terça-feira, 6 de março de 2012

O MÉXICO

  A história do México é a história da pilhagem de seus valiosos recursos naturais e do massacre das populações indígenas.
PERÍODO COLONIAL
  No período colonial, quantidades colossais de prata foram extraídas pelos colonizadores espanhóis, que utilizavam os indígenas no trabalho de mineração. Em 1540, existiam cerca de 10 milhões de nativos e 12 mil conquistadores espanhóis na colônia. Em 1600, restava apenas 1 milhão de indígenas, e os espanhóis haviam conseguido montar uma das mais lucrativas estruturas coloniais da História, movidas pelas prósperas minas de prata. Nos séculos seguintes, ainda seriam implantados latifúndios voltados para a produção de produtos tropicais - as haciendas -, em terras tradicionalmente cultivadas pelos indígenas.
Obra do norte-americano William Prescott - A conquista do México
MÉXICO INDEPENDENTE
  O México foi colônia da Espanha até 1821, quando conquistou sua independência. A partir de então, sofreu expressivas perdas territoriais. Por meio de guerras e acordos, os Estados Unidos somaram à sua área os estados do Arizona, da Califórnia, do Novo México e do Texas, além de parte dos estados do Colorado e de Utah.
Mapa do México e territórios perdidos para os Estados Unidos
  O México independente herdou uma profunda disparidade social entre a elite crioulla - formada por descendentes de espanhóis, detentores das minas e da maior parte das terras agrícolas - e a massa da população mestiça e indígena, transformada em camponeses pobres e em mão de obra barata para os negócios dos brancos.
  Essa disparidade está na origem da Revolução Mexicana, que começou em 1910. Naquele ano, Francisco Madero, candidato à presidência da República e derrotado em eleições fraudulentas, associou-se a camponeses rebeldes chefiados por Emiliano Zapata e Pancho Villa. O objetivo dos revolucionários era derrubar o ditador Porfírio Díaz, aliado dos latifundiários, e instaurar um novo governo do México.
Emiliano Zapata - um dos líderes da Revolução Mexicana
  Madero foi eleito em 1911, após a destituição de Díaz. Os sucessivos governos que surgiram desde então não impediram que o país continuasse sendo um grande fornecedor de recursos naturais e de mão de obra barata e pouco qualificada. Se, por um lado, o petróleo havia substituído a prata como riqueza do país, os mexicanos haviam deixado de ser explorados pelos espanhóis para se converterem em mão de obra farta e de baixo custo para os empresários dos Estados Unidos.
A ECONOMIA MEXICANA
  O México é hoje um país soberano do ponto de vista político, mas permanece dependente no que se refere à sua dinâmica econômica.
AGRICULTURA E INDÚSTRIA
  Um dos maiores feitos da Revolução Mexicana foi a realização de uma ampla reforma da propriedade fundiária, que demorou cinco décadas para ser completada. A reforma, inspirada nas terras comunais camponesas reconhecidas pela Coroa espanhola, foi baseada no controle comunitário das terras distribuídas, que constituem os éjidos. A produção camponesa dos éjidos, organizada em pequenas explorações, é responsável pela maior parte dos cultivos alimentares do mercado interno.
Éjidos - responsáveis por grande parte da produção agrícola do México
  No início da década de 1960, aproximadamente um terço da área agrícola do país havia sido desapropriada pelo governo e distribuída para 3 milhões de famílias de camponeses pobres.
  Essa reforma agrária, porém, não eliminou as velhas haciendas do território mexicano. Elas ainda predominam no norte do país, onde grandes empresários rurais, com o auxílio de modernas técnicas de irrigação, cultivam frutas, cereais, soja e algodão para os mercados externos. O milho, base da dieta mexicana, ocupa a metade das terras agrícolas e é produzido nos éjidos, tal como a maior parte dos alimentos consumidos no país.
Haciendas - grandes propriedades rurais mexicanas
  O México dispõe de recursos minerais importantes. O principal deles é o petróleo, cuja industrialização ganhou impulso a partir da década de 1950. O modelo adotado baseou-se na participação do Estado na economia e criou grandes empresas, destacando-se a Pemex (Petróleo do México), voltada para a exploração e o refino do petróleo. Em seguida chegaram as empresas transnacionais. A Cidade do México, capital do país, recebeu uma parcela considerável dos investimentos transnacionais.
  Atualmente, a Cidade do México concentra cerca de 20% da população nacional e é a maior e mais poluída metrópole do mundo. Em certas épocas do ano, as indústrias ficam proibidas de funcionar, num esforço para melhorar as condições do ar na cidade. O rodízio de automóveis é permanente, ou seja, a cada dia da semana uma parcela da frota de automóveis fica proibida de circular.
Poluição na Cidade do México
  Em meados da década de 1970, outro tipo de indústria chegou ao México, constituído das chamadas maquiladoras. Trata-se de empresas que produzem diretamente para suas matrizes no exterior - a maioria delas situadas nos Estados Unidos -, empregando componentes importados. Neste caso, nem as matérias-primas nem o mercado mexicano são utilizados: as maquiladoras foram atraídas basicamente pela oferta de mão de obra barata, pelos incentivos fiscais e pela fiscalização pouco exigente no tocante ao cumprimento das leis trabalhistas. Os setores elétrico e automobilístico concentram grande parte dos investimentos das maquiladoras.
VEJA ALGUNS DADOS SOBRE O MÉXICO
NOME OFICIAL: Estados Unidos Mexicanos
INDEPENDÊNCIA: da Espanha
Declarada: 16 de setembro de 1810
Reconhecida: 27 de setembro de 1821
LOCALIZAÇÃO: América do Norte
CAPITAL: Cidade do México
Catedral Metropolitana da Cidade do México
ÁREA: 1.964.375 (13º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 113.724.226 habitantes (11º)

DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 57,893 hab./km² (118°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (2010):
Cidade do México:
Cidade do México - capital e maior cidade do México
Tijuana: 1.557.714 habitantes
Tijuana - segunda maior cidade do México
Puebla: 1.502.036 habitantes
Puebla - terceira maior cidade do México
LÍNGUA: espanhol ou castelhano é a língua oficial, porém, são reconhecidos oficialmente 68 agrupamentos linguísticos indígenas, totalizando 364 variantes reconhecidas como línguas.
IDH (ONU - 2010): 0,770 (57°)
PIB (FMI - 2010): U$ 1,034 trilhão (14°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 76,2 anos (48º)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 16,7/ mil (82°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 77% (40°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 92,8% (82°)
MOEDA: peso mexicano
RELIGIÃO (2010):católicos romanos (82,7%), outros cristãos (9,7%), sem rligião (4,7%), não especificado (2,7%), outras religiões (0,2%).
DIVISÃO: o México está dividido em 31 Estados mais o Distrito Federal.
1. Aguascalientes (Aguascalientes); 2. Baja California (Mexicali); 3. Baja California Sur (La Paz); 4. Campeche (Campeche); 5. Chiapas (Tuxtla Gutiérrez); 6. Chihuahua (Chihuahua); 7. Coahuila de Zaragoza (Saltillo); 8. Colima (Colima); 9. Durango (Durango); 10. Guanajuato (Guanajuato); 11. Guerrero (Chilpancingo de los Bravo); 12. Hidalgo (Pachuca de Soto); 13. Jalisco (Guadalajara); 14. Estado do México (Toluca); 15. Michoacán de Ocampo (Morelia); 16. Morelos (Cuernavaca); 17. Nayarit (Tepic); 18. Nuevo Léon (Monterrey); 19. Oaxaca (Oaxaca); 20. Puebla (Puebla); 21. Querétaro de Arteaga (Querétaro); 22. Quintana Roo (Chetumal); 23. San Luis Potosí (San Luis Potosí); 24. Sinaloa (Culiacán Rosales); 25. Sonora (Hermosillo); 26. Tabasco (Villahermosa); 27. Tamaulipas (Ciudad Victoria); 28. Tlaxcala (Tlaxcala); 29. Veracruz-Llave (Xalapa); 30. Yucatán (Mérida); 31. Zacatecas (Zacatecas); 32. Distrito Federal (Cidade do México).
FONTE: Araújo, Regina. Observatório de geografia: 8° ano: fronteiras e nações / Regina Araújo Corrêa da Silva, Raul Borges Guimarães. - São Paulo: Moderna, 2009.

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