710,713
147,02
Formosa
100.085
5.811,782
17,22
10º
Novo Gama
95.018
194,148
489,41
11º
Itumbiara
92.883
2.462,930
37,71
12º
Jataí
88.006
7.174,231
12,27
13º
Catalão
86.647
3.821,461
22,67
14º
Senador Canedo
84.443
245,283
344,27
15º
Planaltina
81.649
2.538,196
32,17
16º
Caldas Novas
70.473
1.595,965
44,16
17º
Santo Antônio do Descoberto
63.248
944,046
67,00
18º
Goianésia
59.549
1.547,272
38,49
19º
Cidade Ocidental
55.915
389,920
143,40
20º
Mineiros
52.935
9.060,096
5,84
21º
Inhumas
48.246
613,225
78,68
22º
Cristalina
46.580
6.162,056
7,56
23º
Quirinópolis
43.220
3.786,695
11,41
24º
Niquelândia
42.361
9.843,235
4,30
25º
Porangatu
42.355
4.820,508
8,79
26º
Jaraguá
41.870
1.849,551
22,64
27º
Morrinhos
41.460
2.846,198
14,57
28º
Uruaçu
36.929
2.141,815
17,24
29º
Santa Helena de Goiás
36.469
1.141,330
31,95
30º
Itaberaí
35.371
1.457,279
24,27
31º
Goinira
34.060
209,037
162,94
32º
Goiatuba
32.492
2.475,112
13,13
33º
Posse
31.419
2.024,533
15,52
34º
Iporá
31.274
1.026,383
30,47
35º
Minaçu
31.154
2.860,731
10,89
36º
São Luís de Montes Belos
30.034
825,999
36,36
37º
Pires do Rio
28.762
1.073,360
26,80
38º
Padre Bernardo
27.671
3.138,860
8,82
39º
Itapuranga
26.125
1.276,478
20,47
40º
Ipameri
24.735
4.368,985
5,66
41º
Goiás
24.727
3.108,018
7,96
42º
Bela Vista de Goiás
24.554
1.255,419
19,56
43º
Nerópolis
24.210
204,217
118,55
44º
Piracanjuba
24.026
2.405,120
9,99
45º
Alexânia
23.814
847,893
28,09
46º
Palmeiras de Goiás
23.338
1.539,692
15,16
47º
Pirenópolis
23.006
2.205,008
10,43
48º
São Miguel do Araguaia
22.283
6.144,400
3,63
49º
Bom Jesus de Goiás
20.727
1.405,119
14,75
50º
Ceres
20.722
214,321
96,69
51º
Acreúna
20.279
1.565,997
12,95
52º
Anicuns
20.239
979,230
20,67
53º
Jussara
19.153
4.084,113
4,69
54º
Silvânia
19.089
2.345,939
8,14
55º
Rubiataba
18.915
748,264
25,28
56º
Itapaci
18.458
956,125
19,31
57º
Campos Belos
18.410
724,066
25,43
58º
Aragarças
18.305
662,917
27,61
59º
Cocalzinho de Goiás
17.407
1.789,039
9,73
60º
Hidrolândia
17.398
943,896
18,43
61º
Pontalina
17.121
1.436,954
11,91
62º
São Simão
17.088
414,011
41,27
63º
Caiapônia
16.757
8.637,872
1,94
64º
Crixás
15.760
4.661,158
3,38
65º
Abadiânia
15.757
1.045,126
15,08
66º
Orizona
14.300
1.972,883
7,25
67º
Guapó
13.976
516,844
27,04
68º
Uruana
13.826
522,505
26,46
69º
Indiara
13.687
956,474
14,31
70º
Mozarlândia
13.404
1.734,363
7,73
71º
Caçu
13.283
2.251,008
5,90
72º
Vianópolis
12.548
954,283
13,15
73º
Iaciara
12.427
1.550,373
8,02
74º
Flores de Goiás
12.066
3.709,421
3,25
75º
Nova Crixás
11.927
7.298,775
1,63
76º
Firminópolis
11.580
423,649
27,33
77º
Maurilândia
11.521
389,756
29,56
78º
São Domingos
11.272
3.295,727
3,42
79º
Edeia
11.266
1.461,503
7,71
80º
Piranhas
11.266
2.047,765
5,50
81º
Campinorte
11.111 
1.067,196
10,41
82º
Paraúna
10.863 
3.779,384
2,87
83º
Goianápolis
10.695
162,435
65,84
84º
Mara Rosa
10.649
1.687,903
6,31
85º
Montividiu
10.572
1.874,153
5,64
86º
Cachoeira Alta
10.553
1.654,555
6,38
87º
Rialma
10.523
268,466
39,20
88º
Corumbá de Goiás
10.361
1.061,954
9,76
89º
Santa Terezinha de Goiás
10.302
1.202,238
8,57
90º
Petrolina de Goiás
10.283
531,300
19,35
91º
São João d’Aliança
10.257
3.327,374
3,08
92º
Cavalcante
9.392
6.953,654
1,35
93º
Paranaiguara
9.100 
1.153,834
7,89
94º
Buriti Alegre
9.054
895,456
10,11
95º
Carmo do Rio Verde
8.928
418,543
21,33
96º
Barro Alto
8.716
1.093,247
7,97
97º
Itauçu
8.575
383,842
22,34
98º
Nova Glória
8.508
412,953
20,60
99º
Bom Jardim de Goiás
8.423
1.899,478
4,43
100º
Aragoiânia
8.365
219,550
38,10
101º
Cachoeira Dourada
8.254
521,134
15,84
102º
Corumbaíba
8.181
1.883,665
4,34
103º
Nova Veneza
8.129
123,377
65,89
104º
Alvorada do Norte
8.084
1.259,364
6,42
105º
Montes Claros de Goiás
7.987
2.899,176
2,75
106º
Doverlândia
7.892
3.222,942
2,45
107º
Leopoldo de Bulhões
7.882
480,891
16,39
108º
Nazário
7.874
269,103
29,26
109º
Itapirapuã
7.835
2.043,714
3,83
110º
Monte Alegre de Goiás
7.730
3.119,802
2,48
111º
Sanclerlândia
7.550
496,825
15,20
112º
Cezarina
7.545
415,811
18,15
113º
Bonfinópolis
7.536
122,290
61,62
114º
Araguapaz
7.510
2.193,699
3,42
115º
Aruanã
7.496
3.050,304
2,46
116º
Serranópolis
7.481
5.526,726
1,35
117º
Vicentinópolis
7.371 
737,255
10,00
118º
Cabeceiras
7.354
1.127,604
6,52
119º
Joviânia
7.118
445,487
15,98
120º
Chapadão do Céu
7.001
2.185,125
3,20
121º
Faina
6.983
1.945,657
3,59
122º
Santa Rita do Araguaia
6.924
1.361,772
5,08
123º
Alto Paraíso de Goiás
6.885
2.593,901
2,65
124º
Abadia de Goiás
6.876
146,778
46,85
125º
Mambaí
6.871
880,622
7,80
126º
Terezópolis de Goiás
6.561
106,913
61,37
127º
Simolândia
6.514
347,976
18,72
128º
Mundo Novo
6.438
2.146,649
3,00
129º
Fazenda Nova
6.322
1.281,419
4,93
130º
Itarumã
6.300
3.433,628
1,83
131º
Campo Limpo de Goiás
6.241
159,557
39,11
132º
Jandaia
6.164
864,106
7,13
133º
São Francisco de Goiás
6.120
415,791
14,72
134º
Campo Alegre de Goiás
6.060
2.462,991
2,46
135º
Santa Bárbara de Goiás
5.751
139,598
41,20
136º
Inaciolândia
5.699
688,404
8,28
137º
Britânia
5.509
1.461,186
3,77
138º
Americano do Brasil
5.508
133,563
41,24
139º
Ouvidor
5.467
413,784
13,21
140º
Itaguaru
5.437
239,677
22,68
141º
Goiandira
5.265
564,687
9,32
142º
Vila Propício
5.145
2.181,580
2,36
143º
Água Fria de Goiás
5.090
2.029,413
2,51
144º
Itajá
5.062
2.091,399
2,42
145º
Campos Verdes
5.020
441,645
11,37
146º
Mossâmedes
5.007
684,452
7,32
147º
Divinópolis de Goiás
4.962
830,976
5,97
148º
Gouvelândia
4.949
824,260
6,00
149º
Formoso
4.883
844,288
5,78
150º
Turvânia
4.839 
480,775
10,06
151º
Santa Fé de Goiás
4.762
1.169,167
4,07
152º
Vila Boa
4.735
1.060,170
4,47
153º
Santo Antônio de Goiás
4.703
132,805
35,41
154º
Caturaí
4.686
207,264
22,61
155º
São Luíz do Norte
4.617
586,058
7,88
156º
Rianápolis
4.566
159,255
28,67
157º
Itaguari
4.513
146,638
30,78
158º
Alto Horizonte
4.505
503,763
8,94
159º
Santo Antônio da Barra
4.423
451,598
9,79
160º
Matrinchã
4.414
1.150,893
3,84
161º
Turvelândia
4.399
933,957
4,71
162º
Guarani de Goiás
4.258
1.229,145
3,46
163º
Montividiu do Norte
4.122
1.332,994
3,09
164º
Ouro Verde de Goiás
4.034
208,769
19,32
165º
Hidrolina
4.029
580,390
6,94
166º
Santa Tereza de Goiás
3.995
794,555
5,03
167º
Novo Planalto
3.956
1.242,733
3,18
168º
Mutunópolis
3.849
955,874
4,03
169º
Portelândia
3.839 
556,576
6,90
170º
Aporé
3.803
2.900,162
1,31
171º
Araçu
3.802
148,936
25,53
172º
São Miguel do Passa-Quatro
3.757
537,785
6,99
173º
Edealina
3.733
603,654
6,18
174º
Baliza
3.714
1.782,596
2,08
175º
Santa Isabel
3.686
807,204
4,57
176º
Varjão
3.659
519,194
7,05
177º
Campinaçu
3.656
1.974,372
1,85
178º
Aurilândia
3.650
565,340
6,46
179º
Castelândia
3.638 
297,428
12,23
180º
Amorinópolis
3.609
408,525
8,83
181º
Heitoraí
3.571
229,638
15,55
182º
Palminópolis
3.557
387,693
9,17
183º
Cromíria
3.555
364,105
9,76
184º
Taquaral de Goiás
3.541
204,218
17,34
185º
Colinas do Sul
3.523
1.708,185
2,06
186º
Novo Brasil
3.519
649,954
5,41
187º
Bonópolis
3.503
1.628,484
2,15
188º
Nova Roma
3.471
2.135,956
1,63
189º
Trombas
3.452
799,124
4,32
190º
Amaralina
3.434
1.343,172
2,56
191º
Campestre de Goiás
3.387
273,815
12,37
192º
Palestina de Goiás
3.371
1.320,687
2,55
193º
Porteirão
3.347
603,941
5,54
194º
Caldazinha
3.325
250,887
13,25
195º
Buritinópolis
3.321
247,047
13,44
196º
Estrela do Norte
3.320
301,641
11,01
197º
Rio Quente
3.312
255,961
12,94
198º
Damianópolis
3.292
415,348
7,93
199º
Arenópolis
3.277
1.074,595
3,05
200º
Gameleira de Goiás
3.275
591,994
5,53
201º
Professor Jamil
3.239
347,465
9,32
202º
Brazabrantes
3.232
123,072
26,26
203º
Santa Rita do Novo Destino
3.173
956,040
3,32
204º
Santa Cruz de Goiás
3.142
1.108,962
2,83
205º
Urutaí
3.074
626,722
4,90
206º
Teresina de Goiás
3.016
774,637
3,89
207º
Jaupaci
3.000
527,103
5,69
208º
Cumari
2.964
570,541
5,20
209º
Perolândia
2.950
1.029,625
2,87
210º
Uirapuru
2.933
1.153,473
2,54
211º
Cristianópolis
2.932
225,358
13,01
212º
Santa Rosa de Goiás
2.909
164,097
17,73
213º
Israelândia
2.887
577,482
5,00
214º
Ipiranga de Goiás
2.844
241,289
11,79
215º
Nova Iguaçu de Goiás
2.826
628,444
4,50
216º
Sítio d’Abadia
2.825
1.598,344
1,77
217º
Três Ranchos
2.819
282,069
9,99
218º
Pilar de Goiás
2.773
906,649
3,06
219º
Damolândia
2.747
84,495
32,51
220º
Mimoso de Goiás
2.685
1.386,914
1,94
221º
Panamá
2.682
433,761
6,18
222º
Ivolândia
2.663
1.257,663
2,12
223º
Córrego do Ouro
2.632
462,304
5,69
224º
Buriti de Goiás
2.560
199,292
12,85
225º
Diorama
2.479
687,348
3,61
226º
Adelândia
2.477
115,353
21,47
227º
Avelinópolis
2.450
173,640
14,11
228º
Aparecida do Rio Doce
2.427
602,134
4,03
229º
Guaraíta
2.376
205,306
11,57
230º
Mairipotaba
2.374
467,428
5,08
231º
Morro Agudo de Goiás
2.356
282,616
8,34
232º
Palmelo
2.335
58,959
39,60
233º
Jesúpolis
2.300
122,475
18,78
234º
Guarinos
2.299
595,866
3,86
235º
Nova américa
2.259
212,025
10,65
236º
Marzagão
2.072
222,428
9,32
237º
Nova Aurora
2.062
302,655
6,81
238º
Davinópolis
2.056
481,296
4,27
239º
Aloândia
2.051
102,160
20,08
240º
Água Limpa
2.013
452,858
4,45
241º
São Patrício
1.991
171,957
11,58
242º
Moiporá
1.763
460,624
3,83
243º
São João da Paraúna
1.689
287,825
5,87
244º
Cachoeira de Goiás
1.417
422,751
3,35
245º
Lagoa Santa
1.254
458,868
2,73
246º
Anhanguera
1.020
56,950
17,91
DADOS GERAIS DE GOIÁS
População: 6.003.788 habitantes
Área: 340.103,467 KM²
Densidade demográfica: 17,65 hab./km²
CAPITAL: Goiânia
Goiânia - capital de Goiás
Número de municípios: 246
FONTE: IBGE (Censo de 2010)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ÁFRICA DO SUL

  O processo de industrialização da África do Sul se intensificou a partir da independência política em 1961 e contou com uma forte participação de capitais estrangeiros, predominantemente norte-americanos e britânicos. Os investimentos externos distribuíram-se por vários setores, com destaque para a indústria extrativa, enquanto os estatais concentraram-se na indústria de bens intermediários e em obras de infraestrutura. Hoje, o parque industrial sul-africano é bastante diversificado.
A África do Sul possui o maior parque industrial da África
  Embora a África do Sul seja a maior economia do continente africano e possua importantes empresas nacionais (estatais e privadas), nenhuma delas consta na revista Fortune. Aliás, não há nenhuma empresa sul-africana nessa lista. Isso é um dos indicadores da fragilidade econômica e da limitação do mercado dos países africanos. Em 2007, o PIB da África do Sul, apesar de corresponder a um terço de toda a África Subsaariana (nessa região há 47 países), equivalia à economia argentina ou mais ou menos um quarto do PIB indiano ou do brasileiro.
Siderúrgica na África do Sul
  Os fatores que mais contribuíram para a industrialização da África do Sul foram a disponibilidade de mão de obra barata - os trabalhadores negros eram superexplorados - e as enormes reservas minerais e energéticas. No início do processo eles serviram para atrair investimentos estrangeiros, mas com o aumento da pressão internacional contra o apartheid (1961-1994), especialmente a partir dos anos 1980, muitas empresas deixaram de investir no país.
Regime do apartheid na África do Sul, que separava os negros dos brancos
  Além das pressões externas, muitos líderes sul-africanos lutaram contra o regime segregacionista. O mais conhecido deles é Nelson Mandela. Ele foi o maior líder do Congresso Nacional Africano, o mais antigo grupo antiapartheid (fundado em 1912) e o partido político no poder. Com a introdução do voto universal, Mandela, depois de ficar 27 anos preso, tornou-se o primeiro presidente negro do país (eleito em 1994).
Nelson Mandela - maior líder antiapartheid da África do Sul e primeiro negro a se tornar presidente do país.
  Apesar da extinção do apartheid, a desigualdade socioeconômica permanece. A África do Sul é um dos países com pior distribuição de renda no mundo: segundo o relatório 2009 do Banco Mundial, os 10% mais ricos se apropriam de 44,9% da renda nacional e os 10% mais pobres, de 1,3%. Segundo o mesmo relatório, 26,2% da população vive na pobreza (com menos de 2 dólares/dia) e 42,9% na extrema pobreza (com menos de 1,25 dólar/dia) A maioria da população pobre é composta de negros.
Grande parte da população pobre da África do Sul é negra
  A concentração da renda e a população relativamente pequena (4 vezes menor que a brasileira e 23 vezes menor que a indiana) restringe seu mercado interno e inibe uma expansão mais acelerada de seu PIB. Embora nos anos 2000 tenha aumentado a taxa de crescimento econômico em relação à década anterior, na qual o país estava saindo do apartheid, não chegou a apresentar um desempenho tão elevado como a Índia, embora tenha superado o Brasil. Segundo o Banco Mundial, na década de 1990, o PIB da África do Sul cresceu 2,1% ao ano e no período 2000-2007 dobrou, foi para 4,3%.
Homens explorando mina de minério de ferro na África do Sul
FONTE: Sene, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, vol. 2: espaço geográfico e globalização: ensino médio / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. -- São Paulo: Scipione, 2010.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO

O NASCIMENTO DA INDÚSTRIA PETROLÍFERA
  Atualmente, mais de 90% da energia utilizada no mundo vem do consumo de combustíveis fósseis. Os três principais combustíveis fósseis são o petróleo, o carvão e o gás natural. Eles constituem as fontes de energia mais usadas, tanto nos países industrializados como naqueles em vias de industrialização.
  Após a Segunda Guerra Mundial, o petróleo tornou-se a fonte de energia dominante, predomínio que se aprofundou a partir da década de 1960. Dada a sua facilidade de transporte e uso, ele substituiu o carvão, tornando-se um insumo-chave do desenvolvimento no século XX.
O PETRÓLEO NO SÉCULO XIX
  O primeiro poço de petróleo a ser explorado comercialmente foi aberto em 1859, na Pensilvânia (EUA). Sua principal utilidade era como combustível para iluminação. A indústria petrolífera só deixaria de ser estadunidense para se tornar uma indústria global com a descoberta de áreas de produção no Oriente Médio e com o aumento do consumo em outras áreas geográficas.
No dia 27 de Agosto de 1859, o empresário norte-americano Edwin Laurentine Drake, perfurou o primeiro poço de petróleo, com apenas 21 metros de profundidade, no estado da Pensilvânia
  Nos primórdios da exploração petrolífera, a competição era predatória: quando se anunciava uma nova descoberta, havia uma corrida para aquisição das terras vizinhas ao poço, com o objetivo de explorá-las exaustivamente. O aumento da produção reduzia substancialmente os preços, até que o esgotamento dos poços provocasse nova alta. As dificuldades de estocagem faziam com que toda a produção fosse imediatamente ofertada ao mercado.
Com a descoberta de um poço, havia a valorização das terras vizinhas
  Em 1870, surgiu nos EUA a empresa Standard Oil, criada por John Rockefeller. Seu pioneirismo consistiu na atuação verticalizada da indústria, ou seja, ela passou a organizar sua atuação estratégica por toda a cadeia produtiva, dos sistemas de refino à distribuição e ao transporte. Assim, Rockefeller conseguiu diminuir os riscos da atividade e a flutuação dos preços do produto, garantindo alta lucratividade para suas companhias.
John Rockefeller (1839-1937) - fundador da primeira empresa de refino de petróleo
  Pouco depois de fundar sua empresa, já controlava 10% do segmento de refino. Nos anos 1880-1890, controlava 90% do transporte ferroviário e oleodutos. Além disso, expandiu sua atuação para a Europa, Ásia, África do Sul e Austrália: em 1890, 70% de suas atividades eram desenvolvidas fora dos EUA. Ainda nesse ano, a Standar Oil possuía 39 refinarias de petróleo nos EUA, 100 mil empregados, 6.500 km de oleodutos e 20 mil poços de petróleo espalhados pelo globo - isso representava cerca de 90% da capacidade mundial de perfuração, refino e distribuição, constituindo um verdadeiro monopólio.
Posto de gasolina da Standard Oil nos Estados Unidos
O PETRÓLEO NO SÉCULO XX
  No início do século XX, o desenvolvimento do motor a explosão deu um grande impulso ao consumo de petróleo (formado em grande parte por hidrocarbonetos). Ele passou a assegurar a propulsão dos grandes navios transatlânticos e trens. Mais tarde, com a popularização do automóvel, o mercado de hidrocarbonetos conheceu uma formidável expansão.
  A produção de petróleo aumentou e expandiu-se pelo mundo, mas permaneceu controlada por um pequeno grupo de empresas. Durante a maior parte do século XX, elas controlaram o sistema internacional do petróleo, dominando a tecnologia de exploração e refino, a regulação da produção e a distribuição do produto. Expandiram seu domínio por toda a parte, extraindo óleo cru (bruto, sem refino), produzindo combustíveis, montando refinarias, oleodutos, bancos e financeiras internacionais.
AS SETE IRMÃS DO PETRÓLEO
  A atuação monopolista da Standard Oil foi questionada por seus concorrentes, durante mais de vinte anos, na Justiça dos Estados Unidos. Até que, em 1911, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos ordenou a divisão da companhia em 34 novas empresas independentes. Entre elas, destacavam-se a Standard Oil of New Jersey, a Standard Oil of New York e a Standard Oil of California. Mais tarde, elas compuseram, com outras duas grandes empresas dos Estados Unidos e mais duas europeias, o cartel chamado de as Sete Irmãs, criado para disputar o mercado internacional.
As Sete Irmãs
  O início do século XX é marcado por acirradas disputas pelas reservas mundiais de petróleo, em especial no Oriente Médio e pela busca de petróleo em novas regiões, como Sudeste Asiático, Venezuela, Egito, Rússia e México.
  As Sete Irmãs perceberam que o controle do suprimento de petróleo era importante para não ocorrer superprodução e guerra de preços. Por isso, começaram a atuar de maneira integrada, com o objetivo de eliminar a concorrência e controlar o mercado mundial. Como a oferta de petróleo estava descentralizada em um número crescente de países, essas companhias passaram a adotar concessões, sobretudo no Oriente Médio. No regime de concessão, uma das Sete Irmãs "arrendava" a reserva e pagava uma pequena parte para o país onde se situava. As sete empresas operavam como um cartel internacional, coordenando suas ações para evitar a concorrência. Assim, controlavam as reservas e os canais de distribuição. Os contratos de concessão introduziram a estratégia do controle geográfico. Eles eram assinados por cem anos ou mais, cobrindo grandes áreas territoriais e determinando preços baixos para os países produtores e exportadores de petróleo fora do consórcio.
  Os governos dos países desenvolvidos proporcionaram um ambiente político militar favorável para essas ações e apoiaram ativamente as companhias petrolíferas.
A ORGANIZAÇÃO DA OPEP E OS CHOQUES DO PETRÓLEO
  O domínio das Sete Irmãs recuou por força de intervenção política. No início dos anos de 1950, o Irã quebrou um acordo com uma empresa do Reino Unido e nacionalizou as ações da empresa no país. Outros países produtores tomaram medidas idênticas, colocando fim ao domínio absoluto do cartel.
  Os países produtores de petróleo passaram a reivindicar melhores condições  de remuneração. Alguns deles, como Argentina, México e Irã, criaram empresas para cuidar da produção ou editaram leis de nacionalização do petróleo. Na Venezuela, houve uma renegociação dos contratos com valores bem menores. Na década de 1950, o governo brasileiro criou a estatal Petrobras.
  Em virtude desse processo, países produtores do Oriente Médio conseguiram melhorar condições contratuais, diminuindo os prazos de concessão e a área geográfica e aumentando a tributação sobre os lucros das companhias petrolíferas.
  Paralelamente, empresas petrolíferas menores passaram a conseguir espaço em mercados internacionais, reduzindo gradativamente o poderio econômico das Sete Irmãs.
  Em 1960, alguns dos maiores exportadores mundiais de petróleo - Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela - reuniram-se para criar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), com o objetivo de coordenar a política petrolífera dos países-membros, aumentando a renda obtida com o petróleo. Esses países não estavam satisfeitos com os baixos preços, pois reduziram significativamente suas receitas públicas.
Sede da OPEP, em Viena - Áustria
  Em 1962, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o direito de todo Estado soberano poder dispor livremente de suas riquezas e recursos naturais, levando em consideração suas estratégias de desenvolvimento. Essa resolução fortaleceu países produtores de petróleo, sobretudo os da OPEP.
  Para os Estados do Oriente Médio, em particular, a situação de soberania sobre os recursos naturais e de fortalecimento da OPEP correspondia a sua própria independência.
Países que fazem parte da OPEP em laranja
  A OPEP teve o importante papel político de enfraquecer o cartel das Sete Irmãs. Sua formação significou uma restrição das estratégias de controle total das reservas pelas grandes empresas. Com o primeiro choque do petróleo (forte aumento dos preços), em 1973, o papel de regulação do mercado foi transferido das Sete Irmãs para a OPEP. O choque de 1973 representou uma séria dificuldade para as economias capitalistas, que dependiam da importação do petróleo. A partir de então, o Oriente Médio, onde se localizam as maiores reservas mundiais, passou a ser visto como área prioritária das estratégias geopolíticas mundiais.
O PRIMEIRO CHOQUE DO PETRÓLEO
  Em 1973, um fato político levou ao primeiro choque do petróleo. A guerra do Yom Kippur, entre Israel e as nações árabes, envolveu vários países ocidentais, inclusive os EUA, Países Baixos (Holanda) e Portugal. Amsterdã constituía um importante ponto estratégico, pois era o principal redistribuidor europeu de combustível. Em Portugal localiza-se a base das Lajes, o principal ponto de abastecimento estadunidense para o fornecimento de armas para Israel.
Guerra do Yom Kippur - principal motivo da primeira crise do petróleo
  Com o objetivo de pressionar os EUA e a Europa, que apoiaram Israel nos conflitos, os árabes uniram-se, reduzindo a produção de petróleo, elevando os preços do barril em mais de 70% e dando origem à maior crise do petróleo, que afetou toda a economia mundial.
  Essa situação causou pânico e confusão nos países desenvolvidos. A Europa e o Japão foram obrigados a racionar energia. Os EUA travaram o consumo e investiram em suas reservas. Os países emergentes, como o Brasil, foram muito afetados, pois o encarecimento dessa fonte de energia gerou um desequilíbrio em suas frágeis economias.
A primeira crise do petróleo foi o principal responsável pela criação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), criado pelo governo brasileiro para tornar o álcool gerado a partir da cana-de-açúcar como uma fonte de energia substituta do petróleo.
  Desde então, os países produtores de petróleo tornaram-se controladores do mercado, pois as companhias petrolíferas perderam espaço diante das nações produtoras.
O SEGUNDO CHOQUE DO PETRÓLEO
  Em janeiro de 1979, um evento político - a queda do xá (rei) Reza Pahlevi, no Irã, seguida da instalação de uma república islâmica, liderada pelo aiatolá (chefe religioso) Khomeini - levou o mundo a um segundo choque do petróleo, com a paralisação da produção iraniana. A guerra entre Irã e Iraque, iniciada em 1980, agravou a situação, elevando o preço médio do barril em mais de 80 dólares atuais. Tropas do Iraque, que contavam com o apoio dos EUA e da URSS, invadiram o vizinho Irã e não conseguiram derrubar o governo islâmico. A guerra estendeu-se por dez anos.
Iranianos comemoram a Revolução Islâmica, em janeiro de 1979
CONSEQUÊNCIAS DOS CHOQUES DO PETRÓLEO
  A nacionalização dos principais mercados produtores de petróleo provocou a horizontalização das empresas petrolíferas mundiais, ou seja, elas passaram a se especializar em poucas etapas da cadeia produtiva (produção, distribuição, transporte, refino etc.). As Sete Irmãs tiveram de abandonar as práticas de "preços internos" e estabelecer contratos com as estatais dos países hospedeiros (produtores e exportadores de óleo cru) para obter a matéria-prima de sua indústria.
  Uma das principais consequências dos choques do petróleo foi o surgimento de novas áreas produtoras, não pertencentes ao cartel. Além disso, a crise suscitou projetos de substituição energética - dos combustíveis fósseis por fontes alternativas - e de conservação de energia.
Energia eólica - uma das fontes alternativas de energia
  No entanto, com o passar do tempo, os limites impostos pela OPEP foram sendo desrespeitados por alguns países, o que enfraqueceu a organização, que em 2010 era formada por 12 países: Arábia Saudita, Argélia, Angola, Catar, Emirados Árabes Unidos, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria e Venezuela.
OCUPAÇÕES MILITARES MOTIVADAS  PELO INTERESSE POR PETRÓLEO
  O petróleo tornou-se um elemento central para o interesses geopolítico das potências industriais.
  Os choques do petróleo, foram ocasionados principalmente pela ação dos cartéis e pelo uso político de seu poder de produção. Um novo choque do petróleo, ocorrido a partir de 1999, foi resultado do aumento do consumo mundial, inclusive por causa do desenvolvimento dos países emergentes, como o intenso crescimento chinês. Assim, o preço do barril de petróleo chegou a um pico em julho de 2008, passando a valer 147 dólares, e caiu para 28 dólares em dezembro do mesmo ano.
Variação do preço do petróleo entre 1995 e 2005
  Na história recente, houve dois conflitos armados relacionados à posse do petróleo e ao controle geopolítico: a Primeira Guerra do Golfo (1990) e a invasão do Iraque, também chamada de Segunda Guerra do Golfo (2003).
A PRIMEIRA GUERRA DO GOLFO
  Com o fim da Guerra Irã-Iraque (1980-1989), o Iraque viu-se endividado e necessitando fortemente realizar uma recuperação econômica. Boa parte de suas dívidas tinham como credor o Kuwait, país ao sul do seu território e também possuidor de grandes reservas petrolíferas.
Poços de petróleo em chamas durante a Guerra do Golfo em 1991
  No início dos anos 1990, o Iraque pressionava a OPEP a diminuir a produção de petróleo como forma de aumentar o preço, o que lhe daria mais recursos para sua reconstrução. Mas o Kuwait aumentou sua produção, não seguindo as cotas da OPEP, e ainda retirando petróleo dos campos iraquianos. Além disso, o Kuwait tinha uma infraestrutura portuária muito melhor que a do Iraque, que fora em grande parte destruída durante a guerra nos anos 1980.
  Assim, com o intuito de aumentar seu poder regional e obter uma saída maior para o Golfo Pérsico, o presidente do Iraque, Saddam Hussein, iniciou a guerra, anexando o Kuwait ao território iraquiano, em agosto de 1990.
Saddam Hussein - ex-presidente do Iraque
  A resposta dos países árabes e dos EUA foi rápida, exigindo sanções da ONU, entre elas um embargo comercial e a autorização para o envio de tropas. No início de 1991, forças militares invadiram o Kuwait para retaliar dali as tropas iraquianas. A invasão do Kuwait por uma coalizão liderada pelos EUA ficou conhecida como Operação Tempestade no Deserto e pôs fim à ocupação iraquiana. Vários países da região abrigaram tropas estadunidenses em seu território, principalmente o Kuwait, que permaneceu controlado pelos EUA durante um bom tempo.
Soldados norte-americanos caminham no deserto iraquiano durantea Operação Tempestade no Deserto na Guerra do Golfo em 1991
  O cessar-fogo ficou condicionado ao abandono, pelo Iraque, de suas armas de destruição em massa e das instalações capazes de produzi-las.
  Durante a guerra, houve uma alta significativa do preço do petróleo. Logo após seu fim, deu-se uma queda, até meados dos anos 1990, quando os preços voltaram a oscilar. O controle da região pelas tropas estadunidenses garantiu certa estabilidade na produção e na ação da OPEP. O Iraque ficou proibido de comercializar seu petróleo sem autorização direta da ONU, que apenas permitia a troca de petróleo por alimentos e remédios.
A SEGUNDA GUERRA DO GOLFO
Mapa do Iraque ocupado
  A chegada de Hugo Chávez ao poder na Venezuela (1999), grande produtor mundial de petróleo, provocou uma nova escalada do preço do barril. Em seguida, com a recessão estadunidense e os atentados de 11 de setembro de 2001, o presidente dos Estados Unidos George W. Bush mostrou-se determinado a invadir militarmente o Iraque. As justificativas eram o apoio de Saddam Hussein ao terrorismo internacional, a defesa da democracia e a existência de armas de destruição em massa no território iraquiano, mesmo após várias inspeções da ONU, que não encontraram tais armas. Em março de 2003, tropas estadunidenses e inglesas invadiram o Iraque. Os Estados Unidos passaram a controlar as imensas reservas de petróleo iraquianas.
Prédio do governo iraquiano em chamas após ser bombardeado pelas tropas estadunidenses em 2003
  A guerra durou cerca de seis semanas e não teve o apoio da ONU. Vários países se posicionaram contra a guerra, como França, China e Rússia.
  Em abril daquele ano, forças da coalizão lideradas pelos Estados Unidos tomaram a capital iraquiana, Bagdá, destituindo Saddam Hussein. Preso em 2004, foi executado pelo governo iraquiano em 2006.
Saddam Hussein momentos antes de ser morto por enforcamento em 2006
  Segundo dados de 2008, o número de iraquianos mortos após a invasão ultrapassou 1 milhão de pessoas, entre civis e militares. As acusações de tortura e desrespeito aos direitos humanos e a morte de jovens soldados fizeram com que a ocupação ganhasse pouco apoio popular.
A ATUAÇÃO GEOPOLÍTICA NO CÁUCASO E NA AMÉRICA LATINA
  A região do Cáucaso também tem sido palco de conflitos envolvendo o petróleo. Área de grandes reservas e de produção petrolífera, é uma das principais fornecedoras para a Europa e os EUA, e para a Ásia (China, Japão e Coreia do Sul).
Mapa do Cáucaso com suas rotas petrolíferas
  O controle de oleodutos e gasodutos da região tem despertado grande interesse geopolítico; assim, alguns conflitos locais têm sido apoiados pelas grandes potências, como a Rússia e os Estados Unidos.
  Os principais produtores de petróleo na América Latina são Venezuela, México e Brasil, mas há reservas significativas no Equador e na Bolívia. Esta tem destacada importância na produção de gás. Na última década, um novo panorama nacionalista tem modificado a geopolítica dos recursos naturais da América Latina.
  Políticas de integração regional baseadas em parcerias para a exploração de petróleo e gás têm sido adotadas por meio da atuação das grandes empresas petrolíferas desses países.
  Algumas parcerias na construção de refinarias (em Pernambuco, por exemplo) e gasodutos (Brasil-Bolívia) marcam uma nova fase nos anos 2000, buscando reverter a perda de controle das reservas naturais características dos anos 1990, quando a adoção das políticas neoliberais levou à privatização de empresas petrolíferas (caso da Argentina) e de reservas de gás (caso boliviano).
FONTE: Geografia, 3º ano: ensino médio / organizadores: Fernando dos Santos Sampaio, Ivone Silveira Sucena. -- 1ª ed. -- São Paulo: Edições SM, 2010. (Coleção ser protagonista).

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