Após a Primeira Guerra Mundial, o quadro político europeu já se mostrava muito diferente.
A leste, o vasto império do czar da Rússia, derrubado por uma revolução socialista em 1917, deu lugar ao primeiro Estado de regime socialista - a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) -, organizado no final de 1922.
Também em 1922, na Itália, o líder fascista Benito Mussolini foi conduzido ao poder. Financiada pelos grandes empresários temerosos de uma revolução, a ascenção do fascismo expressava também a insatisfação italiana com o teor do Tratado de Versalhes.
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Mapa da Europa em 1914 |
Após a rendição alemã, realizou-se uma série de conferências entre 1919 e 1920, com a participação de representantes de 27 nações consideradas vencedoras da guerra, sob a liderança de representantes dos Estados Unidos, da Inglaterra, da França e da Itália. As conferências ocorreram nas proximidades de Paris, e o principal local utilizado foi o Palácio de Versalhes. Por isso, o conjunto de decisões tomadas ficou conhecido como Tratado de Versalhes e impôs duras condições aos alemães.
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Reunião que estabeleceu o Tratado de Versalhes em 1919 |
Os artigos desse tratado determinavam que o governo alemão deveria reduzir ao mínimo o poderio militar de seus exércitos, ficando proibido de manter uma aviação e uma marinha militares. Os alemães teriam de devolver a Alsácia-Lorena à soberania francesa, além de ceder outros territórios aos governos da Bélgica, Dinamarca e Polônia e também as minas de carvão existentes na região de Sarre à França por um período de 15 anos. Deveriam também entregar seu império colonial aos franceses, ingleses e belgas, além de quase todos os seus navios mercantes às marinhas francesa, inglesa e belga. Finalmente, teriam de pagar uma indenização de 33 bilhões de dólares aos governos dos países vencedores.
Internamente, a situação da Alemanha também não era tranquila. Em 1918, antes do fim da guerra, políticos social-democratas chegaram ao poder, dando início à República de Weimar, cujo nome é uma referência à cidade onde foi redigida a Constituição Republicana que instaurou o parlamentarismo federalista e democrático em 1919, com presidente eleito pelo voto direto. Em 1933, a República de Weimar foi substituída pela ditadura nazista.
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República de Weimar |
Em pouco tempo as decisões impostas aos alemães provocaram intensa reação das forças políticas que se organizavam no país. Os alemães consideravam as condições do Tratado de Versalhes injustas, vingativas e humilhantes. Anos mais tarde, o desejo de mudar os termos desse tratado motivaria a enorme expansão do nacionalismo alemão e uma maciça propaganda patriótica.
Adolf Hitler, líder do partido nacional-socialista (nazista) inspirado no fascismo italiano, aproveitou-se do sentimento de baixa autoestima que acometia o povo alemão para chegar ao poder em 1933 e iniciar a retomada do projeto militar do país. As relações com o mundo passaram a se basear na negação das instituições democráticas e na crença da superioridade da raça ariana (da qual os nazistas afirmavam que os alemães faziam parte), com perseguição aos indivíduos considerados inferiores (judeus, ciganos, homossexuais, portadores de deficiência física e mental).
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Adolf Hitler |
Além do Tratado de Versalhes - que se referia apenas aos alemães -, os representantes dos países envolvidos na guerra assinaram outros acordos. Por meio deles os impérios Austro-Húngaro e Otomano foram desmembrados, dando origem a países como Tchecoslováquia, Hungria, Polônia, Iugoslávia, Áustria, Letônia, Lituânia, Estônia, Síria, Líbano e Iraque. A maioria deles abandonou o regime monárquico e transformou-se em república.
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Mapa da Europa em 1920 |
A LIGA DAS NAÇÕES
Em 28 de abril de 1919, os membros da Conferência de Paz de Versalhes aprovaram a criação da Liga ou Sociedade das Nações, acatando uma proposta do presidente dos Estados Unidos, na época, Woodrow Wilson.
Com sede na cidade suíça de Genebra, a Liga das Nações começou a funcionar em janeiro de 1920. Esse órgão internacional era formado por representante de países de todos os continentes, e sua principal missão era mediar os conflitos internacionais, tentando preservar a paz mundial.
Os senadores dos Estados Unidos vetaram a participação do país na Liga das Nações, pois discordavam da fiscalização que os membros dessa entidade poderiam fazer sobre os tratados assinados após a guerra. Assim, o governo estadunidense manteve uma política internacional isolacionista. A Liga das Nações não teve forças suficientes para articular a paz internacional. Não conseguiu impedir, por exemplo, a invasão japonesa na Manchúria em 1931, o ataque italiano à Etiópia em 1935 e a Guerra do Chaco entre Paraguai e Bolívia (1932-1935).
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Reunião da Liga das Nações em Genebra |
A ASCENSÃO DOS ESTADOS UNIDOS
Desde o final do século XIX, a produção industrial vinha se ampliando nos Estados Unidos, expandindo o campo de atuação econômica de seus empresários em diferentes partes do mundo.
Quando a Primeira Guerra Mundial começou, a agricultura e a indústria estadunidenses cresceram ainda mais. Em princípio, os estadunidenses conservaram-se em uma posição de neutralidade, limitando-se a abastecer os países aliados envolvidos no conflito. Além disso, enquanto os europeus estavam concentrados em seu esforço de guerra, os industriais estadunidenses aproveitavam para vender seus produtos a outros mercados mundiais, principalmente Ásia e América Latina.
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Cartaz de incentivo à produção agrícola nos Estados Unidos, feito por James Montgomery Flagg em 1918, em plena Primeira Guerra. |
Assim, concentrando cerca da metade de todo o ouro que circulava no mundo, os banqueiros e o governo dos Estados Unidos saíram da Primeira Guerra como credores dos governos da arrasada Europa.
A CRISE DE 1929
Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia norte-americana estava em pleno desenvolvimento. As indústrias dos EUA produziam e exportavam em grandes quantidades, principalmente para os países europeus.
Após a guerra o quadro não mudou, pois os países europeus estavam voltados para a reconstrução das indústrias e cidades, necessitanto manter suas importações, principalmente dos EUA. A situação começou a mudar no final da década de 1920. Reconstruídas, as nações europeias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos.
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Pessoas em frente à Bolsa de Nova York, em 1929, após a Quebra da Bolsa de Nova York |
Causas da crise
Com a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte-americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais vender como antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-americanos tinham investimentos nestas ações.
Efeitos da crise
Em outubro de 1929, percebendo a desvalorização das ações de muitas empresas, houve uma correria de investidores que pretendiam vender suas ações. O efeito foi devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em poucos dias. Pessoas muito ricas, passaram, da noite para o dia, para a classe pobre. O número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% dos trabalhadores.
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A Grande Depressão causou pobreza geral nos Estados Unidos e em diversos países do mundo.
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A crise, também conhecida como "A Grande Depressão", foi a maior de toda a história dos Estados Unidos. Como nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes.
Efeitos no Brasil
A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo positivo para a economia brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira.
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Queima de café em Santos - SP, no iníco dos anos 1930 |
New Deal: a solução
A solução para a crise surgiu apenas no ano de 1933. No governo de Franklin Delano Roosevelt, foi colocado em prática o plano conhecido como New Deal. De acordo com o plano econômico, o governo norte-americano passou a controlar os preços e a produção das indústrias e das fazendas. Com isto, o governo conseguiu controlar a inflação e evitar a formação de estoques. Fez parte do plano também o grande investimento em obras públicas (estradas, aeroportos, ferrovias, energia elétrica, entre outros), conseguindo diminuir significativamente o desemprego. O programa foi tão bem sucedido que no começo da década de 1940 a economia norte-americana já estava funciondo normalmente.
FONTE: Cotrim, Gilberto. Saber e fazer história: história geral e do Brasil, 9° ano: mundo contemporâneo e Brasil República / Gilberto Cotrim, Jaime Rodrigues. 6. ed. - São Paulo: Saraiva, 2009.
Olá Professor Marciliano, parabens pela explanação, também so Professor de história. até mais Abs
ResponderExcluirHoje em dia é dificil encontra textos bons como esse, parabéns professor !
ResponderExcluirHoje em dia é dfiícil ver textos bons como esse, parabéns professor !
ResponderExcluirObrigado Letícia
ResponderExcluirÓtimo texto bem exclarecedor !
ResponderExcluirMuito obrigado! Me ajudou muito! Pena que tive que copiar tudo isso kkkk mas valeu a pena!
ResponderExcluirMuito obrigado professor! Ótima explicação! Me ajudou bastante!
ResponderExcluir👏👏
Mui bueno su texto mestre!!!
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