sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

COREIA DO NORTE

  A Coreia do Norte é um país do Leste Asiático que ocupa a metade norte da Península da Coreia. A Zona Desmilitarizada da Coreia serve com uma área de divisão entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte. A península foi governada pelo Império Coreano até ser anexada pelo Japão, após a Guerra Russo-Japonesa de 1905. Ela foi dividida entre zonas de ocupação norte-americana e soviéticas em 1945, após o final da Segunda Guerra Mundial. A Coreia do Norte recusou-se a participar da eleição supervisionada pelas Nações Unidas, feita em 1948, que levava à criação de dois governos coreanos separados para as duas zonas de ocupação. Ambas as Coreias reivindicavam a soberania sobre a península inteira, o que levou-os à Guerra da Coreia, em 1950.
GEOGRAFIA
  Situada no Extremo Oriente, na porção setentrional da Península da Coreia, a Coreia do Norte faz fronteira a oeste com a China e o Mar Amarelo, a leste com o Mar do Japão e ao sul com a Coreia do Sul. No norte, o país possui uma pequena fronteira com a Rússia.
  O clima da Coreia do Norte é relativamente temperado. A maior parte do país possui um clima classificado como do tipo Dwa na classificação climática de Köppen-Geiger (clima temperado frio, com inverno seco e verão quente). No verão, há uma pequena temporada de chuvas chamada changma. No dia 7 de agosto de 2007, ocorreram as maiores inundações dos últimos 40 anos, que levou o governo norte-coreano a pedir ajuda internacional.
Enchente na Coreia do Norte provocada pela chagma - chuva de verão
Topografia
  Alguns europeus que visitaram a Coreia do Norte observaram que o país parecia "um mar em uma tempestade pesada" por causa das muitas serras sucessivas que cruzam a península. Cerca de 80% da Coreia do Norte é composta por montanhas e planaltos, separados por vales profundos e estreitos, com todas as montanhas da península possuindo elevações superiores a 2.000 metros. As planícies costeiras são largas no oeste e descontínuas no leste. A grande maioria da população vive nos planaltos ou nas planícies.
Topografia da Coreia do Norte
  O ponto mais elevado da Coreia do Norte é a Montanha Baekdu - com 2.744 m - uma montanha vulcânica próxima à fronteira com a China, um planalto de lava basáltica de elevações entre 1.400 e 2.000 metros acima do nível do mar. A serra de Hamgyong, localizada no extremo nordeste da península possui muitos picos altos, incluindo Gwanmosan, com aproximadamente 1.756 m. Outras serras maiores incluem as Montanhas Rangrim, localizadas na parte centro-norte da Coreia do Norte, e a Serra Kangman, que faz seu curso ao longo da fronteira com a China.
Lago na caldeira vulcânica do Baekdu - o ponto culminante da Coreia do Norte
  Na maior parte, as planícies são pequenas. As mais extensas são as planícies de Pyongyang e Chaeryong, cada uma cobrindo uma área de cerca de 500 km². Pelo motivo de as montanhas da costa oeste se desgastarem abruptamente em direção ao mar, as planícies são menores no leste do que na parte oeste.
HISTÓRIA
  No decorrer de sua história, o país sofreu invasões mongóis, russas, chinesas e japonesas e, em 1910, em vista do expansionismo japonês, foi transformado em colônia até 1945. Com a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial, tropas soviéticas e norte-americanas ocuparam o território coreano.
Antes da divisão
  Acredita-se que os primeiros habitantes da Coreia chegaram há aproximadamente 500 mil anos. De acordo com a tradição, no ano 2.333 a.C., Tangun (também chamado Dangun), fundou a dinastia Choson.
  A antiga Coreia passou a albergar uma série de cidades-estado em constantes guerras, que apareciam e desapareciam constantemente. Contudo, três reinos - Baekje, Silla e Koguryo, se fortaleceram e dominaram a cena histórica da Coreia por mais de duzentos anos, no período conhecido como os "Três Reinos da Coreia". Em 676 d.C., Silla unificou com sucesso quase todo o território coreano, com exceção do reino de Balhae. O domínio destes reinos, sobretudo a Coreia e parte da Manchúria, deu origem ao período dos estados Norte e Sul.
Três Reinos da Coreia
  Em 918, o general Wang Geon fundou o reino de Goryeo (ou Koryo, de onde provém o nome Coreia). No século XIII, a invasão e dominação dos mongóis debilitou este reino. Depois de quase trinta anos, o reino conservou o domínio sobre o território da Coreia, ainda que, na realidade, era um Estado tributário dos mongóis. A queda do Império Mongol foi seguida de uma série de lutas políticas e, após a rebelião do general Yi Seong-gye, em 1388, a dinastia Goryeo foi substituída pela dinastia Joseon.
  Entre 1592 e 1598, os japoneses invadiram a Coreia, depois da dinastia Joseon ter negado a passagem ao exército japonês liderado por Toyotomi Hideyoshi, em sua campanha a conquista da China. A guerra só terminou quando os japoneses se retiraram após a morte de Hideyoshi. É nesta guerra que surge como herói nacional o almirante Yi Sun-sin e a popularização do famoso Navio Tartaruga.
Réplica do Navio Tartaruga num museu militar em Seul, Coreia do Sul
  No século XVII, a Coreia foi finalmente derrotada pelos manchus e se uniu ao Império Chinês da Dinastia Qing. Durante o século XIX, graças à sua política isolacionista, a Coreia ganhou o nome de "Reino Eremita". A dinastia Joseon tratou de proteger-se contra o imperialismo ocidental. Depois da Segunda Guerra Sino-Japonesa e da Guerra Russo-Japonesa, a Coreia passou a ser parte do domínio japonês (1910-1945). No final da Segunda Guerra Mundial, as forças japonesas se renderam às forças da União Soviética, que ocuparam o norte da Coreia (atual Coreia do Norte), e dos Estados Unidos, que ocuparam a parte sul (atual Coreia do Sul).
Depois da Divisão
  Estados Unidos e União Soviética estabeleceram o Paralelo 38 como linha de divisória entre as forças de ocupação: os soviéticos ficaram com o norte e os Estados Unidos com o sul da península. Em seguida formou-se uma comissão russo-americana para a reunificação da Coreia, que não obteve sucesso. Nem mesmo a intervenção da ONU conseguiu resolver o impasse.
Paralelo 38, que separa a Coreia do Norte da Coreia do Sul
  Em 1947, foram realizadas eleições na Coreia do Sul, sob a supervisão da ONU, para eleger os governantes de uma Coreia unificada. A União Soviética não reconheceu o governo formado no Sul e, em 1948, apoiou a instalação da República Popular da Coreia do Norte, um governo socialista, em sua zona de ocupação. Nesse mesmo ano, como consequência da divisão da península entre soviéticos e norte-americanos, surgiram duas novas entidades que permanecem até hoje: a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. No norte, um guerrilheiro antijaponês chamado Kim Il-sung obteve o poder através do apoio soviético; no sul, um político de direita, Syngman Rhee, foi nomeado como presidente.
Syngman Rhee - nomeado presidente da Coreia do Sul em 1948
   Em 25 de junho de 1950, em uma nova tentativa de reunificação, os coreanos do norte ultrapassaram o Paralelo 38 e invadiram a Coreia do Sul. Esse fato desencadeou um conflito armado: a Guerra da Coreia. O Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu intervir contra a invasão com uma força liderada pelos Estados Unidos. Essa decisão só foi possível porque o delegado da União Soviética no Conselho de Segurança das Nações Unidas esteve ausente como forma de protesto pela admissão da República Popular da China naquele órgão. Por sua parte, a União Soviética e a China decidiram apoiar a Coreia do Norte, enviando efetivos militares e provisões para as tropas norte-coreanas. Os Estados Unidos, em apoio à Coreia do Sul, também participaram diretamente da luta, enviando tropas, munições, armamentos etc. Calcula-se que cerca de 5 milhões de pessoas tenham morrido nessa guerra, em que foram testados novos armamentos e estratégias militares. A luta estendeu-se até o armistício de 1953 e deixou o país dividido como antes.
Soldados sul-coreanos em Seul durante a Guerra da Coreia
  O armistício de 1953, dividiu a península ao longo da Zona Desmilitarizada da Coreia, traçada muito próximo à linha de demarcação original. Nenhum tratado de paz foi firmado, e tecnicamente os dois países continuaram em guerra.
  A Guerra da Coreia foi um confronto entre o capitalismo e o socialismo, ocorrido durante a Guerra Fria. Várias vezes, o Paralelo 38 foi ultrapassado por aviões e helicópteros da Coreia do Sul, onde existem bases militares dos Estados Unidos, e por soldados da Coreia do Norte.
Mapa da Zona Desmilitarizada da Coreia
  Em 1979, foram reiniciadas negociações para a unificação do país, com a participação dos Estados Unidos. Mas nada ficou resolvido concretamente.
  Em julho de 1990, deu-se um passo importante para a unificação das Coreias. Depois de vários anos de silêncio, comissões oficiais de representantes dos dois países ou sociedades se reuniram para discutir a reunificação. Entretanto, nos anos 1990, surgiu um fato complicador. A Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica) acusou a Coreia do Norte de possuir um programa nuclear militar. Solicitada a abrir o país para inspeções de técnicos da Agência, a Coreia do Norte negou permissão - fato que agravou a crise entre as duas Coreias e entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.
Parada militar em Pyongyang em 2010
  No final da década de 1990, o Sul transita para um modelo liberal democrático, com o sucesso da política Nordpolitik (semelhante à política feita pela Alemanha Ocidental em prol dos alemães orientais, na década de 1980), e o poder do Norte tendo sido retomado pelo filho de Kim Il-sung, Kim Jong-il, as duas nações começaram a se aproximar publicamente pela primeira vez, com a Coreia do Sul declarando sua Política Sunshine (Política do Sol - política externa da Coreia do Sul para a Coreia do Norte).
Kim Jong-il - ex-líder da Coreia do Norte
  Em 2002, o então presidente norte-americano, George W. Bush, acusou publicamente a Coreia do Norte de desenvolver, de forma camuflada, mísseis de longo alcance e de participar do "eixo do mal" e um "posto avançado da tirania", assim como o Irã e o Iraque, por desenvolverem armas de destruição em massa e por apoiarem organizações terroristas.
Eixo do Mal. Crédito: folha.uol
  Em 2006, aproximadamente 37.000 soldados estadunidenses permaneceram na Coreia do Sul, embora, em junho de 2009, este número tenha caído para cerca de 30.000. Kim Jong-il, em particular, declarou aceitar a permanência das tropas norte-americanas na península, mesmo após uma possível reunificação. Publicamente, a Coreia do Norte exige fortemente a retirada das tropas da Coreia.
  Em 13 de junho de 2009, a agência de notícias norte-americana Associated Press reportou que, em resposta às novas sanções das Nações Unidas, a Coreia do Norte declarou que iria avançar com seu programa de enriquecimento de urânio. Isto marcou a primeira vez que o país reconheceu publicamente que estava conduzindo um programa de enriquecimento de urânio. Em agosto de 2009, o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, encontrou-se com Kim Jong-il para garantir a libertação de duas jornalistas norte-americanas.
Encontro entre Bill Clinton e Kim Jong-il em agosto de 2009
  Em duas ocasiões em 2010, em janeiro e agostos, ambos países trocaram ataques artilheiros nas proximidades da linha de delimitação do mar Amarelo, objeto de uma disputa fronteiriça. No final de outubro de 2010, militares sul e norte-coreanos enfrentaram-se num tiroteio na Zona Desmilitarizada da Coreia.
  As relações entre os dois países pioraram em 26 de março de 2010 num incidente da corveta sul-coreana Cheonam, que afundou no mar Amarelo, depois de padecer uma explosão na fronteira com a Coreia do Norte. O acidente causou a morte de 46 marinheiros sul-coreanos. Seul responsabilizou Pyongyang pelo acidente, que qualificou de "falsos" os resultados de investigação.
Corveta Cheonam sendo resgatada após explosão em 26 de março de 2010
  Em 23 de novembro de 2010, produziu-se um novo intercâmbio de hostilidades entre os dois países. Após um exercício regular de artilharia sul-coreano em águas na ilha de Yeongpyeong, no mar Amarelo, as forças militares norte-coreanas dispararam cerca de 170 projéteis de artilharia e foguetes na ilha, atingindo alvos civis e militares. O bombardeio causou danos generalizados, matando quatro sul-coreanos e ferindo dezenove. A Coreia do Sul retaliou bombardeando posições de armas norte-coreanas. Os norte-coreanos posteriormente afirmaram que haviam respondido aos projéteis sul-coreanos disparados em águas territoriais da Coreia do Norte. O incidente causou uma escalada de tensão na Península da Coreia e provocou a condenação internacional generalizada das ações da Coreia do Norte.
Fogo na ilha de Yeongpyeong, após o bombardeio norte-coreano em 23 de novembro de 2010
  Em junho de 2010, a 12ª sessão da Suprema Assembleia Popular elegeu Choe Yong-rim para substituir Kim Jong-il no cargo de primeiro-ministro.
  Em 17 de dezembro de 2011, Kim Jong-il veio a falecer, deixando no trono o seu filho, o general Kim Jong-un.
Kim Jong-un - atual líder da Coreia do Norte
POLÍTICA
  A Coreia do Norte é regida sob um governo Juche (marxismo-leninismo-kimilsonguismo) autodeclarado com um acentuado culto de personalidade organizado em volta de Kim Il-sung (o fundador da Coreia do Norte e o primeiro e único presidente do país) e seu filho e herdeiro, Kim Jong-il. Após a morte de Kim Il-sun, em 1994, ele não foi substituído, mas sim recebeu a designação de "Presidente Eterno", e foi sepultado no Palácio Memorial de Kumsusan, no centro de Pyongyang.
Palácio Memorial de Kumsusan
  Embora a posição ativa de presidente tenha sido abolida, em deferência à memória de Kim Il-sung, o chefe de Estado de fato é o Presidente da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte. A Suprema Assembleia Popular faz as vezes o papel de poder legislativo.
  A Coreia do Norte é um Estado unipartidário. O partido governante é a Frente Democrática de Reunificação da Pátria, uma coligação do Partido dos Trabalhadores da Coreia e outros dois partidos menores, o Partido Social-Democrata da Coreia e o Partido Chondoista Chongu. Estes partidos nomeiam todos os candidatos para cargos e ocupam todos os assentos da Suprema Assembleia Popular.
Assembleia Popular Suprema da Coreia do Norte
RELAÇÕES EXTERIORES
  A Coreia do Norte há muito mantém estreitas relações com a República Popular da China e com a Rússia. A queda do comunismo na Europa Oriental, em 1989, e a desintegração da União Soviética, em 1991, resultaram em uma queda devastadora da ajuda da Rússia à Coreia do Norte, embora a República Popular da China continue a fornecer ajuda substancialmente. O país continua a ter fortes laços com seus aliados socialistas do Sudoeste da Ásia, como o Vietnã, Laos e Camboja. A Coreia do Norte começou a instalar uma barreira de concreto e arame farpado na sua fronteira ao norte, em resposta ao desejo chinês de reduzir os refugiados que fogem do governo norte-coreano. Anteriormente a fronteira entre a China e a Coreia do Norte era fracamente patrulhada. Como resultado do programa de armamento nuclear norte-coreano, o six-party talks (negociações entre seis países) foi estabelecida para  procurar uma solução pacifica para o mal-estar crescente entre os governos de ambas as Coreias, a Federação Russa, a República Popular da China, o Japão e os Estados Unidos.
Arco da Reunificação - simbolização de uma Coreia reunida
  Em 17 de julho de 2007, inspetores das Nações Unidas verificaram o encerramento de cinco instalações nucleares norte-coreanas, segundo um acordo feito em fevereiro de 2007.
  Em 4 de outubro de 2007, o presidente sul-coreano Roh Moo-hyun e o líder norte-coreano Kim Jong-il assinaram um acordo de paz, sobre a questão da paz permanente, conversações de alto nível, cooperação econômica, renovações ferroviárias, viagens aéreas e rodoviárias, e uma seleção olímpica conjunta.
Cumprimento entre os líderes das duas Coreias em 2007
  Os Estados Unidos e a Coreia do Sul anteriormente designavam o Norte como um Estado patrocinador do terrorismo. Em 1983, uma bomba matou membros do governo da Coreia do Sul e destruiu um avião comercial sul-coreano; estes ataques foram atribuídos à Coreia do Norte. O país também admitiu a responsabilidade pelo sequestro de 13 cidadãos japoneses nas décadas de 1970 e 1980, cinco dos quais retornaram ao Japão em 2002. Em 11 de outubro de 2008, os Estados Unidos removeram a Coreia do Norte de sua lista dos Estados patrocinadores do terrorismo.
  A maioria das embaixadas estrangeiras conectadas com laços diplomáticos à Coreia do Norte estão situadas em Pequim, ao invés de Pyongyang.
Embaixada da Coreia do Norte em Brasília - DF

ECONOMIA
  A Coreia do Norte tem uma economia industrializada, autárquica e altamente centralizada.
  A industrialização da Coreia do Norte foi realizada com o apoio da União Soviética e da China e dirigiu-se prioritariamente para a indústria de base: siderurgia, mecânica, máquinas têxteis, produção de energia elétrica, cimento, química, mineração, etc.
  Com um subsolo rico em minerais, o país explora  carvão mineral, minério de ferro, grafite, tungstênio, cobre, chumbo, ouro, prata, estanho, zinco, magnesita etc.
  Os ramos industriais relativos aos bens de consumo não apresentam grande desenvolvimento.
  A atividade agrícola, que é coletivizada, tem por base arroz, milho, aveia, trigo e sorgo. O país passou por grave crise de abastecimento alimentar entre os anos de 1995 e 1997, causada por inundações e seca prolongada que destruíram suas plantações. Recorreu à ajuda humanitária internacional, mas mesmo assim ocorreram muitas perdas humanas.
Granja coletiva na província norte-coreana de Chagang
  A política de isolação da Coreia do Norte faz com que o comércio  internacional seja muito restrito, dificultando um potencial significativo do crescimento da economia. No entanto, devido à sua localização estratégica no Leste da Ásia, conectado à quatro maiores economias do mundo e possuindo uma mão de obra barata, jovem e qualificada, a economia norte-coreana tem tudo para crescer entre 6 e 7% ao ano.
DIREITOS HUMANOS
  Múltiplas organizações internacionais de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, acusam a Coreia do Norte de ter um dos piores registros de direitos humanos devido às severas restrições à liberdades política e econômica. Desertores norte-coreanos testemunharam a existência de campos de concentração com uma estimativa de 150.000 a 200.000 pessoas, e reportaram torturas, fome, estupros, assassinatos, experimentos médicos desumanos, trabalhos e abortos forçados. Prisioneiros políticos condenados e suas famílias são enviados para estes campos, onde são proibidos de casar-se, cultivar seu próprio alimento, além do corte à comunicação externa.
ALGUNS DADOS SOBRE A COREIA DO NORTE
NOME: República Democrática Popular da Coreia
CAPITAL: Pyongyang
Pyongyang - capital da Coreia do Norte
LÍNGUA OFICIAL: coreano
GOVERNO: República Popular Unipartidária
INDEPENDÊNCIA: do Japão
Declarada: 15 de agosto de 1945
Reconhecida: 9 de setembro de 1945
ÁREA: 120.538 km² (97º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 24.457.492 habitantes (48º)

DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 202,90 hab./km² (39°)
MAIORES CIDADES:
Pyongyang (Estimativa 2010): 3.555.888 habitantes
Parte moderna de Pyongyang
Hamhung (Estimativa 2010): 798.609 habitantes
Hamhung - segunda maior cidade da Coreia do Norte
Chomgjin (2010): 707.929 habitantes
Chomgjin - terceira maior cidade da Coreia do Norte
PIB (FMI - 2011): US$ 40,988 bilhões (82º)
IDH (ONU - 2011): 0,766 (59º)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 67,3 anos (125º)
CRESCIMENTO VEGETATIVO: 0,34/mil (179°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 90,50/mil (123°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 63% (78°)

TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99% (19°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 1.800 (130°)
MOEDA: Won norte-coreano
RELIGIÃO (2010): sem religião (64,31%), xamanismo (16%), chondoismo (13,5%), budismo (4,5%), cristianismo (1,69%).
DIVISÃO: a Coreia do Norte é subdividida em nove províncias, duas cidades controladas diretamente pelo Governo Central e três regiões administrativas especiais com várias designações. 1. Pyongyong 2. Região Industrial de Kaesong 3. Região Turística de Kumgang-san 4. Região Administrativa Especial de Shinuiju 5. Pyongan Sul 6. Pyongan Norte 7. Changang 8. Hwanghae Sul 9. Hwanghae Norte 10. Kangwon 11. Hamgyong Sul 12.  Hamgyong Norte 13. Ryanggang
FONTE: Adas, Melhem. Geografia / Melhem Adas. - 5. ed. - São Paulo: Moderna, 2006.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

MIGRAÇÕES INTERNAS

  No período colonial, as migrações internas acompanharam os sucessivos ciclos de desenvolvimento da economia regional, relacionados à agricultura de exportação, à criação bovina ou à extração mineral. A cana-de-açúcar, por exemplo, estimulou o desenvolvimento do Nordeste no início da colonização; a criação de gado contribuiu para a ocupação do Sul do país e de áreas mais afastadas do litoral; e a mineração atraiu migrantes para Minas Gerais e a região central do Brasil.
Pecuária bovina - contribuiu para o povoamento da Região Sul e do Sertão do Nordeste
  As migrações internas também foram influenciadas pelo curto ciclo da borracha, na Amazônia (1870-1912); pelo cultivo do café - que marcou a economia brasileira entre o fim do século XIX e as primeiras décadas do século XX - e pelo crescimento industrial, no Sudeste (especialmente no estado de São Paulo), que se intensificou a partir da Segunda Guerra Mundial. A partir da década de 1970, devido à expansão da atividade agrícola no Centro-Oeste e à política de ocupação da Amazônia, essas regiões transformaram-se em novos polos de atração populacional.
Fronteiras agrícolas - proporcionou um aumento no fluxo migratório para regiões como o Centro-Oeste e a Amazônia
  A partir da década de 1930, os deslocamentos internos da população brasileira tornaram-se mais expressivos, promovendo uma ampla redistribuição de pessoas pelas regiões. A Lei de Cotas, que restringiu a entrada de estrangeiros, a industrialização e o desenvolvimento urbano da atual região Sudeste marcaram a estruturação de um intenso fluxo interno da população em direção a essa região, principalmente do Nordeste do país.
Migrações internas do Brasil entre as décadas de 1930-1950
  Após a década de 1950, milhões de nordestinos migraram preferencialmente para o eixo Rio-São Paulo. Secas prolongadas, alto índice de pobreza e miséria, falta de emprego e más condições de vida, associados ao grande desenvolvimento desses estados, eram os principais fatores que motivaram esse fluxo de migrantes.
  Em busca de trabalho e melhores condições de vida, essa mão de obra barata foi absorvida por diversos setores (metalurgia, indústria de peças e automóveis, construção civil, empregos domésticos) e desempenhou papel importante no crescimento econômico e na urbanização da região Sudeste.
Fluxo migratório do Brasil entre as décadas de 1960-1980
  Essa migração da atual região Nordeste para o Sudeste (inter-regional) foi acompanhada da migração do campo para a cidade. Foi justamente na década de 1960 que a população urbana superou a população rural no Brasil. As dificuldades de manutenção da agricultura de subsistência e a concentração fundiária são alguns dos fatores que explicam a aceleração dos movimentos populacionais em direção às cidades. Outros aspectos que explicam os fluxos migratórios do campo para a cidade são a mecanização do campo, o desenvolvimento urbano-industrial, a maior facilidade de acesso aos serviços sociais nas cidades e as maiores oportunidades de emprego e de melhoria das condições de vida nas cidades.
Gráfico da evolução da população urbana e rural no Brasil
  Atualmente, as atividades econômicas tornaram-se mais diversificadas em todas as regiões. Além disso, a "guerra fiscal" travada entre os estados, que lançam mão de isenções de impostos para atrair empresas, leva a uma relativa desconcentração industrial. Esse processo tem alterado a dinâmica do fluxo populacional, caracterizado pelo crescimento das cidades médias em um ritmo superior ao das metrópoles do Sudeste.
A urbanização é o reflexo direto do êxodo rural - visão da cidade de São Paulo
  Com relação à migração entre as regiões, o censo de 2010 (IBGE), registrou poucas alterações em comparação com a pesquisa realizada em 2000. O Sudeste ainda continua como o principal destino dos movimentos migratórios, particularmente o estado de São Paulo, cuja atividade agrícola desponta atualmente como um fator de atração muito importante. Porém, essa região vem diminuindo o seu crescimento populacional, sendo a segunda região que teve o menor crescimento na última década. O Centro-Oeste, em razão da ampliação das fronteiras agrícolas e por sediar o Distrito Federal, é a segunda região que mais atrai imigrantes no Brasil e é também a que teve o segundo maior crescimento populacional do Brasil.
Fluxo migratório do Brasil a partir de 2000
  O Nordeste permanece como o principal polo de emigração, constituindo a única região que registrou o volume de saída da população superior ao de entrada. No entanto, sobretudo a partir dos anos 1990, é marcante o fluxo de pessoas para a região. Em sua maioria, referem-se a nordestinos que, devido às dificuldades encontradas no Sudeste, retornam ao seu local de origem. Outra tendência que vem se verificando nos fluxos migratórios internos é o deslocamento de pessoas das grandes para as médias cidades. A região Sul praticamente manteve equilibrado o fluxo de entradas e saídas de população. No censo do IBGE 2010, constatou-se, também, que a região Norte é a região do país que teve o maior crescimento populacional.
Crescimento populacional do Brasil, segundo o censo do IBGE 2010
FONTE: Lucci, Elian Alabi. Território e sociedade no mundo globalizado: geografia: ensino médio, volume 3 / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lázaro Branco, Cláudio Mendonça. - 1. ed. - São Paulo: Saraiva, 2010.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O PAQUISTÃO

  Situado no Sul da Ásia, o Paquistão é um país montanhoso e de clima semiárido e desértico. A exemplo do Nilo, no Egito, o Rio Indo, que nasce nas encostas da Cordilheira do Himalaia, corta o território paquistanês e representa para o país a única área irrigada que permite a prática agrícola. Devido a condições naturais mais favoráveis, é nas planícies do Vale do Rio Indo que se concentra a população de mais de 187 milhões de habitantes.
Rio Indo próximo à divisa do Paquistão com a China e a Índia
  O Paquistão é o sexto país mais populoso do mundo. Sua capital, Islamabad, situada ao norte, possui uma população de mais de 800 mil habitantes, porém a cidade mais populosa é Karachi, situada ao sul, que possui mais de 13 milhões de habitantes.
  Depois de ser colônia britânica, o Paquistão obteve sua independência formal em 1947, ao mesmo tempo que a Índia. Desde a independência desses dois países que os mesmos disputam a região da Caxemira.
Região da Caxemira - área de disputa entre a Índia e o Paquistão
  A agricultura é a base da economia paquistanesa e emprega cerca de 43% da população economicamente ativa. Cultivam trigo, arroz (largamente exportados), cana-de-açúcar e algodão, sendo este a matéria-prima de seu principal setor industrial - a indústria têxtil - e também em grande parte destinado à exportação. O rebanho de bovinos e ovinos, em decorrência de áreas limitadas de pastagens, é pequeno em relação à população.
  A industrialização paquistanesa é reduzida. Destacam-se as indústrias de cimento, mecânica, de extração de gás natural, de fertilizantes, siderúrgica e de bens de consumo (móveis, alimentos, vestuário, calçados etc.). Seu principal setor industrial é o têxtil, destacando-se a indústria de tapetes, feitos ainda artesanalmente e com prestígio mundial.
Tapete paquistanês - o Paquistão é considerado um dos países que produz os melhores tapetes do mundo.
  Apesar de possuir uma central nuclear para a produção de energia elétrica e algum aproveitamento do Rio Indo, a disponibilidade de energia é um obstáculo ao desenvolvimento econômico do país.
  A exemplo de outros países asiáticos subdesenvolvidos, o Paquistão apresenta grande parcela de sua população vivendo em precárias condições.
HISTÓRIA
  O Estado moderno do Paquistão foi criado em 14 de agosto de 1947, na forma de dois territórios majoritariamente muçulmanos nas porções leste e noroeste da Índia Britânica, separados pela Índia, de maioria hindu. Integravam o Paquistão independente as províncias do Baluchistão, Bengala Oriental (futuro Paquistão Oriental e, mais tarde Bangladesh), Fronteira Noroeste, Punjab Ocidental e Sinde. A partilha da Índia Britânica resultou em distúrbios na Índia e no Paquistão - milhões de muçulmanos mudaram-se para o Paquistão e milhões de hindus e siques mudaram-se para a Índia. Surgiram controvérsias entre os dois novos países quanto a diversos Estados principescos, como Jammu e Caxemira, cujo governante aderiu à Índia após uma invasão de guerreiros pachtuns (grupo etnolinguístico localizado no Paquistão e no Afeganistão); como consequência, a Primeira Guerra Indo-Paquistanesa (1948) terminou com a ocupação pela Índia de cerca de dois terços de Jammu e Caxemira.
Mapa de Jammu e Caxemira
  Entre 1947 e 1956, o Paquistão foi um Dominion na Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth). A república, declarada em 1956, assistiu a um golpe de Estado comandado por Ayub Khan (1958-1969), que presidiu o país durante um período de instabilidade interna, motivada pela segunda guerra com a Índia, em 1965. Seu sucessor, Yahya Khan (1969-1971), teve que lidar com o ciclone Bhola que causou a morte de 500 mil pessoas no Paquistão Oriental.
Cenário de destruição no Paquistão Oriental (atual Bangladesh), após a passagem do ciclone Bhola, em 12 de novembro de 1970.
  A eclosão de discordâncias econômicas e políticas no Paquistão Oriental levou a uma violenta repressão política, que fez com que as tensões escalassem até chegar à guerra civil, conhecida como guerra de independência do Bangladesh, e a um novo conflito com a Índia. Como consequência, o Paquistão Oriental declarou-se independente, com o nome de Bangladesh, em 1971. As estimativas sobre o número de mortos nesse episódio variam consideravelmente, entre 30.000 e 2 milhões de pessoas.
Mapa do Subcontinente Indiano em 1948
  Entre 1972 e 1977, os civis voltaram a governar o país, sob a chefia de Zulfikar Ali Bhutto, até que este foi deposto e posteriormente sentenciado à pena de morte, quando o General Zia-ul-Haq se tornou o terceiro presidente militar do Paquistão. Zia substituiu as políticas seculares pelo código geral da charia islâmica, o que aumentou a influência religiosa sobre o funcionalismo público e os militares. Com a morte de Zia em um acidente aéreo em 1988, Benazir Bhutto, filha de Zulfikar Ali Bhutto, foi eleita para o cargo de primeira-ministra do Paquistão - a primeira e única mulher a ocupar o posto. Ao longo da década seguinte, Benazir alternou-se no poder com Nawas Sharif, enquanto que a situação política e econômica do país piorava.
Benazir Bhutto
  O Paquistão enviou 5.000 soldados à Guerra do Golfo, em 1991, para proteger a Arábia Saudita. Além das tensões militares durante o conflito de Kargil com a Índia, seguiu-se, também, um golpe de Estado, em 1999, no qual o General Pervez Musharraf assumiu o poder Executivo. Em 2001, Musharraf autonomeou-se presidente, com a renúncia forçada de Rafiq Tarar. Após as eleições legislativas de 2002, Musharraf transferiu os poderes executivos para um recém-eleito primeiro-ministro, Zafarullah Khan Jamali. Em 15 de novembro de 2007, o mandato da Assembleia Nacional expirou, o que levou à constituição de um governo provisório chefiado pelo ex-presidente do Senado, Muhammad Mian Soomro. O assassinato em dezembro de 2007, de Benazir Bhutto reflete a instabilidade do sistema político paquistanês. Em setembro de 2008, Musharraf renunciou à presidência do país, que após eleições indiretas, elegeu Asif Ali Zardari, viúvo de Benazir Bhutto, como presidente.
Asif Ali Zardari - atual presidente do Paquistão
GEOGRAFIA
   A área do Paquistão é de 880.254 km², equivalente á soma das superfícies da França e do Reino Unido (ou de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, no Brasil). A região leste do país encontra-se sobre a placa tectônica Indiana, enquanto que as regiões oeste e norte estão no Planalto Iraniano e sobre a placa Euroasiática. Com 1.046 km de litoral no mar Arábico, o Paquistão possui 6.774 km de fronteiras - 2.430 km com o Afeganistão a noroeste, 523 km com a China a nordeste, 2.912 km com a Índia a leste e 909 km com o Irã a sudoeste.
  Os acidentes naturais encontrados no país incluem desde praias arenosas, lagunas e manguezais, na costa meridional, até florestas temperadas e os picos gelados do Himalaia, do Caracórum e do Hindu Kush, ao norte. Estima-se que o país possua 108 picos acima dos 7.000 metros, cobertos por neve e geleiras. Cinco das montanhas do Paquistão ultrapassam os 8.000 metros. O rio Indo corta o país de norte a sul, descendo do Planalto Tibetano (Caxemira) até desaguar no mar Arábico. A oeste do Indo estão os desertos secos e acidentados do Baluchistão; a leste, o deserto de Thar. O Punjab e partes do Sinde são formados por planícies férteis com importante atividade agrícola.
K2 - com 8.611 metros, é o segundo monte mais alto do mundo, perdendo apenas para o Monte Everest
  O clima é variado, com invernos frios e verões quentes no norte, e com um clima ameno no sul, moderado pela influência do oceano. No centro do país, os verões são muito quentes, com temperaturas que podem atingir 45°C, seguidos de invernos bem frios, com frequência abaixo de zero grau. A precipitação é baixa, entre menos de 250 mm e mais de 1.250 mm, em geral trazida pelas monções de sudoeste no final do verão.
Deserto de Thar
POLÍTICA
  Pelos primeiros nove anos após a independência, o governo do Paquistão baseou-se no Government of India Act, de 1935 (a última Constituição da Índia Britânica). A primeira Constituição paquistanesa, promulgada em 1956, foi suspensa em 1958 pelo General Ayub Khan. A Constituição de 1973, suspensa em 1977 por Zia-ul-Haq, foi retomada em 1991 e é o documento legal mais importante do país.
  O Paquistão é uma república parlamentarista federal que tem o Islã como religião oficial. O poder legislativo é bicameral e divide-se entre o Senado, com 100 cadeiras, e a Assembleia Nacional, com 342 assentos. O presidente, escolhido por um colégio eleitoral, é o chefe de Estado e o comandante-em-chefe das forças armadas. O Primeiro-Ministro é geralmente o chefe do maior partido representado na Assembleia Nacional. Cada província possui um sistema de governo similar ao federal, com uma assembleia provincial eleita pelo voto direto na qual o líder do maior partido é o chefe de governo. Os governadores provinciais são nomeados pelo presidente.
Zia-ul-Haq
  As forças armadas paquistanesas têm desempenhado um papel influente na política do país. Ao longo da história, presidentes militares governaram entre 1958-1988 e de 1999 em diante. O PPP (Partido do Povo Paquistanês), de esquerda, chefiado por Zulfikar Ali Bhutto, emergiu como um grande partido político durante os anos 1970. Durante o governo militar de Muhammad Zia-ul-Haq, o Paquistão deixou para trás as políticas de secularismo herdadas do Reino Unido, ao adotar a charia e outras leis baseadas no Islã. Os anos 1990 foram caracterizados por um sistema político de coalizão dominado pelo PPP e pela Liga Muçulmana.
  Nas eleições gerais de 2002, a Liga Muçulmana do Paquistão ganhou a maioria dos assentos da Assembleia Nacional, seguido por uma facção do PPP. Zafarullah Khan Jamali, da Liga Muçulmana, tornou-se primeiro-ministro, mas renunciou em 26 de junho de 2004 e foi substituído interinamente por Chaudhry Shujaat Hussain. Em 28 de agosto de 2004, a Assembleia Nacional elegeu Shaukat Aziz, até então o ministro da Fazenda, como primeiro-ministro. A Muttahida Majlis-e-Amal, uma coalizão de partidos religiosos islâmicos, venceu as eleições na província da Fronteira Noroeste, ampliando sua bancada na Assembleia Nacional.
  Em 3 de novembro de 2007, o presidente Pervez Musharraf declarou estado de emergência e suspendeu a Constituição. Chefes políticos da oposição foram colocados em prisao domiciliar e o presidente da Suprema Corte foi substituído. Em resposta, a Comunidade Britânica de Nações suspendeu a participação do país em suas deliberações. Depois de eleições em fevereiro de 2008, a Commonwealth retirou a suspensão.
Pervez Musharraf
FORÇAS ARMADAS
  De caráter completamente voluntário, as Forças Armadas do Paquistão são as sétimas maiores do mundo. As três principais forças são o Exército, a Marinha e a Força Aérea, apoiadas por algumas organizações paramilitares responsáveis pela segurança interna e pela patrulha das fronteiras. O Paquistão é uma potência nuclear. As Forças Armadas do país estão entre os maiores contribuintes de tropas para operações de manutenção de paz das Nações Unidas.
Militares paquistaneses treinando em Muzzafargarh
RELAÇÕES EXTERIORES
  O Paquistão participa ativamente das Nações Unidas e da Organização da Conferência Islâmica. Integra também a Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional e a Organização para Cooperação Econômica. No passado, as relações do Paquistão com os Estados Unidos passaram por períodos de aproximação e de afastamento. Nos anos 1950, o país, membro da CENTO (Organização do Tratado Central ou Pacto de Bagdá) e do SEATO (Organização do Tratado do Sudeste Asiático), era visto pelos Estados Unidos como o "aliado mais aliado na Ásia". Durante a invasão soviética no Afeganistão, nos anos 1980, o Paquistão foi um aliado crucial dos Estados Unidos, mas as relações esfriaram nos anos 1990, com a aplicação de sanções pelos Estados Unidos, que suspeitavam as atividades nucleares paquistanesas. A partir dos ataques de 11 de setembro de 2001, as relações bilaterais melhoraram, especialmente depois que o Paquistão deixou de apoiar o regime dos talibãs, em Cabul. Com isto, a ajuda militar estadunidense foi fortemente ampliada.
Soldados paquistaneses na fortaleza em que Osama Bin Laden foi morto, em 20 de maio de 2011
ECONOMIA
  O Paquistão é um país em desenvolvimento com um rápido crescimento econômico e um grande mercado emergente. Apesar de ter sido um país pobre em 1947, a taxa de crescimento econômico do Paquistão foi mais alta do que a média mundial durante as quatro décadas seguintes.
  Embora políticas imprudentes tenham reduzido o ímpeto da economia no final dos anos 1990, reformas econômicas recentes voltaram a acelerar o crescimento do país, em especial na área de manufaturas e de serviços financeiros. A situação cambial melhorou consideravelmente, com o acúmulo de divisas. A dívida externa, estimada em cerca de US$ 40 bilhões, foi reduzida nos últimos anos devido à assistência do FMI e ao auxílio financeiro dos Estados Unidos.
Rodovia I. I. Chundrigar, em Karachi, centro financeiro do Paquistão
  A estrutura da economia paquistanesa passou de uma base predominantemente agrícola para outra fortemente ligada ao setor de serviços. A agricultura responde por cerca de 20% do PIB, enquanto que o setor de serviços corresponde a 53% do PIB, dos quais 30% referem-se ao comércio de atacado e de varejo. O país tem recebido investimento direto estrangeiro em diversas áreas, como telecomunicações, imóveis e energia. Software, automóveis, têxteis, cimento, fertilizantes, aço, construção naval, indústria bélica e segmento aeroespacial também são setores industriais importantes. Em novembro de 2006, a China e o Paquistão assinaram um acordo de livre comércio com o qual pretendem triplicar o comércio bilateral entre os dois países.
ALGUNS DADOS SOBRE O PAQUISTÃO
NOME: República Islâmica do Paquistão
CAPITAL: Islamabad (População em 2010: 805.235 habitantes)
Islamabad - capital do Afeganistão
LÍNGUA OFICIAL: urdu e inglês
GOVERNO: República Parlamentarista 
INDEPENDÊNCIA: do Reino Unido
Declarada: 14 de agosto de 1947
República Islâmica: 23 de março de 1953
ÁREA: 880.254 km² (35º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 187.342.721 habitantes (6º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 212,82 hab./km² (36°)
MAIORES CIDADES:
Karachi (2010): 13.205.339 habitantes
Karachi - maior cidade do Paquistão
Lahore (2010): 7.300.609 habitantes
Lahore - segunda maior cidade do Paquistão
Faisalabad (2010): 2.880675 habitantes
Faisalabad - terceira maior cidade do Paquistão
PIB (FMI - 2011): US$ 210.566 bilhões (48º)
IDH (ONU - 2011): 0,504 (145º)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 65,5 anos (136º)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010):  70,9/mil (161°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008):  36% (145°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 49,9% (160°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 1.201 (146°)
MOEDA: Rúpia
RELIGIÃO (2010): 96% da população paquistanesa é muçulmana. Existem pequenos grupos religiosos não-muçulmanos: cristãos, hindus, sikhs, budistas, animistas, entre outros, que representam 4% da população do país.
DIVISÃO: o Paquistão é uma federação com quatro províncias, um distrito federal e áreas tribais administradas pelo governo federal. O governo paquistanês exerce jurisdição de facto sobre partes da Caxemira: a chamada Caxemira Livre e as Áreas do Norte. O Paquistão também reivindica o estado indiano de Jammu e Caxemira. O terceiro nível de divisão administrativa do país é composto por distritos, subdivididos em tehsils e conselhos locais. Cada nível conta com órgãos eleitos. Atualmente há 107 distritos no Paquistão propriamente dito. As áreas tribais compreendem diversas "agências" e seis pequenas regiões de fronteira, enquanto que a Caxemira Livre é formada pro sete distritos e as Áreas do Norte por seis. As províncias são: 1. Baluchistão; 2. Província da Fronteira Noroeste; 3. Punjab; 4. Sind. Os territórios são: 5. Território da Capital Islamabad; 6. Território Federal das Áreas Tribais. As partes da Caxemira administradas pelo Paquistão são: 7. Caxemira Livre; 8. Gilgit Baltistão.
FONTE: Adas, Melhem. Geografia / Melhem Adas. - 5. ed. - São Paulo: Moderna, 2006.

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