ATENTADO A JORNAL EM PARIS MATA 12 PESSOAS

  Um atentado terrorista marcou de forma negativa o mundo na manhã desta quarta-feira, 07 de janeiro de 2015. Homens invadiram o escritório da revista francesa Charlie Hebdo, em Paris, e mataram pelo menos 12 pessoas, entre elas dois policiais. Outras quatro pessoas estão hospitalizadas em estado grave. Os suspeitos são muçulmanos, franco-argelinos e, segundo testemunhas, os acusados estariam vingando a publicação de uma charge que a revista publicou alguns anos atrás que criticava o profeta Maomé, provocando revolta no mundo muçulmano.
  Testemunhas informaram ainda que os suspeitos estavam encapuzados, portavam fuzis e lança-foguetes. Após a entrada dos homens na revista, os moradores ouviram vários tiros. Ao abandonar o prédio, os terroristas atiraram contra um policial, atacaram um motorista e atropelaram um pedestre com um carro roubado. Este foi o pior ataque de militantes em solo francês.

Bombeiros carregam homem ferido em frente à revista

  Membros de grupos islâmicos, como Abu Mussab, um sírio que combate junto ao Estado Islâmico, grupo que conquistou territórios no Iraque e na Síria, disse: "Os leões do Islã vingaram o nosso profeta. Esses são os nossos leões. Foram as primeiras gotas - mais virão", disse ele via Internet direto da Síria, acrescentando que ele e outros combatentes do grupo ficaram felizes com o incidente. Mussab disse ainda que não conhece os homens armados que realizaram o ataque, mas acrescentou que "eles estão no caminho do emir ... e de nosso xeique Osama (Bin Laden)". O emir, citado pelo combatente é o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, cujo grupo é uma força paramilitar poderosa que combate tanto na Síria como no Iraque e que tem atraído seguidores em outras partes do Oriente Médio e da Ásia. Por enquanto, nenhum grupo assumiu a autoria do atentado.

Charge do profeta Maomé provocou revolta no mundo islâmico

  Os três atiradores que efetuaram o ataque terrorista a sede da revista francesa Charlie Hebdo já foram identificados, são homens e teriam 18, 32 e 34 anos. Os suspeitos com idades entre 32 e 34 anos são irmãos, cidadãos franceses, nascidos no 10° distrito de Paris, chamados Said e Cherif Kouachi. Os dois são franco-argelinos, que voltaram da Síria para a França no último verão.
  Cherif fazia parte de uma rede jihadista iraquiana desmantelada nas proximidades do 19° distrito da capital francesa. Foi julgado em 2005 por fazer parte de uma célula de envio de jihadistas ao Iraque que teria recrutado dez jovens para combater no território iraquiano entre 2003 e 2005. Ele foi condenado a três anos de prisão, metade deles isenta de cumprimento.
  O terceiro suspeito seria Hamyd Mourad, 18 anos, que não teria residência fixa. Sua nacionalidade é desconhecida. No ano passado ele teria se matriculado em uma escola em Charleville-Mézières, cerca de 50 quilômetros de Reims, nordeste da França.

Irmãos franco-argelinos são suspeitos do atentado a revista Charlie Hebdo

  A polícia identificou os suspeitos graças a uma carteira de identidade que foi encontrada no veículo no qual os três fugiram e com o qual colidiram com outro carro no nordeste de Paris. A caçada policial aos autores do atentado durou quase o dia inteiro. A polícia fez busca nos subúrbios de Paris de Pantin, em Seine-Saint-Denis, local para onde, segundo relatos, os assaltantes teriam se dirigido após o ataque. Eles também realizaram busca em Genevilliers, noroeste de Paris.
  Abaixo, vídeo mostra momento em que os terroristas atiram contra um policial.

FONTE: Reuters