quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ÁFRICA: O CONTINENTE DO FUTURO

  No século XIX, a Revolução Industrial avançava na Europa. Com o desenvolvimento das máquinas, a produção era cada vez mais acelerada e, os produtores, necessitavam de mercados consumidores e fornecedores cada vez maiores.
  Assim, manteve-se o interesse das potências europeias pela África. Os vastos recursos naturais do continente, como metais e solos férteis, passaram a ser ainda mais cobiçados. Iniciou-se então, uma verdadeira corrida de exércitos europeus para a África, fato que acirrou as rivalidades entre as potências europeias. Temendo um grande conflito, os líderes europeus passaram a buscar um entendimento para dividir a África entre eles.
   Proposta por Portugal e organizada pelo líder alemão Otto von Bismarck, realizou-se a reunião que ficou conhecida como a Conferência de Berlim (1884/85). Nesses encontros, os governantes europeus faziam acordos para dividir a África sem gerar conflitos, que seriam desastrosos para a vida econômica da Europa.
Mapa da África após a Conferência de Berlim. Fonte: Novo Atlas do Estudante, FTD, 2007
  Entre os séculos XVI e XIX apenas alguns trechos litorâneos do continente africano foram efetivamente conquistados; na segunda metade do século XIX, foi iniciada a colonização de todo o território africano.
Foto da Conferência de Berlim. Fonte: retalhosdehistoria.blogspot.com
  Diversas empresas europeias se encarregaram de explorar e comercializar as riquezas africanas. Nomes como a Royal Niger Company, Société Anversoise du Commerce au Congo, De Beers Mining Company, dentre outras, eram conhecidas em toda a África. Essas companhias conseguiam enormes lucros com a exploração das terras e dos recursos minerais africanos.
  Quando a população de europeus se tornou ainda maior na África, no final do século XIX, ocorreram radicais transformações no espaço geográfico e no modo de vida dos africanos.
  As formas tradicionais de organização em clãs familiares, monarquias e grupos étnicos foram pouco a pouco sendo substituídas por Estados organizados com fronteiras, forças policiais, regras e leis novas e tantas outras características impostas pelos europeus e que eram totalmente estranhas aos africanos.
   Além disso, as atividades econômicas tradicionais foram substituídas por novos modelos produtivos. Nas savanas, implantaram-se as plantations de borracha, café, amendoim, dentre outros produtos muito utilizados pelas indústrias europeias.
Agricultores no Quênia. Fonte: nepanodoesntext.com
  A mão de obra africana foi utilizada a serviço das empresas europeias, na extração de minérios, na agricultura ou na construção de portos e prédios, o que impedia qualquer possibilidade de desenvolvimento interno das nações africanas e desprezava as necessidades de sua população.
Mineração na África do Sul. Fonte: TAMDJIAN, James Onnig. Estudos de geografia: o espaço do mundo II. São Paulo, FTD, 2008.
  Para escoar os produtos agrícolas e minerais, construíram-se ferrovias que interligaram as principais áreas produtoras aos portos, alterando radicalmente o espaço geográfico africano.
A descolonização
  A situação de dominação e de exploração provocou a indignação dos africanos, que não concordavam com o esmagamento do seu continente pelos europeus. Com isso, houve sangrentas revoltas na África que marcaram todo o séculoXIX.
  O poder econômico e militar europeu era muito grande. Por isso, os líderes e intelectuais africanos passaram a defender a independência como forma de libertação, lutando para que os países fossem livres para promulgar as próprias leis e controlar suas riquezas.
Mapa da independência dos países africanos. Fonte: cprcalahorra.org
  Em 1919, realizou-se em Paris, o Primeiro Congresso Pan-Africano, que reivindicava os direitos dos nativos e a libertação das colônias africanas. Esse movimento cresceu e cada vez mais africanos passaram a apoiar a expulsão dos europeus.
William Edward Du Bois (1868/1963) - pai do Pan-Africanismo. Fonte: Gl.com
  A Segunda Guerra Mundial envolveu as potências europeias em um conflito que consumiu vidas, armas e dinheiro. Pouco restava para manter a dominação na África, e em alguns anos os exércitos coloniais europeus abandonaram o continente, o que levou à independência de inúmero países africanos.

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