terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ÁFRICA DO SUL

  O processo de industrialização da África do Sul se intensificou a partir da independência política em 1961 e contou com uma forte participação de capitais estrangeiros, predominantemente norte-americanos e britânicos. Os investimentos externos distribuíram-se por vários setores, com destaque para a indústria extrativa, enquanto os estatais concentraram-se na indústria de bens intermediários e em obras de infraestrutura. Hoje, o parque industrial sul-africano é bastante diversificado.
A África do Sul possui o maior parque industrial da África
  Embora a África do Sul seja a maior economia do continente africano e possua importantes empresas nacionais (estatais e privadas), nenhuma delas consta na revista Fortune. Aliás, não há nenhuma empresa sul-africana nessa lista. Isso é um dos indicadores da fragilidade econômica e da limitação do mercado dos países africanos. Em 2007, o PIB da África do Sul, apesar de corresponder a um terço de toda a África Subsaariana (nessa região há 47 países), equivalia à economia argentina ou mais ou menos um quarto do PIB indiano ou do brasileiro.
Siderúrgica na África do Sul
  Os fatores que mais contribuíram para a industrialização da África do Sul foram a disponibilidade de mão de obra barata - os trabalhadores negros eram superexplorados - e as enormes reservas minerais e energéticas. No início do processo eles serviram para atrair investimentos estrangeiros, mas com o aumento da pressão internacional contra o apartheid (1961-1994), especialmente a partir dos anos 1980, muitas empresas deixaram de investir no país.
Regime do apartheid na África do Sul, que separava os negros dos brancos
  Além das pressões externas, muitos líderes sul-africanos lutaram contra o regime segregacionista. O mais conhecido deles é Nelson Mandela. Ele foi o maior líder do Congresso Nacional Africano, o mais antigo grupo antiapartheid (fundado em 1912) e o partido político no poder. Com a introdução do voto universal, Mandela, depois de ficar 27 anos preso, tornou-se o primeiro presidente negro do país (eleito em 1994).
Nelson Mandela - maior líder antiapartheid da África do Sul e primeiro negro a se tornar presidente do país.
  Apesar da extinção do apartheid, a desigualdade socioeconômica permanece. A África do Sul é um dos países com pior distribuição de renda no mundo: segundo o relatório 2009 do Banco Mundial, os 10% mais ricos se apropriam de 44,9% da renda nacional e os 10% mais pobres, de 1,3%. Segundo o mesmo relatório, 26,2% da população vive na pobreza (com menos de 2 dólares/dia) e 42,9% na extrema pobreza (com menos de 1,25 dólar/dia) A maioria da população pobre é composta de negros.
Grande parte da população pobre da África do Sul é negra
  A concentração da renda e a população relativamente pequena (4 vezes menor que a brasileira e 23 vezes menor que a indiana) restringe seu mercado interno e inibe uma expansão mais acelerada de seu PIB. Embora nos anos 2000 tenha aumentado a taxa de crescimento econômico em relação à década anterior, na qual o país estava saindo do apartheid, não chegou a apresentar um desempenho tão elevado como a Índia, embora tenha superado o Brasil. Segundo o Banco Mundial, na década de 1990, o PIB da África do Sul cresceu 2,1% ao ano e no período 2000-2007 dobrou, foi para 4,3%.
Homens explorando mina de minério de ferro na África do Sul
FONTE: Sene, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, vol. 2: espaço geográfico e globalização: ensino médio / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. -- São Paulo: Scipione, 2010.

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