segunda-feira, 25 de abril de 2016

OS SEIS MAIORES POVOS SEM TERRITÓRIO DO MUNDO

  Povos são grupos de pessoas que falam a mesma língua e possuem as mesmas tradições. Um povo não precisa necessariamente ter um território próprio. Alguns deles, como boa parte dos ciganos, se deslocam constantemente pelo espaço geográfico. Eles são povos nômades, ou seja, que não possuem residência fixa. O contrário de nômade é sedentário, que possui uma área de permanência fixa. Alguns povos sedentários não possuem território próprio, pois vivem em regiões dentro de um país que é formado por outro povo ou, às vezes, outros povos.
  Os maiores povos sem território do mundo são:
1. CURDOS
Território habitado pelos curdos
  Os curdos são o maior povo sem território do mundo. São cerca de 36 milhões de pessoas, que reivindicam um território de cerca de 191 mil km² entre o Irã, o Iraque, a Turquia, a Síria, a Armênia e a Geórgia. São um povo nativo de uma região frequentemente referida como Curdistão. Aparentados com outros povos iranianos, eles falam o curdo, uma língua indo-europeia do ramo iraniano, porém, suas origens são incertas.
  Os curdos são descendentes de tribos nômades que viviam há 3 mil anos nas montanhas onde hoje são a Turquia, o Irã e o Iraque. Apesar de ocuparem por séculos a mesma região, nunca tiveram um país, mantendo-se sob domínio político e militar de outros povos.
  Os hurritas habitaram as regiões do atual Curdistão (Mesopotâmia e montes Zagros-Tauro) até 4.000 a.C. e 600 a.C.. Falavam uma língua que pertencia possivelmente  à famílias de línguas caucasianas do nordeste, aparentada ao moderno checheno e lezquiano. À medida que se estabeleciam, os hurritas se dividiam em vários clãs e subgrupos, fundando cidades-estados, reinos, e impérios com epônimos dos nomes dos clãs. Esses clãs incluíam os gutas, kurti, khaldi, mushku, minni, lullubi, cassitas, entre outros. Todas essas tribos eram parte de um grande grupo de hurritas, e juntos ajudaram a formar a fase hurrita da história curda.
Erbil (Iraque) - maior cidade do suposto Estado do Curdistão
  A maioria dos curdos são bilíngues ou poliglotas, falando as línguas dos povos da vizinhança, tais como o árabe, o turco e o persa como segunda língua. Os judeus curdos e alguns cristãos curdos habitualmente falam o aramaico como sua primeira língua. Na Turquia, onde vive a maioria do povo curdo, seu idioma é proibido e cerca de 10 mil curdos estão presos por motivos políticos.
  Na década de 1990, milhares de curdos foram mortos por armas químicas lançadas pelo ex-ditador iraquiano Saddam Hussein. Após a queda desse ditador, a situação do povo curdo no país melhorou.
Curdos sírios
2. TIBETANOS
Mapa do Tibete
  O Tibete sempre foi uma região com grande autonomia. Relatos históricos confirmam que já existia uma unidade política na região desde o século VII a.C. Seu governo era exercido por um líder espiritual, conhecido como Dalai Lama.
  Os tibetanos são um povo com cerca de 6,8 milhões de pessoas e que reivindicam um território de cerca de 1,2 milhão de km². Descendentes de pastores que vivem há 2.200 anos na região noroeste onde hoje é a China, os tibetanos costumavam viver em uma sociedade semifeudal dominada pela classe de sacerdotes budistas. Desde o século XIII, os tibetanos sofrem a dominação de outros povos.
  Os tibetanos formam o grupo étnico nativo do Tibete e das áreas que o circundam, abrangendo uma região que vai da Ásia Central, a norte e a oeste, a Mianmar e a China histórica, no leste, até a Índia, Nepal e Butão, ao sul. A grande maioria dos tibetanos professa o budismo tibetano. Há também um grupo de tradições nativas conhecidas coletivamente como Bön, que foram absolvidas pelo budismo tibetano, além de uma minoria de muçulmanos tibetanos.
Templo budista em Lhasa - Tibete
  Segundo as lendas locais, o 28º rei do Tibete, Lhatotori Nyentsen, teria sonhado com um tesouro sagrado que havia caído do céu, e que continha uma sutra, mantras e objetos religiosos budistas. Como a escrita tibetana ainda não havia sido inventada, ninguém sabia traduzir este texto nem compreender seu significado. O budismo só teria se fixado no Tibete durante o reinado de Songtsen Gampo, que se casou com duas princesas budistas, Bhrikuti e Wencheng. A religião então se popularizou quando Padmasambhãva visitou o Tibete, a convite do 38° rei tibetano, Trisong Deutson.
  No governo de Mao Tsé-tung, o Tibete começou a ser cobiçado pelos chineses, que, durante a década de 1950, ampliaram sua presença militar na região. Nesse mesmo período, os tibetanos escolheram como novo líder, ou seja, Dalai Lama, um jovem de 15 anos, chamado Tenzin Gyatso, que passou a exigir a libertação do país.
  Em 1959, temendo ser preso ou assassinado pelas tropas chinesas, o Dalai Lama fugiu para a Índia, país que apoia a independência do Tibete. Desde então, os chineses ampliaram sua presença militar e econômica na região. Por isso, passaram a ser hostilizados pela população tibetana, que acusa os militares chineses de destruírem templos, sequestrarem e matarem monges.
Tenzin Gyatso - 14º Dalai Lama
  Do exílio, o Dalai Lama iniciou uma campanha internacional pela libertação do Tibete, exercendo forte pressão sobre a China. Em 1990, o Tibete foi invadido pela China, sendo ocupado e anexado em seguida. Para contrabalançar a demografia da região, o governo chinês enviou mais de 6 milhões de chineses para viver no Tibete. A China continua a a reprimir as atividades políticas e religiosas da região, que tem passado por rebeliões esporádicas, sempre duramente combatidas.
  Nos últimos anos, a China tem convidado o Dalai Lama para conversar sobre a região, mas o líder tibetano exige a total autonomia do Tibete. Essa pretensão, provavelmente, jamais será atendida, pois a região é extremamente estratégica para a China. Encravado na Cordilheira do Himalaia, o Tibete abriga as nascentes de alguns dos mais importantes rios da Ásia, alimentados pelo derretimento das geleiras montanhosas no verão.
Paisagem do Tibete
3. PALESTINOS
Mapa da Palestina
  Os palestinos são um povo com cerca de 6 milhões de pessoas e reivindicam um território de 6 mil km². São descendentes dos filisteus, povo que chegou ao Oriente Médio há 14 mil anos - época em que explodiram os primeiros confrontos com os israelitas, que também habitavam a região. São um dos povos árabes, identificados pela sua cultura comum. Entre eles, há muçulmanos, que são a grande maioria, e cristãos.
  Submetidos ao Império Otomano e depois aos britânicos, os palestinos perderam a chance da independência em 1948. Nessa ocasião, com a independência de Israel, boa parte de seu território foi ocupado pelo novo país.
  Em 1947, a Assembleia Geral da ONU votou e aprovou o projeto que entraria em vigor no início de 1948, estabelecendo a partilha da Palestina e a criação do território de Israel. Na ocasião, a ONU também determinou que o status de Jerusalém fosse de cidade internacional, dividida em duas porções, a leste sob administração da Jordânia (dos árabes) e a oeste sob a administração de Israel. Após o conflito de 1967, que ficou conhecido como a Guerra dos Seis Dias, Israel se apossaria também da porção leste de Jerusalém.
Jerusalém - cidade considerada pelos palestinos como sua capital
  O plano da ONU de partilha do território foi rejeitado pelos palestinos e países árabes vizinhos, mas os judeus saíram satisfeitos com a resolução. Em 1948, Israel proclamou sua independência. Os palestinos, apoiados por tropas de países árabes (Síria, Egito e Jordânia), atacaram Israel, mas foram derrotados e dominados. Por isso, muitos palestinos perderam suas terras e foram obrigados a migrar para os países vizinhos. Israel saiu do conflito com 50% do seu território maior que o estabelecido na partilha da ONU e, ainda hoje, permanecem os conflitos por território na região.
Partilha da região da Palestina, de acordo com a ONU
  Os palestinos, tentando se organizar para recuperar a porção de Jerusalém tomada por Israel e também lutar para ser um país, com um território com fronteiras bem definidas, como conseguiu Israel com apoio internacional na década de 1940, fundaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964. Em seus primeiros anos de existência, a OLP utilizava atos violentos, como explosões de bombas em locais públicos, mas assim acabou sofrendo pesadas retaliações de Israel. Atualmente, a OLP atua por meio de acordos diplomáticos. O maior líder da OLP foi Yasser Arafat.
  Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, alguns países árabes (Egito, Jordânia e Síria) resolveram atacar simultaneamente Israel. Os israelenses ocuparam uma parte do território conhecido como Faixa de Gaza e a Cisjordânia (territórios habitados pelos palestinos), tomaram do Egito a Península do Sinai, e as Colinas de Golã da Síria, onde está a nascente do estratégico rio Jordão. Nessa ocasião, Israel também assumiu o controle sobre o leste da cidade de Jerusalém.
Yasser Arafat (1929-2004) - principal líder palestino
  Em 1973, ocorreu a Guerra do Yom Kippur ("Dia do Perdão"). Aproveitando o feriado religioso judaico, Egito e Síria atacaram Israel com o objetivo de recuperar as áreas perdidas na Guerra dos Seis Dias. Novamente, os árabes são derrotados e os israelenses conservam em seu poder os territórios ocupados desde 1967.
  Desde então, essa área está em conflito, que parece longe de terminar. De um lado, estão os palestinos, que, com grupos terroristas, revoltas populares (intifadas) e inferioridade bélica em relação a Israel, lutam pela definição do Estado territorial e soberano da Palestina. De outro, está o Estado de Israel,, com grande poderio bélico, maior estabilidade política, além de ser apoiado pelos Estados Unidos.
Gaza - cidade mais populosa da Faixa de Gaza
  Em 1994, foi estabelecida a Autoridade Palestina, um governo semiautônomo que obteve controle sobre partes do antigo território. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, houve uma grande comoção mundial, resultado das crueldades existentes nos campos de concentração de extermínio de judeus. Somado a isso, aumentou a pressão exercida pela comunidade judaica internacional sobre a ONU, com o apoio dos Estados Unidos, resultando, assim, na criação do Estado de Israel naquela região.
Yitzhak Rabin (Primeiro-Ministro israelense), Bill Clinton (presidente dos Estados Unidos) e Yasser Arafat (presidente da OLP) durante o Acordo de Oslo, em 1993
  Desde a criação do Estado de Israel, em 1947, os Estados Unidos se tornaram seu grande aliado. Além de fornecerem subsídios financeiros anuais, os estadunidenses são grandes fornecedores de armamentos bélicos e militares para o exército israelense. Já para os Estados Unidos, é de importância geopolítica ter um aliado forte na região, onde estão as áreas de maior concentração de petróleo no mundo.
Em contrapartida, a atuação de grupos terroristas palestinos, como o Jihad Islâmico, o Fatah e, principalmente, o Hamas, o mais radical entre eles, provocam e são provocados pelas disputas territoriais na região. Os ataques terroristas distanciam  os acordos de paz e, ao mesmo tempo, chamam atenção da mídia mundial.
Cidade de Gaza após mais um ataque israelense
  Outra grande questão que atrapalha as possibilidades de paz na região são os palestinos que vivem fora das áreas estipuladas pela ONU desde 1947. São mais de 3 milhões de refugiados palestinos, e grande parte vive em território israelense e outra parte vive em campos de refugiados, espalhados pelos vizinhos árabes, principalmente no sul do Líbano e a oeste da Jordânia, muitas vezes em condições precárias, sem uma infraestrutura adequada, utilizando barracas como moradia e sem acesso a serviços de saneamento e energia.
  Os palestinos moderados defendem a ampliação da autonomia e a convivência com os israelenses. Os radicais exigem a destruição de Israel.
Campo de refugiado palestino em Yarmouk - Síria
4. CIGANOS
Ciganos brasileiros
  Os ciganos são um povo com cerca de 20 milhões de pessoas  em todo o mundo (aproximadamente 8 milhões vivendo na Europa), e não reivindicam nenhum território. Originários do norte da Índia, os ciganos espalharam-se pelo mundo. Hoje habitam praticamente todos os países do Ocidente. A origem desse povo é incerta, mas alguns pesquisadores acreditam que eles tenham vindo mesmo da Índia, cerca de dois mil anos atrás, migrando para a parte oriental da Europa no século XIV e para a parte ocidental após a Segunda Guerra Mundial.
  Nômades sem reivindicação territorial, eles têm sido vítimas de preconceito cultural, repressão política e até mesmo campanhas de extermínio. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os nazistas mataram pelo menos 400 mil ciganos.
Ciganos romenos
  Uma característica importante dos ciganos é o nomadismo, apesar de, nos últimos anos, muitos deles terem procurado se fixar em algum lugar. Continuam a se dedicar a atividades milenares, como o comércio, o artesanato e a música, e, em consequência, muitos estão desempregados.
  Resistindo a integrar-se à sociedade, eles procuram manter seus costumes nômades tradicionais. As perseguições são coisas do passado na maior parte do mundo, porém, o preconceito cultural e a discriminação contra os ciganos continuam bastante forte.
  É grande o número de analfabetos entre os ciganos. Calcula-se que cerca de 70% deles não sabem ler nem escrever. Além disso, ao contrário do que ocorre com a população europeia, as taxas de natalidade do povo cigano são bastante altas.
  Em 2005, oito países do antigo bloco socialista apresentaram em Sófia, capital da Bulgária, uma proposta de integração dos ciganos, prevendo que até 2020 eles sejam tirados da situação marginal em que vivem na Europa.
  Assim como fazem com os turcos e os norte-africanos, os jovens neonazistas têm promovido atentados a moradias ciganas na Alemanha, na Espanha, na Polônia, na Hungria e na Romênia. Na República Tcheca, a entrada de ciganos em alguns bares e restaurantes é proibida.
Ciganos búlgaros
5. BASCOS
Área que compreende ao País Basco
  A cadeia montanhosa dos Pirineus, no sudoeste da Europa, formam uma fronteira natural entre a Espanha e a França. É lá que se localiza o território do povo basco, Euskadi.
  Os bascos são um povo com cerca de 3 milhões de pessoas que reivindicam um território de cerca de 20 mil km². A tribo dos vascones, antepassados dos bascos atuais, viviam há pelo menos 2 mil anos em áreas que hoje fazem parte da Espanha e da França.
  A língua basca, o euskera, é o mais antigo idioma do continente europeu. Ela é completamente diferente das outras línguas faladas na Europa, e até hoje os estudiosos não determinaram exatamente sua origem.
  Região muito montanhosa e com poucas terras agricultáveis, os Pirineus ajudaram o povo basco a se manter isolado do resto da Europa. Sabe-se que os bascos já estavam presentes na região na época do Império Romano, onde viviam em relativa harmonia e independência.
San Sebastián (ou Donostia, na língua basca) - Espanha
  A partir da Idade Média, a história dos bascos é de muita resistência às constantes invasões ao seu território. O povo basco é conhecido por sua força na defesa da autonomia do seu território, de seus costumes, de suas tradições e de sua identidade.
  Em 1937, durante a Guerra Civil Espanhola, a cidade basca de Guernica foi bombardeada pela aviação da Alemanha nazista, que apoiava as forças de Francisco Franco (que se opunham ao governo republicano espanhol). O ataque deixou mais de mil mortos.
  O grupo separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade), criado em 1959, luta pela independência do País Basco, região entre o norte da Espanha e o sudoeste da França. Suas ações já vitimaram mais de 800 pessoas. O ETA surgiu como um grupo militar de resistência contra o ditador espanhol Francisco Franco, que proibiu o uso da língua basca e fez tudo o que estava a seu poder para reprimir a minoria basca.
  Em 1979, após o fim da ditadura de Franco, os bascos receberam uma autonomia substancial. Mas isso não bastou para o ETA, que continua lutando pela independência plena usando atentados à bomba e campanhas de intimidação como suas ferramentas preferidas.
Bilbao (Espanha) - provável capital do País Basco
  Depois de resistir a diversas invasões estrangeiras, eles foram incorporados em sua maioria ao território espanhol e, no século XX, sofreram intensas perseguições durante o governo do ditador espanhol Francisco Franco, a quem se opuseram até com luta armada.
  Após a morte de Franco e a redemocratização da Espanha, na década de 1970, os bascos obtiveram mais liberdade e certa autonomia política. Mas isso não apazigou os movimentos separatistas mais radicais, que continuaram com seus atentados.
  Em 2011, o grupo ETA (Euskadi Ta Askatasuna, na língua basca) anunciaram o abandono à luta armada. Entretanto, anúncios de paz já ocorreram antes e foram rompidos, o que leva os governos francês e espanhol a se manterem alertas, mesmo que estejam em negociação com o grupo. A meta do ETA é libertar a região do País Basco do que chama de "ocupação" espanhola e estabelecer um país basco socialista.
Área rural na região do País Basco - França
6. CHECHENOS
Mapa da Chechênia
  A região autônoma da Chechênia localiza-se ao sul da parte europeia da Rússia, entre o Mar Cáspio e o Mar Negro. A população é majoritariamente muçulmana, convertida entre os séculos XVII e XVIII. Os chechenos originam-se de tribos que vivem há séculos nas montanhas da região do Cáucaso. Essa população mantém tradições culturais ligadas aos povos que a dominaram, como os persas, os mongóis e os russos. Os chechenos são um povo com cerca de 1,3 milhão de pessoas, e reivindicam um território de 15.800 km², e são o maior grupo étnico originário da região da Ciscaucásia.
  Durante o século XVII, intensificaram-se os contatos com os russos, que acabaram dominando a região. Entre as décadas de 1830 e 1850, eles opuseram feroz resistência armada às conquistas que a Rússia fazia naquela área. Na era soviética (1917-1991) a religião islâmica foi proibida, e milhares de chechenos foram deportados para a Sibéria, numa tentativa de controlar essa população. Essas deportações criaram um forte sentimento de revolta.
Grozny - capital da Chechênia
  Quando a União soviética chegou ao fim, em 1991, a região da Chechênia virou uma república independente e os chechenos iniciaram um movimento de libertação, que a Rússia decidiu impedir. Em dezembro de 1994, a Rússia invadiu a Chechênia, causando uma guerra que vitimou cerca de 100 mil pessoas. Os russos destruíram grande parte da capital da Chechênia, Grozny, expulsando milhares de chechenos que passaram a viver como refugiados em vários países da região. Os guerrilheiros chechenos combatem a presença russa com atentados que têm deixado muitas vítimas civis.
  Em 1996, guerrilheiros chechenos invadiram a república autônoma vizinha do Daguestão, também de maioria muçulmana, com o objetivo de criar com ela um Estado islâmico único.
Grozny completamente destruída após a invasão russa, em 1994
  O território checheno localiza-se na rota de um dos principais oleodutos russos até o Mar Cáspio, pelos quais escoam importantes produtos, como o petróleo produzido no Azerbaijão, país que faz parte da CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Isso explica o interesse russo em mantê-lo sob o seu domínio.
  O separatismo da Chechênia representa também uma ameaça ao domínio da Rússia sobre outras repúblicas autônomas, que poderiam se motivar a seguir esse exemplo.   Atualmente, as tropas russas têm controle das principais cidades da Chechênia.
Paisagem da Chechênia
FONTE: Vesentini, J. William
Projeto Télaris: Geografia / J. William Vesentini, Vânia Vlach. - 1. ed. - São Paulo: Ática, 2012. - (Projeto Télaris: Geografia)

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