quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CONFRONTOS NA VENEZUELA

  A Venezuela é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Apesar disso, 80% dos venezuelanos são pobres, e 31,5% deles vivem abaixo da linha de pobreza.
  A causa dessa grande desigualdade social está relacionada ao seu passado. Desde a década de 1910, os governantes da Venezuela permitiram que o petróleo fosse explorado por empresas transnacionais. Mas essas poderosas companhias pagavam muito pouco ao governo venezuelano por esse  importante recurso natural. Em consequência do baixo faturamento e da corrupção desmedida, o país ficou sem recursos para proporcionar aos seus habitantes acesso à educação, à saúde e à moradia.
  Para agravar essa situação, nas últimas décadas a população carente da Venezuela cresceu muito. Gigantescas favelas tomaram conta da periferia das maiores cidades, sobretudo da capital, Caracas.

Favela em Caracas - Venezuela
  Esse quadro social precário foi pano de fundo de grande instabilidade política. Golpes de Estado, ditaduras, eleições fraudadas e muitos outros problemas geraram um forte sentimento de desesperança nos venezuelanos. No fim da década de 1980, alguns militares se rebelaram contra essa situação, e uma revolta popular destruiu grande parte do centro de Caracas.
  O descontentamento era ainda maior no fim da década de 1990. Nessa época, surgiram novas lideranças políticas, que passaram a ser vistas por muitos venezuelanos como alternativas reais de mudança no panorama de desigualdade social do país. Um desses líderes era Hugo Chávez, ex-militar e ex-golpista, que em 1998, foi eleito presidente da República pela primeira vez.
Hugo Cháves durante um comício em 2004
O GOVERNO DE HUGO CHÁVEZ
  Empossado para o quinquênio de fevereiro de 1999 a fevereiro de 2004, Hugo Chávez, presidente mais jovem da história da Venezuela, prometeu modificar o Legislativo, moralizar a administração pública e promover uma efetiva redistribuição da renda nacional. Foi convocado um plebiscito para que o povo opinasse sobre a instalação ou não de uma Assembleia Nacional Constituinte. Com 92% de votos favoráveis, os venezuelanos aprovaram, no dia 25 de abril de 1999, a proposta presidencial de criar uma assembleia para que redigisse uma nova Constituição.
  Convocada eleições para formar a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela em 25 de julho de 1999, esta reuniu-se pela primeira vez em 3 de agosto do mesmo ano, e Chávez assumiu o poder máximo do Estado. Com isso, Chávez se autodotou de poderes para suspender as demais instituições políticas do país. Dias depois, o presidente pôs seu cargo à disposição da Assembleia, e no dia 11 de agosto, depois de ser confirmado na presidência, se apossou do cargo. O primeiro decreto de Chávez ocorreu no dia 12 de agosto, reorganizando todos os órgãos do poder público.
Hugo Chávez durante a sua posse em 1999
  Em nova convocação às urnas no dia 15 de dezembro de 1999, os venezuelanos referendaram, por ampla maioria, a recém-escrita Constituição que levaria adiante o projeto de Hugo Chávez para a transformação do país. A nova Carta Magna foi aprovada por 71,2% dos votantes, apesar de o índice de abstenção ter sido muito alto, pois 54% dos eleitores não compareceram às urnas. Com esse resultado, Chávez recebeu um respaldo importante para o processo de mudança das estruturas políticas, econômicas e jurídicas do país.
  A nova Constituição, aumentou o mandato do presidente da República de cinco para seis anos, com direito a reeleição consecutiva. O Senado e o Congresso  foram extintos, tendo sido substituído por uma nova instituição unicameral: a Assembleia Nacional. Foram considerados nulos todos os mandatos estabelecidos pela constituição anterior e convocadas eleições gerais para julho de 2000. Nessa eleição, Hugo Chávez foi reeleito para o sextiênio 2001-2007. A Constituição alterou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela e aumentou os direitos culturais e linguísticos dos povos indígenas.
Povos indígenas da Venezuela
  Após a reeleição, Chávez pôs em prática um programa de revolução bolivariana, porém, enfrentou uma forte oposição, com muitas manifestações, greves e a tentativa de um golpe de Estado, visando derrubar o seu mandato. Após os confrontos nas ruas das principais cidades venezuelanas, Chávez promoveu a nacionalização de vários setores da economia. Estatizou a siderúrgica Sidor, principal produtor de aço do país, além da nacionalização da PDVSA (Petróleos de Venezuela). Em 2002, a Venezuela enfrentou uma grave crise política, econômica e social, após Chávez ter demitido gestores da PDVSA e substituí-los por pessoas de sua confiança. Essa crise resultou num golpe de Estado civil-militar, que destituiu Chávez do cargo por 48 horas. Líderes das Forças Armadas anunciaram a destituição do presidente, em 12 de abril de 2002, assumindo a presidência o líder empresarial Pedro Carmona. O golpe resultou num contragolpe dois dias depois, após o clamor popular pedir a volta de Chávez, recebendo o apoio das forças leais do presidente deposto. Chávez reassumiu a presidência em 14 de abril de 2002, após um decreto que revogou sua deposição, apesar da instabilidade política ter continuado.
Pedro Carmona durante a sua posse como presidente da Venezuela em 12/04/2002
  Um referendo sobre a permanência de Hugo Chávez no poder, dá a vitória ao mesmo com 58,25% dos votos. Em 2005, instaurou-se uma crise diplomática com a Colômbia devido à presença de guerrilheiros colombianos no território venezuelano. Nesse mesmo ano, a Venezuela fecha acordo para fornecer a países amigos petróleo a preço subsidiado. A oposição boicota a eleição legislativa que estava marcado para novembro. Porém, partidos leais ao presidente controlam o Congresso, aumentando o poder de Chávez no país.
  Em dezembro de 2006, Chávez se reelege para um terceiro mandato com 63% dos votos. O seu adversário, Manuel Rosales é processado por enriquecimento ilícito e busca refúgio no Peru, alegando perseguição política.
Manuel Rosales
  Em 2007, Chávez anuncia a nacionalização de várias empresas de energia e comunicação. Durante um referendo sobre a reforma da Constituição venezuelana, Chávez sofre uma derrota, e a reforma pretendida foi recusada pela população.
  Em 2008, Chávez saiu derrotado nas eleições regionais. Nesse mesmo ano, ajuda a mediar a libertação de seis reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs). Apesar disso, as relações com o presidente da Colômbia Álvaro Uribe se deterioraram, após um ataque colombiano a um acampamento das Farcs no Equador, um dos países aliados da Venezuela. A fronteira é fechada temporariamente para o tráfego de caminhões, contratos são suspensos, afetando a economia de Bogotá.
Álvaro Uribe - ex-presidente da Colômbia
  Em 2009, a tensão volta a aumentar, após a permissão colombiana para que os Estados Unidos usassem suas bases militares no combate ao tráfico de drogas. São anunciados planos para privatizar o Banco da Venezuela (cujos proprietários eram espanhóis) e outras empresas. A oposição muda de estratégia e obtém algumas vitórias nas eleições de novembro, como a prefeitura de Caracas. Os aliados do presidente mantêm o controle de 17 dos 22 governos estaduais. Nesse mesmo ano, a Venezuela faz acordos com a Rússia para estabelecer exercícios militares navais conjuntos e cooperação nuclear.
Encontro de Chávez com o presidente russo Vladimir Putin
  Entre 1999 e 2010, o país arrecadou US$ 417 bilhões com a venda de petróleo, investindo boa parte do lucro em projetos sociais. Porém, a situação econômica interna continuava com problemas. A moeda do país - o bolívar - foi desvalorizada em 17% em relação ao dólar para importações prioritárias e em 50% para produtos considerados essenciais no período. Na diplomacia, o país cortou relações com a Colômbia. Em junho de 2010, Chávez passa por uma cirurgia de emergência em Cuba.
  Em setembro de 2010, Chávez sofre a primeira derrota nas urnas durante as eleições legislativas. Seu partido não conquista os dois terços da Assembleia Nacional, necessária para facilitar os projetos do governo. Em dezembro, a Assembleia Nacional aprova a Lei habilitante, que dá ao presidente, pela quarta vez em 11 anos, poderes para governar por decreto por um ano e meio.
  No dia 30 de junho de 2011, em pronunciamento transmitido pela TV, o presidente anunciou que sofria de um câncer.
Hugo Chávez quando estava fazendo tratamento contra o câncer
  Em janeiro de 2012, o presidente anunciou estar curado do câncer. Nesse mesmo ano anunciou a nacionalização de onze plataformas de petróleo norte-americanas, sendo que antes já tinha nacionalizado fábricas do México, da França e da Suíça. Em outubro foi mais uma vez reeleito, porém, com uma pequena diferença de votos: 54% contra 44% do seu adversário, Henrique Capriles.
  Em 28 de novembro de 2012, Chávez retorna a Cuba para um novo tratamento. Sua presença era aguardada na Reunião de Cúpula do Mercosul, em Brasília, no dia 7 de dezembro. O cancelamento de sua participação aumentou os rumores de sua saúde. O presidente retorna de Cuba, anuncia a volta de células cancerígenas e indica Nicolás Maduro como seu herdeiro político, retornando depois à Cuba para uma nova fase de tratamento.
Hugo Chávez ao lado de suas filhas em 15 de fevereiro de 2013
  Numa operação relâmpago e sob intenso sigilo, Hugo Chávez retorna à Venezuela na madrugada de 18 de fevereiro de 2013. O Hospital Militar de Caracas é posto sob intenso esquema de segurança e não são divulgadas imagens do presidente, que teria viajado sedado.
  No dia 5 de março de 2013, o vice-presidente venezuelano Nicolás Maduro, anunciou a morte de Hugo Chávez, aos 58 anos, em Caracas, decorrente de um câncer na região pélvica e de uma infecção respiratória aguda.
  Desde o início do seu governo, Chávez acusou os Estados Unidos e as empresas transnacionais de explorarem as riquezas naturais da Venezuela. Ele criticou o capitalismo, afirmando que a única alternativa justa era aprofundar a igualdade, levando a sociedade venezuelana ao socialismo. Seguindo essa linha, rompeu as tradicionais ligações das transnacionais com a Venezuela e retomou o controle estatal de todo o setor petroquímico.
Sede da PDVSA em Maracaibo, Venezuela
ASPECTOS FÍSICOS DA VENEZUELA
  Os grandes contrastes no espaço geográfico da Venezuela não são apenas sociais, mas também ambientais. Contrastando com as montanhas andinas, eternamente nevadas, estende-se as grande planícies dos llanos e o Maciço das Guianas.
  O núcleo de granito e da Cordilheira é, em grande parte, flanqueado por camadas sedimentares do Cretáceo, dobradas numa estrutura anticlinal. Entre esses sistemas orográficos existem planícies cobertas de camadas terciárias e quaternárias de cascalho, areia e argila. A depressão em que se encontram lagunas e lagos, como o de Maracaibo, apresenta, na superfície, depósitos de aluvião do Quaternário, sobre camadas do Cretáceo e do Terciário, onde ocorrem importantes jazidas petrolíferas.
Produção de petróleo no lago Maracaibo - Venezuela
  O relevo venezuelano divide-se três porções:
  • Montanhas Setentrionais - constituem uma ramificação da cordilheira Ocidental dos Andes Setentrionais. Penetram no país pelo oeste, prosseguem na direção nordeste e leste até chegar ao golfo de Paria e a ilha de Trinidad, onde diminui gradualmente a sua altitude. A parte ocidental denomina-se serra Nevada de Mérida, onde seus picos atingem mais de 4.800 metros, como o Pico Bolívar, o ponto culminante da Venezuela, com 5.007 metros. Essa região é coberta pelos páramos, um ecossistema neotropical de montanha encontrado em três países andinos: Venezuela, Equador e Colômbia. Na direção leste, as montanhas Setentrionais, conhecidas como Andes Marítimos, declinam até quase desaparecer, ressurgindo no golfo de Paria.
Pico Bolívar - ponto culminante da Venezuela
  • Bacia do Orinoco - a bacia do Orinoco é uma extensa planície aluvial que sobe suavemente até encontrar os Andes, no centro do país. Ao sul dessa planície eleva-se o Planalto das Guianas. Na bacia do rio Orinoco, encontra-se os llanos, um ecossistema que se enquadra no sistema das savanas, onde a principal atividade econômica desenvolvida é a criação de gado. No interior da Venezuela existe uma paisagem muito diferente dos Andes, formada por uma vasta planície muito parecida com as savanas, conhecida como llanos. Os llanos são atravessados pelo rio Orinoco, o maior do país, com mais de 3 mil quilômetros de extensão. No seu alto curso, que começa no Maciço das Guianas, área fronteiriça com o Brasil, a uma altura de 1.074 metros, o Orinoco alimenta grande usinas hidrelétricas. Já o seu delta abre-se sobre gigantescas jazidas de petróleo. O centro-sul do país é recoberto pela Floresta Amazônica, com sua rica biodiversidade.
  • Planalto das Guianas - a parte venezuelana do Planalto das Guianas é denominada de La Gran Sabana.  No complexo embasamento do Planalto das Guianas e na linha de cristal dos maciços Marítimo e da Cordilheira da Venezuela, encontram-se as mais antigas formações rochosas da América do Sul. A parte venezuelana do Planalto das Guianas consiste num grande bloco de granito de gnaisses e de outras rochas cristalinas do Arqueano, com camadas subjacentes de arenito e de argila xistosa.
Mapa físico da Venezuela
  O clima da Venezuela é predominantemente tropical, com as estações caracterizadas mais pelo índice pluviométrico do que pela diferença de temperatura. Existem duas estações bem definidas: o inverno chuvoso e o verão seco. A temperatura média anual de Caracas é de 19,4ºC. Nas montanhas, essa média é de 18,4ºC, como em Méridas. Nas regiões mais elevadas ocorrem as chamadas neves eternas.
  A hidrografia da Venezuela é feita na maior parte pelo rio Orinoco, que ocupa cerca de 4/5 do país. Entre os seus principais afluentes estão o Caroni, Aro, Caura, Cuchivero e Ventuari, que nascem no Planalto das Guianas; Apure, Arauca e o Capanaparo, que nascem nos Andes; e  Manapire, Suata, Pao e Caris, que nascem nas planícies. Os demais rios são curtos e pouco navegáveis. O principal lago do país é o Maracaibo.
Rio Orinoco em Ciudad Bolívar - Venezuela
  A fauna da Venezuela é semelhante a dos seus vizinhos sul-americanos. Dentre os principais animais do país destacam-se a onça-pintada, o jaguar, o bicho-preguiça, várias espécies de macaco, tamanduá, entre outros.
ECONOMIA DA VENEZUELA
  A economia venezuelana baseia-se no petróleo e na exploração do minério de ferro. A expansão dessas atividades atraiu para o país outras indústrias: químicas, de papel e celulose e de borracha.
  Na Amazônia venezuelana, são explorados recursos importantes: ouro, diamantes, cobre, zinco, titânio e manganês, além do petróleo.
  Após a Primeira Guerra Mundial, a economia venezuelana passou por mudanças significativas: de uma economia essencialmente agrícola para uma economia centrada na extração e exportação de petróleo, onde essa atividade é responsável por cerca de 80% das exportações do país. O país é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
  Apesar das riquezas geradas pelo petróleo, 37,9% da população venezuelana ainda vive abaixo da linha de pobreza. Em 31 de julho de 2012, a Venezuela foi incluída como membro oficial do Mercado Comum do Sul (Mercosul).
Média do crescimento do PIB da Venezuela
QUESTÕES POLÍTICAS
  Apesar da quantidade e da variedade de riquezas do território da Venezuela, muitos venezuelanos têm deixado o país por causa dos problemas políticos e econômicos vividos por eles. Nas décadas de 1970 e 1980 a maioria dos venezuelanos que deixavam o país eram trabalhadores em busca de oportunidades nos Estados Unidos. Hoje, ao contrário, tem sido a população mais rica que tem deixado o país rumo aos EUA, desgostosa com a atual política, que começou com o governo de Hugo Chávez e, após a sua morte, com a instabilidade pela qual o país vem atravessando.
  Durante a maior parte do século XX, a Venezuela manteve relações amistosas com os países latino-americanos e ocidentais. As relações entre a Venezuela e o governo dos Estados Unidos pioraram após o golpe de Estado na Venezuela em 2002, durante o qual o governo estadunidense reconheceu a presidência interina de Pedro Carmona. Ao mesmo tempo, laços com vários países da América Latina e do Oriente Médio, que não eram aliados dos Estados Unidos foram fortalecidos.
  A Venezuela busca alternativas de integração hemisférica, através de propostas como a Aliança Bolivariana para as Américas - ALBA - e a rede de televisão pan-latino-americana, TeleSUR.
  A Aliança Bolivariana para os Povos das Américas, ou Tratado de Comércio dos Povos, é uma plataforma de cooperação internacional baseada na ideia da integração social, política e econômica entre os países da América Latina e do Caribe. Essa aliança é fortemente influenciada por doutrinas de esquerda, e representa uma tentativa de integração econômica e regional que não se baseia essencialmente na liberalização comercial, mas na visão do bem-estar social, na troca e de mútuo auxílio econômico. Os países-membros discutem a introdução de uma moeda regional, o SUCRE. Em 24 de junho de 2009, o bloco foi rebatizado de Aliança Bolivariana para as Américas.
Em verde, os países que integram a ALBA
  A Venezuela é uma das quatro nações do mundo, junto com a Rússia, a Nicarágua e Nauru, que reconheceu a independência da Abecássia e da Ossétia do Sul, regiões localizadas na Geórgia, além de ser um dos grandes defensores na Organização dos Estados Americanos (OEA) para adotar a sua Convenção Anti-Corrupção.
CONFRONTOS NA VENEZUELA
  A Venezuela tem enfrentado momentos de tensão desde o início de fevereiro de 2014, com protestos de estudantes e opositores contra o governo. A situação se agravou no dia 12 de fevereiro, quando uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro terminou com um saldo de três mortos e mais de vinte pessoas feridas. Ao mesmo tempo em que milhares de manifestantes saíram às ruas para criticar o governo - por causa do elevado índice de inflação, da insegurança, da escassez de produtos e da alta criminalidade -, outras milhares de pessoas aliadas do presidente se manifestaram em favor de Maduro e contra os oposicionistas.
Nicolás Maduro - presidente da Venezuela
  Após as primeiras mortes, governo e oposição trocaram acusações. Maduro acusou "gruspúculos fascistas" que teriam se infiltrado nos protestos. Já o líder oposicionista Leopoldo López, que convocou seus partidários para irem às ruas, disse que o governo planejou a violência para desacreditar seu movimento pacífico. Após as acusações, o governo venezuelano decretou a prisão de López, provocando novos protestos no país.
  As manifestações são uma reedição da disputa política nas ruas que marcou os anos de Hugo Chávez e a campanha que levou Maduro a ser eleito em 2013, após a morte do ditador.
Leopoldo López - líder oposicionista na Venezuela
  O contexto atual também complica a situação do governo - os protestos ocorrem em meio a ausência de produtos industrializados nas prateleiras, e do controle das regras da economia para o setor empresarial.
  Tentando controlar a crescente inflação, Maduro criou um decreto-lei de "preços justos", que limita o lucro de empresários locais a 30% sobre o valor da mercadoria. A escassez de produtos aumentou ainda mais após a adoção dessa medida, aumentando também, os protestos no país.
A atual crise política e econômica é o principal motivo dos conflitos na Venezuela
ALGUNS DADOS SOBRE A VENEZUELA
NOME: República Bolivariana da Venezuela
CAPITAL: Caracas

Centro de Caracas
LÍNGUA OFICIAL: espanhol
GOVERNO: República Presidencialista
INDEPENDÊNCIA: do Reino Unido, em 1 de outubro de 1960
GENTÍLICO: venezuelano
LOCALIZAÇÃO: norte da América do Sul
ÁREA: 912.050 km² (32º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2013): 27.635.743 habitantes (45º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 30,3 hab./km² (152º)
MAIORES CIDADES (Estimativa 2013): 
Caracas: 3.423.432 habitantes

Caracas - capital e maior cidade da Venezuela
Maracaibo: 2.338.323 habitantes
Maracaibo - segunda maior cidade da Venezuela
Maracay: 1.967.235 habitantes
Maracay - terceira maior cidade da Venezuela
PIB (FMI - 2013): U$ 337,979 bilhões (33º) 
IDH (ONU - 2012): 0,748 (71º) 
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 73,73 anos (80º) 
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU - 2005-2010): 1,67% ao ano (77º) 
MORTALIDADE INFANTIL (
CIA World Factbook - 2012): 17,00/mil (81º) 
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2011): 93 (10º) 
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (Pnud - 2009/2010): 95,2% (67º) 
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 10.610 (61º)
MOEDA: Bolívar Venezuelano

RELIGIÃO: católicos (85,7%), protestantes (12%), outras religiões (2,3%).

DIVISÃO: a Venezuela está dividida em 23 estados, um Distrito Capital (que corresponde a cidade de Caracas e sua região metropolitana), as Dependências Federais (formada por 72 ilhas e ilhotas) e um território em reivindicação com a Guiana (a Guiana Essequibo ou Território de Essequibo).
Divisão regional da Venezuela
  A região de Essequibo é uma zona de disputa entre a Venezuela e a Guiana. Faz parte do território República Cooperativa da Guiana, mas cuja soberania é reclamada pela Venezuela internacionalmente por meio do Acordo de Genebra, de 17 de fevereiro de 1966, pois, segundo a Venezuela, essa região pertencia à Capitania Geral da Venezuela e, por isso, deveria fazer parte do seu território. 
Área de conflito entre a Guiana e a Venezuela
FONTE: Tamdjian, James Onnig. Estudos de geografia: o espaço do mundo I, 8º ano / James Onnig Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes. - São Paulo: FTD, 2012.

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