sábado, 12 de setembro de 2015

AS BAHAMAS: PAÍS COM O MELHOR PIB PER CAPITA DA AMÉRICA LATINA

  As Bahamas são um país insular constituído por mais de três mil ilhas, localizado no oceano Atlântico, a norte de Cuba e da ilha de Hispaniola (na qual se situam Haiti e República Dominicana), a noroeste do território ultramarino britânico das ilhas Turcks e Caicos, e a sudoeste do estado norte-americano da Flórida. O país é o que possui o maior PIB per capita entre os países latino-americanos.
  Localizadas a aproximadamente 160 quilômetros da costa da Flórida, com um ótimo clima e com um mar cristalino de águas azuis turquesa e praias de areia branca perolada, as ilhas das Bahamas são um dos principais destinos turísticos mundiais.
Mapa e localização das Bahamas
HISTÓRIA
  O arquipélago das Bahamas era habitado por índios arauaques antes da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492. Ocupadas por ingleses desde o século XVI, as Bahamas serviram de refúgio para piratas.
  Em 1670, o Rei Charles II concedeu as ilhas para os Lordes proprietários das Carolinas, que alugaram as ilhas do rei com direitos de comércio, nomeando governadores e administrando o país. Em 1703, durante a Guerra de Secessão Espanhola, uma expedição conjunta franco-espanhola ocupou brevemente a capital das Bahamas.
  Durante o regime de propriedade, as Bahamas tornaram-se um paraíso para os piratas. A Grã-Bretanha queria restaurar um governo ordenado nas Bahamas, e instaurou uma colônia da Coroa com governo do estado real de Woodes Rogers, que conseguiu reprimir a pirataria. Em 1720, Rogers liderou a milícia local, conseguindo expulsar os espanhóis das ilhas.
Praia das Bahamas
  Durante a Guerra da Independência Americana, as ilhas se tornaram alvo das forças navais americanas sob o comando do Comodoro Ezequiel Hopkins, que ocuparam a capital Nassau durante duas semanas.
  Em 1782, após a derrota britânica em Yorktown, uma frota espanhola apareceu na costa de Nassau, promovendo a rendição da cidade e a retomada das ilhas por parte da Espanha. Um ano depois, a Grã-Bretanha recuperou as ilhas por meio do Tratado de Paris.
  Após a independência americana, os britânicos reassentaram alguns dos legalistas e seus escravos que defendiam a permanência dos Estados Unidos como colônia da Inglaterra nas Bahamas, e aí estabeleceram plantações em várias ilhas e tornaram-se uma força política na capital. Com o passar dos tempos, os americanos europeus foram superados em número pelos escravos afro-americanos.
Lagoa Azul - Bahamas
  Em 1807, os britânicos aboliram o comércio de escravos. Durante as décadas seguintes, eles reassentaram milhares de africanos libertados de navios negreiros pela Royal Navy (Marinha Real Britânica), que interceptou o comércio a partir das ilhas das Bahamas. A escravidão foi finalmente abolida no Império Britânico em 1 de agosto de 1834.
  Em 1818, o Home Office de Londres (departamento ministerial do Governo do Reino Unido, responsável pela imigração, segurança e ordem pública) decidiu que "qualquer escravo trazido para as Bahamas de outros pontos fora dos British West Indies (atual territórios britânicos ultramarinos no Caribe, Anguilla, Bermuda, Ilhas Cayman e Montserrat) seria exonerado", contribuindo para a libertação de quase 300 escravos pertencentes a proprietários norte-americanos.
  Na década de 1820, centenas de escravos americanos e negros seminoles (índios negros) escaparam do Cabo da Flórida, assentando-se no noroeste da ilha Andros, onde fundaram a vila de Red Bays. Vários incidentes contribuíram para a libertação de cerca de 447 escravos pertencentes a indivíduos norte-americanos entre 1830 e 1842, aumentando as tensões entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, apesar de ambos os países cooperassem nas patrulhas para suprimir o tráfico internacional de escravos.
Praia nas Bahamas
  Em agosto de 1940, depois de sua abdicação, Eduardo VIII, agora Duque de Windsor, foi nomeado governador das Bahamas, chegando à ilha com sua esposa, a Duquesa Wallis Simpson. Embora desanimado com a condição da Government House, eles tentaram fazer o melhor de uma situação ruim. O Duque não gostou da posição que lhe foi imposta, e referiu-se às ilhas como uma "Colônia Britânica de terceira classe". O Duque abriu o pequeno parlamento local em 29 de outubro de 1940. O Duque foi elogiado por seus esforços para combater a pobreza nas ilhas, tendo renunciado ao cargo em 16 de março de 1945.
  O desenvolvimento político moderno começou após a Segunda Guerra Mundial. Os primeiros partidos políticos foram formados na década de 1950. Em 1964, o Parlamento britânico autorizou as ilhas como internamente auto-governado, tendo Sir Roland Symonette como primeiro-ministro.
  Em 1967, Lynden Pindling, do Partido Progressista Liberal, tornou-se o primeiro Premier negro da colônia. Em 1973, as Bahamas tornaram-se totalmente independente como um reino da Commonwealth (Comunidade Britânica de Nações).
Praia em Inagua - Bahamas
  Com base no turismo e no setor financeiro, a economia das Bahamas prosperou muito a partir de 1950, mas vários fatores ainda são desafios significativos para o país, como a educação, saúde, habitação, tráfico de drogas internacional e imigração ilegal, principalmente de haitianos.
GEOGRAFIA
  As Bahamas são formadas por ilhas coralíneas de enorme extensão, relativamente planas e de baixa altitude. Essas características naturais favorecem a formação de lagos, pântanos e manguezais, intercalados com florestas.
  A maior ilha das Bahamas é a ilha de Andros, no ocidente do arquipélago. A ilha de New Providence, a leste de Andros , é onde se localiza a capital, Nassau, e onde mora cerca de dois terços da população do país. Outras ilhas importantes são Grande Bahama, no norte, e Inagua, no sul.
Ilha de Andros - Bahamas
  A maior parte das ilhas possuem formação de coral, são relativamente planas, com algumas colinas baixas e arredondadas, e o ponto culminante do país é o monte Alvernia, na ilha de Cat, com 63 metros de altitude.
  O clima do país é o tropical, moderado pelas águas quentes da corrente do Golfo, sendo comum a ocorrência de furacões e tempestades tropicais, principalmente entre maio e outubro.
Monte Alvernia - ponto culminante das Bahamas
ECONOMIA
  As Bahamas é um país estável e em desenvolvimento, com uma economia bastante dependente do turismo, que responde por aproximadamente 60% do Produto Interno Bruto (PIB) e do sistema bancário.
  As Bahamas são consideradas um dos "paraísos fiscais". O governo cobra impostos muito baixos das empresas que se instalam no país e não exige explicações detalhadas sobre o tipo de atividade que realizam. Em resumo: pode-se movimentar grandes somas de dinheiro, pois não há nenhuma fiscalização. Os bancos, por sua vez, não procuram saber de onde vem ou para onde vai o dinheiro depositado em seus cofres. Com isso, grandes empresas e milionários do mundo inteiro mantêm contas e depósitos bancários nas Bahamas e em outros países da América Central.
Praia na ilha de Grande Bahama - Bahamas
  O turismo representa a maior fonte de divisas para o país, que recebe milhões de turistas anualmente, e que visitam suas ilhas nos cruzeiros realizados por suntuosos navios turísticos. Essa atividade é controlada principalmente por empresas estrangeiras, principalmente norte-americanas.
  Nas Bahamas existem mais de 400 bancos (média de um banco para cada 680 habitantes), além de sede de empresas de outros países, como seguradoras e indústrias que buscam na isenção de impostos, principalmente o de renda, uma forma de ampliar os seus lucros. Essas empresas continuam com seus escritórios e parques industriais no país de origem, onde desenvolvem suas atividades de fato.
  Além do turismo e das atividades bancárias, a pesca também é uma importante fonte de renda para muitos moradores das ilhas. Os principais recursos minerais são o sal e a aragonita. Na agricultura, os principais produtos cultivados são milho, trigo, frutas, cana-de-açúcar, banana, sisal, algodão e verduras.
Praia em Harbor Island - Bahamas
CULTURA
  A cultura das Bahamas é um híbrido de formas africanas, europeias e indígenas. A manifestação cultural mais famosa e importante do país é uma celebração e forma rítmica de música chamada junkanoo. É um tipo de carnaval de rua, que ocorre em 26 de dezembro e no Ano Novo (1 de janeiro). Esta tradicional celebração foi iniciada com um escravo africano conhecido pelo nome de John Canoe. Aos escravos eram dado um especial de férias na época do Natal, quando eles poderiam deixar o trabalho da plantação e celebrar suas liberdades.
  Os desfiles são caracterizados por fantasias espetaculares de papel crepe e ritmos poderosos batidos tradicionalmente em tambores de pele de cabra, bem como bandas de música e sinos de vaca. A música das Bahamas também incorpora outras formas do Caribe, como o calypso de Trinidad e Tobago, e o reggae jamaicano.
Celebração do Junkanoo, em Nassau, no dia 1 de janeiro de 2015
ALGUNS DADOS DAS BAHAMAS
NOME OFICIAL: Comunidade das Bahamas
CAPITAL: Nassau
Casas em estilo colonial, em Nassau
GENTÍLICO: bahamense, baamense, bahamiano, baamiano, bahamês, baamês
LÍNGUA OFICIAL: inglês
GOVERNO: Monarquia Constitucional
INDEPENDÊNCIA: do Reino Unido, em 10 de julho de 1973
LOCALIZAÇÃO: América Central Insular
ÁREA: 13.878 km² (156°)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2015): 374.878 habitantes (169°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 27,01 habitantes/km² (155°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativas 2015):
Nassau: 255.277 habitantes
Visão aérea de Nassau - capital e maior cidade das Bahamas
Freeport: 50.475 habitantes
Freeport - segunda maior cidade das Bahamas
West End: 13.940 habitantes
West End - terceira maior cidade das Bahamas
PIB (Banco Mundial 2013): US$ 8,249 bilhões (135°). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
IDH (ONU 2014): 0,789 (51°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
Mapa do IDH dos países
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU 2012): 76,5 anos (56°). Obs: a expectativa de vida ou esperança de vida, expressa a probabilidade de tempo de vida média da população. Reflete as condições sanitárias e de saúde de uma população.
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU 2005-2010): 1,20% (112°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma determinada população.
TAXA DE NATALIDADE (ONU 2005-2010): 17,3/mil (114°). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2007): 9,05/mil (90°). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook 2013): 15,97/mil (80°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (Nações Unidas 2015): 1,83 filhos/mulher (140°). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook 2014): 95,6% (90°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook 2005-2010): 84% (27°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
PIB PER CAPITA (FMI 2013): US$ 23.488 (33°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população.
MOEDA: Dólar Bahamiano
RELIGIÃO: cristianismo 94,1% (sendo 55,2% de evangélicos, 20,1% de anglicanos e 18,8% de católicos), e 5,9% seguem outras religiões.
DIVISÃO: as Bahamas estão divididas em 31 distritos, que são (os números correspondem aos distritos no mapa - o distrito de New Providence está indicado no mapa com MP): 1. Acklins 2. Berry Islands 3. Bimini 4. Black Point 5. Cat Island 6. Central Abaco 7. Central Andros 8. Central Eleuthera 9. City of Freeport 10. Crooked Island 11. East Grand Bahama 12. Exuma 13. Grand Cay 14. Harbour Island 15. Hope Town 16. Inagua 17. Long Island 18. Mangrove Cay 19. Mayaguana 20. Moore's Island NP. New Providence 21. North Abaco 22. North Andros 23. North Eleuthera 24. Ragged Island 25. Rum Cay 26. San Salvador 27. South Abaco 28. South Andros 29. South Eleothera 30. Spanish Wells 31. West Grand Bahamas.
Mapa da divisão administrativa das Bahamas
FONTE: Tamdjian, James Onnig
Estudos de geografia: o espaço do mundo I, 8º ano / James Onnig Tamdjiam, Ivan Lazzari Mendes. - São Paulo: FTD, 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário