quarta-feira, 24 de abril de 2013

ABSOLUTISMO: "O ESTADO SOU EU"

  Desde o século XIII (Idade Média), os reis europeus vinham conquistando cada vez mais poder. Aos poucos, no lugar dos feudos isolados surgiram na Europa reinos centralizados que se organizaram em Estados Nacionais (Portugal foi o primeiro país europeu a ter uma monarquia centralizada). Apoiada pelos burgueses (banqueiros e comerciantes), os reis tomavam medidas que favoreciam suas atividades econômicas. Em troca, os burgueses pagavam os impostos que permitiram aos reis montar exércitos permanentes e fiéis. Os nobres e o clero, por sua vez, perderam poder e foram, aos poucos, ficando sob a autoridade real.
Divisão do poder na época do Feudalismo
  No século XVII, o rei detinha o poder absoluto. Somente ele podia legislar, governar, administrar a justiça e comandar o exército - o rei francês Luís XIV (1661 a 1715) chegou a afirmar: "O Estado sou eu" -. Esse sistema político forte, pessoal e sem leis restritivas ao poder real chamou-se Absolutismo.
  O rei absolutista impunha respeito à sua autoridade por meio da força militar e da cobrança de impostos. Valia-se também da "teoria do direito divino".
  Segundo essa teoria, o rei recebia o poder de Deus e era, portanto, seu representante na Terra. Coloca-se acima da sociedade, da Igreja e do papa. Opor-se ao rei significava opor-se a Deus. Com isso toda população estava obrigada a seguir uma única fé: a religião do rei - "Um rei, uma lei, uma fé", lema de Luís XIV -. O regime absolutista caracterizou-se pela intolerância religiosa e pelas violentas perseguições a quem se opunha à religião do rei.
Luís XIV - rei da França
  Ao redor do monarca absolutista viviam numerosos nobres, sempre dispostos a adular o rei em troca de privilégios e de uma vida cheia de prazeres e luxo. Eles formavam a corte real. O rei distraía a nobreza cortesã com jogos, caçadas, banquetes, bailes e espetáculos teatrais - "Caçamos toda a manhã, voltamos por volta de 3 horas da tarde, trocamo-nos, subimos para jogar até as sete. Depois fomos à peça, que nunca acaba antes das dez e meia, então à janta e depois para o baile até as três da manhã." (Carta de uma dama nobre da corte de Versalhes, França, século XVII). Era uma forma de controlá-los, tirando-lhes a força política e militar e evitando contestações e rivalidades que ameaçassem o poder real.
Esquema do absolutismo francês
  O rei absolutista favorecia também a alta burguesia com garantias, exclusividades e proteção aos negócios. Arrendava-lhe a cobrança de impostos e vendia-lhe títulos de nobreza.
  O Absolutismo foi mais intenso na França, na Espanha e em Portugal. Mas não ocorreu em toda a Europa. A Itália e a Alemanha permaneceram divididas em numerosos Estados. A Holanda constituiu-se em uma república governada por burgueses enriquecidos pelo comércio. A Inglaterra, depois de um reinado absolutista, passou por outra experiência política.
Henrique VIII - rei da Inglaterra e Irlanda
FONTE: Rodrigues, Joelza Ester Domingues. História em documento: imagem e texto, 7° ano / Joelza Ester Domingues Rodrigues. -- Ed. renovada. -- São Paulo: FTD, 2009. -- (Coleção história em documento: imagem e texto)

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