Para entender o significado de clima, é importante distingui-lo de tempo atmosférico. O tempo corresponde a um estado momentâneo da atmosfera num determinado lugar, com relação à combinação de fenômenos como temperatura, umidade, pressão do ar, ventos e nebulosidade. Ele pode mudar em poucas horas ou até mesmo de um instante para outro.
Já o clima corresponde ao comportamento do tempo em um determinado lugar durante um período longo, de pelo menos 30 anos. O clima é a sucessão dos diferentes tipos de tempo que resultam do movimento constante da atmosfera.
O clima depende de diversos fatores. Os fatores climáticos são:
1. LATITUDE
De forma geral, quanto maior a latitude, ou seja, quanto mais nos afastamos do Equador, em direção aos polos, menores são as temperaturas médias anuais. Nos locais próximos ao Equador, a inclinação é menor e os raios solares incidem sobre uma área menor. Em contrapartida, conforme aumenta a latitude, maior se torna a inclinação com que os raios solares incidem, abrangendo uma área maior. Como resultado, a intensidade de luz incidente é diferente, e a temperatura média tende a ser maior quanto mais próximo ao Equador e menor quanto mais próximo aos polos.
Assim, a variação latitudinal é o principal fator de diferenciação das zonas climáticas - polar, temperada e tropical. Porém, em cada uma dessas zonas encontramos variados tipos de clima, explicados pelas diferentes associações dos demais fatores climáticos.
Assim, a variação latitudinal é o principal fator de diferenciação das zonas climáticas - polar, temperada e tropical. Porém, em cada uma dessas zonas encontramos variados tipos de clima, explicados pelas diferentes associações dos demais fatores climáticos.
2. ALTITUDE
Quanto maior a altitude, menor a temperatura média do ar. No alto de uma montanha a temperatura é menor do que a verificada no nível do mar no mesmo instante e na mesma latitude. Isso porque quanto maior a altitude, menor a pressão atmosférica, o que torna o ar mais rarefeito, ou seja, há uma menor concentração de gases, umidade e materiais particulados. Como há menor densidade de gases e partículas de vapor de água e poeira, diminui a retenção de calor nas camadas mais elevadas da atmosfera e, em consequência, a temperatura é menor. Além disso, nas maiores altitudes, a área de superfície que recebe e irradia calor é menor.
O tipo de superfície atingida pela luz solar exerce também influência na diferença de temperatura atmosférica porque o aquecimento do ar é feito por meio da reflexão dos raios solares por essa superfície.
3. ALBEDO
São grandes porções da atmosfera que possuem características comuns de temperatura, umidade e pressão e podem estender por milhares de quilômetros. Formam-se quando o ar permanece estável por um tempo sobre uma superfície homogênea (o oceano, as calotas polares ou uma floresta) e se deslocam por diferença de pressão, levando consigo as condições de temperatura e umidade da região em que se originaram. À medida que se deslocam, vão se transformando pela interação com outras massas, com as quais trocam calor e/ou umidade. De maneira geral, podemos distinguir as massas de ar da seguinte forma: as oceânicas são úmidas e as continentais, secas (embora haja continentais úmidas, como as que formam sobre grandes florestas); as tropicais e equatoriais são quentes e as temperadas e polares são frias.
5. Continentalidade e maritimidade
A maior ou menor proximidade de grandes corpos de água, como oceanos e mares, exerce forte influência não só sobre a umidade relativa do ar, mas também sobre a temperatura. Em áreas que sofrem influência da continentalidade (localização no interior do continente distante do litoral), há maior variação de temperatura ao longo de um dia, ou mesmo de uma estação do que em áreas que sofrem influência da maritimidade (proximidade de oceanos e mares). Isso ocorre porque o calor específico da água é maior do que o da terra. Em consequência, os oceanos demoram mais para se aquecer do que os continentes. Em contrapartida, a água retém calor por mais tempo e demora mais para irradiar a energia absorvida; assim, os continentes esfriam com maior rapidez quando a incidência de luz solar diminui ou cessa. Um dos resultados dessas diferenças é o fato de que no litoral a amplitude térmica diária é menor que no interior dos continentes.
Nas regiões litorâneas, há também o sistema de brisas, que são os ventos que ocorrem próximos da superfície do mar.
O tipo de superfície atingida pela luz solar exerce também influência na diferença de temperatura atmosférica porque o aquecimento do ar é feito por meio da reflexão dos raios solares por essa superfície.
3. ALBEDO
Os raios solares que penetram na atmosfera e são por ela refletidos, sem incidir na superfície, retornam ao espaço sideral e não alteram a temperatura do planeta, já que não há retenção de energia. O índice de reflexão de uma superfície - o albedo - varia de acordo com sua cor. A cor, por sua vez, depende de sua composição química e de seu estado físico. A neve, por ser branca, reflete até 90% dos raios solares incidentes, enquanto a Floresta Amazônica, por ser verde-escura, reflete apenas cerca de 15%. Quanto menor o albedo, maior a absorção de raios solares, maior o aquecimento e, consequentemente, a irradiação de calor.
4. MASSAS DE ARSão grandes porções da atmosfera que possuem características comuns de temperatura, umidade e pressão e podem estender por milhares de quilômetros. Formam-se quando o ar permanece estável por um tempo sobre uma superfície homogênea (o oceano, as calotas polares ou uma floresta) e se deslocam por diferença de pressão, levando consigo as condições de temperatura e umidade da região em que se originaram. À medida que se deslocam, vão se transformando pela interação com outras massas, com as quais trocam calor e/ou umidade. De maneira geral, podemos distinguir as massas de ar da seguinte forma: as oceânicas são úmidas e as continentais, secas (embora haja continentais úmidas, como as que formam sobre grandes florestas); as tropicais e equatoriais são quentes e as temperadas e polares são frias.
5. Continentalidade e maritimidade
A maior ou menor proximidade de grandes corpos de água, como oceanos e mares, exerce forte influência não só sobre a umidade relativa do ar, mas também sobre a temperatura. Em áreas que sofrem influência da continentalidade (localização no interior do continente distante do litoral), há maior variação de temperatura ao longo de um dia, ou mesmo de uma estação do que em áreas que sofrem influência da maritimidade (proximidade de oceanos e mares). Isso ocorre porque o calor específico da água é maior do que o da terra. Em consequência, os oceanos demoram mais para se aquecer do que os continentes. Em contrapartida, a água retém calor por mais tempo e demora mais para irradiar a energia absorvida; assim, os continentes esfriam com maior rapidez quando a incidência de luz solar diminui ou cessa. Um dos resultados dessas diferenças é o fato de que no litoral a amplitude térmica diária é menor que no interior dos continentes.
Nas regiões litorâneas, há também o sistema de brisas, que são os ventos que ocorrem próximos da superfície do mar.
As altitudes baixas e os ventos locais são extremamente influenciados pela superfície, sendo deflectidos por obstáculos e zonas mais rugosas, e sua direção resulta da soma dos efeitos globais e locais. No começo do dia, o aquecimento do sol faz com que o ar estagnado no fundo do mar, mais denso e pesado, comece a fluir ao longo das encostas sob a forma de ventos de vales. Quando os ventos globais são fracos, os ventos locais podem dominar. É o caso das brisas marítimas.
Como as massas de terra são aquecidas pelo sol mais rapidamente do que o oceano, o ar em cima delas ascende e cria uma baixa pressão no solo, que atrai o ar mais fresco do mar: é o que chamamos de brisa marítima. Ao cair da noite, há muitas vezes um período de calma durante o qual a temperatura em terra e no mar são iguais. De noite, como o oceano arrefece mais lentamente, a brisa sopra da terra na direção oposta, mas é geralmente mais fraca porque a diferença de temperatura é menor.
É por isso que quase sempre os pescadores marítimos preferem sair para pescar à noite, pois é a brisa continental que contribuirá para levar o barco até o alto-mar.
6. Correntes marítimas
São extensas porções de água que se deslocam pelo oceano, quase sempre nas mesmas direções, como se fossem larguíssimos "rios" dentro do mar, movimentadas pela ação dos ventos e pela influência da rotação da Terra, que as desloca para oeste - no Hemisfério Norte as correntes circulam no sentido horário e no Hemisfério Sul, anti-horário.
Diferenciam-se em temperatura, salinidade e direção das águas do entorno do continente. Causam forte influência no clima, principalmente porque alteram a temperatura atmosférica, e são importantes para a atividade pesqueira: em áreas de encontro de correntes quentes e frias, aumenta a disponibilidade de plâncton, o que atrai cardumes.
A corrente do Golfo, por ser quente, impede o congelamento do Mar do Norte e ameniza os rigores climáticos do inverno em toda a faixa ocidental da europa.
Corrente do Golfo - percurso em laranja
A corrente de Humboldt, no Hemisfério Sul e a da Califórnia, no Hemisfério Norte, ambas frias, causam queda da temperatura nas áreas litorâneas, respectivamente, do norte do Chile e do sudoeste dos Estados Unidos. Isso provoca a condensação do ar e chuvas no oceano, fazendo com que as massas de ar percam a umidade. Ao atingirem o continente, as massas de ar estão secas e originam desertos, como o de Atacama, no Chile, e o da Califórnia, nos Estados Unidos.
Já as correntes quentes do Brasil (no leste da América do Sul), das Agulhas (no sudeste da África) e Leste-Australiana, estão associadas a massas de ar quente e úmido, que aumentam a pluviosidade e provocam fortes chuvas de verão no litoral, fato que acentua quando há a presença de serras.
7. VEGETAÇÃO
Mata de Araucárias no Paraná
Os diferentes tipos de cobertura vegetal, apresentam grande variação de umidade, o que influencia diretamente a absorção e a irradiação de calor, além da umidade do ar. Numa região florestada, as árvores impedem que os raios solares incidam diretamente sobre a superfície terrestre, diminuindo a absorção de calor e a temperatura. As plantas, por sua vez, retiram umidade do solo pelas raízes e a transferem para a atmosfera pelas folhas (transpiração), aumentando a umidade do ar. Isso ajuda a transferir parte da energia solar ao processo de evaporação, diminuindo a quantidade de energia que aquece a superfície e, consequentemente, o ar.
Quando ocorre um desmatamento de grandes proporções, há acentuada diminuição da umidade e elevação significativa das temperaturas médias por causa do aumento da absorção e irradiação do calor.
Desmatamento na Amazônia
Além dos fatores climáticos, existem os atributos ou elementos climáticos. Os mais importantes são a temperatura, a umidade e a pressão atmosférica.
1. TEMPERATURA
A temperatura é a intensidade de calor existente na atmosfera. O Sol não aquece o ar diretamente. Se não incidirem sobre uma partícula em suspensão,(como poeira e vapor d'água), os raios solares atravessam a camada da atmosfera sem aquecê-la e atingem a superfície do planeta. Só depois de aquecidas, as terras, as águas e demais elementos presentes na superfície - prédios, calçadas, áreas agrícolas etc., irradiam o calor para a atmosfera.
Deserto do Saara - possui grande amplitude térmica diária
2. UMIDADE
A umidade é a quantidade de vapor de água presente na atmosfera num determinado momento, resultado do processo de evaporação das águas da superfície terrestre e da transpiração das plantas.
A umidade relativa do ar, expressa em porcentagem, é uma relação entre a quantidade de vapor existente na atmosfera num dado momento (umidade absoluta, expressa em g/m³) e a quantidade de vapor de água que essa atmosfera comporta. Quando este limite é atingido, a atmosfera atinge o seu ponto de saturação e ocorre a chuva.
Se ao longo do dia a umidade relativa estiver aumentando, chegando próximo de 100%, há grande possibilidade de ocorrer precipitação, pois a atmosfera está atingindo seu ponto de saturação. Para chover, o vapor d'água tem de se condensar, passando do estado gasoso para o líquido, o que acontece com a queda de temperatura. Em contrapartida, se a umidade relativa do ar for constante ou estiver diminuindo, dificilmente choverá.
Neblina - o efeito mais visível da umidade do ar
É importante destacar que a capacidade de retenção de vapor d'água na atmosfera também está associada à temperatura. Quando a temperatura está elevada, os gases estão dilatados e aumenta sua capacidade de retenção de vapor; ao contrário, com temperaturas baixas os gases ficam mais adensados e é necessária uma menor quantidade de vapor para atingir o ponto de saturação.
As condições de umidade relativa do ar são importantes para a saúde e a sensação de conforto ou desconforto térmico. Nos dias quentes e úmidos, nosso organismo sente maior necessidade de transpirar, enquanto nos dias secos se agravam os problemas respiratórios e de irritação de pele.
A precipitação pode ocorrer de várias formas, dependendo das condições atmosféricas. Além das chuvas, existem outros tipos de precipitação, como a neve e o granizo. A neve é característica de zonas temperadas e frias, quando a temperatura do ar está abaixo de zero. Quando isso ocorre, o vapor d'água contido na atmosfera se congela e os flocos de gelo, formados por cristais, precipitam-se.
Neve - um dos tipos de precipitação
O granizo é constituído por pedrinhas formadas pelo congelamento das gotas de água contidas em nuvens chamadas cúmulos-nimbo, que também estão associadas aos temporais com a presença de raios. Esse congelamento acontece quando uma nuvem carregada de gotículas de água encontra uma camada de ar muito fria.
Chuva de granizo
Os três principais tipos de chuva são:
Chuva frontal: nas frentes, que são zona de contato entre duas massas de ar de características diferentes, uma quente e outra fria, ocorre a condensação do vapor e a precipitação da água na forma de chuva. A área de abrangência e o volume de água precipitada estão relacionados com a intensidade das massas, variável no decorrer do ano.
Chuva de relevo ou orográfica: barreiras de relevo levam as massas de ar a atingir elevadas altitudes, o que causa queda de temperatura e condensação do vapor. Esse tipo de chuva costuma ser localizada, intermitente e fina e é muito comum nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil, onde as serras e chapadas dificultam o deslocamento das massas úmidas provenientes do oceano Atlântico para o interior do continente.
Chuva de convecção ou de verão: em dias quentes, o ar próximo à superfície fica menos denso e sobe para as camadas superiores da atmosfera, carregando umidade. Ao atingir altitudes maiores, a temperatura diminui e o vapor se condensa em gotículas que permanecem em suspensão. O ar fica mais denso e desce frio e seco para a superfície, iniciando novamente o ciclo convectivo. Ao fim da tarde, a nuvem resultante está enorme, chegando a atingir até 10 quilômetros de altura e provocando chuvas torrenciais rápidas e localizadas. Após a precipitação, o céu costuma ficar claro novamente. Essas chuvas são as principais responsáveis por alagamentos, especialmente em centros urbanos, onde há grandes áreas impermeabilizadas.
3. PRESSÃO ATMOSFÉRICA
A pressão atmosférica é a medida da força exercida pelo peso da coluna de ar contra uma área. Quanto mais elevada a temperatura, maior a movimentação das moléculas e mais elas se distanciam uma das outras; como resultado, mais baixo é o número de moléculas em cada metro cúbico de ar e menor se torna seu peso; portanto, menor a pressão exercida sobre uma superfície. Inversamente, quanto menor a temperatura, maior é a pressão atmosférica.
Quando o ar é aquecido, fica menos denso e sobe, o que diminui a pressão sobre a superfície e forma uma área de baixa pressão atmosférica, também chamada de ciclonal, que é receptora de ventos. Ao contrário, quando o ar é resfriado, fica mais denso e desce formando uma zona de alta pressão, ou anticiclonal, que é emissora de ventos. Esse movimento pode ocorrer entre áreas que distam apenas alguns quilômetros ou em escala regional, como a Massa Equatorial Continental, que atua sobre a Amazônia.
Já os furacões se formam sobre os oceanos em áreas de águas quentes e baixa pressão.
Já em escala planetária temos os ventos alísios, que atuam ininterruptamente , se deslocando das regiões subtropicais e tropicais (alta pressão) para a região equatorial (baixa pressão), e são desviados para oeste pelo movimento de rotação da Terra. Com esse desvio, formam-se os ventos alísios de sudeste no Hemisfério Sul e os ventos alísios de nordeste, no Hemisfério Norte.
Quando ocorre o deslocamento provocado pela expansão de massas de ar quente e, consequentemente, formação de frentes quentes, temos uma situação na qual o ar se desloca das áreas de maior temperatura para as de menor.
Fonte: SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, volume 1: espaço geográfico e globalização: ensino médio/ Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. - São Paulo: Scipione, 2010.
adorei vc me ajudou muito
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