O Império Romano foi um Estado que se desenvolveu a partir da península Itálica, durante o período pós-republicano da antiga civilização romana, caracterizado por uma forma autocrática de governo e por grandes propriedades territoriais na Europa e em torno do Mediterrâneo. Esse Estado existiu entre 27 a.C. e 476 d.C. e foi sucessor da República Romana.
Os 500 anos da idade da República Romana que precedeu o Império Romano, foram enfraquecidos e aniquilados por várias guerras civis.
A expansão romana começou na época da República, mas o Império alcançou sua maior extensão na época do imperador Trajano.
Conta a lenda que os gêmeos Rômulo e Remo, quando ainda bebês, foram tirados de sua mãe e abandonados nos pés da colina Capitolina, à margem do Rio Tibre, para que morressem de fome. Uma loba os teria salvado, adotando-os como se fossem seus filhotes. Mais tarde, os meninos foram levados à casa de um pastor de ovelhas.
Os meninos, depois de certo tempo, descobriram que eram príncipes de uma cidade vizinha, Alba Longa. Conseguiram conquistar o reino e decidiram construir uma imponente cidade no topo de uma das sete colinas às margens do Rio Tibre, onde a loba os havia encontrado. Porém, um problema apareceu. A cidade só poderia ter um rei.
Os dois irmãos se enfrentaram e Rômulo acabou por assassinar Remo. Em homenagem ao rei Rômulo, a cidade, erguida no topo da colina, passou a se chamar Roma.
Porém, os historiadores acreditam que a explicação mais provável esteja relacionada aos etruscos, povo que habitava a região norte do Rio Tibre por volta do século VIII a.C.
Naquela época, a região era habitada por agricultores e pastores que viviam em cabanas à margem esquerda do Rio Tibre, na região do Lácio - isso levou os seus habitantes a serem chamados de latinos. As aldeias se uniram e formaram uma liga para a defesa do território em 753 a.C. Na mesma época, os etruscos que viviam em local próximo ao Lácio ocuparam toda a região e deram o nome de Roma à liga das aldeias ali existentes. Em etrusco, Roma significa "cidade do Rio".
A nova cidade passou por um processo de urbanização com a abertura de ruas, a instalação do Fórum (centro cívico e o mercado) e a construção de casas, templos e rede de esgotos.
Os etruscos eram um aglomerado de povos que viveram na península Itálica na região ao sul do rio Arno e a norte do Tibre, na região que hoje compreende a Toscana, com partes do Lácio e da Úmbria.
Acredita-se que os etruscos eram originários da Ásia Menor, que compreende ao território da Turquia.
Vestígios arqueológicos revelam que os etruscos tinham um considerável desenvolvimento cultural, conhecendo a metalurgia e técnicas de construção. Roma esteve em poder desse povo até 509 a.C., quando os latinos revoltaram-se e conquistaram a cidade.
A chamada civilização romana existiu entre os séculos VIII a.C. e o século V d.C. Nesse longo período de existência ocorreram profundas mudanças políticas, sociais e econômicas no território romano.
Registros encontrados levaram alguns historiadores a acreditar na possibilidade de Roma ter sido governada sucessivamente por sete reis etruscos. Entretanto, somente a existência dos últimos três reis - Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio o Soberbo - é historicamente comprovada.
Durante este período o rei acumulava as funções executiva, judicial e religiosa, embora seus poderes fossem limitados na área legislativa, já que o Senado, ou "Conselho de Anciãos", tinha o direito de veto e sanção das leis apresentadas pelo rei. A ratificação dessas leis era feita pela assembleia ou cúria, composta de todos os cidadãos em idade militar (até 45 anos).
Os reis governavam a cidade com o auxílio do Senado, órgão composto pelos representantes das famílias mais importantes de Roma. O Senado escolhia o rei e este era responsável pela administração da justiça e pelos cerimoniais religiosos, além de decidir sobre guerras e acordos com outros povos.
Na fase final da realeza, a partir do fim do século VII a.C., Roma conheceu um período de domínio etrusco. Os etruscos influenciaram os romanos tanto no plano cultural (disseminação do uso de túnicas, práticas religiosas e culto a novos deuses), como no plano material (ampliação do comércio e criação de canais de drenagem para secagem de pântanos locais). Durante a dominação etrusca a área do Fórum Romano transformou-se no centro socioeconômico de Roma.
Segundo a tradição lendária Roma foi governada por sete reis durante a Realeza. Os antigos atribuem a cada soberano uma inovação para a formação das instituições romanas.
Os 500 anos da idade da República Romana que precedeu o Império Romano, foram enfraquecidos e aniquilados por várias guerras civis.
A expansão romana começou na época da República, mas o Império alcançou sua maior extensão na época do imperador Trajano.
Roma - origem do Império Romano |
AS ORIGENS DE ROMA
Há muitas dúvidas em relação aos primeiros tempos de Roma. Segundo a tradição, a história de Roma remonta a 753 a.C., com a fundação de um pequeno povoado na península Itálica por Rômulo e seu irmão Remo.Conta a lenda que os gêmeos Rômulo e Remo, quando ainda bebês, foram tirados de sua mãe e abandonados nos pés da colina Capitolina, à margem do Rio Tibre, para que morressem de fome. Uma loba os teria salvado, adotando-os como se fossem seus filhotes. Mais tarde, os meninos foram levados à casa de um pastor de ovelhas.
Os meninos, depois de certo tempo, descobriram que eram príncipes de uma cidade vizinha, Alba Longa. Conseguiram conquistar o reino e decidiram construir uma imponente cidade no topo de uma das sete colinas às margens do Rio Tibre, onde a loba os havia encontrado. Porém, um problema apareceu. A cidade só poderia ter um rei.
Os dois irmãos se enfrentaram e Rômulo acabou por assassinar Remo. Em homenagem ao rei Rômulo, a cidade, erguida no topo da colina, passou a se chamar Roma.
Loba Capitolina alimentando os gêmeos Rômulo e Remo. Escultura de bronze do século V a.C. |
Naquela época, a região era habitada por agricultores e pastores que viviam em cabanas à margem esquerda do Rio Tibre, na região do Lácio - isso levou os seus habitantes a serem chamados de latinos. As aldeias se uniram e formaram uma liga para a defesa do território em 753 a.C. Na mesma época, os etruscos que viviam em local próximo ao Lácio ocuparam toda a região e deram o nome de Roma à liga das aldeias ali existentes. Em etrusco, Roma significa "cidade do Rio".
Rio Tibre |
Os etruscos eram um aglomerado de povos que viveram na península Itálica na região ao sul do rio Arno e a norte do Tibre, na região que hoje compreende a Toscana, com partes do Lácio e da Úmbria.
Acredita-se que os etruscos eram originários da Ásia Menor, que compreende ao território da Turquia.
Vestígios arqueológicos revelam que os etruscos tinham um considerável desenvolvimento cultural, conhecendo a metalurgia e técnicas de construção. Roma esteve em poder desse povo até 509 a.C., quando os latinos revoltaram-se e conquistaram a cidade.
Civilização etrusca |
A REALEZA ROMANA (SÉCULO VIII a.C. - SÉCULO VI a.C.)
A Realeza Romana ou Reino de Roma, é a expressão utilizada para definir o estado monárquico romano desde suas origem (753 a.C.) até a queda da realeza (509 a.C.). As fontes históricas sobre esse período da história romana são precárias, tornando essa fase menos desvendada que os períodos que se seguiram.Registros encontrados levaram alguns historiadores a acreditar na possibilidade de Roma ter sido governada sucessivamente por sete reis etruscos. Entretanto, somente a existência dos últimos três reis - Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio o Soberbo - é historicamente comprovada.
Gravura do século XVI retratando Sérvio Túlio |
Os reis governavam a cidade com o auxílio do Senado, órgão composto pelos representantes das famílias mais importantes de Roma. O Senado escolhia o rei e este era responsável pela administração da justiça e pelos cerimoniais religiosos, além de decidir sobre guerras e acordos com outros povos.
Representação de uma família romana |
Segundo a tradição lendária Roma foi governada por sete reis durante a Realeza. Os antigos atribuem a cada soberano uma inovação para a formação das instituições romanas.
- Rômulo (753-717 a.C.) - fundou a cidade e raptou as sabinas (filhas das famílias sabinas - tribo que habitavam a região);
Rapto das Sabinas - óleo de Pietro de Cortona |
- Numa Pompílio (717-673 a.C.) - criou as instituições religiosas, os sacerdotes e os ritos;
- Túlio Hostílio (673-642 a.C.) - destruiu Alba Longa (cidade lendária que teria sido fundada por Ascânio, filho de Eneias);
- Anco Márcio (640-616 a.C.) - fundou a colônia de Óstia;
- Tarquínio Prisco (616-579 a.C.) - realizou grandes trabalhos de construção em Roma;
- Sérvio Túlio (578-535 a.C.) - dividiu a sociedade romana em classes censitárias;
- Tarquínio o Soberbo (534-509 a.C.) - representou o típico tirano romano.
Esfinge de Tarquínio Prisco |
A REPÚBLICA ROMANA (SÉCULO V a.C.-SÉCULO I a.C.)
A palavra república deriva do termo latino Res publica, que quer dizer "coisa pública", designando um sistema político que deve servir ao bem comum. Porém, a República que se formou em Roma em 509 a.C. não atendia aos interesses da grande maioria da população. A República romana beneficiava apenas o grupo social mais rico e poderoso da cidade, os nobres proprietários de terras conhecidos como patrícios.Durante a monarquia romana, Roma havia imposto o domínio no Lácio, conquistando Alba Longa e estendendo seu território até a foz do rio Tibre.
No início do século V a.C., o objetivo fundamental da aristocracia romana era manter sua hegemonia na região do Lácio, preocupando as cidades etruscas.
Durante o período republicano, Roma transformou-se de simples cidade-estado em um grande império, voltando-se inicialmente para a conquista da península Itálica e mais tarde toda a orla do mar Mediterrâneo.
Crescimento do poder de Roma na península Itálica |
Durante a República, Roma enfrentou graves crises políticas e conflitos sociais, mas promoveu uma política constante de expansionismo, conquistando vários territórios em torno do mar Mediterrâneo.
A expansão territorial provocou profundas transformações na vida econômica, social e política de Roma, dividindo esse período em duas fases: a primeira, que se estende até o século III a.C., identificada com a conquista da península Itálica; e a segunda, que corresponde à formação do poderoso império mediterrâneo.
Lapis niger do Fórum Romano - data do século VII a.C. |
A partir de 238 a.C., Roma passou a ter províncias, sendo a primeira delas Córsega e Sardenha, seguida pela Sicília, em 241 a.C. Além disso, o aumento do território e da duração temporal das guerras de conquista, obrigou o senado romano a criar o pro-rogatio, que era a prorrogação do tempo do mandato do procônsul ou do pró-pretor provincial, que era o funcionário da administração central destinado a governar a nova província. Com isso, a influência e o poder se concentraram nas mãos de alguns generais, o que lhes permitiu desafiar a tradicional classe senatorial.
Um exemplo deste tipo de processo foi o general Caio Mário, que mesmo sendo rejeitado pelo senado para comandar a expedição ao norte da África com o intuito de solucionar a guerra contra Jugurta, foi enviado com o aval que a decisão popular lhe deu.
Roma durante a República |
Além da reimplantação da ditadura em Roma, houve outros motivos para o colapso da República Romana, entre eles o fracasso dos irmãos Gracos ao tentar realizar uma reforma agrária, além de guerras civis, revoltas populares, movimentos separatistas e insurreição de escravos.
Busto de Marco Túlio Cícero |
1. Primeiro Triunvirato
Em 60 a.C., os três mais poderosos de Roma, Júlio César (o favorito da plebe), Pompeu (que triunfara na península Ibérica) e Crasso (o homem mais rico de Roma), firmaram um acordo tácito denominado triunvirato, para dividir o governo.
Com a ajuda de Crasso e Pompeu, César elegeu-se cônsul e tornou-se encarregado da execução das medidas propostas pelos três. Distribuiu terras da Campânia para os soldados de Pompeu; apoiou os partidários de Crasso na expulsão de Cícero, senador inimigo de Crasso e contrário às reformas político-sociais de Roma. Também fez com que as soluções administrativas adotadas por Pompeu em suas conquistas no Oriente fossem confirmadas pela Assembleia Popular. Garantiu o domínio das Gálias Cisalpina e Transalpina, objetivando buscar glória militar na luta contra as tribos rebeladas e riquezas para pagar aos seus credores em Roma.
Busto de Júlio César |
Nessa fase de acirrada disputa política, os soldados mantinham-se fiéis a seus generais, em função dos interesses clientelísticos que estes pudessem lhes garantir. Durante as Guerras Gálicas, César procurou manter o triunvirato. Após a morte de Crasso, César e Pompeu passaram a disputar o poder.
Incursões de Júlio César pela Gália |
A candidatura de César ao consulado foi barrada pelo Senado. A tradição romana não permitia que um general vitorioso entrasse na cidade acompanhado de seu exército, uma forma de impedir que os militares pudessem sobrepor-se ao poder senatorial. Quando se dirigiam para a capital, os generais dispersavam suas tropas.
César desconfiava das intenções do senado e sabia que se licenciasse suas tropas perderia seu poder e teria suas pretensões políticas frustradas. Em 49 a.C., atravessou com suas legiões o rio Rubicão (que separava a Itália da Gália Cisalpina), limite de sua jurisdição. Quando soube que César havia atravessado o Rubicão com as tropas, Pompeu abandonou Roma. César invadiu a Itália e marchou sobre Roma.
Busto de Pompeu |
Em 47 a.C., César, após passar nove meses ao lado de Cleópatra, deixa o Egito e domina regiões da Ásia que se mantinham fiéis aos seguidores de Pompeu. Na Batalha de Tapso, na África, César derrotou os partidários de Pompeu, sendo nomeado ditador por dez anos. Após derrotar os filhos de Pompeu na Batalha de Munda, na Hispânia, foi nomeado ditador vitalício.
Rota de César para Munda |
Com o senado a seu favor, César é eleito pontífice máximo, sacerdote e pai da pátria. Para obter apoio popular, César deu parte do patrimônio das novas conquistas para serem divididas entre os plebeus.
No entanto, o grupo opositor de César o assassinou durante uma sessão do Senado. Logo após o assassinato, o Senado extinguiu a ditadura do grupo de magistraturas romanas. Marco Antônio, um dos aliados de César, agitou manifestações populares durante o seu funeral, assustando os opositores de César e obrigando o Senado a confirmar as medidas implementadas pelo ditador. Marco Antônio se tornou um dos mais influentes senadores, dado o seu poder junto ao povo.
Assassinato de Júlio César, de Karl Theodor von Piloty |
O Segundo Triunvirato consistiu num acordo menos implícito do que o primeiro. Esse triunvirato foi composto por Marco Antônio, Otaviano e Lépido.
Quando César morreu, deixou um testamento no qual prometeu a distribuição de terras à plebe e aos veteranos de guerra. Além disso, no testamento continha o seu sucessor, o seu sobrinho Otaviano. Devido o Senado ter permitido a Júlio César utilizar o título de imperator (título conferido a alguns generais da República Romana) antes de seu próprio nome e sendo este título hereditário, Otaviano foi a Roma reivindicar sua herança com o nome de Imperator Caesar Caius Otavianus. O jovem Otaviano organizou legiões e entrou para o Senado como pretor.
Busto de Marco Antônio |
O território romano foi dividido entre os três senadores, mas a parte correspondente a Lépido foi logo anexada por Otaviano.
Marco Antônio ficou com a parte oriental da república e as províncias do Oriente Médio. Ele redigiu um testamento deixando, quando morresse, as províncias a seus filhos que teve com Cleópatra. Este testamento foi utilizado por Otaviano para acusá-lo perante o Senado de ter sido manipulado por Cleópatra a deixar parte do território nas mãos do império egípcio. O Senado autorizou Otaviano a perseguir Marco Antônio, que suicidou-se, juntamente com Cleópatra. Após a morte de Marco Antônio, Otaviano se consolidou no poder e transformou o Egito em uma província romana.
Estátua de bronze de Otáviano Augusto |
Com o poder concentrado em suas mãos, Augusto deu início a um novo período da História de Roma, o Império Romano.
Ruínas de Roma Antiga |
O IMPÉRIO ROMANO (SÉCULO I a.C. - SÉCULO V a.C.)
Durante o Período Imperial, Roma manteve as instituições republicanas. Mas diminuiu sua capacidade de atuação, e o imperador passou a concentrar em suas mãos todos os poderes.Não havia regras fixas para a sucessão imperial. O poder tinha origem militar e o próprio imperador escolhia o seu sucessor, que era apenas confirmado pelo Senado.
Com exceção do primeiro imperador romano, Augusto, todos os outros usaram coroas, púrpuras e outros ornamentos que indicavam claramente sua posição e seu poder. O número de imperadores que governaram Roma durante essa longa fase é bastante grande. A maioria ficou gravada por atos de crueldade e até de loucura que cometeram no cargo. A má administração e o abuso de poder de vários imperadores provocaram tragédias e crises políticas. Muitos dos imperadores foram assassinados.
Evolução do Império Romano
República romana
Império Romano
Império Ocidental
Império Oriental
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Nos últimos anos do século II a.C., Caio Mário transformou o exército romano num exército profissional, no qual a lealdade dos soldados de uma legião era declarada ao general que a liderava e não à sua pátria. Esse fato, aliado a numerosas guerras que Roma travou nos últimos anos da República, como a invasão dos Cimbros e Teutões, as Guerras Midriáticas, entre outras, originou uma guerra civil que favoreceu o surgimento de vários líderes militares, que utilizaram o poder para aumentar o seu prestígio político.
Busto de Caio Mário |
Uma série de acontecimentos levou Roma a instalar os Triunviratos, acordos secretos entre três líderes. O assassinato de Júlio César e o o acordo entre Otaviano, Marco Antônio e Lépido, formando o segundo Triunvirato, provocou intrigas e mortes em busca de poder, levando Otaviano a se tornar o primeiro imperador de Roma.
Busto de Lúcio Cornélio Sula |
O império conquistado por Augusto era vasto e heterogêneo, com várias línguas e povos. O grego era a língua mais falada nos territórios orientais e o latim progredia pouco nestes territórios, porém, era a língua mais falada nos territórios ocidentais. Augusto passou a tratar todos os habitantes do império como iguais e visitou várias zonas para verificar os problemas de cada província, objetivando desenvolver ao máximo o seu império.
Busto de Augusto com a coroa cívica |
Nos primeiros anos do reinado de Tibério, não houve grandes mudanças políticas ou organizativas em relação aos princípios estabelecidos por Augusto. Com o passar do tempo, a instabilidade surgiu dentro da própria família imperial. Tibério tornou-se paranoico com possíveis conspirações e tentativas de golpe de Estado, chegando, em 26 d.C., a retirar-se para a ilha de Capri, de onde governou por procuração até a sua morte. Em consequência, mandou matar e executar grande parte da sua família e senadores de destaque, provocando uma sensação de desconforto no Império.
Busto de Tibério |
Cláudio introduziu algumas reformas e procurou a prosperidade do império. Ele foi o responsável pela iniciativa da invasão romana nas ilhas britânicas, em 43 d.C., adicionando mais uma província para o Império.
Busto de Cláudio |
Em 68 d.C., a classe política tinha chegado ao limite de resistência a tanta insegurança. Depois de alguns erros estratégicos graves e de ter arruinado as finanças do estado com aventuras, como a construção de seu palácio dourado, e de ter mandado incendiar Roma, Nero é declarado um inimigo do Estado e fora da lei. Fugindo de Roma acompanhado apenas pelo seu secretário, o imperador suicidou-se antes de ser apanhado pela guarda pretoriana. Com sua morte, desaparecia a dinastia Júlio-Claudiana e Roma começou a viver um pouco da instabilidade política.
Busto de Nero |
Busto de Galba |
Busto de Vitélio |
Coliseu de Roma - obra construída por Vespasiano |
O seu filho, Tito, sucedeu-lhe em 79 d.C. Prometia ser um imperador à altura do seu pai, mas o seu breve reinado foi marcado por catástrofes. Em 24 de agosto do mesmo ano, o vulcão Vesúvio destruiu as cidades de Pompeia e Herculano e, em 80 d.C., Roma foi consumida por um novo incêndio. Em 81 d.C., Tito é sucedido por seu irmão, Domiciano.
Ruínas da antiga Pompeia com o Vesúvio ao fundo |
Busto de Domiciano |
Busto de Nerva |
Mapa do Império Romano durante o reinado de Trajano |
Parte da Muralha de Adriano no nordeste da Inglaterra |
Busto de Cômodo vestido como Hércules |
O fim do século II foi marcado por mais uma guerra civil de sucessão. Lúcio Sétimo Severo, que deu início à dinastia dos severos, acabou por assegurar a coroa imperial e levar o império para um breve período de estabilidade. Os seus sucessores, não tiveram a mesma sorte. Entre a morte de Severo, em 211, e o início da tetrarquia, em 285, o Império teve 28 imperadores, dos quais apenas dois faleceram por causas naturais. O século III foi marcado pelo início das invasões dos povos bárbaros que habitavam as zonas fronteiriças do império.
Durante os cinquenta anos seguintes, o império sofreu usurpações, derrotas e fragmentação. Imperadores foram assassinados, mortos em batalhas ou pelos seus rivais, até surgir o Dominato, a monarquia absoluta, a qual removeria os poucos traços republicanos que Roma ainda conservava.
Busto de Lúcio Sétimo Severo |
O Império dividido em 271 d.C.
Império das Gálias
Império Romano
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Aureliano, o seu sucessor, foi mais bem sucedido. Em quatro anos, reincorporou o território do Império das Gálias e derrotou Zenóbia, recuperando o Oriente. Durante a sua administração, Aureliano construiu a primeira muralha em Roma após as invasões gaulesas. Administrador duro e competente, foi assassinado antes do início da guerra contra os sassânidas, em 275 d.C. Foi por meio de Aureliano que os imperadores romanos passaram a ser adorados como deuses em vida.
Porta de entrada da Muralha Aureliana |
Diocleciano criou a Tetrarquia, que foi um sistema de governo que tinha como objetivo resolver sérios problemas militares e econômicos do Império Romano. Dividiu o seu poder sobre o império entre os setores orientais (pars Orientis) e ocidentais (pars Ocidentis). Manteve o controle pessoal do setor leste e o seu colega Maximiano controlou o ocidente.
Escultura porfírica dos Tetrarcas |
Busto de Diocleciano |
A última prece dos mártires cristãos, de Jean-Léon Gerôme |
Moeda de Teodósio I |
Teodósio I foi o último imperador a reinar sobre todo o império. Após a sua morte em 395, seus dois filhos, Arcádio e Honório, herdaram as duas metades: Arcádio tornou-se governante no Oriente, com a capital em Constantinopla, e Honório tornou governante no Ocidente, com a capital em Mediolano (atual Milão), e mais tarde em Ravena. O Estado romano continuaria com dois diferentes imperadores no poder até o século V, embora os imperadores orientais se consideravam governantes de todo o império. O latim era utilizado nos documentos oficiais. As duas metades eram nominalmente, cultural e historicamente o mesmo Estado.
Divisão do Império Romano após a morte de Teodósio I em 395 d.C.
Império Romano do Ocidente.
Império Bizantino.
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Muralhas da antiga Constantinopla |
SOCIEDADE ROMANA
Nos primeiros tempos de Roma, a cidade era dominada por um conjunto de famílias extensas - as gentes. Elas reuniam um antepassado comum, praticavam o culto familiar e possuíam as melhores terras agrícolas, formando uma aristocracia. Os membros das gentes ficaram conhecidos como patrícios, nome derivado de pater (pai), o chefe todo poderoso de cada família nobre.Sociedade romana |
Os plebeus eram pequenos proprietários rurais, lavradores, artesãos e comerciantes. Alguns deles conseguiram enriquecer, mas continuavam sem ter poder político.
Havia uma camada de plebeus diferenciada, conhecida como clientes. Era formada por indivíduos que prestavam serviços aos patrícios em troca de proteção e ajuda material. Quanto maior fosse a clientela de um patrício, maior seria o seu prestígio social.
Pirâmide de sociedade romana |
Na base da pirâmide social estavam os escravos, desprovidos de direitos. Geralmente eram capturados em guerras ou escravizados por dívidas, uma penalidade aplicada pela justiça. Em algumas localidades, os escravos recebiam tratamento cruel, usavam uma coleira de bronze com o nome de seu proprietário ou o rosto marcado com brasa e a cabeça raspada. Recebiam castigos corporais violentos, como chicoteamento, castração e até mesmo a crucificação.
Apesar do rigor da escravidão romana, era possível um escravo comprar sua própria liberdade, tornando-se um "liberto". Somente o neto de um liberto era considerado de fato uma pessoa livre.
No Período Imperial, ocorreram várias revoltas de escravos em Roma. Todas foram reprimidas com violência pelo exército romano. A mais conhecida foi liderada pelo escravo gladiador Espártaco, em 73 a.C., e terminou em 71 a.C. com a execução de aproximadamente seis mil participantes.
Mercado de escravos, de Gustavo Boulanger - 1882 |
Com o passar do tempo, crescia o descontentamento dos plebeus por estarem excluídos das decisões políticas e sem os mesmos direitos sociais e civis dos patrícios. Para adquirir esses direitos, os plebeus tiveram de enfrentar os patrícios em lutas e revoltas internas por mais de 200 anos durante a República Romana. Ao longo desse período, obtiveram algumas conquistas:
- o direito à cidadania, podendo eleger seus próprios magistrados, chamados de tribunos da plebe;
- a criação de leis escritas (até então, as leis eram orais, baseadas na tradição) elaboradas por uma comissão mista de plebeus e patrícios, definindo questões importantes sobre direitos de família e de propriedade. Essas leis ficaram conhecidas como Leis das Doze Tábuas;
- o direito de eleger um cônsul, cargo até então exclusivo dos patrícios;
- o fim da escravidão por dívidas;
- o reconhecimento das decisões dos plebeus aprovadas em assembleia chamada de plebiscito.
Ruínas do Fórum Romano, onde ficavam a Lei das Doze Tábuas |
Todas as conquistas dos plebeus não significaram o fim das desigualdades sociais. Ao contrário, as camadas mais pobres da população continuavam exploradas e sem direitos, e o número de escravos aumentava a cada dia, em especial os aprisionados nas conquistas militares romanas. No final do Período Republicano, o número de escravos em Roma era maior que o de homens livres. Ali, não possuir pelo menos um escravo era considerado sinal de miséria.
A desigualdade social foi uma característica constante em toda a história romana. Roma enriqueceu conquistando territórios, tesouros e escravos: tornou-se a capital mais poderosa do mundo antigo. Ao mesmo tempo, a pobreza e a miséria cresciam.
Durante toda a República, a ampliação das conquistas romanas aumentou a riqueza e o poder dos latifundiários. Os pequenos proprietários iam ficando mais endividados e empobrecidos. Os alimentos eram cada vez mais caros, e os impostos, mais altos.
Família romana durante um banquete |
Naquela época, a população da cidade de Roma chegou a ser de um milhão de habitantes e, na fase imperial, passou de 1.700.000 pessoas. A maioria era de escravos e outra grande parte de proletários - pessoas cuja única riqueza era a prole, os filhos. Sem trabalho e sem propriedades, os proletários viviam da caridade pública e da ajuda do governo.
A pressão social e a desordem provocadas pelo aumento da miséria em Roma levaram as autoridades a promover, no Período Imperial, uma distribuição gratuita de trigo aos pobres, prática conhecida como anona.
O número de pessoas carentes atendidas chegou a ser de 200 mil no governo do imperador Marco Aurélio. Além disso, o governo imperial passou a conceder cada vez mais feriados, durante os quais eram realizados inúmeros jogos, festas e comemorações para entreter os desocupados de Roma. Assim, além do caráter religioso, esses eventos serviam fundamentalmente para divertir as massa populares e impedir os conflitos sociais.
Tais práticas romanas - distribuição de alimentos e diversão popular gratuita - ficaram conhecidas como "política do pão e circo" e serviram, de fato, para amenizar os efeitos políticos do empobrecimento da população romana.
Política do pão e circo - forma de desviar a atenção dos problemas na Roma Antiga |
Apesar das dificuldades enfrentadas, os romanos continuavam se divertindo. Apreciavam jogos de azar, as corridas, o teatro. Um dos espetáculos mais apreciados era a luta dos gladiadores.
Herança dos etruscos, que davam aos combates um sentido religioso (sacrificavam os prisioneiros de guerra nos funerais dos seus próprios guerreiros), a luta de gladiadores também começou a ser praticada pelos romanos como um sacrifício aos deuses. Com o tempo, o sentido das lutas foi se modificando e elas passaram a ser vistas como supremacia dos vivos por meio do sacrifício dos mortos.
Russell Crowe, no filme "O gladiador" |
Homens e mulheres - patrícios ou plebeus - vestiam togas. Mas elas variavam ao longo do tempo, de acordo com a moda em vigor. Podiam ser brancas, acompanhadas de mantos coloridos, geralmente usados pelas mulheres, que também colocavam outros enfeites, como broches, brincos e colares. Também foi comum durante muito tempo o uso de uma faixa abaixo do busto, para sustentá-lo. Depois de casadas, as mulheres passavam a trajar um vestido franzido feito de tecido, o qual cobriam com uma espécie de xale.
Elas tinham penteados em forma de coque ou de torre, e os homens, a partir da República, passaram a cortar o cabelo e a raspar a barba. As romanas, usavam maquiagem, depilavam pernas e axilas, colocavam muitas joias e perfumes, pintavam os cabelos com ervas ou punham perucas.
Mulheres romanas |
A alimentação, assim como a vestimenta e a decoração das casas, variava de acordo com a condição social. Os romanos mais ricos comiam pão umedecido com mel e vinho, queijo, azeitonas, ovos cozidos, saladas, peixe, carne, miúdos de porco, ostras, escargot (espécie de caracol terrestre), nozes e vários tipos de doces.
Enquanto os mais ricos deliciavam-se com mesa farta, os pobres alimentavam-se principalmente de uma papa de trigo e cevada, à qual adicionava alguns vegetais. Outras vezes, faziam um cozido de verduras e frutas, comiam ovos e, raramente, carne.
Mesa de um casal rico na Roma Antiga |
ECONOMIA ROMANA
Na Roma antiga a agricultura era a base da economia. As condições de relevo, o solo e o Rio Tibre favoreciam essa atividade. O crescimento populacional e a expansão de territórios verificados ao longo da História de Roma proporcionaram a diversificação econômica, especialmente o crescimento do comércio e do artesanato, mas a agricultura manteve-se como atividade fundamental de Roma e todo o seu Império.
No tempo da realeza, a lavoura era de culturas variadas que se destinavam ao abastecimento das famílias que as produziam. A partir da expansão territorial, novas áreas agrícolas foram incorporadas e a produção de alimentos e a matéria-prima passou a ter finalidade comercial. Várias rotas comerciais foram criadas e produtos de todas as regiões conquistadas eram levadas à Roma: cereais, peixe e carne salgados, frutas, vinhos e azeite, minerais, sal, sedas, porcelanas e especiarias vindas do Oriente.
Os mais ricos possuíam grandes propriedades agrícolas, os latifúndios, que eram cultivadas por escravos com trigo, vinha e oliveira. Os escravos também ocupavam-se com outras atividades produtivas, tornando-os indispensáveis para a economia romana.
As diferentes províncias do Império possuíam recursos diversificados e intensificaram-se as trocas comerciais entre si, apoiados por uma vasta rede de estradas, rios navegáveis e o transporte pelo mar Mediterrâneo (que era mais seguro e barato).
Em Roma chegavam produtos de todo o Império. Este crescimento comercial fez aumentar a produção agrícola e artesanal, bem como a pecuária, intensificando a circulação de moedas. As cidades do Império ganharam dinamismo, em especial os pontos privilegiados de comércio, onde se proliferaram as pequenas oficinas artesanais, atraindo os camponeses para as cidades à procura de melhores condições de vida e aumentando o processo do êxodo rural.
As cidades constituíam o centro da vida política e administrativa do Império, onde os imperadores e os mais abastados escolhiam para construírem edifícios públicos - balneários, teatros, anfiteatros - para atrair habitantes. No século II a.C., existiam em todo o Império cerca de quatro mil cidades. Isso fez com que a economia fosse comercial, urbana e monetária.
No tempo da realeza, a lavoura era de culturas variadas que se destinavam ao abastecimento das famílias que as produziam. A partir da expansão territorial, novas áreas agrícolas foram incorporadas e a produção de alimentos e a matéria-prima passou a ter finalidade comercial. Várias rotas comerciais foram criadas e produtos de todas as regiões conquistadas eram levadas à Roma: cereais, peixe e carne salgados, frutas, vinhos e azeite, minerais, sal, sedas, porcelanas e especiarias vindas do Oriente.
Os mais ricos possuíam grandes propriedades agrícolas, os latifúndios, que eram cultivadas por escravos com trigo, vinha e oliveira. Os escravos também ocupavam-se com outras atividades produtivas, tornando-os indispensáveis para a economia romana.
As diferentes províncias do Império possuíam recursos diversificados e intensificaram-se as trocas comerciais entre si, apoiados por uma vasta rede de estradas, rios navegáveis e o transporte pelo mar Mediterrâneo (que era mais seguro e barato).
Mapa da economia e das estradas no Império Romano |
As cidades constituíam o centro da vida política e administrativa do Império, onde os imperadores e os mais abastados escolhiam para construírem edifícios públicos - balneários, teatros, anfiteatros - para atrair habitantes. No século II a.C., existiam em todo o Império cerca de quatro mil cidades. Isso fez com que a economia fosse comercial, urbana e monetária.
Maquete da cidade de Roma Antiga |
GUERRAS E CONQUISTAS
As conquistas territoriais e as guerras promovidas por Roma transformaram-na de simples cidade-estado num grande Império, ao longo de seus 13 séculos de existência. A expansão começou no século IV a.C., quando uma confederação de exércitos particulares de poderosas famílias romanas iniciou a conquista dos territórios da Península Itálica. Essa conquista foi concluída no século I a.C. Depois da queda da supremacia dos etruscos na península Itálica em fins do período monárquico e início da república, as cidades latinas formaram uma liga contra Roma para fazer frente a suas pretensões expansionistas. Essa liga recebeu o nome de Liga Latina.
Em 493 a.C., na Batalha do Lago Regilo, Roma celebrou um tratado de paz com a liga, ficando ambas as partes em situação de igualdade. Porém, pouco a pouco foi-se firmando a supremacia de Roma e, em 338 a.C., Roma rompeu o tratado e dissolveu a Liga Latina. O território de algumas das cidades que a integravam foi incorporado a Roma, que as organizou sob a forma de tribos rurais. Com outras cidades foram formados tratados pelos quais, embora essas cidades mantivessem sua autonomia administrativa, não tinham elas o direito de declarar guerra ou fazer paz. Outras cidades mais próximas também foram incorporadas e organizadas em forma de tribos.
Batalha do Lago Regilo - ilustração de J. R. Weguelin |
Posteriormente, Roma controlou o norte da Etrúria, cujos domínios compreendiam a Itália central e parte da Itália setentrional. Quando a supremacia romana se estendeu ao sul da Itália, algumas cidades gregas, como Nápoles, aliaram-se a Roma, enquanto outras, como Tarento, próspera na indústria e comércio, declararam-lhe guerra. Para conquistar essa região, os romanos atacaram Tarento, onde seus habitantes pediram ajuda a Pirro, rei do Épiro (atual Albânia), que chegou por volta de 280 a.C. à península Itálica. Apesar de ter derrotado duas vezes os romanos, Pirro sofreu pesadas baixas, perdendo quase todo o exército e sendo derrotado pelos romanos na Batalha de Benavento. Roma conquistou toda a península Apenina, exceto o vale do rio Pó.
Rota de Pirro |
A expansão fora do território da península Itálica teve início com as Guerras Púnicas contra Cartago, cidade-Estado fenícia localizada no Norte da África, que por volta do século III a.C. dominava o comércio do Mediterrâneo. Com as Guerras Púnicas, começa a fase histórica da República romana.
Cartago antes da Primeira Guerra Púnica |
Os conflitos entre Roma e Cartago iniciaram-se a partir da expansão romana pelo sul da península Itálica. O motivo da guerra foi o choque entre o expansionismo romano e o cartaginês. Quando Roma anexou os portos do Sul da península e os interesses de Nápoles e Tarento (colônias gregas rivais de Cartago) tornaram-se interesses romanos, a guerra passou a ser inevitável. A maior parte da ilha da Sicília era habitada por cartagineses, que vivia em luta constante com as colônias gregas ali existentes.
República Romana e Império Cartaginês antes da Segunda Guerra Púnica |
Ruínas de Cartago - destruída após a invasão romana |
Filipe V da Macedônia, aliado de Cartago na Segunda Guerra Púnica, apoiou a Síria, contra o Egito e protegido de Roma. Foi derrotado na Batalha de Cinocéfalo em 197 a.C. A Macedônia tornou-se protetorado romano. Mais tarde, o seu filho, Perseu, reiniciou a luta contra os romanos, na chamada Revolta dos Macedônios, onde foi derrotado pelas tropas romanas.
Os romanos conquistaram a Grécia em 146 a.C., provocando a revolta dos gregos, que não aceitavam o domínio romanos que incendiaram Corinto e tornaram a Grécia uma província romana com o nome de Aqueia, em 129 a.C.
Em 133 a.C., Roma obteve como herança a cobiçada província da Ásia. No mesmo ano, a cidade do curso superior do rio Douro, Numância, foi conquistada pelos romanos, levando os numantinos à morrerem de fome e de suicídio.
A partir do final do século II a.C., Roma já era o império mais poderoso do mundo, que se estendia da Hispânia até a Ásia Menor.
Mapa da expansão romana na península Itálica |
Essa situação provocou crises e conflitos sociais. Em meio à perturbação social, o Estado romano conquistava cada vez mais terras, cada vez mais escravos e riquezas. As campanhas vitoriosas do exército conferiam popularidade e prestígio aos generais romanos que, cada vez mais desafiavam o poder dos cônsules, interferiam nas decisões do Senado e usavam seus exércitos para massacrar adversários políticos. Essa situação provocou o fim da República e grandes generais romanos passaram a ser os imperadores.
Relevo ilustrando uma batalha entre guerreiros romanos e germânicos |
A partir do século III d.C., a expansão do território foi substituída pela defesa das fronteiras contra a invasão de povos do norte da Europa, chamados pelos romanos genericamente de "bárbaros". Internamente, agravaram a situação a corrupção, a alta do custo de vida e a falta de escravos provocada pelo fim das conquistas.
A crise manteve-se ainda por mais dois séculos, período em que ocorreram constantes ameaças de revoltas, em razão da piora da situação econômica e do aumento dos impostos. No século V d.C., em meio a muitas crises internas, o então poderoso Império Romano, foi derrotado por sucessivas invasões de povos asiáticos e germânicos.
Mapa das conquistas romanas |
RELIGIÃO NA ROMA ANTIGA
Pesquisas historiográficas sobre os antigos romanos apontam que suas crenças eram marcadas pela grande influência etrusca e grega. Dos etruscos, os romanos herdaram o culto do fogo sagrado e a adoração dos deuses Lares (protetora das casas) e Penates (protetor dos celeiros). Outras crenças romanas, como a divinização dos mortos, existência de demônios, mau-olhado, bruxas e feiticeira e o poder da advinhação, também tinham origem etrusca.Dos gregos, os romanos assimilaram a crença em várias divindades, cujos nomes foram traduzidos para o latim.
Principais deuses greco-romanos |
A mitologia romana apresentava uma diferença em relação à grega: os deuses romanos não agiam como mortais, não tinham, como os homens e os deuses gregos, virtudes e defeitos.
Os romanos tinham dois tipos de deuses: os di indigetes, protetores do Estado, cultuados em festivais especiais com datas fixadas no calendário romano e os novinsides, que protegiam as atividades humanas.
Dos deuses, eram especialmente venerados em Roma: Júpiter, considerado o mais importante, protegia os militares e mandava as chuvas, que ajudavam as lavouras; e Marte, o deus da guerra, que protegia e guiava o exército romano.
À medida que Roma se expandiu com a anexação de novos territórios e a conquista de povos diferentes ao seu Império, outros cultos e divindades foram incorporados (da Grécia, do Egito, dos persas etc.). Os romanos foram, em geral, bastante tolerantes tanto com a religião como com outros aspectos culturais próprios dos povos dominados.
Deuses da mitologia romana |
Apesar das perseguições, o cristianismo continuou a se expandir, em grande parte pela ação dos apóstolos. Em 313, o imperador Constantino publicou o Édito de Milão, documento que deu liberdade religiosa aos cristãos. Assim, reconhecia-se oficialmente a religião cristã monoteísta, terminando com as perseguições aos seus adeptos.
No final do império, em 391, no governo de Teodósio I, o cristianismo tornou-se a religião oficial do Estado romano. Daí em diante, os deuses não podiam mais ser adorados e os sacrifícios foram proibidos.
A visão da cruz - afresco de Rafael retratando a conversão de Constantino ao cristianismo |
A ARTE E O DIREITO NA ROMA ANTIGA
Ao longo de sua história, a cultura romana teve três grandes influências: a etrusca, a grega e a oriental. Especialmente nas artes plásticas, os romanos observaram os ensinamentos dos etruscos, a técnica; dos gregos, a decoração e os estilos; dos orientais, a monumentalidade.O povo que mais influenciou os romanos foram os gregos, conquistados militarmente pelo exército de Roma. A importação de valores culturais e de peças produzidas pelos gregos virou moda em Roma nos tempos imperiais. Os romanos passaram-se a vestir como os gregos, a decorar as casas com objetos gregos e a produzir réplicas de prédios, edifícios e templos gregos.
O Arco de Adriano e ao fundo, a Acrópole de Atenas |
Os romanos foram também hábeis escultores, usando mármore na maioria das peças. Embora feitas de um material relativamente resistente, muitas das esculturas que chegaram ao nosso tempo têm a cabeça ou os braços danificados, por serem as partes mais frágeis da escultura.
Local onde funcionava as Termas dos Maximinos, em Braga - Portugal |
De forma geral, o chamado Direito Romano primava pela separação entre público e privado e pela objetividade de definição da norma, embora excedesse nas penalidades, em muitos casos cruéis: crucificação, mutilação e outras equivalentes.
Apesar disso, a legislação de boa parte dos países ocidentais baseia-se em muitos fundamentos do direito romano.
Maquete do Fórum Romano |
O idioma predominante nos domínios romanos era o latim. Atualmente é considerada uma "língua morta", pois há poucos falantes e não existe um país que o adote como língua oficial. Mas foi do latim que derivaram diversas línguas faladas por milhões de pessoas no mundo: italiano, francês, espanhol, português, romeno, catalão, entre outras. Além disso, o latim culto ainda é usado para nomenclatura do mundo acadêmico (nome de espécies animais e vegetais) e em algumas celebrações da Igreja Católica.
A língua latina no mundo
castelhano
português
francês
italiano
romeno
|
Tanto os meninos quanto as meninas de famílias ricas aprendiam a ler e a escrever, porém, com objetivos diferentes. As meninas estudavam para serem boas esposas e mães. Já os meninos eram educados para assumirem as funções do pai e atuar na vida pública romana.
Dificilmente as crianças de famílias com menos condições podiam estudar. Elas se dedicavam aos trabalhos na agricultura e no artesanato.
As atribuições da mulher romana também mudavam conforme sua classe social. As mais abastadas passavam o dia administrando os afazeres domésticos, ensinando suas meninas a tecer, fiar e como deveriam se arrumar. No final da tarde, com a ajuda de seus criados, as mulheres se dedicavam ao seu próprio embelezamento para receber seus maridos.
Jovens romanas |
As vestais não precisavam obedecer aos pais e, como precisavam se manter virgens, não podiam se casar. Eram muito respeitadas por todos, homens e mulheres.
Vista aérea das ruínas do Templo de Vesta, localizado no Fórum Romano |
Interessante rever esta história de Maximiliano ter DERROTADO germânicos, quando Maximiliano apenas conseguiu o poder de VOTAR pelo Imperador do Sacro Império Romano-germânico
ResponderExcluirA história de Roma Antiga é sempre fascinante. Seja ler sobre a fundação de Roma ou sobre República Romana ou o Império Romano!
ResponderExcluirAbraços!