Durante milhares e milhares de anos, a sobrevivência dos seres humanos dependeu, basicamente, da caça e da pesca.
Foi necessário um tempo muito grande até que as sociedades desenvolvessem outros meios para sobreviver.
Nos primórdios da civilização humana, o homem era nômade. Até então, a relação que as sociedades mantinham com a natureza se restringiam às necessidades de obtenção de alimentos e abrigo do calor, do frio e da chuva. Usualmente, esses povos eram caçadores-coletores ou pastores, que viviam mudando de um lugar para outro em busca de novas pastagens para o gado, quando se esgotavam aquelas em que estavam. Esses povos ignoravam as fronteiras nacionais e a maioria habitavam as cavernas.
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O nomadismo marca os primeiros momentos da vida do homem |
A grande mudança na forma de as pessoas se relacionarem com a natureza ocorreu somente pelo surgimento da agricultura.
Ao desenvolver a agricultura, o homem deixou de ser nômade. E ao mesmo tempo que foram se fixando nos territórios mais adequados aos cultivos agrícolas, como as margens dos rios, as pessoas foram se tornando artesãs (6000 a.C.). Nessa época, começaram a polir a pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e colher alimentos e descobriram a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais.
O desenvolvimento da agricultura permitiu ao ser humano ter uma vida menos dependente da natureza. A domesticação de animais (cabras, bois, porcos, cavalos e aves) também colaborou com a melhoria na qualidade de vida. Aliada a agricultura, a domesticação dos animais permitiu ao homem um aumento significativo na qualidade da produção de alimentos. Com o aumento da produção de alimentos criou-se a necessidade de armazenamento, ocorrendo, também, a geração de excedentes. Além de armazenarem para os períodos de maior necessidade, os homens começaram a trocar estes produtos com outras comunidades, iniciando a economia de trocas.
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Com o surgimento da agricultura o homem começa a viver em aldeias |
Com o passar do tempo, a esses meios de garantir sua sobrevivência, a humanidade foi somando muitos outros, como as ferramentas feitas de bronze e ferro. Essa evolução dos meios de produção de alimentos e outros recursos necessários à vida humana culminou com a invenção das oficinas de artesanato (século XI), da manufatura (século XVI) e da indústria (século XVIII).
Os primeiros objetos feitos pelo homem eram artesanais, quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e cozer os alimentos, e descobriu a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais.
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O artesanato mudou a forma de utilização dos produtos |
A partir do século XIX, o artesanato ficou concentrado em espaços conhecidos como oficinas, onde um pequeno grupo de aprendizes viviam com o mestre-artesão, detentor de todo o conhecimento técnico. Este oferecia, em troca de mão de obra barata e fiel, conhecimento, vestimentas e comida. Criaram-se as Corporações de Ofício, organizações que os mestres de cada cidade ou região formavam a fim de defender seus interesses.
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A Corporações de Ofício mudou a forma de organização da produção |
Desde as Grandes Navegações (que trouxeram os europeus ao Brasil), no final do século XV, a produção tem se destinado, cada vez mais, à busca do lucro, e não mais à simples sobrevivência humana, como havia sido no passado.
Durante a Revolução Industrial, houve um grande avanço no modo de produção. O trabalho, que antes era somente manual, passou a ser feito por máquinas, o que gerou uma maior produção em menor tempo. Além da utilização das máquinas, a manufatura passou a ter como marcante característica a utilização de um modo de trabalho em série, ou seja, de etapa em etapa, e especializado, cada trabalhador tinha sua especialização numa área.
No século XIX, os homens de negócio passaram a reunir trabalhadores em grandes galpões, fornecendo a eles a matéria-prima necessária e remunerando seu serviço. Nela, a oficina e as ferramentas pertencem ao capitalista e ocorre uma intensa divisão do trabalho, onde são economizados materiais, com aplicação de movimentos específicos, aumentando a velocidade da produção.
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Com a Revolução Industrial o homem começou a ser trocado pelas máquinas |
Atualmente, o sistema de produção capitalista é composto de uma enorme variedade de atividades econômicas.
Os estudiosos classificam cada um dos diversos ramos do sistema capitalista que foram desenvolvidos até nossos dias num dos três setores da economia:
- primário - agricultura, pecuária e mineração;
- secundário - indústria;
- terciário - serviços e comércio.
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A agricultura corresponde ao setor primário da economia |
Na atualidade, o rápido avanço das tecnologias tem levado os setores primário e secundário da economia a gerarem cada vez menos riquezas e empregos. A mecanização agrícola e a automação industrial são, respectivamente, os principais fatores de desemprego crescente observado nesses dois setores da economia. A mecanização no campo mudou a rotina e as relações de trabalho nas zonas rurais.
A mecanização no campo adotou ferramentas que substituíram o trabalho de seres humanos ou facilitou suas atividades, como tratores, colheitadeiras e semeadeiras. Apesar de gerar desemprego, esses meios contribuíram para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos alimentos.
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Apesar de gerar desemprego, a mecanização contribuiu para aumentar a produção |
A automação industrial é a aplicação de técnicas, softwares e/ou equipamentos específicos em uma determinada máquina ou processo industrial, com o objetivo de aumentar a sua eficiência, maximizar a produção com o menor consumo de energia e/ou matérias-primas, menor emissão de resíduos de qualquer espécie, melhores condições de segurança, seja material, humana ou das informações referentes a esse processo, ou ainda, de reduzir o esforço ou a interferência humana sobre esse processo ou máquina.
A parte mais visível da automação está ligada à robótica. A automação industrial visa, principalmente, a produtividade, qualidade e segurança em um processo.
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É cada vez mais comum a utilização de robôs nas indústrias |
Com a mecanização e a robotização, as oportunidades de emprego no setor terciário têm aumentado bastante. A esse fenômeno foi dado o nome de terciarização.
A terciarização é o fenômeno em que o setor terciário da economia se expande, aumentando a sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) de um país em comparação com os restantes dos setores econômicos.
Contudo, a terciarização vem se processando de maneira desigual nas economias desenvolvidas e nos países menos desenvolvidos. Enquanto os países industrializados expandem principalmente os setores ligados às Tecnologias de Informação e Comunicação, as economias em desenvolvimento assistem a uma migração da mão de obra menos qualificada, que não consegue se empregar na agricultura ou na indústria.
Nos países desenvolvidos o setor terciário já representa mais de 70% da riqueza e dos empregos gerados.
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A automação e a mecanização contribuem para o aumento do subemprego, como o de vendedores ambulantes |
A terciarização tem sido causada, principalmente, pela expansão mais veloz de alguns ramos de serviços e comércio, que respondem, atualmente, pela maioria dos empregos criados. Os principais são:
- serviços relacionados às tecnologias de informação e à pesquisa e desenvolvimento;
- serviços de saúde;
- educação;
- serviços de informação, principalmente aqueles que se expandem com a internet;
- entretenimento e turismo;
- comércio e transporte;
- serviços financeiros.
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O comércio é um dos setores que mais têm crescido |
Dada a sua especialização, esses serviços se concentram, principalmente, nas metrópoles, que são centros de comércio e serviços diferenciados, bem como polos de educação superior e de produção de arte, cultura e de turismo de eventos ou negócios.
As metrópoles contemporâneas importam e exportam software, moda e pesquisa; exportam e importam música, saúde e engenharia. Porém, não é apenas um sofisticado setor terciário que marca as metrópoles. Nelas, é muito comum ocorrer a chamada economia informal.
A economia informal é o conjunto de atividades desempenhadas, geralmente, por trabalhadores desqualificados ou que se encontram desempregados e que estão à margem da formalidade, sem firma registrada, sem emitir notas fiscais, sem empregos registrados, sem contribuir com impostos ao governo. Dentre essas atividades, destacam-se aquelas exercidas por pessoa menos qualificadas, como guardadores e limpadores de carros e vendedores ambulantes. Há também pessoas que estão na informalidade mas que possuem uma qualificação profissional bem maior, como advogados, manicures, professores, entre outros.
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Os vendedores ambulantes fazem parte da economia informal |
As principais causas da informalidade são:
- o excesso de burocracia estatal;
- o elevado número de impostos cobrados pelos governos, em seus três níveis;
- a legislação trabalhista, que trata as micros e pequenas empresas de forma igual às médias e grandes;
- as restrições ao capital estrangeiro, que geram um maior índice de desempregados;
- e os monopólios estatais e as reservas de mercado, que causam desequilíbrios na livre concorrência e na lei da oferta e da procura.
Nas últimas décadas, a economia informal cresceu em todo o país proporcionalmente à sua urbanização. Esse fato ocorre porque nem todas as pessoas que habitam as cidades têm qualificação profissional adequada para atuar nos setores secundário e terciário, que correspondem às atividades econômicas tipicamente urbanas.
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Guardadores de carros - outro exemplo de trabalhador da economia informal |
A terciarização da economia vem provocando também o processo de terceirização de serviços. A terceirização ou outsourcing é uma prática empresarial que visa ao aumento da qualidade nas suas atividades. É considerada como uma forma de redução de custos com os trabalhadores das atividades-meio da empresa, que visa contratar uma empresa terceirizada para fornecimento da força de trabalho de um profissional.
Pode ser usada em larga escala por grandes corporações e é observada principalmente em empresas de telecomunicações, mineração, indústrias etc. Pequenas e médias empresas também podem se beneficiar dessa prática, uma vez que elimina burocracias internas com as atividades-meio.
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A terceirização atinge diversos setores |
FONTE: Tamdjian, James Onnig. Estudos de geografia: o espaço geográfico do Brasil, 7° ano / James Onnig Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes. - São Paulo: FTD, 2012.
Ótimo texto, me ajudou bastante
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