A região Centro-Oeste é dividida em quatro unidades federativas: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Possui uma área de 1.606.371,505 km², sendo a segunda maior região do Brasil em dimensão territorial, perdendo apenas para a região Norte, e uma população de 11.296.224 habitantes (IBGE - 2010), sendo a região menos populosa. De acordo com o último censo realizado pelo IBGE, em 2010, a região teve o segundo maior crescimento entre as regiões do país, com uma taxa de crescimento anual de 2,2%, perdendo apenas para a região Norte que teve um crescimento anual de 2,4%. Ainda segundo esse censo, a taxa de urbanização é de 84,4%, ocupando também a segunda posição nesse quesito, perdendo apenas para a região Sudeste. O Centro-Oeste é a única região brasileira que faz fronteira com todas as regiões do país. A maior aglomeração urbana da região é Brasília, que também é a capital do Brasil.
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Brasília - capital do Brasil e maior cidade do Centro-Oeste |
ASPECTOS NATURAIS
1. RELEVO
O relevo do Centro-Oeste é marcado por unidades suaves, raramente ultrapassando os mil metros de altitude. As unidades de relevo do Centro-Oeste apresentam-se em diversas altitudes, resultante da ação dos fatores climáticos sobre rochas de diferentes graus de resistência. Destacam-se extensos planaltos e depressões, cobertos por florestas e cerrados, além de planícies.
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Mapa do relevo do Centro-Oeste |
Os planaltos e as depressões formaram-se em razão de sucessivas fases erosivas, sobretudo durante a Era Cenozoica. As planícies dessa região, caracterizadas por processos de deposição de sedimentos, são importantes para a economia agrícola. Algumas áreas da Planície do Araguaia e do Pantanal Matogrossense, são aproveitadas para a criação de gado, em razão da presença de extensas pastagens naturais. Já os topos das áreas de planalto são adequados a atividades agrícolas, como a produção de soja, trigo, arroz e milho.
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Mapa das unidades de relevo do Centro-Oeste |
Planaltos do Centro-Oeste
Entre os planaltos e chapadas da região Centro-Oeste, destacam-se: o Planalto e Chapada dos Parecis, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, os Planaltos e Serras de Goiás-Minas, as Serras Residuais do Alto Paraguai e os Planaltos Residuais Sul-Amazônicos.
- Planalto e Chapada dos Parecis
O Planalto e Chapada dos Parecis ocupa uma grande área que se estende por toda a porção centro-norte do estado do Mato Grosso. É formado principalmente por terrenos sedimentares (arenitos) da Era Mesozoica, e sua altitude predominante varia de 450 metros a 650 metros. Constitui o divisor de águas das bacias Amazonas (rios Guaporé, Culuene, Papagaio, entre outros) e Paraguai.
As formas de relevo do Planalto e Chapada dos Parecis são bastante suaves e apresentam duas feições bem distintas: as de topos planos, que são predominantes, e as ligeiramente arredondadas, que são testemunho do relevo que existia no local. Destacam-se nesse planalto as serras do Roncador, do Daniel e Tapirapuã.
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Serra do Roncador, localizada no município de Barra do Garças - MT |
O Planalto e Chapada dos Parecis é banhada por inúmeras cachoeiras e águas cristalinas. Grande parte dessas cachoeiras e rios situam-se em terras indígenas, que foram demarcadas pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e são uma das poucas áreas que ainda não foram desmatadas para o cultivo de soja ou cana-de-açúcar.
A Chapada dos Parecis é um lugar ideal para quem gosta de curtir a natureza, com muitas opções para a prática de aventura.
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Cachoeira no Rio Sacre, no município de Campo Novo do Parecis - MT |
- Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná
Os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná abrangem áreas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Centro-Oeste, recebem nomes diferentes: em Mato Grosso, são chamados de Planalto ou Chapada dos Guimarães; em Goiás, de Planalto Setentrional da Bacia do Paraná; e em Mato Grosso do Sul, Planalto de Maracaju-Campo Grande. As altitudes médias variam entre 500 metros e 750 metros.
Apresentam diferentes formas: as de topos planos, delimitados por escarpas, como a Chapada dos Guimarães; as de topos ligeiramente arredondados ou tabulares, como as partes mais rebaixadas da Bacia do Paraná. Há ainda as cuestas, que estão presentes em toda a orla dessa bacia, entre as quais se destaca a Cuesta da Serra de Caiapó, com topos ligeiramente arredondados no Centro-Oeste.
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Cuesta da Serra de Caiapó, no município de Jataí - GO |
Na Chapada dos Guimarães encontra-se o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Localizado no centro de Mato Grosso, entre a capital Cuiabá e a cidade de Chapada dos Guimarães, esse parque abrange uma área de 32.630 hectares, e foi criado em 12 de abril de 1989 com o objetivo de preservar os ecossistemas de cerrado, savana, matas de encosta e ciliares, além dos inúmeros sítios arqueológicos, monumentos históricos e cabeceiras de vários rios que compõem as bacias hidrográficas do Alto Paraguai e Amazônica.
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Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no município de Chapada dos Guimarães - MT |
- Planaltos e Serras de Goiás-Minas
Os Planaltos e Serras de Goiás-Minas estendem-se desde a área central de Goiás até o nordeste do estado de Minas Gerais.
São formados por rochas cristalinas. As formas dessa unidade de relevo correspondem a resíduos de antigos dobramentos que foram bastante trabalhados pela erosão, principalmente em seus pontos mais elevados. Por causa da intensa erosão, na maioria das vezes, as formas de relevo apresentam extensos topos planos que lembram uma chapada, como na Chapada dos Veadeiros e na de Brasília, situadas a nordeste do Distrito Federal. As altitudes variam entre 1.000 e 1.200 metros. Nesses planaltos estão as serras Dourada, da Mesa e de Caldas Novas.
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Serra Dourada, localizada no município de Goiás - GO |
A Chapada dos Veadeiros abriga o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, considerado patrimônio natural mundial, e toda a região é protegida por Lei por meio da APA Pouso Alto. A área é conhecida por sua beleza natural. Nessa chapada, encontra o ponto culminante da região Centro-Oeste, a Serra do Pouso Alto, entre os municípios de Pouso Alto e Alto Paraíso de Goiás - GO -, com 1.691 metros de altitude.
Cristais de rocha afloram do solo, sendo muito rica em cristais de quartzo. A Chapada dos Veadeiros é bastante conhecida por ser o melhor local para avistamento de Ovnis (Objetos Voadores Não Identificados) em Goiás, atraindo a atenção de diversos curiosos que vêm até a chapada para observar fenômenos de ordem ufológica.
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Salto do Rio Preto, no município de Alto Paraíso de Goiás - GO |
- Serras Residuais do Alto Paraguai
As Serras Residuais do Alto Paraguai aparecem em duas áreas: ao norte e ao sul do Pantanal Mato-Grossense. Correspondem a dobramentos em rochas sedimentares (arenitos e calcários) ocorridos na Era Pré-Cambriana, os quais sofreram erosão intensa, gerando formas de relevo mais ou menos paralelas uma às outras. As altitudes variam entre 600 e 800 metros.
Nessa unidade de relevo destacam-se a Serra das Araras, a Serra do Tombador, a Serra Azul - localizadas na parte norte do Pantanal - a Serra da Bodoquena e o Maciço de Urucum - situados na parte sul do Pantanal, conhecido por suas reservas minerais.
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Serra das Araras, localizada entre os municípios de Cáceres e Porto Estrela - MT |
A Serra da Bodoquena, situada na borda sudoeste do Complexo do Pantanal, é um dos mais interessantes ecossistemas do Pantanal. Formada pelas cidades de Bonito, Jardim e Bodoquena, conta com o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Tufas calcárias modernas e antigas, apresentam excelentes moldes de folhas, contribuindo para o estudo paleoclimático e paleohidrológico. Essas tufas formam conjunto paisagístico de inusitada beleza, muito procurado pelos turistas.
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Parque Nacional Serra da Bodoquena, no município de Bodoquena - MS |
- Planaltos Residuais Sul-Amazônicos
Na região Centro-Oeste, os Planaltos Residuais Sul-Amazônicos caracterizam-se pela presença de inúmeros blocos de relevo residuais, originários de intenso processo erosivo. Esculpidos em arenitos e rochas magmáticas datados da Era Pré-Cambriana, esses blocos estão distribuídos de forma bastante espalhada no norte do estado de Mato Grosso.
Nessa unidade do relevo encontra-se a Serra do Cachimbo, localizada entre o sul do Pará e o norte do Mato Grosso. Essa serra é conhecida como "Caixa d'água", devido possuir um grande reservatório e nela localizar a nascente de inúmeros rios.
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Cachoeira na Serra do Cachimbo, no município de Guarantã do Norte - MT |
Depressões do Centro-Oeste
No centro-Oeste destacam-se as seguintes depressões: Depressão do Araguaia e do Tocantins, Depressão Cuiabana, Depressão do Alto Paraguai-Guaporé, Depressão Marginal Sul-Amazônica e Depressão do Miranda.
A Depressão do Araguaia acompanha os vales dos rios Araguaia, abrangendo áreas dos estados de Tocantins e Goiás. Seu relevo é quase todo plano, com altitudes que variam de 200 a 400 metros. Essa unidade de relevo apresenta formações rochosas cristalinas e sedimentares, superfície rebaixada e suavemente dissecada, com formas predominantemente tabulares e convexas, além da presença de morros isolados.
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Morros isolados na Depressão do Araguaia, no município de Montes Claros de Goiás - GO |
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No Centro-Oeste, a Depressão do Tocantins, está localizada no estado de Goiás em meio a Planaltos e Serras de Goiás-Minas. Constituída de rochas cristalinas nela correm as águas do Rio Tocantins. Suas altitudes são bastante planas, com certo grau de dissecação, variando de 200 a 500 metros. No estado de Goiás está esculpida principalmente em litologias do cristalino do complexo goiano.
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Barragem Serra da Mesa, localizada na Depressão do Tocantins, em Minaçu - GO |
A Depressão Cuiabana localiza-se no estado de Mato Grosso, entre as Serras Residuais do Alto Paraguai e os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná. Sua altitude varia de 150 metros no contato com o Pantanal a 400 metros na extremidade norte. O seu relevo é bastante variado em função da estrutura geológica. Existem formas de topos tabulares, medianamente extensos a levemente convexados.
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Depressão Cuiabana, próximo ao município de Cuiabá - MT |
- Depressão do Alto Paraguai-Guaporé
A Depressão do Alto Paraguai-Guaporé consiste no agrupamento de duas depressões que se unem através de um trecho levemente inclinado entre as bacias dos rios Juru e Guaporé. Situa-se no estado do Mato Grosso, entre o Planalto e Chapada dos Parecis e as Serras Residuais do Alto Paraguai. As altitudes são baixas, variando entre 150 metros e 200 metros. Grande parte desta depressão mostra-se encoberta por sedimentos arenosos finos.
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Depressão do Alto Paraguai-Guaporé, no município de Vila Bela da Santíssima Trindade - MT |
- Depressão Marginal Sul-Amazônica
A Depressão Marginal Sul-Amazônica apresenta topos levemente convexos, além de relevos residuais compostos de rochas sedimentares e granitos. O modelado é marcado por formas de relevo de topos levemente convexizados, com altitudes que variam entre 100 metros a 400 metros, crescentes de norte para sul.
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Depressão Marginal Sul-Amazônica, no município de Nova Bandeirantes - MT |
A Depressão do Miranda está localizada no sudoeste do Mato Grosso do Sul, ao sul do Pantanal Matogrossense. É uma superfície baixa e muito aplainada, com altitudes que variam entre 100 metros a 150 metros. Essa depressão encontra-se esculpida sobre rochas da Era Pré-Cambriana Superior.
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Fazenda na Depressão do Miranda, no município de Miranda - MS |
Planícies do Centro-Oeste
Entre as planícies do Centro-Oeste, destacam-se três planícies: a Planície do Rio Araguaia, a Planície e Pantanal do Rio Guaporé e a Planície e Pantanal Mato-Grossense.
A Planície do Rio Araguaia situa-se sobretudo no trecho do médio curso do rio, estendendo-se pelas regiões Norte e Centro-Oeste. No Centro-Oeste, situa-se no centro da Depressão do Araguaia. Nessa planície, está situada a Ilha do Bananal - a maior ilha fluvial do mundo. É uma área plana, com altitudes de até 200 metros, constituída de sedimentos recentes e coberta de vegetação de cerrado aberto e campos limpos.
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Planície do Rio Araguaia no município de Cocalinho - MT |
- Planície e Pantanal do Rio Guaporé
A Planície e Pantanal do Rio Guaporé estende-se pelo território boliviano, unindo-se ao Pantanal Matogrossense. É drenada pelo Rio Paraguai. No Norte, ocupa trechos do estado de Rondônia. Seu relevo é plano, com altitude média de 200 metros.
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Rio Guaporé, no município de Pontes e Lacerda - MT |
- Planície e Pantanal Matogrossense
A Planície e Pantanal Matogrossense localiza-se nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Corresponde a uma extensa área de deposição de sedimentos aluviais recentes trazidos pelos rios da Bacia do Rio Paraguai, que avança em direção à Bolívia e ao Paraguai. É composta de sedimentos argilosos e arenosos, e as altitudes médias oscilam entre 100 metros e 150 metros.
As formas de relevos peculiares ao Pantanal Matogrossense são conhecidas regionalmente como:
- baías - áreas circulares ou semicirculares, com água salobra ou não, atingindo centenas de metros de dimensão;
- cordilheiras - correspondem a pequenas elevações (de cerca de 2 metros de altura) entre duas baías;
- vazantes - com vários quilômetros de extensão, situam-se entre cordilheiras e servem de escoadouro das baías e dos rios. Nessa área aparecem os corixos, pequenos cursos de água que unem baías, com grande poder de erosão.
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Corixos no município de Corumbá - MS |
Visando proteger o bioma do pantanal, foi criado o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense. Com 135.606,71 hectares, tem como objetivo de proteger e preservar todo o ecossistema pantaneiro, bem como sua biodiversidade, mantendo o equilíbrio dinâmico e a integridade ecológica dos ecossistemas contidos no Parque. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), sendo considerado pela Unesco Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
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Pantanal Matogrossense no município de Poconé - MT |
2. Hidrografia do Centro-Oeste
Em meio às formas de relevo dominantes no Centro-Oeste brasileiro, estão as nascentes de muitos rios que drenam a região. Nos planaltos, nascem grandes rios que apresentam quedas d'água e corredeiras.
Em geral, o relevo dessa região não demarca a separação das águas dos rios, o que promove uma das características da hidrografia regional: o fenômeno denominado de "águas emendadas", no qual surgem, de um mesmo ponto, as nascentes dos rios de duas bacias hidrográficas distintas que, depois, seguem para direções diferentes.
O Centro-Oeste é cortado por três regiões hidrográficas: a Amazônica, a Tocantins-Araguaia e a do Rio Paraguai.
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Mapa hidrográfico da Região Centro-Oeste |
- Região Hidrográfica Amazônica
No Centro-Oeste, essa região hidrográfica abrange áreas do Mato Grosso. Seu clima é o tropical chuvoso, e as temperaturas médias anuais ficam entre 24°C e 26°C. O norte de Mato Grosso é drenado por rios que são afluentes do Amazonas, como o Xingu, ou por formadores de afluentes, como os rios Teles Pires e Juruena, que formam o Rio Tapajós.
A extensa rede hidrográfica, bem como a exuberância da flora e da fauna do Centro-Oeste estimulam a pesca e o turismo de lazer. No entanto, as queimadas e os desmatamentos, o garimpo e a mineração são atividades que vêm contaminando as águas dos rios, causando graves problemas à região. O mesmo vem acontecendo com a expansão agrícola, especialmente nas áreas dos rios Tapajós e Xingu.
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Ponte sobre o Rio Xingu, no município de São José do Xingu - MT |
Na região da cabeceira do Rio Xingu está o Parque Indígena do Xingu, o primeiro parque indígena do Brasil, criado por Darcy Ribeiro em 1961, após a expedição dos Irmãos Villas-Bôas no começo dos anos 1940.
Na região do Baixo Xingu, o governo brasileiro está construindo a Usina Hidrelétrica Belo Monte, que será a terceira maior usina hidrelétrica do mundo. A construção dessa usina está sendo disputada judicialmente por grupos indígenas e ambientalistas, que afirmam que a usina terá impactos sociais e ambientais negativos, ao mesmo tempo em que reduzirá o fluxo do rio em até 80%, num trecho de 100 quilômetros conhecido como Volta Grande.
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Canteiro de obras da Usina Monte Belo, em Altamira - PA |
- Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia
Esta é a segunda maior região hidrográfica do Brasil. Dos estados da Região Centro-Oeste, Goiás contém 26,8% do seu território nessa região hidrográfica; Mato Grosso, 14,3%, e o Distrito Federal, 0,1%.
O Araguaia é um dos principais rios do Centro-Oeste. É o mais importante afluente do Tocantins, no qual desemboca na Região Norte. Nasce no estado de Goiás, e é nele que se localiza a maior ilha fluvial do brasileira, a ilha do Bananal, que pertence ao estado de Tocantins.
No rio Tocantins, no município de Minaçu, está sendo construído o lago artificial da Usina de Serra da Mesa, que será o quinto maior lago do Brasil.
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Visão aérea do Lago Serra da Mesa, em Minaçu - GO |
- Região Hidrográfica Paraguai
A área da Região Hidrográfica do Paraguai é de 1.095.000 km². Desse total, 33% situam-se no Brasil, especialmente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; o restante faz parte da Argentina, Bolívia e Paraguai. Mato Grosso do Sul é o estado do Centro-Oeste com 51,8% de seu território na Região Hidrográfica do Paraguai, e Mato Grosso, com 48,2%.
O Rio Paraguai é um dos mais importantes da região. Ele nasce na área do Planalto e da Chapada dos Parecis, no estado do Mato Grosso, e toma o sentido norte-sul, atravessando o Pantanal Matogrossense. Na época das cheias, esse rio inunda uma vasta área, formando lagos. Na maior parte de seu curso, é um rio de planície, sendo navegável desde Corumbá, em Mato Grosso do Sul, até o Estuário do Prata, em terras argentinas e uruguaias. Por ele, são escoados produtos como o minério de manganês por meio da Hidrovia Paraguai-Paraná. Seus principais portos são Corumbá e Porto Murtinho.
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Rio Paraguai em Ladário - MS |
A Hidrovia Paraguai-Paraná, começa no município de Cáceres, no Mato Grosso, e atravessa 1.300 km até Nueva Palmira, no Uruguai, passando pelas cidades de Corumbá (MS) e Assunção, capital do Paraguai. Pela região passam enormes comboios que percorrem suas águas, transportando soja, trigo, minérios, combustíveis e madeira.
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Rio Paraguai no município de Porto Murtinho - MS |
3. Climas do Centro-Oeste
A maior parte do Centro-Oeste situa-se na zona tropical. Das regiões brasileiras, é a que tem o clima tropical tipicamente continental, com duas estações definidas: verão chuvoso e inverno seco.
A estação chuvosa vai de outubro a março (primavera e verão) e a estação seca começa em abril e termina em setembro (outono e inverno). Isso ocorre porque, durante o verão, as temperaturas muito elevadas provocam a formação de um núcleo de baixa pressão na região, atraindo os ventos úmidos, que causam grande quantidade de chuvas.
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Mapa climático do Centro-Oeste |
A área mais úmida do Centro-Oeste é o norte de Mato Grosso, onde chove em média de 2.000 milímetros a 3.000 milímetros por ano; a menos chuvosa é o Pantanal, com menos de 1.200 milímetros por ano. Por causa da falta de chuva na estação seca e do intenso calor que predomina durante o dia, é comum haver queimadas, tanto naturais quanto provocadas pela ação antrópica.
No Centro-Oeste há variação nas médias de temperatura devido principalmente a dois fatores: a ampla extensão do território no sentido norte-sul, e o fato de essa região estar localizada no interior do continente, com reduzida influência marítima.
Quando há penetração de uma massa de ar fria de origem polar, durante o inverno, as variações de temperatura ao longo de um dia podem ser bem maiores em algumas áreas da Região Centro-Oeste, como em Mato Grosso do Sul, onde a temperatura varia de 30°C a 0°C, com a ocorrência de geadas. Nessa época, são comuns alguns dias serem muito frios, principalmente nos meses de junho e julho, em consequência das massas de ar fria e da falta de umidade do ar provocada pela continentalidade. Esse fenômeno é chamado de friagem.
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Esquema do processo de friagem: em vermelho, são as massas de ar quente; em azul, as massas de ar frias |
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Já nas estações primavera e verão, a chegada de ar polar na região é bem menor. Assim, nesse período, as temperaturas são elevadas, sobretudo durante a primavera; em alguns lugares chega a mais de 35°C.
Clima predominante do norte de Mato Grosso, na área coberta pela Floresta Amazônica. Caracteriza-se por chuvas intensas, com temperaturas elevadas durante o ano. Sofre influência da massa equatorial continental, caracterizada por altas temperaturas, baixas pressões atmosféricas, forte evaporação e, em consequência, intensas precipitações.
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Alta Flores - MG. Cidade localizada em área de clima equatorial |
- Clima Tropical Continental
É o clima que predomina na maior parte da região Centro-Oeste, com duas estações bem definidas: uma chuvosa durante o verão e outra seca no inverno. Esse clima é quente e chuvoso, e está presente nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e no oeste do Distrito Federal. As chuvas, além de estarem concentradas apenas numa estação do ano, se distribuem irregularmente na região, variando entre 2.000 milímetros a 1.200 milímetros.
Sofre influência da massa equatorial continental durante o verão. No inverno, essa massa fica estacionada sobre a Região Norte. Quem avança e se instala sobre o Centro-Oeste, quase sem umidade, é a massa tropical atlântica.
Por ter altas pressões, essa massa de ar impede a chegada de ventos úmidos, ocasionando a estiagem. Podem ocorrer eventuais chuvas, mas em decorrência da penetração da massa polar atlântica.
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Matrinchã - GO. Cidade localizada em área de clima tropical continental |
- Clima Tropical de Altitude
É o clima das áreas mais elevadas. No Centro-Oeste ocorre principalmente no Planalto Central de Goiás e do Distrito Federal, e na Serra de Maracaju, em Mato Grosso do Sul, cuja altitude condiciona a ocorrência de temperaturas mais amenas no sul de Mato Grosso do Sul, chegando às vezes a ocorrer geadas graças à ação da massa polar atlântica. Esse clima apresenta temperatura amena, entre 18ºC e 26ºC, com amplitude térmica anual variando entre 7ºC e 9ºC. Os índices pluviométricos variam entre 1.200 milímetros a 1.500 milímetros.
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Ponta Porã - MS. Cidade localizada em área de clima tropical de altitude | |
O clima subtropical está presente em pequenas áreas ao sul do Trópico de Capricórnio, no extremo meridional do estado do Mato Grosso do Sul, mais precisamente, no município de Mundo Novo. Apresenta dias muito frios no inverno, quando a massa polar atlântica atinge a região.
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Mundo Novo - MS. Cidade em área de clima subtropical |
4. Vegetação do Centro-Oeste
A vegetação do Centro-Oeste vem sendo alterada bastante nas últimas décadas, sobretudo, devido os projetos agropecuários e a exploração de madeira.
Originalmente, a região era coberta por extensas formações arbustivo-herbáceas e por densas florestas. Hoje, há reduzidos agrupamentos florestais e uma vegetação descaracterizada pela ação humana.
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Mapa da vegetação do Centro-Oeste |
O Cerrado, é o segundo maior bioma brasileiro. Originalmente, a maior parte do Centro-Oeste era ocupada pelo Cerrado. Essa formação vegetal é típica do clima tropical continental, predominante na região, e de solo pobre. O Cerrado caracteriza-se pela presença de árvores de pequeno porte, de 2 a 3 metros de altura, com troncos de casca grossa, retorcidos, folhas duras e raízes profundas, capazes de extrair a água do subsolo, principalmente durante a extração seca. Entre essas árvores, aparece uma vegetação de gramíneas, bastante utilizada como pastagem para o gado bovino.
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Vegetação de Cerrado em Cavalcante - GO |
Em locais onde o solo é mais fértil, a vegetação do Cerrado apresenta-se mais densa, com árvores mais altas; nessas áreas é chamada de Cerradão. Entre os principais tipos vegetais do Cerrado, destacam-se a lixeira, o pequi, o barbatimão e a mangabeira. Nos vales dos rios que cortam a área ocupada pelo Cerrado, a umidade é maior, o que permite a formação de florestas denominadas matas galerias ou matas ciliares. No Cerrado, há também as veredas, áreas úmidas onde se desenvolvem os buritis.
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Mata ciliar no Parque Nacional de Brasília, em Brasília - DF |
A paisagem do Cerrado possui alta biodiversidade. Pouco afetado até a década de 1960, vem sendo bastante ameaçado nas três últimas décadas, principalmente nas áreas de Cerradões, devido a instalação de cidades e rodovias, ao crescimento das monoculturas, como soja, milho e arroz, a pecuária intensiva, a carvoaria, pelo desmatamento causado pela atividade madeireira e por frequentes queimadas, devido às altas temperaturas e baixa umidade do ar.
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Área desmatada em Sinop - MT |
A Floresta Amazônica ocorre no norte e no oeste do Mato Grosso, onde as temperaturas são mais elevadas e as chuvas abundantes. É formada por uma vegetação densa e exuberante. Embora a destruição dessa floresta tenha sido intensa nos últimos anos, é a menos modificada da região. A sua destruição vem sendo em decorrência principalmente da expansão das fronteiras agrícolas, em especial, para o cultivo de soja e milho, além da criação extensiva de bovinos.
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Área desmatada da Floresta Amazônica em Feliz Natal - MT |
Recobria áreas do Mato Grosso do Sul e Goiás; hoje está praticamente extinta. Essa floresta se desenvolve em ambiente de temperatura elevada, com chuvas menos abundantes que nas áreas de Floresta Amazônica. Suas árvores típicas são o jatobá, o cedro e a peroba.
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Mata tropical em Água Limpa - GO |
Destacam-se no sul de Mato Grosso do Sul, onde forma uma mancha de campos limpos, em áreas de solo mais fértil. Há também os campos sujos, que é uma vegetação com fisionomia herbácea e arbustiva com arbustos e subarbustos espaçados entre si, geralmente em áreas de solos mais rasos que podem apresentar pequenos trechos de rochas ou solos mais profundos, pouco férteis.
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Campo limpo em Nhecolândia - MS |
- Pantanal ou Complexo do Pantanal
O Complexo do Pantanal, ou simplesmente Pantanal, é um bioma constituído principalmente por uma savana estépica, alagada em sua maior parte, com cerca de 250 mil km² de extensão, altitude média de 100 metros, que está situado no sul do Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso do Sul, além de englobar o norte do Paraguai e o leste da Bolívia, na região hidrográfica do Alto Paraguai. Seu aspecto é muito variado: em alguns lugares apresenta-se como uma mata densa; em outros, sua aparência é de campos limpos e com grande valor para a pecuária; em outros, lembra o Cerrado. Essa variedade está relacionada a maior ou menor umidade resultante das inundações anuais.
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Pantanal Matogrossense em Aquidauana - MS |
Considerado pela Unesco Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera, abriga o Parque Nacional do Pantanal. O Pantanal é uma das maiores extensões (alagadas) contínuas do planeta. De janeiro a março é o período das chuvas, onde o calor é intenso: rios, lagos e banhados se transformam em uma grande planície. O período de seca vai de maio a setembro.
No Complexo do Pantanal, encontra-se o município de Bonito, localizado na Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul. É uma referência em turismo de aventura, com trilhas, rios de águas cristalinas e cavernas.
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Cachoeiras e águas transparentes fazem parte da paisagem de Bonito - MS |
OCUPAÇÃO DO ESPAÇO NO CENTRO-OESTE
O interior do Brasil começou a ser explorado muito depois da ocupação da faixa litorânea. A ocupação do Centro-Oeste, passou por duas fases de ocupação. A primeira, no Período Colonial, no fim do século XVII, durante o ciclo da exploração do ouro, quando se iniciou o povoamento do interior. A segunda, nas décadas de 1950 a 1970, em função da expansão industrial e do avanço no processo de urbanização, essa região assumiu um papel diferenciado na organização espacial brasileira.
1. Início do povoamento no Centro-Oeste
Os indígenas foram os primeiros habitantes da Região Centro-Oeste. Depois chegaram os bandeirantes.
Durante quase dois séculos, o Centro-Oeste recebeu apenas grupos de jesuítas espanhóis, que subiam o Rio Paraguai reunindo indígenas em missões para catequizá-los. Em fins do século XVII, bandeirantes paulistas chegaram a Goiás. A bandeira de Pascoal Moreira Cabral havia penetrado pelos sertões de Mato Grosso para aprisionar indígenas, chegou ao Rio Cuiabá e descobriu o ouro. Nas proximidades, foi fundado um arraial, denominado de Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá, que deu origem à cidade de Cuiabá, atual capital do Mato Grosso.
Para defender as fronteiras do Brasil com outros países, foram criados fortes militares. Entre eles, destaca-se o Forte de Coimbra, onde hoje se encontra a cidade de Corumbá, no atual estado do Mato Grosso do Sul. Em volta desses fortes surgiram povoados.
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Forte Coimbra, em Corumbá - MS |
Poucos anos mais tarde, outra bandeira, dessa vez chefiada por Bartolomeu Bueno da Silva, mais conhecido como Anhanguera, descobriu ouro em uma região do estado de Goiás, fundando aí outro arraial, hoje denominado Goiás. O ouro encontrado era de aluvião, aparecia misturado ao cascalho do leito dos rios e se esgotava com facilidade, fazendo com que a mineração nessa região durasse pouco tempo.
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Principais bandeiras no período colonial brasileiro |
No fim do século XVII, surgiram no Centro-Oeste, as primeiras fazendas de criação de gado bovino e, com elas, povoadores vindos de outras áreas do Brasil. Nessa mesma época, os portugueses, temendo as invasões espanholas, fundaram diversos postos militares, que mais tarde se tornaram vilas.
No século XIX, a região ainda estava pouco povoada, permanecendo assim até o século XX, quando teve início a ocupação efetiva desse espaço central do Brasil. Entre os fatores que contribuíram para a ocupação do Centro-Oeste destacam-se a exploração da erva-mate, na área que hoje corresponde ao Mato Grosso do Sul, e o cultivo do café, que se expandiu do oeste do estado de São Paulo até o sul do Mato Grosso do Sul.
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Mapa da ocupação do Centro-Oeste |
Na década de 1910, a ocupação se intensificou com a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, ligando Bauru, no estado de São Paulo, a Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Na década de 1940, instalaram-se na região algumas colônias agrícolas, como Ceres, em Goiás, e Dourados, em Mato Grosso do Sul.
A partir de então, as áreas de solos mais férteis começaram a ser ocupadas. Grande levas de paulistas e mineiros migraram para a região. Desenvolveu-se o povoamento. As cidades que já existiam cresceram, e outras surgiram. Essa fase é denominada de "marcha para o oeste".
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Ceres - GO |
2. Projeto de integração nacional
O impulso para o crescimento demográfico e para a integração do Centro-Oeste à economia do país foi promovido por uma série de medidas do governo federal. Entre elas, a principal foi a decisão de construir uma nova capital para o Brasil: Brasília.
Esse fato atraiu grande número de pessoas, que vinham para trabalhar na construção da nova capital. Em 1959, existiam cerca de 58 mil operários, vindos, especialmente do Nordeste, de Goiás e de Minas Gerais. Esses trabalhadores eram conhecidos como candangos. Brasília foi inaugurada no dia 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek.
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Inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960 |
Além da construção de Brasília, na década de 1950, houve a expansão de atividades ligadas à pecuária, estimulando a vinda de mais migrantes para a região. No início da década de 1960, foi construída a rodovia Belém-Brasília. Grandes propriedades e diversos núcleos de povoamento se multiplicaram ao longo dessa rodovia.
A rodovia Belém-Brasília é um conjunto formado por onze rodovias federais que ligam a capital do Brasil (Brasília) à capital do Pará (Belém).
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Trecho da Belém-Brasília em Paragominas - PA |
As rodovias que compõem a Belém-Brasília, são:
- BR-060 - rodovia radial brasileira que segue de Brasília (DF) até Bela Vista (MS). Recebe o nome "Belém-Brasília" no trecho entre Brasília e Anápolis (GO).
- BR-153 - rodovia longitudinal brasileira que segue de Marabá (PA) até Aceguá (RS), sendo também chamada de Rodovia Transbrasiliana. Recebe o nome "Belém-Brasília" no trecho que vai de Wanderlândia (TO) a Anápolis (GO).
- BR-080 - rodovia radial brasileira que segue de Brasília até Ribeirão Cascalheira (MT). Recebe o nome "Belém-Brasília" em um pequeno trecho concomitante com a BR-153 em Uruaçu (GO).
- BR-414 - rodovia de ligação brasileira que segue de Porangatu (GO) até Anápolis. Recebe o nome "Belém-Brasília" no trecho concomitante com a BR-153 entre Porangatu (GO) e Santa Tereza de Goiás (GO).
- BR-242 - rodovia transversal brasileira que segue de Maragogipe (BA) até Sorriso (MT). Recebe o nome "Belém-Brasília" no trecho concomitante com a BR-153 localizado entre Gurupi (TO) e o entroncamento de acesso a Formoso do Araguaia (TO) e Cariri do Tocantins (TO).
- BR-226 - rodovia transversal brasileira que segue de Natal (RN) até Wanderlândia (TO). Recebe o nome "Belém-Brasília" no trecho entre Porto Franco (MA) e Wanderlândia (TO).
- BR-230 - rodovia transversal brasileira que segue de Cabedelo (PB) até Lábrea (AM). Recebe o nome "Belém-Brasília" num pequeno trecho de 2,5 km entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), que passa pela Ponte Juscelino Kubitschek.
- BR-010 - rodovia radial brasileira que segue de Brasília até Belém. Apesar de iniciar em Brasília, só recebe o nome "Belém-Brasília" no trecho entre Estreito (MA) e Belém (PA).
- BR-222 - rodovia transversal brasileira que segue de Fortaleza (CE) até Marabá (PA). Recebe o nome "Belém-Brasília" no trecho concomitante com a BR-010 entre Açailândia (MA) e Dom Eliseu (PA).
- BR-316 - rodovia diagonal brasileira que segue de Belém (PA) até Maceió (AL). Recebe o nome "Belém-Brasília" no trecho entre Belém e Santa Maria do Pará (PA).
- BR-308 - rodovia diagonal brasileira que segue de Belém até o Atracadouro de Cojupe em Alcântara (MA). Recebe o nome "Belém-Brasília" no trecho entre Belém e Santa Maria do Pará.
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Belém-Brasília, em Anápolis - GO |
Obs:
- Rodovia radial - são àquelas que partem de Brasília em direção as extremidades do Brasil.
- Rodovia longitudinal - são àquelas que cruzam o país no sentido Norte-Sul.
- Rodovia de ligação - são àquelas que unem duas rodovias federais entre si, ou uma rodovia a alguma localidade próxima.
- Rodovia transversal - são àquelas que cruzam o país no sentido Leste-Oeste.
- Rodovia diagonal - são àquelas que cruzam o país em dois modos de orientação: Noroeste-Sudeste ou Nordeste-Sudoeste.
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BR-242 - exemplo de rodovia transversal |
A Região Centro-Oeste passou a ser o novo polo de atração populacional. Entre 1960 e 1970, a região foi a que apresentou o maior crescimento demográfico do país.
3. Economia do Centro-Oeste
A Região Centro-Oeste apresenta população urbana relativamente numerosa. No meio rural, predominam densidades demográficas muito baixas. A pecuária é a atividade econômica mais importante. A agricultura comercial, por sua vez, vem ganhando grande destaque nos últimos anos e já supera o extrativismo mineral e vegetal. As atividades industriais são ainda pouco expressivas. Outro setor da economia que vem ganhando destaque no Centro-Oeste é o setor terciário, principalmente o turismo, com destaque para o turismo rural e o turismo de aventura.
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Mapa dos principais produtos agrícolas do Centro-Oeste |
- A agricultura no Centro-Oeste
No início do século XX, a agricultura do Centro-Oeste estava voltada quase que exclusivamente para a subsistência. O cultivo tinha as características da roça: queimada e plantio sem grandes cuidados e sem técnicas de conservação do solo. À medida que a região foi sendo povoada, desenvolveu-se a agricultura comercial, especialmente de grãos: arroz, milho e feijão.
Parte dos solos do Centro-Oeste é de terra roxa, resultante da decomposição do basalto. São solos férteis, semelhantes aos encontrados em São Paulo e no norte do Paraná. Porém, a maior parte deles é de pouca fertilidade natural, principalmente devido à acidez dos mesmos. A partir da década de 1970, depois de uma série de pesquisas, desenvolveram-se tecnologias para corrigir as deficiências desses solos. Uma dessas tecnologias, foi a realização do processo de calagem - que consiste no emprego do calcário para regularizar a acidez do solo -, o uso de fertilizantes para suprir a carência de nutrientes e as técnicas da irrigação. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolveu variedades de soja adaptadas ao Cerrado.
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O processo de calagem contribuiu para o aumento da produtividade no Centro-Oeste |
Os avanços tecnológicos possibilitaram ampliar a atividade agrícola nas áreas de Cerrado. Outros fatores que favoreceram a atividade agrícola foram o relevo plano, possibilitando a mecanização, e as condições climáticas, com temperaturas elevadas e, nas estações chuvosas, a precipitação regular.
As principais áreas agrícolas da Região Centro-Oeste estão localizadas em Goiás, nas proximidades do Vale do Paranaíba, no sudeste do estado, e ao longo da rodovia Belém-Brasília. Goiás destaca-se na produção de algodão, cana-de-açúcar, soja, milho e arroz. Outra área agrícola importante é o centro-sul de Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, onde há solos de terra roxa e maior proximidade dos centros consumidores do Sudeste. O estado produz principalmente cana-de-açúcar, soja e milho.
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Colheita de soja em Rio Verde - GO |
A modernização agrícola na Região Centro-Oeste inclui o uso de máquinas agrícolas, como tratores e colheitadeiras. Os agricultores que tiveram condições de se modernizar aumentaram a produção e, consequentemente, seus lucros. Esse foi o caso das grandes propriedades, pertencentes a empresas agrícolas exportadoras, onde se cultiva principalmente a soja, que substituiu a vegetação nativa do Cerrado. Essa empresas ocuparam grande parte das terras agricultáveis do Centro-Oeste.
Com a ampliação da agricultura comercial em toda a região, diminuiu-se a área das lavouras voltadas para a subsistência, reduzindo o número de pequenas e médias propriedades.
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Pequena propriedade rural em Planaltina - DF |
A abertura das fronteiras econômicas na Região Centro-Oeste facilitou a entrada de uma grande quantidade de migrantes, trabalhadores rurais que tinham como objetivo conseguir trabalho nas novas áreas de agricultura e pecuária. Porém, com a mecanização no campo, muitos desses trabalhadores ficaram desempregados e tiveram que buscar refúgio nas cidades.
O processo de êxodo rural ocorrido na Região Centro-Oeste resultou em um rápido crescimento da população que ocupou os centros urbanos, contribuindo também, para o surgimento de novas cidades. Uma dessas cidades é Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Essa cidade apresenta uma alta qualidade de vida e um elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), graças à grande produção agrícola.
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Lucas do Rio Verde - MT |
De proprietários a empregados
Nesse processo de modernização agrícola ocorrido na região, os pequenos proprietários que não tinham capital para adquirir equipamentos e produzir nos moldes da agricultura modernizada viram obrigados a vender suas terras e a se tornarem empregados nas grandes fazendas ou migrarem para a cidade. O mesmo destino teve um grande número de migrantes: o trabalho assalariado, trabalhistas como temporário restrito às épocas de plantio ou de colheita, sem local fixo e geralmente sem garantias trabalhistas.
Os posseiros - em geral migrantes que buscam trabalho ou terras para plantar - são comuns no norte de Mato Grosso. Tomam posse de áreas desocupadas, onde se estabelecem e fazem suas roças. Algum tempo depois, quando as terras já estão produzindo, o posseiro é expulso pelo proprietário ou pelos grileiros - geralmente são grandes fazendeiros que falsificam o título de posse de uma área para se apossarem dela - provocando conflitos no campo, às vezes com violência.
Aliado a isso existe a questão indígena, onde grandes fazendeiros, trabalhadores rurais sem terra e garimpeiros insistem em ocupar as terras demarcadas dos índios, levando ao aumento da escalada da violência no campo.
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Mapa sobre os principais conflitos no estado do Mato Grosso |
O Centro-Oeste apresenta elevada concentração fundiária. Em função disso, muitas pessoas que ficam desempregadas no campo vão para as cidades da região, onde algumas delas já estão apresentando problemas relacionado ao inchaço populacional.
O conflito de interesses entre grandes proprietários e lavradores que reivindicam terra para cultivar estimula a atuação dos movimentos dos trabalhadores rurais sem terra, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). A prática desses movimentos tem sido a ocupação de terras para pressionar o governo a desapropriá-las e redistribuí-las aos trabalhadores.
Geralmente, as terras reivindicadas pelo MST são latifúndios, às vezes abandonados à espera de valorização, localizados ao longo das rodovias construídas, principalmente, na década de 1970, cuja construção tinha o intuito de integrar a Região Centro-Oeste ao restante do país.
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Mapa da estrutura fundiária no Brasil |
As principais áreas agrícolas do Centro-Oeste são:
- Mato Grosso de Goiás - área de solos férteis localizada no sudeste de Goiás, com destaque para a produção de arroz, algodão, café, milho e soja;
- Vale do Paranaíba - localizado no extremo sul de Goiás, os solos vermelhos favorecem o desenvolvimento agrícola de municípios como Itumbiara e Goiatuba, com o cultivo de algodão, amendoim e principalmente arroz;
- Sul do Mato Grosso do Sul - região que se caracteriza pela produção de soja, arroz, café, algodão, milho e, recentemente, foi introduzido o cultivo do trigo;
- Região de Campo Grande e Dourados (MS) - destacam-se na produção de soja, milho, amendoim e trigo;
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Produção de milho em Cristalina - GO |
- A pecuária no Centro-Oeste
Desde o século XVII, a pecuária vem sendo uma atividade econômica de grande importância no Centro-Oeste. A região possui o maior rebanho bovino do país, possuindo em média quatro cabeças de gado para cada habitante. Destaca-se também na criação de suínos.
A criação de gado na região é feita de modo extensivo e intensivo. A criação extensiva, na qual o gado é criado solto nos pastos naturais de grandes fazendas, é realizado nas áreas pastoris do Pantanal. Nessa região há numerosos rebanhos de gado bovino e bufalinos.
Em outras áreas, como no sul de Mato Grosso do Sul e de Goiás, a criação é intensiva: há pastos plantados e seleção de espécies, visando obter maior produtividade de carne e leite. Além dos rendimentos serem maiores graças ao modo intensivo de criação, essas áreas são beneficiadas pelo fácil acesso aos mercados consumidores do Sudeste e à exportação.
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Pecuária bovina em Água Boa - MT |
- Extrativismo vegetal no Centro-Oeste
Na Região Centro-Oeste, o extrativismo vegetal é uma atividade econômica importante, sobretudo em áreas mais distantes dos grandes centros. Essa atividade ainda é realizada, em grande parte, com técnicas tradicionais. Um dos produtos de forte expressão econômica é a madeira extraída das florestas nativas para a obtenção de lenhas e toras e para a produção do carvão vegetal.
Da imensa Floresta Amazônica, que recobre a parte norte da região, extraem-se borracha e madeiras de lei, como mogno, cedro, imbuia, entre outras. O maior produtor de madeira é Mato Grosso. No sudoeste desse estado extraem-se o angico e a poaia, cujas raízes fornecem matéria-prima para a indústria farmacêutica; no Pantanal, a espécie de maior aproveitamento é o quebracho, do qual se extrai o tanino, utilizado no curtimento do couro; no sul do Mato Grosso do Sul alternam-se o extrativismo vegetal e plantações de erva-mate.
A extração descontrolada da vegetação nativa vem provocando danos irreparáveis ao meio ambiente, principalmente em áreas da Floresta Amazônica e do Cerrado.
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Mapa do desmatamento |
Além da madeira, destacam-se os seguintes produtos extrativos no Centro-Oeste:
- no setor alimentício, a erva-mate, o palmito, a castanha-do-pará e o urucum, do qual se extraem as sementes para a produção de colorau (usado no corante de alimentos);
- no setor farmacêutico, a ipecacuanha ou poaia, de cuja raiz se fabricam remédios;
- no setor de borrachas e fibras, o látex, para a produção de borracha, e a piaçava, para a fabricação de vassouras.
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Seringueiros de Colniza - MT |
Algumas carvoarias da Região Centro-Oeste atuam de modo ilegal. Elas exploram a mão de obra de trabalhadores com jornadas exaustivas e em condições precárias, próximo aos fornos. Geralmente, esses trabalhadores não têm seus direitos trabalhistas e humanos respeitados. Algumas dessas carvoarias já foram flagradas empregando mão de obra escrava e infantil, práticas proibidas pela Constituição Brasileira. Outro impacto negativo ocasionado pela extração de madeira para a produção de carvão vegetal é a destruição de extensas áreas de florestas ou de Cerrado da região.
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Fiscais do Ibama em carvoaria irregular no município de Cláudia - MT |
No setor de mineração do Centro-Oeste destaca-se o estado de Goiás. Os principais minerais explorados nesse estado são o níquel, o amianto e o calcário. Goiás é um dos maiores produtores brasileiros de níquel.
O calcário, utilizado principalmente na indústria de construção civil e na fabricação de adubos, é explorado em várias áreas dos outros dois estados da região e também no Distrito Federal.
No Mato Grosso, destacam-se as reservas de ouro e diamante, que são extraídos nos garimpos espalhados por várias regiões do estado.
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Garimpo no município de Poconé - MT |
Em Mato Grosso do Sul o grande destaque na mineração fica por conta do Maciço de Urucum. O Maciço de Urucum ou Morro do Urucum está localizado na zona rural de Corumbá. Famoso por ser a maior e mais culminante formação rochosa do estado, possui uma altitude de 1.065 metros. Em razão da natureza de suas rochas, esse morro possui grandes reservas minerais, destacando-se o manganês tipo pirolusita e criptomelana (possui a maior reserva do Brasil e uma das maiores do mundo) e o minério de ferro do tipo hematita e itabirita (terceira maior reserva do Brasil, perdendo apenas para o Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, e a Serra de Carajás, no Pará).
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Maciço de Urucum, em Corumbá - MS |
- Indústrias no Centro-Oeste
O setor industrial no Centro-Oeste vem crescendo bastante nos últimos anos. As primeiras indústrias do Centro-Oeste foram instaladas na década de 1950, nos setores de produtos alimentares (principalmente frigoríficos), de madeira e de minerais não metálicos - voltados para a construção civil (telhas, tijolos, cal, ladrilhos, cerâmica, mármore, granito e cimento) - e para a fabricação de fertilizantes (fosfatos).
A ocupação produtiva da região ficou mais intensa na década de 1970. Nessa época, novas tecnologias foram aplicadas à agricultura, contribuindo para a ampliação dos setores alimentício, mecânico e de material elétrico e para o desenvolvimento dos setores de vestuário e calçados, entre outros.
As indústrias mais expressivas são recentes, atraídas pela energia abundante fornecida pelas usinas do complexo Urubupungá, no rio Paraná (Mato Grosso do Sul), de São Simão e Itumbiara, no rio Paranaíba, de Cachoeira Dourada (todas em Goiás), e outras menores.
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Usina hidrelétrica de São Simão, em São Simão - GO |
Principais áreas industriais do Centro-Oeste
A área mais industrializada e desenvolvida economicamente do Centro-Oeste estende-se no eixo Goiânia-Anápolis-Brasília. Tem como destaque as indústrias automobilística, farmacêutica, alimentícia, têxtil, de produtos minerais e bebidas. Outros centros importantes são Campo Grande, Corumbá, Dourados e Três Lagoas (MS), Cuiabá, Rondonópolis, Barra do Garças e Cáceres (MT) e Catalão e Rio Verde (GO).
Em Goiânia estão instaladas importantes empresas dos setores de alimentos, farmacêutico, de bebidas, de material elétrico (transformadores de alta tensão) e de transportes (carrocerias). Na sua região metropolitana, no município de Aparecida de Goiânia, está localizado o Distrito Industrial de Aparecida de Goiânia (DIMAG), com destaque para as indústrias alimentícias, artefatos de cimento, agropecuária, irrigação, entre outras. Ainda nesse município, encontra-se o Distrito Agroindustrial de Aparecida de Goiânia (DAIAG), onde estão instaladas indústrias de confecção, gêneros alimentícios, artefatos de cimento, metalurgia e vidros, entre outras.
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Distrito Industrial de Aparecida de Goiânia - DIMAG |
Em Anápolis (GO) está instalado o mais importante polo industrial do Centro-Oeste, o Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), que na última década recebeu diversos tipos de indústrias, principalmente de medicamentos (fazendo do município, o maior polo farmoquímico do Brasil) e automobilística, como a montadora de automóveis sul-coreana Hyundai. Nesse distrito estão instaladas ainda indústrias alimentícias, têxtil, de adubos, material de construção, entre outras.
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Distrito Agroindustrial de Anápolis - DAIA |
Ainda no estado de Goiás, Catalão possui um importante polo mínero-químico e metal-mecânico, com destaque para a montadora de automóveis Mitsubishi e a montadora de máquinas agrícolas John Deere. Em Rio Verde, Itumbiara, Jataí, Mineiros e Mozarlândia encontram-se importantes indústrias no ramo alimentício; Uruaçu, Minaçu e Niquelândia estão instaladas importantes indústrias de extração e processamento de minérios; em Jaraguá localiza-se um polo da indústria de vestuário, e em Senador Canedo encontra-se um complexo petroquímico da Petrobras e atividades na indústria calçadista.
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Fábrica da Mitsubishi em Catalão (GO) |
No estado do Mato Grosso do Sul, as indústrias se baseiam no extrativismo mineral, graças à grande concentração de minérios decorrente da presença do Maciço de Urucum. O sul do Mato Grosso do Sul se sobressai como uma das áreas de maior desenvolvimento da região, tendo se beneficiado, sobretudo, da proximidade com o Sudeste. Os quatro distritos industriais mais importantes do estado são: Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá. As principais empresas do estado são do setor agroindustrial, como os frigoríficos e as fábricas de óleo de soja. Se destacam ainda, as indústrias voltadas para a industrialização da cana-de-açúcar, principalmente para a produção de etanol. Em Três Lagoas, é grande a produção de papel e celulose.
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Fábrica de papel e celulose em Três Lagoas - MS |
No Mato Grosso, os distritos industriais mais importantes são Cuiabá, Rondonópolis, Barra do Garças e Cáceres. Nesses municípios estão instaladas principalmente fábricas do setor pesqueiro - com atividades desenvolvidas, principalmente, junto ao Rio Cuiabá -, empresas de beneficiamento de arroz e indústrias madeireiras.
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Distrito Industrial de Cuiabá - MT |
No Distrito Federal as principais indústrias são as de construção, processamento de alimentos, fabricação de móveis, reciclagem, farmacêuticas e imprensa e editorial.
- Setor terciário no Centro-Oeste
Situada no centro geográfico do Brasil, a Região Centro-Oeste possui uma rede de transportes pouco desenvolvida, mas em franca expansão, com destaque para as ligações de Brasília com todas as outras capitais através de estradas imensas, como a Brasília-Acre e Belém-Brasília, além da Cuiabá-Porto Velho, a Cuiabá-Santarém e a Transpantaneira, projetada para ligar Corumbá a Cuiabá.
A região dispõe, ainda, de aeroportos de grande movimento e é servida por pequenos aviões que a cruzam em todos os sentidos.
Beneficiado por apresentar rios de planície que facilitam a navegação, o Centro-Oeste tem no município de Corumbá o seu principal porto fluvial. A região possui ainda dois importantes portos-secos: o Centro-Oeste, em Anápolis, e o Agesa, em Corumbá.
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Porto Seco Agesa, em Corumbá - MS |
O turismo vem se desenvolvendo rapidamente na região Centro-Oeste, atraindo turistas de várias partes do mundo. A área mais conhecida pelos turistas é o Pantanal Matogrossense, que é a maior bacia inundável do mundo, com vegetação variada e fauna muito rica. Outros pontos de bastante interesse turístico são as chapadas, como a dos Guimarães, em Mato Grosso, e a dos Veadeiros, em Goiás.
O Distrito Federal compreende a cidade de Brasília, além de outras regiões administrativas. Capital do Brasil, Brasília é uma cidade planejada, moderna é o centro político e um dos principais centros financeiros do país. A cidade recebe grandes eventos, possuindo uma boa rede hoteleira, o que contribui para o fluxo de turistas.
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Visão noturna da Esplanada dos Ministérios, em Brasília - DF |
Goiás se destaca por suas belezas naturais, destacando-se o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e o Parque Nacional das Emas, que representam a conservação do Cerrado. A prática de mergulho é realizado no Lago de Serra da Mesa. As águas termais são encontradas principalmente em Caldas Novas e Rio Quente. Quanto ao aspecto cultural, o patrimônio histórico pode ser encontrado em Pirenópolis, Goiás, Niquelândia e Corumbá de Goiás, que também possuem cachoeiras. Grutas existem praticamente em todas as cidades do Norte Goiano. Nesse estado destacam-se também a comunidade quilombola de Cavalcante e a comunidade exotérica de Alto Paraíso de Goiás. Em Ivolândia encontra-se a Cidade de Pedra. No centro de Goiânia encontra-se o maior acervo de estilo patrimonial em arte decó do Brasil. Outras cidades goianas também possuem várias atrações turísticas, como Rio Verde, Paraúna, entre outras.
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Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás - GO |
No Mato Grosso destaca-se o Parque Estadual Cristalino, localizado entre os municípios de Alta Floresta e Novo Mundo. Cuiabá se destaca no turismo de negócios, sendo destino de vários congressos e feiras. A cidade de Chapada dos Guimarães abriga o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, que possui uma natureza exuberante formada por paredões com formações rochosas, grutas, mirantes e cachoeiras, que juntamente com a flora e fauna atraem muitos turistas brasileiros e estrangeiros. A cidade de Nobres possui rios de águas transparentes para a prática da flutuação, onde se observa diversas espécies de peixes. Mais ao sul destaca-se os balneários de águas quentes naturais localizados nas cidades de Juscimeira e Jaciara, onde encontra-se a Cachoeira da Fumaça, complexo de rios e cachoeiras muito procurados para a prática do rafting.
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Cachoeira da Fumaça em Jaciara - MT |
Mato Grosso do Sul é mundialmente conhecido por sua biodiversidade. O estado possui uma diversidade de pontos turísticos, principalmente no Complexo do Pantanal e no Parque Nacional da Serra da Bodoquena. As principais cidades turísticas do estado são Campo Grande, Bonito, Jardim e Bodoquena, todas localizadas no Parque Nacional da Serra da Bodoquena; Corumbá, Aquidauana, Anastácio e Porto Murtinho, no Complexo do Pantanal; Ponta Porã e Bela Vista, na fronteira com o Paraguai, além das cidades de Rio Verde e Fátima do Sul, entre outras.
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As belezas naturais são responsáveis pela atração de turistas em Bonito - MS |
4. População do Centro-Oeste
Profundas alterações ocorreram na estrutura econômica e na dinâmica demográfica da Região Centro-Oeste.
No aspecto populacional,a participação relativa da população da região no total do país continua aumentando. Na década de 1940, a população do Centro-Oeste apresentava, aproximadamente, 3% da população total do país; em 1991, esse índice já era de 6,4%; em 2010, de 7,4%.
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Gráfico da população brasileira por regiões |
As regiões Norte e Centro-Oeste foram as que apresentaram as maiores taxas de crescimento populacional no início da década de 1990, sobretudo por causa da chegada de migrantes. Os principais fatores desse fluxo migratório foram a expansão da fronteira agrícola e, no caso do Centro-Oeste, a atração por Brasília -, que, em 2010, contava como mais de 2,6 milhões de habitantes - e por Goiânia - que em 2010 possuía mais de 1,3 milhão de habitantes. Apesar desse crescimento populacional, a Região Centro-Oeste continua a ser a menos populosa do país. Em 2010, sua população era de, aproximadamente, 14,423 milhões de habitantes, seguida pela Região Norte, com 16,318 milhões de habitantes.
As densidades demográficas médias do Centro-Oeste são baixas: em torno de 8,75 hab./km².
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Densidade demográfica das regiões do Brasil |
5. A urbanização do Centro-Oeste
Nos últimos anos, até mesmo nas áreas da Região Centro-Oeste em que as atividades agropecuárias são predominantes, os índices de aumento da população urbana são elevados, acompanhando a tendência nacional. A intensa urbanização é consequência do êxodo rural e da migração de brasileiros de outros estados. Os problemas resultantes desse aumento da população urbana são os mesmos das demais regiões: falta de moradias, escolas, hospitais e meios de transporte, ausência ou precariedade de serviços públicos.
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Cuiabá - capital do Mato Grosso |
Goiânia é a única metrópole regional do Centro-Oeste. Brasília é conhecida por seu traçado moderno e sua arquitetura avançada. Foi planejada para ser a capital administrativa do Brasil. A densidade demográfica do Distrito Federal, onde está situada Brasília, é a mais elevada do país (444,07 hab./km²). Isso deve-se, sobretudo, ao intenso fluxo migratório ocorrido desde a década de 1950, primeiramente dos operários que vieram trabalhar na construção da capital federal. Depois de concluída as obras, grande parte desses operários se estabeleceu nos arredores da cidade, dando origem às regiões administrativas, popularmente chamadas de cidades-satélites. Ao longo do tempo, vieram muitos migrantes trabalhar nos serviços públicos.
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Campo Grande - MS |
Hoje, Brasília e suas regiões administrativas enfrentam muitos problemas urbanos em razão dessa grande população e da ausência de infraestrutura adequada para abrigá-la.
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Goiânia - GO |
FONTE: Moreira, Igor. Mundo da geografia: 7º ano / Igor Moreira; ilustrações Antônio Eder... [et al.]. Curitiba: Positivo, 2012.
Muito bom!
ResponderExcluirAjudou muito no meu trabalho de Geografia!
Parabéns pelo Blog, excelente conteúdo!
ResponderExcluirParabéns pelo Blog, excelente conteúdo!
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