terça-feira, 15 de julho de 2014

A TERCIARIZAÇÃO DA ECONOMIA

  Durante milhares e milhares de anos, a sobrevivência dos seres humanos dependeu, basicamente, da caça e da pesca.
  Foi necessário um tempo muito grande até que as sociedades desenvolvessem outros meios para sobreviver.
  Nos primórdios da civilização humana, o homem era nômade. Até então, a relação que as sociedades mantinham com a natureza se restringiam às necessidades de obtenção de alimentos e abrigo do calor, do frio e da chuva. Usualmente, esses povos eram caçadores-coletores ou pastores, que viviam mudando de um lugar para outro em busca de novas pastagens para o gado, quando se esgotavam aquelas em que estavam. Esses povos ignoravam as fronteiras nacionais e a maioria habitavam as cavernas.
O nomadismo marca os primeiros momentos da vida do homem
  A grande mudança na forma de as pessoas se relacionarem com a natureza ocorreu somente pelo surgimento da agricultura.
  Ao desenvolver a agricultura, o homem deixou de ser nômade. E ao mesmo tempo que foram se fixando nos territórios mais adequados aos cultivos agrícolas, como as margens dos rios, as pessoas foram se tornando artesãs (6000 a.C.). Nessa época, começaram a polir a pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e colher alimentos e descobriram a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais.
  O desenvolvimento da agricultura permitiu ao ser humano ter uma vida menos dependente da natureza. A domesticação de animais (cabras, bois, porcos, cavalos e aves) também colaborou com a melhoria na qualidade de vida. Aliada a agricultura, a domesticação dos animais permitiu ao homem um aumento significativo na qualidade da produção de alimentos. Com o aumento da produção de alimentos criou-se a necessidade de armazenamento, ocorrendo, também, a geração de excedentes. Além de armazenarem para os períodos de maior necessidade, os homens começaram a trocar estes produtos com outras comunidades, iniciando a economia de trocas.
Com o surgimento da agricultura o homem começa a viver em aldeias
  Com o passar do tempo, a esses meios de garantir sua sobrevivência, a humanidade foi somando muitos outros, como as ferramentas feitas de bronze e ferro. Essa evolução dos meios de produção de alimentos e outros recursos necessários à vida humana culminou com a invenção das oficinas de artesanato (século XI), da manufatura (século XVI) e da indústria (século XVIII).
  Os primeiros objetos feitos pelo homem eram artesanais, quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e cozer os alimentos, e descobriu a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais.
O artesanato mudou a forma de utilização dos produtos
  A partir do século XIX, o artesanato ficou concentrado em espaços conhecidos como oficinas, onde um pequeno grupo de aprendizes viviam com o mestre-artesão, detentor de todo o conhecimento técnico. Este oferecia, em troca de mão de obra barata e fiel, conhecimento, vestimentas e comida. Criaram-se as Corporações de Ofício, organizações que os mestres de cada cidade ou região formavam a fim de defender seus interesses.
A Corporações de Ofício mudou a forma de organização da produção
  Desde as Grandes Navegações (que trouxeram os europeus ao Brasil), no final do século XV, a produção tem se destinado, cada vez mais, à busca do lucro, e não mais à simples sobrevivência humana, como havia sido no passado.
  Durante a Revolução Industrial, houve um grande avanço no modo de produção. O trabalho, que antes era somente manual, passou a ser feito por máquinas, o que gerou uma maior produção em menor tempo. Além da utilização das máquinas, a manufatura passou a ter como marcante característica a utilização de um modo de trabalho em série, ou seja, de etapa em etapa, e especializado, cada trabalhador tinha sua especialização numa área.
  No século XIX, os homens de negócio passaram a reunir trabalhadores em grandes galpões, fornecendo a eles a matéria-prima necessária e remunerando seu serviço. Nela, a oficina e as ferramentas pertencem ao capitalista e ocorre uma intensa divisão do trabalho, onde são economizados materiais, com aplicação de movimentos específicos, aumentando a velocidade da produção.
Com a Revolução Industrial o homem começou a ser trocado pelas máquinas
  Atualmente, o sistema de produção capitalista é composto de uma enorme variedade de atividades econômicas.
  Os estudiosos classificam cada um dos diversos ramos do sistema capitalista que foram desenvolvidos até nossos dias num dos três setores da economia:
  • primário - agricultura, pecuária e mineração;
  • secundário - indústria;
  • terciário - serviços e comércio.
A agricultura corresponde ao setor primário da economia
  Na atualidade, o rápido avanço das tecnologias tem levado os setores primário e secundário da economia a gerarem cada vez menos riquezas e empregos. A mecanização agrícola e a automação industrial são, respectivamente, os principais fatores de desemprego crescente observado nesses dois setores da economia. A mecanização no campo mudou a rotina e as relações de trabalho nas zonas rurais.
   A mecanização no campo adotou ferramentas que substituíram o trabalho de seres humanos ou facilitou suas atividades, como tratores, colheitadeiras e semeadeiras. Apesar de gerar desemprego, esses meios contribuíram para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos alimentos.
Apesar de gerar desemprego, a mecanização contribuiu para aumentar a produção
  A automação industrial é a aplicação de técnicas, softwares e/ou equipamentos específicos em uma determinada máquina ou processo industrial, com o objetivo de aumentar a sua eficiência, maximizar a produção com o menor consumo de energia e/ou matérias-primas, menor emissão de resíduos de qualquer espécie, melhores condições de segurança, seja material, humana ou das informações referentes a esse processo, ou ainda, de reduzir o esforço ou a interferência humana sobre esse processo ou máquina.
  A parte mais visível da automação está ligada à robótica. A automação industrial visa, principalmente, a produtividade, qualidade e segurança em um processo.
É cada vez mais comum a utilização de robôs nas indústrias
  Com a mecanização e a robotização, as oportunidades de emprego no setor terciário têm aumentado bastante. A esse fenômeno foi dado o nome de terciarização.
  A terciarização é o fenômeno em que o setor terciário da economia se expande, aumentando a sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) de um país em comparação com os restantes dos setores econômicos.
  Contudo, a terciarização vem se processando de maneira desigual nas economias desenvolvidas e nos países menos desenvolvidos. Enquanto os países industrializados expandem principalmente os setores ligados às Tecnologias de Informação e Comunicação, as economias em desenvolvimento assistem a uma migração da mão de obra menos qualificada, que não consegue se empregar na agricultura ou na indústria.
  Nos países desenvolvidos o setor terciário já representa mais de 70% da riqueza e dos empregos gerados.
A automação e a mecanização contribuem para o aumento do subemprego, como o de vendedores ambulantes
  A terciarização tem sido causada, principalmente, pela expansão mais veloz de alguns ramos de serviços e comércio, que respondem, atualmente, pela maioria dos empregos criados. Os principais são:
  • serviços relacionados às tecnologias de informação e à pesquisa e desenvolvimento;
  • serviços de saúde;
  • educação;
  • serviços de informação, principalmente aqueles que se expandem com a internet;
  • entretenimento e turismo;
  • comércio e transporte;
  • serviços financeiros.
O comércio é um dos setores que mais têm crescido
  Dada a sua especialização, esses serviços se concentram, principalmente, nas metrópoles, que são centros de comércio e serviços diferenciados, bem como polos de educação superior e de produção de arte, cultura e de turismo de eventos ou negócios.
  As metrópoles contemporâneas importam e exportam software, moda e pesquisa; exportam e importam música, saúde e engenharia. Porém, não é apenas um sofisticado setor terciário que marca as metrópoles. Nelas, é muito comum ocorrer a chamada economia informal.
  A economia informal é o conjunto de atividades desempenhadas, geralmente, por trabalhadores desqualificados ou que se encontram desempregados e que estão à margem da formalidade, sem firma registrada, sem emitir notas fiscais, sem empregos registrados, sem contribuir com impostos ao governo. Dentre essas atividades, destacam-se aquelas exercidas por pessoa menos qualificadas, como guardadores e limpadores de carros e vendedores ambulantes. Há também pessoas que estão na informalidade mas que possuem uma qualificação profissional bem maior, como advogados, manicures, professores, entre outros.
Os vendedores ambulantes fazem parte da economia informal
  As principais causas da informalidade são:
  • o excesso de burocracia estatal;
  • o elevado número de impostos cobrados pelos governos, em seus três níveis;
  • a legislação trabalhista, que trata as micros e pequenas empresas de forma igual às médias e grandes;
  • as restrições ao capital estrangeiro, que geram um maior índice de desempregados;
  • e os monopólios estatais e as reservas de mercado, que causam desequilíbrios na livre concorrência e na lei da oferta e da procura.
  Nas últimas décadas, a economia informal cresceu em todo o país proporcionalmente à sua urbanização. Esse fato ocorre porque nem todas as pessoas que habitam as cidades têm qualificação profissional adequada para atuar nos setores secundário e terciário, que correspondem às atividades econômicas tipicamente urbanas.
Guardadores de carros - outro exemplo de trabalhador da economia informal
  A terciarização da economia vem provocando também o processo de terceirização de serviços. A terceirização ou outsourcing é uma prática empresarial que visa ao aumento da qualidade nas suas atividades. É considerada como uma forma de redução de custos com os trabalhadores das atividades-meio da empresa, que visa contratar uma empresa terceirizada para fornecimento da força de trabalho de um profissional.
  Pode ser usada em larga escala por grandes corporações e é observada principalmente em empresas de telecomunicações, mineração, indústrias etc. Pequenas e médias empresas também podem se beneficiar dessa prática, uma vez que elimina burocracias internas com as atividades-meio.
A terceirização atinge diversos setores
FONTE: Tamdjian, James Onnig. Estudos de geografia: o espaço geográfico do Brasil, 7° ano / James Onnig Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes.  - São Paulo: FTD, 2012.

domingo, 13 de julho de 2014

MORADIAS EM ÁREA DE RISCO

  Áreas de risco são áreas consideradas impróprias ao assentamento humano por estarem sujeitas a riscos naturais ou decorrentes da ação antrópica. São exemplo de áreas de risco as margens sujeitas a inundação, florestas sujeitas a incêndios, áreas de alta declividade (encostas ou topos de morros) com risco de desmoronamento ou deslizamento de terra, áreas contaminadas por resíduos tóxicos, etc.
  Nas áreas urbanas e rurais do Brasil, as leis que regulam a ocupação do solo e a fiscalização de seu cumprimento precisam ser melhoradas e atualizadas para se evitar a construção de habitações em áreas de risco, como aquelas situadas em encostas sujeitas a deslizamentos de terra pelas águas torrenciais das chuvas.
Cratera aberta pela força da água da chuva em junho de 2014, em Mãe Luíza, Natal - RN
  No Brasil, a lei N° 6.766, de 19 de dezembro de 1979 (conhecida como Lei Lehmann, em alusão ao seu autor, o então senador paulista Otto Cyrillo Lehmann), proíbe, em seu art. 3° parágrafo único, que as áreas de risco sejam loteadas para fins urbanos. Apesar disso, muitas vezes o próprio poder público tem levado os seus serviços e infraestrutura a essas áreas, contribuindo para o adensamento da sua ocupação.
  O mito que o Brasil é um país imune aos desastres naturais foi abaixo com as chuvas caídas nos últimos anos que provocaram a morte de centenas de pessoas e causaram enormes prejuízos às pessoas e aos cofres públicos. As tragédias como as de Angra dos Reis (RJ) e Cunha (SP) e de tantas outras cidades brasileiras ao longo das últimas décadas são fruto das incontroláveis forças da natureza e também do mau uso do solo urbano e rural pelo homem.
Habitações condenadas por causa das fortes chuvas de janeiro de 2011 em Nova Friburgo - RJ
  As mudanças climáticas que mobilizam o mundo deixam de ser uma previsão e há fartura de tecnologia para saber que casas encravadas na encosta de uma região com índices pluviométricos historicamente elevados têm uma probabilidade razoável de simplesmente ser carregadas com chuvas intensas.
  Na prevenção dos desastres naturais, inúmeras medidas podem ser adotadas, de natureza estrutural ou não estrutural. As medidas estruturais podem ser mais eficientes, entretanto, muitas vezes são inviabilizadas pelo seu alto custo, já que se traduzem na execução de obras muitas vezes complexas e de grande porte. As medidas não estruturais se referem basicamente ao planejamento e controle do uso do solo, de modo que sejam atribuídos a cada área usos compatíveis com suas características físicas (declividade, tipo de solo, configuração da rede hídrica, etc.), e as restrições à ocupação - sobretudo ao assentamento urbano. Tudo isso pode ser efetuado por meio do planejamento urbano.
São Luiz do Paraitinga - SP, durante a enchente de janeiro de 2010
  O planejamento urbano é a disciplina e profissão que lida com o processo de criação e desenvolvimento de programas e serviços que visam melhorar a qualidade de vida da população de áreas urbanas (como cidades ou vilas) existentes ou a serem planejadas. O planejamento urbano, segundo um ponto de vista contemporâneo, tanto enquanto disciplina acadêmica quanto como método de atuação no ambiente urbano, lida basicamente com os processos de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano. A interpretação destes destes processos, assim como o grau de alteração de seu encadeamento, varia de acordo com a meta a ser atingida através do processo de planejamento e do poder de atuação do órgão planejador, que depende da legislação em vigor, acesso a informação técnico-científica, socioeconômica, cultural, demográfica, geográfica, entre outras.
Vídeo sobre enchentes no Brasil
  O uso do solo pode ser entendido como a forma pela qual o espaço geográfico está sendo ocupado pelo homem.
  Práticas de gestão do território e de uso do solo têm um grande impacto sobre os ecossistemas e os recursos naturais, incluindo a água e o solo. Informação sobre o uso do solo pode ser usada para desenvolver soluções para a gestão de problemas relacionados a recursos naturais. O levantamento do uso do solo é de grande importância, pois pode evitar a construção em locais de área de risco.
Inundação em Blumenau - SC, em 2009
  O clima mudou, e a tendência é de que histórias trágicas se repitam com cada vez mais frequência, caso o poder público continue atribuindo aos céus a culpa pelos seus mortos.
FONTE: Adas, Melhem. Expedições geográficas / Melhem Adas, Sérgio Adas. - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2011.

SAIBA UM POUCO SOBRE A SUÍÇA: PAÍS COM UMA DAS MELHORES QUALIDADE DE VIDA DO MUNDO

  A Suíça é um pequeno país localizado no centro do continente europeu. Tem uma extensão territorial de apenas 41.285 km² (menor que a do Estado do Rio de Janeiro). Sua população apresenta idiomas e culturas diferentes. Alemão, francês, italiano e romanche são as línguas oficiais.
  A maior cidade é Zurique, com cerca de 382 mil habitantes, que também é um importante centro financeiro europeu. A capital do país, Berna, ainda conserva aspecto das vilas medievais, possuindo uma impressionante catedral. Genebra é a sede de vários organismos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Cruz Vermelha e a Organização Mundial do Comércio.
Catedral de Berna
  O país é um dos mais ricos do mundo, com um PIB per capita de 81.323 dólares. A base de sua economia são os serviços bancários, o comércio e o turismo. Destaca-se a fabricação de bens de luxo, como relógios e chocolates.
  A Suíça tem longa tradição de democracia, que é muito mais antiga que os demais países europeus. O país é tradicionalmente neutro: não participou da Segunda Guerra Mundial, não faz parte da União Europeia e só em 2002 tornou-se membro da ONU.
  O país se tornou um destino turístico de luxo no mundo todo, por causa principalmente das estações de esqui dos Alpes, cadeia de montanhas que ocupa a maior parte do seu território.
Vale do Engadina, na região dos Alpes Suíços
HISTÓRIA
  A história da Suíça começa em 500 a.C., quando muitas tribos celtas estavam localizadas nos territórios do Centro-Norte da Europa. O mais importante desses povos eram os Helvécios, nome que iria originar a designação atual da Suíça.
  Os Romanos controlaram o território suíço até 400 a.C., tendo sido criadas fronteiras e fortalezas a norte do rio Reno para conter a invasão dos povos bárbaros, que vinham do Norte.
  Em 27 a.C. a 14 d.C., durante o governo do imperador Augusto, os romanos conquistaram a parte oeste da Alemanha e a Áustria. Muitas das cidades suíças foram fundadas nessa época, como Genibra (Genebra), Lausana, Octodurum (Martigny), Salodurum (Soleura), Turicum (Zurique), Sedunum (Sion), Basília (Basileia), entre outras.
Martigny - Suíça
  Depois da queda do Império Romano o território foi invadido por tribos germânicas, como os Burgúndios, Alamanos e Lombardos. No século VIII, os Burgúndios e os Alamanos entraram na coalizão dos Francos de Carlos Magno, permitindo a entrada dos missionários católicos nos territórios controlados pelos Alamanos.
  No século IX, o país fica dividido entre a Suábia e a Borgonha Transjurana, onde por meio do Tratado de Verdum, o território suíço passou para as mãos de Lotário I, que incluía também um assentamento burgúndio a oeste do rio Aar, que depois formou um reino independente até 1033, quando voltou a integrar o Sacro Império Romano-Germânico. Os cantões mantêm poderes autônomos.
  Para enfrentar a ameaça dos Habsburgos austríacos, os cantões de Schwyz, Uri e Unterwalden formaram a Liga Perpétua, de defesa comum, e criam o embrião do Estado suíço.
Augusta Raurica - primeiro assentamento romano no Reno
Antiga Confederação
  A Confederação Helvética foi criada no dia 1° de agosto de 1291, tendo começado a partir da construção da estrada de São Gotardo e três pequenos vales do território suíço. Do século XI ao XIII, muitas cidades foram fundadas, como Berna, Lucerna e Friburgo. A estrada de São Gotardo serviu de união entre as populações que viviam nas planícies e nas montanhas. Ao longo do tempo, outras estradas foram feitas entre os povoados e a confederação, contribuindo para aumentar o seu território e fortalecer as aldeias das montanhas.
Estrada de São Gotardo
  Depois da criação da Confederação em 1291, a Suíça atravessou um longo período de revoluções, guerras e invasões contra o Antigo Regime, culminando com a revolução de 1782. Em 1315, a Liga Perpétua derrota os austríacos. Entre 1386 e 1388, acrescida de outros cinco cantões, a Liga vence outro ataque dos austríacos e constitui uma federação de regiões soberanas. Em 1499, o Sacro Império Romano-Germânico reconhece sua independência.
  Em 1519, Ulrich Zwinglio, vigário da Catedral de Zurique, ataca as práticas da Igreja Católica, marcando o início da Reforma Protestante no país. Em 1536, João Calvino introduz o protestantismo e, posteriormente, torna-se chefe de um Estado teocrático.
João Calvino
  Entre 1650 e 1790, vários conflitos aconteceram na Suíça contra famílias ricas. Muitos cantões entraram em guerra e conflitos para reclamar igualdade nos direitos. Apenas o Cantão de Genebra e a cidade de Togemburgo conseguiram restaurar algumas regras antigas.
  Durante o século XVIII, as pessoas insistiam cada vez mais para que a unidade da Suíça fosse estabelecida e que se criassem regras equivalentes entre os cidadãos. Diante desse quadro, em 1761 foi criada a Sociedade Helvética em Zurique.
Antiga Confederação Suíça de 1291
  Durante as Guerras Napoleônicas, os exércitos revolucionários moveram-se para o leste, englobando a Suíça em suas batalhas contra a Áustria. Em 5 de março de 1798, a Suíça foi completamente invadida pelos franceses e a Confederação da Suíça teve seu colapso. Em 12 de abril de 1798 a República Helvética foi proclamada; a soberania dos cantões e os direitos feudais foram abolidos. As forças de ocupação estabeleceram um Estado centralizador baseado nas ideias da Revolução Francesa. Estas ideias tiveram ampla resistência, particularmente nas áreas centrais da confederação, e um levantamento no Cantão de Nidwalden foi esmagado pelas forças de ocupação.
  Não havia unidade entre a velha confederação sobre o futuro da Suíça. Tentativas de golpe foram frequentes, mas os franceses se mantiveram no poder. As forças de ocupação arrasaram muitas cidades e vilas, assim como o velho Estado. Junto com a resistência local, problemas financeiros levaram a República Helvética a falhar como um Estado. A instabilidade na república atingiu o ápice em 1803, quando tropas adicionais francesas entraram no país.
  Em 19 de fevereiro de 1803, Napoleão Bonaparte introduziu a Ata de Mediação - um acordo entre a velha e a nova ordem, abolindo o Estado centralizado.
  No dia 7 de agosto de 1815 a Suíça declara sua neutralidade perpétua.
Bandeira da República Helvética
República Helvética
  As revoltas que ocorriam entre o século XVII e XVIII mostrou que a revolução ocorrida na Suíça não foi da mesma maneira que a Revolução Francesa. Enquanto que na França a revolução ocorreu por causa do abuso do poder da monarquia, na Suíça, a revolução de 1798 ocorreu devido à corrupção das classes ricas. Após a Tomada da Bastilha, muitos suíços começaram a pôr em causa o sistema político em vigor através de petições. Outros acontecimentos são as celebrações da Revolução Francesa em Lausanne, em 1790, que foi o estopim para a revolução de 1798.
  Em 1792, ocorreu a Revolução de Genebra. Um ano depois são realizadas eleições que viriam a culminar com a celebração de uma nova Constituição em 1794. Nesse mesmo ano ocorreu a Revolução dos Grisons.
  A Revolução de Vaud, em 1797, representou um papel fundamental para a criação da República Helvética, quando Napoleão, que estava a caminho da Alemanha, atravessou Genebra e foi acolhido com festa em Vaud. Nessa ocasião, os soldados franceses proclamaram a República de Léman e declararam guerra à Berna, tomando a cidade em 5 de março de 1798.
Soldado da República Helvética
  A França anexou os cantões de Genebra, Neuchâtel, Bienna e o território do Bispo de Basileia, atual Jura. A nova Constituição promulgada era muito semelhante à francesa, com um Parlamento (duas câmaras), um governo legislador e um tribunal supremo de justiça. A tradição federalista da Antiga Confederação de 1291 fora eliminada. Em 12 de abril de 1798, a República Helvética foi proclamada.
  Apesar da criação de uma nova república, a República Helvética viria a cair devido a diversos fatores. De um lado, os representantes do antigo sistema não falharam em atacar as novas ordens, criticando e ridicularizando-as. Por outro lado, as guerras sucessivas foram esgotando as reservas da confederação. O sistema político de centro não foi bem recebido pela população e os camponeses queriam estatutos iguais.
República Helvética em 1802
  A França tornara-se uma ditadura sob o comando de Napoleão e a República Helvética teve quatro tentativas de golpe de Estado. Em razão disso, alguns cantões restauraram o Estatuto Cantonal e a cidade de Zurique criava uma forte oposição sobre a República. Em 1802, a República viria a cair com uma guerra civil entre os republicanos e os apoiadores do Antigo Regime.
  Napoleão ordenou aos seus soldados para invadir e desarmar os rebeldes na República Helvética, mas viu que o sistema da República não seria viável. Através disso, foi criado o Ato de Mediação, onde várias partes deveriam ser respeitada pelos cidadãos, que durou de 1803 a 1815. Com isso, a Suíça ganhou seis novos cantões: São Galo, Grisões, Argóvia, Turgóvia, Tessino e Vaud.
Ata de Mediação
Federação

  Após a derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo, a Suíça regressou ao sistema federal. Os seis cantões que tinham entrado durante o Ato de Mediação receberam o estatuto de Estados livres (cantão), em vez de membros associados. Valais, Neuchâtel e Genebra voltaram a entrar para a confederação após terem sido anexados pela França. Assim, a Suíça passou a ter 22 cantões.
  Durante o século XIX, a Confederação Helvética se transformou numa democracia moderna. Em 1815, o cantão de Basileia dividiu-se em dois: Basileia-Cidade e Basileia-Campo.
  Em 1847 ocorreu a Guerra de Sonderbund, uma guerra civil  entre liberais-radicais e conservadores por causa de questões religiosas.
Guerra de Sonderbund
  Após a guerra, criou-se, em 1848, uma nova Constituição Federal, semelhante à Constituição adotada nos Estados Unidos, onde a Suíça adotou a Declaração dos Direitos Humanos, duas câmaras parlamentares - o Senado e a Câmara Federal -, o governo federal e um tribunal de Justiça Suprema. A nova Constituição foi aceita por quinze cantões e meio (visto que apenas a Basileia-Campo aceitou), e Berna passou a ser a capital do país. Em 1874, essa Constituição foi totalmente revista.
  A partir da segunda metade do século XIX, a Suíça começou a desenvolver sua indústria, tendo sido um dos primeiros países a implementar este ramo na sua economia.
Tropas federais durante a Guerra de Sonderbund
Período contemporâneo
  Apesar de fazer fronteira com grandes potências mundiais que se envolveram diretamente nas duas Grandes Guerras e, por isso, não foi invadida em nenhuma delas.
  A sua neutralidade foi posta em causa com o Escândalo Grimm-Hoffmann, em 1917. Nesse ano, a Primeira Guerra Mundial ainda estava indefinida, com a Alemanha lutando em duas frentes: a oeste, contra os aliados anglo-franceses; a leste, contra os russos. Em fevereiro daquele ano, o czarismo foi derrubado na Rússia e instalou-se a república, sob o governo de Alexander Kerensky. Lênin, líder dos bolcheviques, estava exilado na Suíça e proclamava que a Rússia deveria sair da guerra, firmando uma paz em separado com a Alemanha. Por isso, os alemães facilitaram seu retorno à Rússia.
  Robert Grimm, que era um político socialista do Conselho Nacional Suíço e conhecido de Lênin, convenceu Arthur Hoffmann, responsável pela política externa da Suíça, a mandá-lo a São Petersburgo (então capital da Rússia), objetivando convencer os russos a sair da guerra, entendendo que isso seria benéfico para o movimento socialista internacional.
Robert Grimm
  A participação de Grimm nessa negociação haveria de ser informal e decorria de sua ligação com Lênin, mas ele apresentou-se em São Petersburgo como representante oficial do governo suíço.
  Um telegrama de Grimm para Hoffmann foi interceptado e entregue aos Aliados, que protestaram junto ao governo suíço, acusando-o de quebrar a neutralidade do país diante da guerra.
  Descoberta a farsa encenada por Grimm, ele foi expulso da Rússia e Hoffmann teve que renunciar ao seu posto.
  Em 1920, a Suíça adere à Liga das Nações e em 1963, ao Conselho Europeu. A invasão da Suíça foi várias vezes planejada pelos alemães, mas nunca foi atacada. Conseguiu manter a paz com a Alemanha através de concessões econômicas e militares. A imprensa suíça e o Governo Federal opuseram-se às políticas do Terceiro Reich.
General Ulrich Wille - comandante do exército suíço durante a Primeira Guerra Mundial
  Devido a sua localização geográfica, a Suíça era um local de espionagem constante por parte das duas facções durante a Segunda Guerra Mundial (os Aliados e o Eixo). Durante essa guerra, a Suíça recebeu mais de 300 mil refugiados em seu território, tanto civis como militares.
  A Suíça foi uma voz de liberdade para a Europa Ocidental, assegurando os direitos do Homem e fortalecendo a sua independência. Em 1958, a Suíça garantiu o direito ao voto às mulheres, primeiro a nível cantonal (Valais) e depois a nível federal, em 1971. O último cantão a reconhecer o direito às mulheres de votar foi Appenzell Interior em 1990. Em 1978, foi criado o último cantão helvético, o Jura, após a separação de vários territórios ao longo do cantão de Berna.
  Em 1977, crescem as críticas ao sistema bancário sigiloso que faz da Suíça um paraíso fiscal e o centro de lavagem de dinheiro ilegal. Porém, em 1982, um plebiscito rejeitou o fim do sigilo bancário.
Banco Suíço, em Zurique
  Em 1992, a Suíça pediu a adesão à União Europeia, mas fora banida pelo Espaço Econômico Europeu (EEE), visto que precisava fazer um referendo interno para obter aprovação por parte da população Helvética, e vários referendos foram realizados, mas todos foram reprovados pela população suíça. Nesse mesmo ano, o governo suíço lança um programa de revitalização econômica, que inclui o estímulo ao comércio, equiparação dos preços aos de outros países europeus e corte de subsídios agrícolas.
  Em 2002, a Suíça integra totalmente as Nações Unidas, deixando apenas o Vaticano como o único Estado sem integração completa ao organismo.
  Em 5 de junho de 2005, a população suíça aprovou a integração ao Espaço Schengen - uma convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários.
  Estados-membros pertencentes à União Europeia

  Estados-membros não pertencentes à União Europeia

  Estados-membros que aguardam a implementação

  Estados-membros que apenas cooperam policial e judicialmente


GEOGRAFIA
  A Suíça é um país localizado no centro da Europa. Faz fronteira com a França a oeste, Alemanha a norte, a Áustria e Liechtenstein a leste, e a Itália a sul. O país divide-se em três regiões geográficas: os Alpes, o Planalto e o Jura.
  O Planalto Suíço, denominado Plateau, ocupa um terço da área do país e abriga cerca de dois terços da população. Vai do Lago Leman, na fronteira com a França, passa pelo centro do país indo até o Lago de Constança, na fronteira com a Alemanha e a Áustria. A altitude média é de 580 metros.
  O Plateau suíço é atravessado por três grandes rios: o Ródano, o Reno e o Aar. O sul e o centro da Suíça são dominados pela cadeia montanhosa alpina enquanto que o restante é uma zona plana, exceto uma faixa ao longo da região noroeste, que é dominado pelo Jura.
Entrada do rio Ródano, no Lago Leman
  Os Alpes Suíços fazem parte de uma cadeia montanhosa que atravessa desde o sul da Europa até a Europa Central. Algumas das mais importantes paisagens estão localizadas nos Alpes Suíços. Possui uma altitude média de 1.700 metros e cobre dois terços do território suíço. Entre os Alpes Suíços estão 48 montanhas com cerca de 4 mil metros de altitude. Entre eles está o ponto culminante do país, o Pico Dufourspitze (Pico Dufour), com 4.634 metros, e que fica no Monte Rosa, na fronteira entre a Suíça e a Itália. A montanha mais alta que fica inteiramente no território suíço é o Monte Dom, com 4.545 metros, e que se localiza no Maciço dos Mischabel.
Paisagem dos Alpes Suíços
  O Jura é uma linha calcária com a forma de um arco de círculo variando de um eixo leste-oeste na sua parte norte, para um eixo norte-sul na parte ocidental, e que se estende desde o Lago Leman até o rio Reno, no norte, ocupando cerca de 12% do território suíço, cuja altitude média é de 1.700 metros. Nessa região estão presentes rochas abundantes de fósseis de origem jurássica.
La Dôle, no Maciço de Jura
Clima
  Na Suíça predomina o clima temperado, com uma grande amplitude térmica anual: os verões são quentes e os invernos extremamente frios. Nas áreas mais elevadas predomina o clima frio de montanhas onde, devido a altitude, o topo das montanhas estão sempre cobertos de neve.
  O país recebe chuvas decorrente das correntes de convecção que vêm, tanto da parte norte, quanto da parte leste, oeste e sul.
  O glaciar de Aletsch é o maior glaciar dos Alpes, atingindo na Suíça principalmente os cantões de Berna e de Valais.
Glaciar de Aletsch
Fauna e flora
  Devido a grande diferença de altitudes, que varia de 195 a mais de 4 mil metros, a Suíça apresenta uma grande diversidade de animais e plantas. As principais plantas encontradas no sul são os eucaliptos e os pinheiros, além de outras espécies. À medida que a altitude vai aumentando, vai diminuindo o número de espécies de plantas..
  Dentre a fauna destacam-se os lobos, ursos, ibex e chamois ou camurça (tipos de cabra selvagem), marmota, pombos, corvos e gaivotas.
Ibex ou cabra selvagem
 COMPOSIÇÃO ÉTNICA
  A Suíça, assim como os seus países vizinhos, é um país de várias etnias. Esta diversidade étnica vem desde os tempos celtas, em que os helvéticos eram a tribo mais importante da zona central da Europa e está diretamente ligada à diversidade linguística do país. Quando os helvéticos foram impedidos de imigrar para o sul do território atual da França, floresceu a cultura galo-romana no país. Em 400 d.C., foi a vez dos francos e dos burgundos entrarem no atual território suíço, que adotaram a língua latina (que viria a originar a zona românica da Suíça).
  Os lombardos, originários da Lombardia, instalaram-se no sudeste do país, dando origem à zona italiana. Os alamanos instalaram-se no sudoeste da Alemanha e entraram no território suíço, dando origem à zona alemã. Existe também os récios, que provavelmente originaram a parte romanche.
Mapa das zonas linguísticas da Suíça
  A população helvética nativa divide-se em três etnias: celtas (língua românica, representada pelos burguinhões, que ocupam a zona francesa), romanos (língua latina, representado pelos lombardos, que ocupam a zona italiana) e os germânicos (língua germânica, representada pelos alamanos, que ocupam a zona alemã).
  Além dessas três etnias, existe uma grande diversidade étnica estrangeira, que propagou-se principalmente após a Segunda Guerra Mundial, como espanhola, portuguesa, balcânica e mais recentemente turca.
Seleção de futebol da Suíça na Copa de 2014
ECONOMIA
  Com um PIB de 622,855 bilhões de dólares  e uma população de cerca de 7,6 milhões de habitantes, a Suíça, localizada na porção central da Europa, é um país de elevado nível de vida.
  A indústria têxtil foi um dos primeiros setores a ser desenvolvido no país. Em 1801, a Suíça começou a produzir têxteis nas máquinas de terceira geração importadas do Reino Unido em São Galo. Enquanto os outros países industrializados usavam a energia a vapor, a Suíça utilizava a energia hidrelétrica. O Bloqueio Continental provocado por Napoleão Bonaparte obrigaram as empresas suíças a construir suas próprias máquinas.
  A Suíça dispõe de mão de obra muito qualificada e dinamismo industrial nos ramos químico, farmacêutico, de laticínios, de máquinas e ferramentas e nas atividades relacionadas com a engenharia de precisão, entre eles relógios e cronômetros, exportados mundialmente. No país situam-se as sedes de grandes empresas, como a Rolex e a Nestlé.
Sede da Nestlé, às margens do Lago Léman, em Vevey - Suíça
  Com um setor de serviços bastante desenvolvido, a Suíça tornou-se uma potência bancária que não integra a União Europeia por temer que sua condição de paraíso fiscal seja alterada por exigência dessa organização.
Turismo
  A Suíça é dividida em três regiões turísticas. A principal atração turística são as paisagens dos Alpes Suíços. Até o século XVIII, o país não era um destino turístico, e sim uma passagem obrigatória do centro da Europa. Apenas Basileia e Genebra atraíam turistas devido às suas universidades, movimentos religiosos, fontes de água e as curas que as termas proporcionavam.
  O início do turismo no país foi provocado pelos trabalhos de escritores e pintores naturalistas do fim do século XVIII e início do século XIX, que descreviam aos viajantes as paisagens das montanhas. As regiões mais expostas foram Oberland e Zematt, no cantão de Valais.
  As primeiras viagens organizadas foram lançadas pela agência inglesa Thomas Cook, antes mesmo do desenvolvimento da indústria do turismo no país. Porém, as tarifas elevadas atraíam apenas os suíços mais ricos até a crise de 1870-1890, que forçou os profissionais a oferecerem preços mais baixos e estadias maiores, sobretudo na época do inverno. A partir daí, novas estâncias são criadas, como em Davos e no Tessino.
Davos - Suíça
  No início do século XX, a Suíça gastava 3% do seu PIB para a hotelaria e as receitas do setor chegavam a 320 milhões de francos suíços. O desenvolvimento pós-guerra de 1914-18 e o pagamento de férias pagas aumentou a procura por parte das classes mais baixas, que foi maioria no fim da década de 1950.
  Atualmente, a procura de turismo na Suíça vem principalmente da Alemanha, que corresponde a cerca de 14,4% das estadias feitas no país, seguida da França com 5,3%, do Reino Unido com 4,8% e da Itália com 3,8%.
Engelberg - Suíça
Energia
  Cerca de 40% da eletricidade na suíça é obtida através de centrais nucleares e de grandes barragens localizadas nos Alpes, enquanto que o restante é importado de outros países durante os períodos de alto consumo. No verão, a Suíça exporta energia para os seus vizinhos, evitando desperdício.
Usina nuclear em Leibstadt - Suíça
Transportes
  Os transportes públicos suíços são um dos mais funcionais da Europa e englobam comboios, autocarros, teleféricos, entre outros. Os comboios e respectivos caminhos-de-ferro são uma das marcas mais importantes da Suíça. Todas as linhas estão eletrificadas e poucos comboios ainda usam o diesel.
  A Suíça possui a maior densidade de caminhos-de-ferro da Europa e a precisão do tempo e os raros casos de atraso são a razão para a escolha da população por este tipo de transporte.
O transporte ferroviário é o mais utilizado na Suíça
  Os autocarros também são um símbolo do país. Os de longa distância são regulados pelos correios, de cor amarela e possuem uma alta autonomia ligando normalmente cidades a locais de elevada altitude.
  O país também apresenta um elevada densidade de estradas, que faz ligação ao país inteiro. A falta de portagens, permite aos suíços uma maior mobilidade sem ter que escolher as suas vias. Porém, existe um autocolante a ser posto nos carros que confirma que o condutor pagou uma taxa para poder utilizar as autoestradas.
Túnel de base de Lötschberg, nos Alpes Suíços - o terceiro maior do mundo
Educação
  A educação é uma importante fonte de recurso para o desenvolvimento econômico da Suíça, levando o país a ter um dos melhores sistemas do mundo nessa área. A maioria dos estudantes suíços frequentam estabelecimentos públicos. Todas as crianças são obrigadas a frequentar por no mínimo nove anos de escolaridade. No país existe três níveis de ensino: o elementar, o secundário e o universitário.
  A elementar inicia-se normalmente aos sete anos de idade e dura entre oito e nove anos. Algumas escolas oferecem um ano de estudo aos alunos que ainda não decidiram a carreira a seguir, que não tenha encontrado um emprego ou que ainda não tenha atingido a idade de iniciar uma atividade profissional específica.
  O secundário, similar ao ensino médio no Brasil, dura entre quatro anos e meio a seis anos e meio e forma competências básicas para o acesso a universidades.
Instituto Federal de Tecnologia de Zurique
Ciência e tecnologia
  A ciência e tecnologia são fontes importantes para o desenvolvimento econômico suíço. A Fundação Nacional para a Ciência é a organização do Governo que apoia, através de fundos, a investigação científica no país. A estrutura política e organização do governo suíço permitem que a Ciência na Suíça esteja entre as mais avançadas do mundo.
  O país tem a sua Agência Espacial e participa diretamente com a Agência Espacial Europeia, sendo um dos seus dez fundadores.
  A cidade de Genebra possui o maior laboratório de Física do mundo, o CERN (Organização Europeia para Pesquisa Nuclear). Outra instituição importante é o Instituto Paul Scherrer.
Vista aérea da sede da CERN, na Suíça
Saúde
  O sistema de saúde na Suíça baseia-se através de um sistema de seguros no qual todos os cidadãos são obrigados por lei a adquirir um, previsto pelo Ato Federal de Saúde. Enquanto que o seguro é subsidiado pelo governo, sobretudo para os mais pobres, os suíços pagam uma larga porcentagem dos prêmios do seu seguro de saúde. O governo paga 25% dos prêmios, enquanto os cidadãos pagam o resto. Não é permitida a rejeição de uma cobertura a nenhum cidadão, além do governo exigir que todos os preços dos seguros sejam publicados.
  O sistema de saúde na Suíça compreende 350 hospitais, cerca de 4,5 para cada 100 mil habitantes.
Centro Hispitalar Universitário de Valdais (CHUV) - um dos maiores hospitais da Suíça
Gastronomia
  A gastronomia típica helvética é feita à base de leite. Os suíços, juntamente com os franceses, produzem queijo para a raclette (tipo de queijo de consistência média), que é derretida e servida com batatas cozidas e pickles. Além do queijo, os suíços adoram massa, como o äplermakronem, uma massa com queijo e batata, que é típico do inverno. Outro alimento bastante apreciado no país é o chocolate, inclusive uma das maiores empresas do ramo, a Nestlé, possui sede no país.
  Na parte alemã é comum encontrar o rösti em formato de panqueca, feito de batatas cozidas e raladas, onde a massa é misturada com manteiga, bacon, cebola e outros ingredientes. São feitos também pratos à base de castanhas, sobretudo nas zonas montanhosas. Outro prato bastante apreciado pelos suíços são os cervelats, linguiça suíça feita especialmente no país e no sul da Alemanha.
Rösti
ALGUNS DADOS DA SUÍÇA
NOME: Confederação Suíça
CAPITAL:
Berna (135.986 habitantes)
Berna - capital da Suíça e quarta maior cidade do país
GENTÍLICO: suíço, suíça
LÍNGUA OFICIAL: alemão, francês, italiano e romanche
GOVERNO: República Federal
INDEPENDÊNCIA:  

Data de fundação: 1 de agosto de 1291
De fato: 22 de setembro de 1499
Reconhecida: 24 de outubro de 1648
Restaurada: 7 de agosto de 1815
Estado Federal: 12 de setembro de 1848
LOCALIZAÇÃO: Europa Central
ÁREA: 
41.285 km² (133º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2013): 
7.581.520 habitantes (94º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 183,63 hab./km² (44º)
MAIORES CIDADES (Estimativa 2013):
Zurique: 382.654 habitantes

Zurique - maior cidade da Suíça
Genebra: 193.952 habitantes
Genebra - segunda maior cidade da Suíça
Basileia: 173.124 habitantes
Basileia - terceira maior cidade da Suíça
PIB (FMI - 2013): U$ 622,855 bilhões (20°)
IDH (ONU - 2012): 0,913 (9°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 81,81 anos (2°)
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU - 2005/2010): 0,38% ao ano (173°)
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbool - 2013): 1,53 (187°)
MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2012): 3,75/mil (11°). Obs: essa mortalidade é contada de menor para o maior; portanto, a Suíça possui uma das menores taxas de mortalidade infantil do mundo.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2011): 99% (19°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (Pnud - 2009/2010): 73% (48°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2013): U$ 81.323 (4°)
MOEDA: Franco Suíço
RELIGIÃO: a Suíça é um Estado laico reconhecido pela sua Constituição. A maior parte dos cantões, exceto Genebra e Neuchâtel, reconhece religiões oficiais, como a Igreja Católica e a Igreja Reformada Suíça.
  O cristianismo é a religião predominante, com 70,8% da população. Há um grande número de pessoas que não professam nenhum tipo de religião e minorias islâmicas, judaicas e outros credos.
  Percentualmente, a religião na Suíça distribui-se da seguinte forma: 39,2% de católicos romanos, 26,9% de protestantes suíços, 21,4% sem religião, 5,7% de outros cristãos, 4,9% de islâmicos, 0,3% de judeus, 1,6% seguem outras religiões.
Distribuição da religião por área na Suíça
DIVISÃO: a Suíça é constituída por 26 Estados autônomos. Segundo a Constituição Federal, estes estados são designados cantões, sendo independentes e soberanos. Os cantões (oficialmente designados como membros da Federação Helvética) podem criar as suas leis de modo que elas não interfiram nos cantões. Cada cantão tem a sua Constituição, as suas regras e os seus estatutos. Todos os cantões têm o seu Parlamento. 
Divisão administrativa da Suíça
FONTE: Lucci, Elian Alabi. Geografia: homem & espaço, 9° ano / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lázaro Branco. - 23 ed. - São Paulo: Saraiva, 2010.