sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

JUNTA DE MYANMAR ALERTA SOBRE 'NAÇÕES AGRESSIVAS' QUE TENTAM CONTROLAR O PAÍS

Unidade e segurança nacionais podem ser ameaçadas por intervenções estrangeiras

O Estadão
  O chefe da Junta Militar de Myanmar, o general Than Shwe, fez uma chamada nesta terça-feira (25/01) para que a população se resguarde de tentativas de "nações agressivas" para tomar o controle do país e desta forma colocar em perigo a unidade e segurança nacionais.
  "É preciso proteger a nação contra qualquer forma de intervenção, para garantir que a independência e a soberania da pátria jamais se encontre sob a ingerência estrangeira", indicou um discurso lido em nome de Than Shwe para comemorar o Dia da Independência.
  Segundo a imprensa da dissidência, o máximo líder birmanês advertiu que "elementos externos" seguirão tentando mobilizar birmaneses incautos para impedir o desenvolvimento nacional.
  Than Shwe destacou ainda que as eleições de novembro foram realizadas "com sucesso e sem violência, o que é um êxito e um orgulho", embora não tenha feito nenhuma menção à libertação da líder opositora Aung San Suu Kyi.
  Myanmar é governado pelos militares desde 1962, e o pleito de 2010 foi o primeiro em duas décadas.
  Na ocasião, os partidos apoiados pelos generais se impuseram com maioria absoluta, enquanto a maior parte da oposição se uniu ao boicote liderado pela Liga Nacional pela Democracia,de Suu Kyi.
  Uma semana depois das eleições, a Nobel da Paz foi libertada após cumprir pena de prisão domiciliar desde 2003.
Conheça um pouco Myanmar
Nome: República da União de Myanmar
Nacionalidade: birmanesa
Independência: 4 de janeiro de 1948 do Reino Unido
Idiomas: birmanês (oficial), dialetos regionais
Capital: Nay Pyi Daw (100.000 habitantes)
Nay Pyi Daw - capital desde 2006 de Myanmar. Fonte: Wikipédia
Área: 676.578 km² (39°)
População: 55.798.000 hab. (25°)
Densidade demográfica: 75 hab./km² (119º)
População urbana: 27%
População rural: 73%
Maiores cidades:
Yangun: 2.513.023

Yangun, maior cidade de Myanmar. Foto: Google images
Mandalay:  1.177.000 habitantes
Rua de Mandalay - segunda maior cidade de Myanmar
Mawlamyine: 525.927 habitantes

Mawlamyine - terceira maior cidade de Mianmar. Fonte: Google images
Religião: budismo teravada (89,1%), cristianismo (4,9%), islamismo (3,8%), outras (2,2%)
Clima: tropical com chuvas de monções
PIB: US$ 35,646 bilhões (83°)
IDH: 0,451 (132°)
Expectativa de vida: 62,1 anos (148º)
Mortalidade infantil: 66/mil (158º)
Alfabetização: 89,9 (97º)
Moeda: Quiat
História de Mianmar
  Crê-se que o primeiro grupo étnico a migrar para o vale do baixo Irauádi foi o dos mons que, dominantes no sul da região na altura de 900 a.C., estiveram entre os primeiros no Sudeste Asiático a adotar o budismo.
  No século I a.C., seguiram-se os pyus, de língua tibetano-birmanesa, que fundaram diversas cidades-Estado no Irauádi central. O reino pyu foi dizimado no século IX pelo reino Nan chao (atual Yunnan).
Província de Yunnan. Fonte: Wikipédia
  Os birmanes ou bramás começaram a migrar do reino de Nan chao (Yunnan) para o vale do Irauádi a partir do século VII e, em 849 d.C., fundaram um pequeno reino com centro em Pagan. No reino de Anawrahta (944-1077), a influência Pagan expandiu-se para o território aproximado ao de Myanmar atual.
Vale do Irauádi. Fonte: Wikipédia
  Após conquistar a capital mon em 1057, os birmaneses adotaram o budismo teravada (mais antiga escola budista), e desenvolveram a escrita birmanesa, baseada na escrita mon. Os reis de Pagan construíram muitos templos e pagodes  (templo ou monumento budista) no país, aproveitando-se da prosperidade trazida pelo comércio.
Templo budista em Myanmar. Fonte: wikipédia
  A ascendência de Pagan no vale do Irauádi chegou ao fim com a invasão mongol pelas forças de Cublai Cã, a partir de 1277; Pagan foi saqueada em 1287. Embora os mongóis não tenham permanecido no vale do Irauádi, o povo tai-shan, que os acompanhava, instalou-se na região. Sucedeu ao reino Pagan um conjunto de pequenos Estados, em geral controlados por shans incorporados à cultura local, como os conjuntos de pequenos Estados, em geral controlados por shans incorporados à cultura local, como os reinos de Ava e de Pegu. Em 1527, os shans conquistaram a capital Ava.
  Com a ajuda de birmanes que haviam fugido de Ava, o pequeno reino birmane de Taungu derrotou o poderoso reino mon de Pegú, de modo a reunificar a Baixa Birmânia, por volta de 1540. Posteriormente veio a conquistar a Alta Birmânia (1555), Manipur (1556), Estados Shans (1557), Chiang Mai (1557), o reino sianês de Ayutthaya (1564, 1569) e o reino laosiano de Lan Xang (1574), assim controlando a maior parte da porção ocidental do Sudeste da Ásia.
Bagan - capital do império birmanês até o século XVIII. Fonte: mundoafora.blogspot
  Com a morte do Rei Bayinnaung, em 1851, seu reino desmoronou. Os siameses de Ayutthaya expulsaram os birmaneses, enquanto que em 1599 forças da etnia arracanesa, ajudada por mercenários portugueses, saquearam Pegu (agora capital do reino de Taungu). O principal mercenário português, Filipe de Brito e Nicote, revoltou-se contra seus mestres arracaneses e passou a controlar o que era então o mais importante porto da Birmânia, Sirião (hoje Thanlyn).
Ruínas em Thanlyn - marcas da ocupação portuguesa no século XVII. Fonte: tugasdumcatano.blogspot
  Os birmaneses, chefiados pelo Rei Anaukpetlun (1605-1628), reorganizaram-se e derrotaram os portugueses em 1611. Anaukpetlun restabeleceu um reino de dimensões menores com base em Ava e que incluía a Alta e Baixa Birmânias e os Estados shans (mas sem os arracaneses ou Tanintharyi). O posterior declínio daquele reino assistiu a uma revolta bem-sucedida dos mons, a partir de 1740, com a ajuda francesa e incentivo siamês; os mons conquistaram a Baixa Birmânia em 1747 e terminaram por extinguir a Casa de Taungu em 1752, com a queda de Ava.
Estátua do Rei Anaukpetlun. Fonte: wikipédia
  O Rei Alaungpaya (1752-1760) instituiu a dinastia Konbaung em Shwebo, em 1752, fundou Rangum em 1755 e, na altura de sua morte havia reunificado o país. Os conflitos com a China Qing e os siameses na segunda metade do século XVIII não tiveram resultado decisivo, mas os birmaneses lograram conquistar os arracaneses a oeste, além de anexar formalmente Manipur, em 1813.
Trecho em Rangum. Fonte: Wikipédia
  Os birmaneses sufocaram uma revolta em Manipur, em 1819 e naquele ano conquistaram o reino de Assã, até então independente. Tais aquisições estenderam o território birmanês até a Índia Britânica. Os britânicos derrotaram os birmaneses na Primeira Guerra Anglo-Birmanesa (1824-1826), resultando na cessão, por parte de Myanmar, de Assã, Manipur, Arracão e Tenassarim.
  A Segunda Guerra anglo-Birmanesa, em 1852, durou três meses, após o que os britânicos anexaram as restantes províncias litorâneas: Irauádi, Rangum e Pegu, renomeadas Baixa Birmânia. Após o reinado do popular Rei Mindon (1853-1878), fundador de Mandalay, os britânicos depuseram o fraco Rei Thibaw (1878-1885), na Terceira Guerra Anglo-Birmanesa.
  Com essa guerra, a Família Real birmanesa foi exilada para a Índia. As Alta e Baixa Birmânias foram reunidas e administradas como uma única província da Índia Britânica.
Tropas britânicas e birmanesas enfrentam-se em Assam
Época Colonial (1886-1948)
  Os britânicos construíram prisões e estradas de ferro. O ressentimento birmanês com a ocupação colonial, manteve-se forte e ocasionalmente provocava distúrbios violentos. O descontentamento era provocado particularmente pelo que era visto como desrespeito à cultura e tradições birmanesas, como o uso de sapatos pelos britânicos, ao entrar em templos e santuários budistas. O Budismo passou a ser empregado como foco de resistência pelos birmaneses e os monges budistas tornaram-se a vanguarda do movimento pela independência.
Vila em Myanmar. Fonte: Wikipédia
  Em 1º de abril de 1937, Myanmar passou a ser um território administrado separadamente da Índia.
  Durante a Segunda Guerra Mundial, Myanmar transformou-se numa das principais frentes de batalha do "Teatro" do Sudeste Asiático. A administração britânica, desmoronou face ao avanço japonês e cerca de 300.000 refugiados cruzaram a selva para a Índia; apenas 30.000 chegaram com vida. A campanha militar japonesa expulsou os britânicos de Myanmar, mas o Reino Unido contra-atacou com tropas do exército indiano britânico e, na altura de 1945, havia retomado o país. Tropas autóctones lutaram nos dois lados da guerra.
Tropas britânicas lutando na Segunda Guerra Mundial. Fonte: Wikipédia
República Democrática (1948-1962)
  Em janeiro 4 de janeiro de 1948, o país tornou-se uma república independente, fora da Commonwealth Britânica (Comunidade Britânica de Nações - fazem parte alguns países que foram colônias do Reino Unido e que, apesar de serem independentes, têm a Rainha da Inglaterra como chefe de Estado), com o nome oficial União da Birmânia. Sao Shwe Thaik assumiu a presidência e U Nu, o cargo de primeiro-ministro. Institui-se um parlamento bicameral (prática política em que a legislatura de um país é dividida em duas câmaras).
Sao Shwe Thaik. Fonte: Google images
  Em 1961, o birmanês U Thant foi eleito Secretário-Geral das Nações Unidas, o primeiro indivíduo não-ocidental a ocupar a chefia de uma organização internacional; ele permaneceria no cargo por dez anos.
U Thant. Foto: ONU
Regime Militar (desde 1962)
  O regime democrático terminou em 1962, quando o General Ne Win comandou um golpe de Estado militar. Ele governou por quase 26 anos e suas políticas  foram implementadas com o mote "caminho birmanês para o socialismo". em 1974, as forças armadas reprimiram com violência protestos contra o governo durante o funeral de U Thant.
General Ne Win. Fonte: Google images
  Em 1988, a má gestão econômica e a repressão política provocaram manifestações pró-democracia generalizadas. As forças de seguranças sufocaram as manifestações com a morte de centenas de pessoas. O General Saw Maung chefiou um Golpe de Estado e criou o Conselho de Estado para a Restauração da Lei e da Ordem (na prática, o governo do país).
General Saw Maung. Fonte: igihe.com
  Em 1989, o Conselho declarou lei marcial para lidar com mais protestos e alterou o nome oficial do país em inglês para Union of Myanmar (adaptado em português como União de Myanmar).
  Em maio de 1990, o governo promoveu eleições livres pela primeira vez em quase 30 anos. A Liga Nacional pela Democracia, partido de Aung San Suu Kyi, ganhou 392 dos 489 assentos na Assembleia Popular, mas os resultados foram anulados pelo Conselho, que se recusou a deixar o poder. Chefiado por Than Shwe desde 1992, o regime militar logrou negociar acordos de cessar-fogo com a maioria dos grupos de guerrilha étnica. em 1997, o Conselho passou a ser denominado de Conselho de Estado para a Paz e Desenvolvimento.
  Em 23 de junho de 1997, Myanmar aderiu à Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Em 27 de março de 2006, a junta militar transferiu a capital de Rangun para um local próximo a Pyinmana, dando-lhe o nome de Naypyidaw, que significa "cidade dos reis".
  Em novembro de 2006, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) anunciou que procuraria processar na Corte Internacional de Justiça os membros da junta militar de Myanmar por crimes contra a humanidade, devido à prática de trabalho forçado de seus cidadãos.
Manifestante morto pela polícia de Myanmar. Fonte: cyberdemo.blogspot.com
  Em agosto de 2007, surgiram novos protestos pela democracia no país, chefiados por monges busdistas e reprimidos com força pelo governo.
Monges budistas protestando contra a falta de liberdade em Myanmar. Fonte: novo-mundo.org
Em 3 de maio de 2008, um devastador ciclone tropical atingiu o litoral do país e, segundo algumas estimativas, deixou pelo menos 134.000 mortos e desaparecidos, e talvez um milhão de desabrigados.
Imagens do ciclone que devastou Myanmar. Fonte: Google images 
Economia
  Myanmar é um dos países mais pobres do Sudeste da Ásia e sofre há décadas de estagnação econômica, má administração e isolamento. O seu PIB cresce 2,9% ao ano, taxa considerada baixa em comparação com outras economias da região.
  Sob o controle britânico, Myanmar era um dos países mais ricos do Sudeste da Ásia e o maior exportador mundial de arroz. Produzia petróleo e possuia recursos naturais e humanos, com uma população altamente alfabetizada. Cerca de 75% da teca (Tectona grandis, também chamada comercialmente de teak ou djati, é uma madeira bastante usada na construção naval, devido à sua durabilidade) produzida no mundo, originava-se em Myanmar.
Tectona grandis - bastant utilizada na construção naval. Fonte: Wikipédia
  Após o Golpe de Estado de 1962, o goerno procurou estatizar as indústrias, mas em 1989 passou a descentralizar a economia. Em anos recentes, a China e a Índia têm se aproximado de Myanmar, com vistas a obter benefícios econômicos. Muitos países, como os EUA, Canadá e a União Europeia, impuseram snações comerciais e de investimento. O investimento estrangeiro é proveniente da China, Cingapura, Coreia do Sul, Índia e Tailândia.
  Além da produção de drogas ilegais, como o ópio, a atividade econômica birmanesa inclui produtos agrícolas, têxteis, produtos de madeira, material de construção, pedras preciosas, metais e gás natural. Os arrozais cobrem cerca de 60% da área cultivada e 97% da produção de grãos no país.
Campo de arrozal em Myanmar. Fonte: curiosidadesdeculturas.blogspot

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

LAOS ABRE SUAS PORTAS PARA O TURISMO

Folha On Line
  Após quase duas décadas de isolamento, o Laos começa a abrir suas portas para o turismo - uma oportunidade sem paralelos para quem pretende vislumbrar a atmosfera da antiga Indochina. Fortemente bombardeada durante a Guerra do Vietnã, a "Terra de Milhões de Elefantes" - como a região era conhecida há seis séculos - ainda mantém exotismo capaz de torná-la, sem exageros, um dos pontos altos de viagens ao Sudeste Asiático. Monges com vestimentas cor de açafrão, vastos arrozais e o sincretismo entre a arquitetura francesa e as construções tradicionais desta ponta da Ásia criam um cenário único, ainda praticamente intocado.
Estátua budista no Laos. Fonte: aerospot.wordpress
  Turismo, turistas, dólares e compras. Acostumado a uma calmaria capaz de causar estranhamento ao viajante recém-chegado, por exemplo, de Bancoc, o povo laociano ainda busca acomodação a esses e outros conceitos distantes de sua realidade recente e se diverte às custas da presença cada vez maior dos "elefantes brancos" - referência comum aos europeus de pele clara e altura bastante superior à média.
 Um dos países menos desenvolvidos e mais enigmáticos do sudeste asiático, o Laos reconhece no estrangeiro motivo de riso e curiosidade e nos cobiçados dólares, uma saída para as precárias condições de vida da população local.
  Em aldeias no interior, onde há pouca gente, além dos nativos, não surpreende que ocidentais sejam considerados verdadeiros alienígenas, alvo fácil de beliscões e capazes de provocar choro nas crianças.
  Mas é justamente essa completa ausência da interferência estrangeira que mantém o charme influenciado pela cultura francesa da época colonial e o exotismo sem paralelos da vida tradicional, permeada pelo budismo em todas as suas instâncias.
  Seja na capital Vientiane ou em pequenas cidades no interior, imensos arrozais convivem com riquíssimos templos e uma arquitetura colonial única, com remanescentes do que foi a Indochina - reunião dos ex-protetorados franceses - Vietnã e Camboja, a que o Laos se juntou oficialmente em 1893, como um membro menos interessante do ponto de vista econômico.
  À época da colonização francesa, percebeu-se que o rio Mekong, que percorre 1.800 km ao longo do país, não é navegável em muitos trechos, e o Laos não tem reservas de metais preciosos. Com terreno montanhoso, oferece pouco espaço para uma agricultura mais moderna.
  Hoje, enquanto o Camboja sofre com fortes divisões internas, e o Vietnã vem se tornando um país cada vez mais industrializado, o Laos parece satisfeito em manter-se alheio às influências da vida moderna, enquanto tenta transformar-se no país mais estável da região, mesmo com uma economia discreta, baseada na agricultura de subsistência.
Paisagem de guerra
  Para completar um quadro que permita compreender a atualidade no Laos, some-se a isso a onipresença das imagens de uma guerra que oficialmente não aconteceu - de campos minados e crateras que lembram a superfície da Lua a vasos de flores e casas construídos sobre destroços de bombas.
  Embora não-envolvido diretamente na Guerra do Vietnã, o país foi fortemente atacado em suas fronteiras e recebeu carregamentos de bombas despejados de aviões que sobrevoavam seu território.
  Isso lhe rendeu o título pouco engrandecedor de país mais bombardeado da história das guerras modernas e uma ajuda internacional de cerca de US$ 2 milhões somente este ano para o esforço de "desminagem" (retirada de minas).
  Calcula-se que tenha sido alvo de 150 mil mísseis e de cerca de 2 milhões de toneladas de bombas. Um dos maiores símbolos desse período, a pequena aldeia de Ban Apa, ao norte da capital, construiu boa parte de suas casas suspensas sobre pilotis que aproveitam carcaças de bombas.

Casas construídas sobre carcaças de bombas na aldeias de Ban Apa. Fonte: Folha On line
  O sítio arqueológico conhecido como Planície dos Jarros também assusta ao remeter a um imaginário de guerra.
Planície dos Jarros. Foto: Google images
  A 4,5 km da pequena cidade de Phonsavan, acessível apenas por meio de um antigo aeroporto militar, a trilha que conduz aos jarros de origem desconhecida, com até 3 m de diâmetro, só deve ser percorrida com um guia local. Grupos de "desminagem" ainda trabalham na área, e é possível ver, dentro dos vasos, algumas das milhares de minas ainda não-detonadas na região.
  Os tours mais comuns conduzem também a uma caverna onde cerca de 400 pessoas morreram após terem sido bombardeadas supostamente por um avião norte-americano. Há crânios e ossos propositalmente espalhados pelo chão.
  Apesar disso, vai se surpreender quem espera um clima desolado no país ou um povo abatido pelas tragédias.
Simpatia na rotina
  Por todos os lugares, circulam, misturados a uma sorridente população, monges e noviços budistas ávidos por exercitar o seu, às vezes, bom inglês, aprendido nos monastérios. Ansiosos por saber mais sobre o ocidente, acabam sendo uma porta de entrada para um bom chá da tarde ou outras cerimônias reservadas.
  A cidade de Luang Prabang, a 140 km da capital, resume de modo singular a simpatia da população e a beleza do país. Considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, a cidade de 16 mil habitantes ostentou, até 1975, o título de capital real.
Vista da cidade de Luang Prabang. Foto: Google images
  Hoje ainda conserva 32 dos 66 templos ou wats (na língua local) existentes antes da colonização francesa.
  Situada entre os rios Mekong e Khan, é a mais bela cidade do Laos, com poucas concessões ao estilo do século 20. Os horários de rush resumem-se à saída de estudantes das escolas com suas bicicletas se misturando ao pequeno tráfego de tuk-tuks - motos adaptadas para receber uma pequena carroceria, usadas no transporte de passageiros.
  Seja no belíssimo Wat Xieng Thong, às margens do Mekong nas escadarias do Wat Pha Baat Tai, ou na montanha Phu Si, que oferece visão privilegiada da cidade, o pôr do sol vira atração turística, capaz de rivalizar com templos, pequenas aldeias de camponeses e tribos pelos arredores ou mercados que permitem conhecer mais de perto a vida cotidiana.
Pha That Luang é o mais importante monumento do Laos e símbolo do budismo nacional. Sua construção iniciou-se em 1566 e, ao longo dos anos foram construídos quatro templos ao redor da stupa. Fonte: gentedomundo.blogspot
  Por todos os lados, os alegre habitantes, em especial crianças, formam filas ao redor dos turistas repetindo à exaustão o cumprimento local: SaBayDii (uma espécie de "oi").
Locomoção
  De qualquer modo, há restrições e dificuldades de locomoção pelo país. O regime comunista implantado em 1975 criou uma legião de dissidentes, muitos deles hoje na Tailândia. Órgãos oficiais do governo desaconselham viagens por terra ou barco, temendo eventuais ações de guerrilha - que poderiam desgastar o esforço de aproximação com o ocidente.
  Também há problemas com membros da tribo Hmong, habitantes das montanhas no interior do país, que sonham criar um território independente.
  Como alternativa única para uma viagem considerada segura, a Lao Aviation com sua frota de aviões chineses, na linha dos russos Antonov, conecta praticamente todas as maiores cidades por preços relativamente baixos.
  Com tudo isso, o Laos ainda mantém o ambiente descrito pelo pesquisador francês Henri Mouhout, um dos primeiros viajantes a percorrer e a produzir descrições detalhadas da Indochina.
  Em meados do século passado, Mouhout escreveu: "as vilas consistem de poucas cabanas, e as condições sanitárias são lamentáveis (...). A profunda tranquilidade das florestas e a viçosa vegetação tropical são indescritíveis e, à meia-noite, me impressionam muito."
  Mais de 150 anos depois, a capital Vientiane se orgulha da melhoria em sua infra-estrutura, visível a cada esquina, mas ainda impressiona, não só pela sucessão interminável de templos, como pela presença constante de vacas, deitadas sem cerimônia pelas principais ruas.
Modelo europeu
  Paradoxalmente, a cidade parece ter se esforçado na aproximação aos modelos europeus. Há bulevares de aspecto parisiense, com direito até mesmo a um "Arco do Triunfo", formando uma estranha mistura de arquitetura neo-colonial e influência oriental, ao final da larga avenida Lane Xang.
Patuxai é o "Arco do Triunfo" de Vientiane, que homenageia as pessoas que morreram nas guerras pré-revolucionárias. Foi construído em 1969. Fonte: gentedomundo.blogspot
  A despeito disso, a maior prova de que os franceses estiveram lá são as excelentes baguetes recém-saídas do forno vendidas em barracas e pequenas confeitarias pelas ruas. Acompanhadas de patês, oferecem estranha e saborosa combinação com garrafas de Beer Lao, a cerveja local.
  Os traços da história mais recente surgem muito claros em uma visita ao Museu Revolucionário do Laos. Centenas de imagens e objetos mostram a saga do "povo lao" em sua luta contra os "imperialistas norte-americanos".
Mercados
  Mas o melhor ângulo de aproximação com o dia-a-dia da população surge nos vívidos mercados, na capital e no interior, onde antiquidades e imitações dividem espaço com tudo o que se pode comer nessa terra. Baratas, ratos e até mesmo pequenos tigres comercializados a US$ 6 causam certa repulsa à primeira vista e podem tirar o apetite, mesmo diante dos cardápios mais refinados.
Rato sendo vendido nas ruas das cidades do Laos. Foto: Google images
  Seria exagero afirmar que existe uma infraestrutura turística no país, que recebe menos de 20 mil estrangeiros por ano. Mas alguns bons hotéis, comida e vinhos franceses de boa qualidade e um serviço bancário e de comércio que aceitam as principais moedas e cartões de crédito permitem uma viagem tranquila.
Visto é difícil
  Chegar ao Laos vale a pena, mas exige algum esforço. O país não mantém embaixada no Brasil, o que torna complicada a obtenção do visto obrigatório antes da partida.
  Desde julho de 1997, tornou-se possível conseguir o visto por US$ 50 no Aeroporto de Wattay, em Vientiane, ou na Ponte da Amizade sobre o rio Mekong, na fronteira entre Tailândia e Laos. Nos dois casos, as autoridades locais costumam ser bastante exigentes.
  Quem preferir chegar com a garantia da entrada, pode tentar obter o visto através de agências de turismo. Como não há vôos diretos para o Laos partindo do Brasil, da Europa ou dos EUA, o melhor é aproveitar uma passagem obrigatória pela Tailândia ou pelo Vietnã para resolver o problema. O trâmite pode levar de três a quatro dias. Os vistos são válidos por 15 dias, podendo ser estendidos por mais 15.
  A melhor época para visitar o país é entre dezembro e abril, quando o clima está seco e as temperaturas médias ficam próximas aos 30ºC.
Conheça um pouco de Laos
Nome: República Democrática Popular do Laos
Capital: Vientiane (450.000 hab.)
Vista de Vientiane. Fonte: Google images
Língua: laociano
Independência: 19 de julho de 1949, da França
Área: 236.800 km² (81º)
População: 6.677.534 hab. (101º)
Densidade demográfica: 26 hab./km² (155º)
PIB: U$ 6,341 bilhões (138º)
IDH: 0,497 (122º)
Expectativa de vida: 64,4 anos (140º)
Mortalidade infantil: 51,4/mil nasc. (137º)
Alfabetização: 68,7% (139º)
Moeda: Kip Laosiano
Aspectos Geográficos
  O Laos é um país do Sudeste Asiático, ex-colônia da França e um dos países mais pobres da Ásia. Seu território encontra-se em uma área tropical montanhosa, coberta por densas florestas, o que deixa apenas uma pequena parte das terras adequadas à agricultura. É o único país do Sudeste Asiático que não é banhado pelo oceano.
Paisagem do Laos. Fonte: wordpress
  O budismo prevalece no país, sendo a religião de quase 50% das pessoas, dividindo o espaço com as crenças tradicionais.
Wat Si Saket, decorado com algumas milhares de estátuas de Buda. Fonte: gentedomundo.blogspot
História
  A história conta que no século XII os laos, imigrantes de China, chegaram a zona do império Jemer, onde séculos de luta entre as regiões deram pé a unificação do país em mão de governantes de Luang Pradang que dominavam Laos e Tailândia.  O país foi ocupado por muito tempo pelos imigrantes Tais (uma família etno-lingüística que incluía a Shans, Siameses, laos e muita tribos pequenas) e pelas tribos de Hmong-Mien. A região foi dominada pelo reino Nanzhao até o século XIV, sucedido pelo reino local de Lan Xang. A dinastia de Lan Xang foi ao declínio no século XVIII, quando a Tailândia assumiu o controle da área setentrional do reino. Em 1707 o reino se dividiu em dois estados e obtiveram a supremacia no começo do século XVII.
Estátua de um Shans. Foto: Google images
  No século XIX, a França, que já dominava o Vietnã, assume também o protetorado do Laos, formando assim a Indochina, em 1893.
Mapa da Indochina. Fonte: Ásia Maps
  Durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses invadiram a Indochina. Ao terminar esta guerra, um grupo de resistência de Laos Issara, fez pressão para evitar que voltasse o domínio francês. Em 1949, Laos obteve sua autonomia dentro da União Francesa, e por meio dos termos da Conferência de Genebra de 1954, que pois fim a guerra da Indochina, o país consegue a independência completa, e o Pathet Lao, movimento nacionalista e comunista, fundado alguns anos antes, ocupa duas províncias no norte.
Imagens da Segunda Guerra Mundial em Laos. Fonte: enciclopedia.com
  Com o apoio das forças internacionais, o movimento vai se impondo até que em 1975 a monarquia e o governo de coalizão são abolidos estabelecendo a República Popular Democrática de laos e se nomeia presidente o líder do movimento Pathet.
Pathet Lao - líder revolucionário do Laos. Fonte: Wikipédia
  Mais tarde é reaberta a fronteira com Tailândia e em 1977 se firma um tratado de amizade com Vietnã. Em 1990 o Japão concede ajuda financeira ao país para a realização de diversos projetos. Na atualidade o chefe de estado é Nouthak Phoumsavan, sendo o chefe de governos Khamtai Siohandon desde o ano de 1991.
Economia de Laos
  A economia do Laos é subdesenvolvida, tendo mais de 75% de sua população economicamente ativa trabalhando no campo.
  O Laos é um dos poucos países que adotam a economia socialista no mundo. O Governo começou a descentralizar o controle e a promover a iniciativa privada em 1986. Os resultados se fizeram sentir: o crescimento econômico alcançou a média de 6% a.a., no período de 1988-2004, exceto no curto período da crise asiática (1997/98).
Feirantes nas ruas de Vientiane. Fonte: Google images
  O país ainda depende, em grande parte da agricultura, principalmente do cultivo do arroz, que é praticado na baixada fértil do rio Mekong e seus afluentes, ou em algumas partes montanhosa, no sistema de terraceamento.
Cultivo de arroz nas montanhas, no sistema de terraceamento. Fonte: wordpress.com
  Laos possui uma infraestrutura bastante deficiente. O país não possui ferrovias e as principais rodovias do país conectam os maiores centros urbanos. A maioria das pequenas vilas só se ligam a estas rodovias por meio de pequenas estradas de terra, que nem sempre são navegáveis o ano inteiro.
Imagem de uma vila no interior do Laos. Fonte: wordpress.com
  As telecomunicações internas e com o exterior são limitadas. Recentemente, o país vem investindo no turismo, graças as suas belezas naturais e arquitetônicas.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

SUDESTE ASIÁTICO

     O Sudeste Asiático é formado por países que podem ser divididos em continentes e insulares e localiza-se entre os oceanos Pacífico e Índico. Os países que integram essa região asiática, são ex-colônias francesas, britânicas e holandesas, com exceção da Tailândia e das Filipinas. A parte continental corresponde à Península da Indochina, que é composto por Mianmar, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã, Malásia e Cingapura. Os países que compõem a parte insular são Indonésia, Brunei, Filipinas e o Timor Leste.
     A Indonésia é o maior país da região e chama a atenção pelo elevado número de grupos étnicos existentes no país: são cerca de 300 povos diferentes e 500 línguas e dialetos.
Passado Colonial
    Quanto à dominação colonial, a principal exceção dessa área são as Filipinas, que foram colônias da Espanha de 1564 a 1898 e estiveram sob o domínio dos Estados Unidos de 1898 a 1946, quando conquistaram sua independência. A maior parte das ilhas foi colonizada por holandeses.
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Filipinas
 
         São o segundo maior arquipélago do planeta e compreendem cerca de 7 mil ilhas onde são falados aproximadamente mil idiomas e dialetos. Único país asiático predominantemente católico, como herança da colonização espanhola, as Filipinas apresentam elevado índice de alfabetização, com cerca de 90% da população.
Aspectos geográficos e sociais das Filipinas
Nome Oficial: República das Filipinas
Independência: (da Espanha e dos EUA): Declarada: 12 de junho de 1898; Reconhecida: 4 de julho de 1946
Área: 300.000 km² (71º)
População: 96.061.683 hab. (12º)
Religião: 89,4% de cristãos (católicos: 82,4%; independentes: 22,5%; outros: 9,8%); islamismo (6,4%); outras: 3,3%; sem religião e ateísmo: 0,9%.
Capital: Manila
Principais cidades:
Quezon City: 2.679.450 habitantes
Quezon City - maior cidade das Filipinas. Fonte: Wikipédia
Manila: 1.660.714
Manila - capital e segunda maior cidade das Filipinas
Davao: 1.626.977
Davao - terceira maior cidade das Filipinas
Língua Oficial: filipino e inglês
Forma de Governo: República Presidencialista
PIB: US$ 160,476 bilhões (47º)
Renda per capita: US$: 3.378 (122º)
IDH: 0,638 (97º)
Índice Gini: 45,8 (médio)
Expectativa de Vida: 71,7 anos (100º)
Mortalidade Infantil: 23,1/mil nasc. (92º)
Alfabetização: 93,4 (78º)
Moeda: Peso Filipino
Clima: tropical úmido
História
Mapa das Filipinas. Fonte: maps-asia.com
  Muitos historiadores acreditam que as Filipinas foram colonizadas no Paleolítico, quando um povo asiático atravessou, por meio de embarcações de madeira, o caminho que leva à região. Descobertas mais recentes indicam que as ilhas podem ter sido habitada desde a Era Plestocênica.
  A primeira grande corrente migratória chegou a essa região através do sul. Acredita-se que esses imigrantes eram de origem indonésio-caucasiana, possuindo um grau de civilização mais adiantado que as tribos nativas. Posteriormente ocorreram mais duas grandes corretes  migratórias. Cada nova corrente sucessivamente impeliu os habitantes originais a procurarem terra ao norte.
  A corrente migratória seguinte, cujo apogeu foi no século XIV, veio do reino Madjapahit e trouxe consigo a religião muçulmana.
  Fernão de Magalhães, um navegador português a serviço do Rei da Espanha, descobriu as ilhas no século XVI, introduzindo-as ao cristianismo. Os espanhóis estabeleceram sua capital em Manila a partir de 1571, garantindo seu domínio por mais de trezentos anos.
Roteiro da viagem feita por Fernão de Magalhães. Fonte: Google images
  O herói nacional das Filipinas, o linguista, escritor, artista, médico e cientista José Rizal, iniciou nas Filipinas, um movimento de reforma. Ao mesmo tempo, uma sociedade secreta chamada Katipunan, chefiada por Andrés Bonifácio, começou a revolução, dando aos espanhóis a desculpa que precisavam executar Rizal, que se encontrava em exílio em Dapitan, Mindanao (sul do país). Ele foi trazido a Manila para julgamento e condenado à morte, embora não se tenha prova de sua participação na revolta.
José Rizal - considerado um herói nas Filipinas. Foto: Google images
  Sua morte, porém, estimulou ainda mais essa revolução, levando o general Emílio Aguinaldo a declarar no dia 12 de junho de 1898 a independência do país e proclamar a primeira República das Filipinas.
General Emílio Aguinaldo - declarou a independência das Filipinas. Foto: jaypeeonline.net
  Naquele mesmo ano, os Estados Unidos adquiriram as Filipinas através do Tratado de Paris, levando o país a ser dominado por 48 anos. Após uma guerra por sua independência que durou cerca de três anos, houve outra pelo mesmo motivo que durou cerca de quatro anos.
  Contudo, as Filipinas lutaram junto à bandeira americana contra o Japão na Segunda Guerra Mundial. A heróica batalha em Bataan ajudou a impedir o avanço das tropas japonesas em direção à Austrália.
Blindados japoneses avançam em direção à Manila, em 8 de dezembro de 1941. Fonte: Wikipédia
  Após um breve período como um protetorado americano, os Estados Unidos tentaram mudar em 1946 o dia da independência das Filipinas para 4 de julho, dia da independência dos Estados Unidos. Os americanos quiseram que os filipinos acreditassem que os EUA já tinham dado a independência filipina, mas a história não mudou. As Filipinas já tinham mobilizado sua independência antes que os americanos chegassem ao país e assim os americanos apresentaram sua versão de independência com a força. Os filipinos atualmente celebram sua data da independência no dia 12 de junho.
Geografia
  A Filipinas é um arquipélago, ou cadeia de ilhas. Consiste em mais de 7.000 ilhas e ilhotas. As 11 ilhas maiores respondem por mais que 90% da área de terra nacional total. As duas ilhas maiores, Luzon e Mindanao, incluem mais de 70% da área de terra e contêm mais de 70% da população. Luzon é a ilha maior na parte do norte do arquipélago, enquanto Mindanao é a ilha principal da parte meridional.
Divisão geográfcia das Filipinas. Fonte: Wikipédia
  A área total da Filipinas é 299.900 Km². A distância de Luzon do norte para Mindanao meridional é aproximadamente 1.855Km; a largura de leste a oeste estende-se em 480 km. As ilhas são localizadas na margem ocidental do "Anel de Fogo do Pacífico" e estão sofrendo modificações devido a atividade vulcânica. As ilhas têm um terreno muito áspero, então, há uma quantia muito limitada de terra boa para a agricultura. Na região também nota-se muito a atividade de terremotos.
Vulcão Mayon nas Filipinas. Fonte: AFP
  O arquipélago inclui várias ilhas predominantemente montanhosas e grandes como também muitos atóis de corais minúsculos. A nação tem um litoral extenso com bons portos, sendo que mais de 60 são naturais, e a metade deles é desenvolvido e muito usado. A baía de Manila tem uma área de mais de 1.940 km e está entre os melhores portos do Leste. Tem o litoral descontínuo mas o mais longo de qualquer outra nação no mundo, com 34.600km.
Paisagem das Filipinas. Foto: Google images
  As ilhas grandes começaram a se formar a 100 milhões de anos atrás, através dos vulcões marítimos que entraram em atividade, mas muitas das ilhotas minúsculas, são atóis construídos por formação de corais. As ilhas filipinas ainda sofrem com terremotos e atividades vulcânicas. Em média, há registros de algum terremoto nas Filipinas em cerca de cada dois dias. Muitos outros tremores de terra são muito fracos sem serem sentidos, mas há outros suficientemente fortes para causar muitos danos. Um terremoto muito forte tremeu a Filipinas em 16 de julho de 1990 e causou aproximadamente 1.600 mortes na cidade de Baguio.
  As ilhas maiores têm montanhas altas. O cume mais alto é o Monte de Mindanao Apo, com 2.953m, mas a Cordilheira Central em Luzon do norte é o maior e mais áspero sistema de montanhas. Há cerca de 50 vulcões nas Filipinas, 14 ainda ativos. Um bem conhecido por sua simetria quase perfeita é o Monte Mayon, com 2.461m, localizado no sul. O Monte Pinatubo, com 1.781m, com cume em Luzon, estourou em 1991, depois de dormir por mais de 600 anos. Junto com terremotos associados, acumulações pesadas de cinza, e chuvas pesadas, esta erupção vulcânica causou 330 mortes e destruiu muitas casas. Foram lançadas cinzas e escombros para cima da atmosfera da Terra que padrões de tempo ao redor do globo foram afetados durante o ano de 1992.
Monte Apo. Com 2.954 metros de altitude, é o ponto culminante das Filipinas. Fonte: Wikipédia
Economia
  Filipinas faz parte do tratado internacional chamado APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), um bloco econômico que tem por objetivo transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania.
Mapa da APEC. Fonte: Google images
  As Filipinas é considerada um país em desenvolvimento. Seu PIB ocupa o 47º lugar entre 178 países. Uma das principais atividades econômicas é a industrialização de alimentos. Sua produção agrícola consiste principalmente de copra, milho, cânhamo, arroz, cana-de-açúcar e tabaco. Possuía também quantidades razoáveis de minérios de cromo, cobre, ouro, ferro, chumbo, manganês e prata.
Cultivo de arroz na forma de terraços nas Filipinas. Foto: Google images
  A economia do país sofreu com a crise asiática de 1998. O crescimento anual caiu de 5% em 1997 para 0,6% no ano seguinte, porém recuperou-se em 1999 com 3%, passando para 4% em 2000 e mais de 6% em 2004. O governo prometeu prosseguir com reformas que auxiliassem na continuidade do ritmo de crescimento em relação aos demais países da Ásia. A elevada dívida pública (equivalente a 77% do PIB) mina os esforços de diversificação da economia.
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ARAUJO, Regina
             Observatório de geografia: fronteiras e nações -  8º ano. Editora Moderna

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