terça-feira, 25 de janeiro de 2011

LAOS ABRE SUAS PORTAS PARA O TURISMO

Folha On Line
  Após quase duas décadas de isolamento, o Laos começa a abrir suas portas para o turismo - uma oportunidade sem paralelos para quem pretende vislumbrar a atmosfera da antiga Indochina. Fortemente bombardeada durante a Guerra do Vietnã, a "Terra de Milhões de Elefantes" - como a região era conhecida há seis séculos - ainda mantém exotismo capaz de torná-la, sem exageros, um dos pontos altos de viagens ao Sudeste Asiático. Monges com vestimentas cor de açafrão, vastos arrozais e o sincretismo entre a arquitetura francesa e as construções tradicionais desta ponta da Ásia criam um cenário único, ainda praticamente intocado.
Estátua budista no Laos. Fonte: aerospot.wordpress
  Turismo, turistas, dólares e compras. Acostumado a uma calmaria capaz de causar estranhamento ao viajante recém-chegado, por exemplo, de Bancoc, o povo laociano ainda busca acomodação a esses e outros conceitos distantes de sua realidade recente e se diverte às custas da presença cada vez maior dos "elefantes brancos" - referência comum aos europeus de pele clara e altura bastante superior à média.
 Um dos países menos desenvolvidos e mais enigmáticos do sudeste asiático, o Laos reconhece no estrangeiro motivo de riso e curiosidade e nos cobiçados dólares, uma saída para as precárias condições de vida da população local.
  Em aldeias no interior, onde há pouca gente, além dos nativos, não surpreende que ocidentais sejam considerados verdadeiros alienígenas, alvo fácil de beliscões e capazes de provocar choro nas crianças.
  Mas é justamente essa completa ausência da interferência estrangeira que mantém o charme influenciado pela cultura francesa da época colonial e o exotismo sem paralelos da vida tradicional, permeada pelo budismo em todas as suas instâncias.
  Seja na capital Vientiane ou em pequenas cidades no interior, imensos arrozais convivem com riquíssimos templos e uma arquitetura colonial única, com remanescentes do que foi a Indochina - reunião dos ex-protetorados franceses - Vietnã e Camboja, a que o Laos se juntou oficialmente em 1893, como um membro menos interessante do ponto de vista econômico.
  À época da colonização francesa, percebeu-se que o rio Mekong, que percorre 1.800 km ao longo do país, não é navegável em muitos trechos, e o Laos não tem reservas de metais preciosos. Com terreno montanhoso, oferece pouco espaço para uma agricultura mais moderna.
  Hoje, enquanto o Camboja sofre com fortes divisões internas, e o Vietnã vem se tornando um país cada vez mais industrializado, o Laos parece satisfeito em manter-se alheio às influências da vida moderna, enquanto tenta transformar-se no país mais estável da região, mesmo com uma economia discreta, baseada na agricultura de subsistência.
Paisagem de guerra
  Para completar um quadro que permita compreender a atualidade no Laos, some-se a isso a onipresença das imagens de uma guerra que oficialmente não aconteceu - de campos minados e crateras que lembram a superfície da Lua a vasos de flores e casas construídos sobre destroços de bombas.
  Embora não-envolvido diretamente na Guerra do Vietnã, o país foi fortemente atacado em suas fronteiras e recebeu carregamentos de bombas despejados de aviões que sobrevoavam seu território.
  Isso lhe rendeu o título pouco engrandecedor de país mais bombardeado da história das guerras modernas e uma ajuda internacional de cerca de US$ 2 milhões somente este ano para o esforço de "desminagem" (retirada de minas).
  Calcula-se que tenha sido alvo de 150 mil mísseis e de cerca de 2 milhões de toneladas de bombas. Um dos maiores símbolos desse período, a pequena aldeia de Ban Apa, ao norte da capital, construiu boa parte de suas casas suspensas sobre pilotis que aproveitam carcaças de bombas.

Casas construídas sobre carcaças de bombas na aldeias de Ban Apa. Fonte: Folha On line
  O sítio arqueológico conhecido como Planície dos Jarros também assusta ao remeter a um imaginário de guerra.
Planície dos Jarros. Foto: Google images
  A 4,5 km da pequena cidade de Phonsavan, acessível apenas por meio de um antigo aeroporto militar, a trilha que conduz aos jarros de origem desconhecida, com até 3 m de diâmetro, só deve ser percorrida com um guia local. Grupos de "desminagem" ainda trabalham na área, e é possível ver, dentro dos vasos, algumas das milhares de minas ainda não-detonadas na região.
  Os tours mais comuns conduzem também a uma caverna onde cerca de 400 pessoas morreram após terem sido bombardeadas supostamente por um avião norte-americano. Há crânios e ossos propositalmente espalhados pelo chão.
  Apesar disso, vai se surpreender quem espera um clima desolado no país ou um povo abatido pelas tragédias.
Simpatia na rotina
  Por todos os lugares, circulam, misturados a uma sorridente população, monges e noviços budistas ávidos por exercitar o seu, às vezes, bom inglês, aprendido nos monastérios. Ansiosos por saber mais sobre o ocidente, acabam sendo uma porta de entrada para um bom chá da tarde ou outras cerimônias reservadas.
  A cidade de Luang Prabang, a 140 km da capital, resume de modo singular a simpatia da população e a beleza do país. Considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, a cidade de 16 mil habitantes ostentou, até 1975, o título de capital real.
Vista da cidade de Luang Prabang. Foto: Google images
  Hoje ainda conserva 32 dos 66 templos ou wats (na língua local) existentes antes da colonização francesa.
  Situada entre os rios Mekong e Khan, é a mais bela cidade do Laos, com poucas concessões ao estilo do século 20. Os horários de rush resumem-se à saída de estudantes das escolas com suas bicicletas se misturando ao pequeno tráfego de tuk-tuks - motos adaptadas para receber uma pequena carroceria, usadas no transporte de passageiros.
  Seja no belíssimo Wat Xieng Thong, às margens do Mekong nas escadarias do Wat Pha Baat Tai, ou na montanha Phu Si, que oferece visão privilegiada da cidade, o pôr do sol vira atração turística, capaz de rivalizar com templos, pequenas aldeias de camponeses e tribos pelos arredores ou mercados que permitem conhecer mais de perto a vida cotidiana.
Pha That Luang é o mais importante monumento do Laos e símbolo do budismo nacional. Sua construção iniciou-se em 1566 e, ao longo dos anos foram construídos quatro templos ao redor da stupa. Fonte: gentedomundo.blogspot
  Por todos os lados, os alegre habitantes, em especial crianças, formam filas ao redor dos turistas repetindo à exaustão o cumprimento local: SaBayDii (uma espécie de "oi").
Locomoção
  De qualquer modo, há restrições e dificuldades de locomoção pelo país. O regime comunista implantado em 1975 criou uma legião de dissidentes, muitos deles hoje na Tailândia. Órgãos oficiais do governo desaconselham viagens por terra ou barco, temendo eventuais ações de guerrilha - que poderiam desgastar o esforço de aproximação com o ocidente.
  Também há problemas com membros da tribo Hmong, habitantes das montanhas no interior do país, que sonham criar um território independente.
  Como alternativa única para uma viagem considerada segura, a Lao Aviation com sua frota de aviões chineses, na linha dos russos Antonov, conecta praticamente todas as maiores cidades por preços relativamente baixos.
  Com tudo isso, o Laos ainda mantém o ambiente descrito pelo pesquisador francês Henri Mouhout, um dos primeiros viajantes a percorrer e a produzir descrições detalhadas da Indochina.
  Em meados do século passado, Mouhout escreveu: "as vilas consistem de poucas cabanas, e as condições sanitárias são lamentáveis (...). A profunda tranquilidade das florestas e a viçosa vegetação tropical são indescritíveis e, à meia-noite, me impressionam muito."
  Mais de 150 anos depois, a capital Vientiane se orgulha da melhoria em sua infra-estrutura, visível a cada esquina, mas ainda impressiona, não só pela sucessão interminável de templos, como pela presença constante de vacas, deitadas sem cerimônia pelas principais ruas.
Modelo europeu
  Paradoxalmente, a cidade parece ter se esforçado na aproximação aos modelos europeus. Há bulevares de aspecto parisiense, com direito até mesmo a um "Arco do Triunfo", formando uma estranha mistura de arquitetura neo-colonial e influência oriental, ao final da larga avenida Lane Xang.
Patuxai é o "Arco do Triunfo" de Vientiane, que homenageia as pessoas que morreram nas guerras pré-revolucionárias. Foi construído em 1969. Fonte: gentedomundo.blogspot
  A despeito disso, a maior prova de que os franceses estiveram lá são as excelentes baguetes recém-saídas do forno vendidas em barracas e pequenas confeitarias pelas ruas. Acompanhadas de patês, oferecem estranha e saborosa combinação com garrafas de Beer Lao, a cerveja local.
  Os traços da história mais recente surgem muito claros em uma visita ao Museu Revolucionário do Laos. Centenas de imagens e objetos mostram a saga do "povo lao" em sua luta contra os "imperialistas norte-americanos".
Mercados
  Mas o melhor ângulo de aproximação com o dia-a-dia da população surge nos vívidos mercados, na capital e no interior, onde antiquidades e imitações dividem espaço com tudo o que se pode comer nessa terra. Baratas, ratos e até mesmo pequenos tigres comercializados a US$ 6 causam certa repulsa à primeira vista e podem tirar o apetite, mesmo diante dos cardápios mais refinados.
Rato sendo vendido nas ruas das cidades do Laos. Foto: Google images
  Seria exagero afirmar que existe uma infraestrutura turística no país, que recebe menos de 20 mil estrangeiros por ano. Mas alguns bons hotéis, comida e vinhos franceses de boa qualidade e um serviço bancário e de comércio que aceitam as principais moedas e cartões de crédito permitem uma viagem tranquila.
Visto é difícil
  Chegar ao Laos vale a pena, mas exige algum esforço. O país não mantém embaixada no Brasil, o que torna complicada a obtenção do visto obrigatório antes da partida.
  Desde julho de 1997, tornou-se possível conseguir o visto por US$ 50 no Aeroporto de Wattay, em Vientiane, ou na Ponte da Amizade sobre o rio Mekong, na fronteira entre Tailândia e Laos. Nos dois casos, as autoridades locais costumam ser bastante exigentes.
  Quem preferir chegar com a garantia da entrada, pode tentar obter o visto através de agências de turismo. Como não há vôos diretos para o Laos partindo do Brasil, da Europa ou dos EUA, o melhor é aproveitar uma passagem obrigatória pela Tailândia ou pelo Vietnã para resolver o problema. O trâmite pode levar de três a quatro dias. Os vistos são válidos por 15 dias, podendo ser estendidos por mais 15.
  A melhor época para visitar o país é entre dezembro e abril, quando o clima está seco e as temperaturas médias ficam próximas aos 30ºC.
Conheça um pouco de Laos
Nome: República Democrática Popular do Laos
Capital: Vientiane (450.000 hab.)
Vista de Vientiane. Fonte: Google images
Língua: laociano
Independência: 19 de julho de 1949, da França
Área: 236.800 km² (81º)
População: 6.677.534 hab. (101º)
Densidade demográfica: 26 hab./km² (155º)
PIB: U$ 6,341 bilhões (138º)
IDH: 0,497 (122º)
Expectativa de vida: 64,4 anos (140º)
Mortalidade infantil: 51,4/mil nasc. (137º)
Alfabetização: 68,7% (139º)
Moeda: Kip Laosiano
Aspectos Geográficos
  O Laos é um país do Sudeste Asiático, ex-colônia da França e um dos países mais pobres da Ásia. Seu território encontra-se em uma área tropical montanhosa, coberta por densas florestas, o que deixa apenas uma pequena parte das terras adequadas à agricultura. É o único país do Sudeste Asiático que não é banhado pelo oceano.
Paisagem do Laos. Fonte: wordpress
  O budismo prevalece no país, sendo a religião de quase 50% das pessoas, dividindo o espaço com as crenças tradicionais.
Wat Si Saket, decorado com algumas milhares de estátuas de Buda. Fonte: gentedomundo.blogspot
História
  A história conta que no século XII os laos, imigrantes de China, chegaram a zona do império Jemer, onde séculos de luta entre as regiões deram pé a unificação do país em mão de governantes de Luang Pradang que dominavam Laos e Tailândia.  O país foi ocupado por muito tempo pelos imigrantes Tais (uma família etno-lingüística que incluía a Shans, Siameses, laos e muita tribos pequenas) e pelas tribos de Hmong-Mien. A região foi dominada pelo reino Nanzhao até o século XIV, sucedido pelo reino local de Lan Xang. A dinastia de Lan Xang foi ao declínio no século XVIII, quando a Tailândia assumiu o controle da área setentrional do reino. Em 1707 o reino se dividiu em dois estados e obtiveram a supremacia no começo do século XVII.
Estátua de um Shans. Foto: Google images
  No século XIX, a França, que já dominava o Vietnã, assume também o protetorado do Laos, formando assim a Indochina, em 1893.
Mapa da Indochina. Fonte: Ásia Maps
  Durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses invadiram a Indochina. Ao terminar esta guerra, um grupo de resistência de Laos Issara, fez pressão para evitar que voltasse o domínio francês. Em 1949, Laos obteve sua autonomia dentro da União Francesa, e por meio dos termos da Conferência de Genebra de 1954, que pois fim a guerra da Indochina, o país consegue a independência completa, e o Pathet Lao, movimento nacionalista e comunista, fundado alguns anos antes, ocupa duas províncias no norte.
Imagens da Segunda Guerra Mundial em Laos. Fonte: enciclopedia.com
  Com o apoio das forças internacionais, o movimento vai se impondo até que em 1975 a monarquia e o governo de coalizão são abolidos estabelecendo a República Popular Democrática de laos e se nomeia presidente o líder do movimento Pathet.
Pathet Lao - líder revolucionário do Laos. Fonte: Wikipédia
  Mais tarde é reaberta a fronteira com Tailândia e em 1977 se firma um tratado de amizade com Vietnã. Em 1990 o Japão concede ajuda financeira ao país para a realização de diversos projetos. Na atualidade o chefe de estado é Nouthak Phoumsavan, sendo o chefe de governos Khamtai Siohandon desde o ano de 1991.
Economia de Laos
  A economia do Laos é subdesenvolvida, tendo mais de 75% de sua população economicamente ativa trabalhando no campo.
  O Laos é um dos poucos países que adotam a economia socialista no mundo. O Governo começou a descentralizar o controle e a promover a iniciativa privada em 1986. Os resultados se fizeram sentir: o crescimento econômico alcançou a média de 6% a.a., no período de 1988-2004, exceto no curto período da crise asiática (1997/98).
Feirantes nas ruas de Vientiane. Fonte: Google images
  O país ainda depende, em grande parte da agricultura, principalmente do cultivo do arroz, que é praticado na baixada fértil do rio Mekong e seus afluentes, ou em algumas partes montanhosa, no sistema de terraceamento.
Cultivo de arroz nas montanhas, no sistema de terraceamento. Fonte: wordpress.com
  Laos possui uma infraestrutura bastante deficiente. O país não possui ferrovias e as principais rodovias do país conectam os maiores centros urbanos. A maioria das pequenas vilas só se ligam a estas rodovias por meio de pequenas estradas de terra, que nem sempre são navegáveis o ano inteiro.
Imagem de uma vila no interior do Laos. Fonte: wordpress.com
  As telecomunicações internas e com o exterior são limitadas. Recentemente, o país vem investindo no turismo, graças as suas belezas naturais e arquitetônicas.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

SUDESTE ASIÁTICO

     O Sudeste Asiático é formado por países que podem ser divididos em continentes e insulares e localiza-se entre os oceanos Pacífico e Índico. Os países que integram essa região asiática, são ex-colônias francesas, britânicas e holandesas, com exceção da Tailândia e das Filipinas. A parte continental corresponde à Península da Indochina, que é composto por Mianmar, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã, Malásia e Cingapura. Os países que compõem a parte insular são Indonésia, Brunei, Filipinas e o Timor Leste.
     A Indonésia é o maior país da região e chama a atenção pelo elevado número de grupos étnicos existentes no país: são cerca de 300 povos diferentes e 500 línguas e dialetos.
Passado Colonial
    Quanto à dominação colonial, a principal exceção dessa área são as Filipinas, que foram colônias da Espanha de 1564 a 1898 e estiveram sob o domínio dos Estados Unidos de 1898 a 1946, quando conquistaram sua independência. A maior parte das ilhas foi colonizada por holandeses.
Coneça os países do Sudeste da Ásia
Filipinas
 
         São o segundo maior arquipélago do planeta e compreendem cerca de 7 mil ilhas onde são falados aproximadamente mil idiomas e dialetos. Único país asiático predominantemente católico, como herança da colonização espanhola, as Filipinas apresentam elevado índice de alfabetização, com cerca de 90% da população.
Aspectos geográficos e sociais das Filipinas
Nome Oficial: República das Filipinas
Independência: (da Espanha e dos EUA): Declarada: 12 de junho de 1898; Reconhecida: 4 de julho de 1946
Área: 300.000 km² (71º)
População: 96.061.683 hab. (12º)
Religião: 89,4% de cristãos (católicos: 82,4%; independentes: 22,5%; outros: 9,8%); islamismo (6,4%); outras: 3,3%; sem religião e ateísmo: 0,9%.
Capital: Manila
Principais cidades:
Quezon City: 2.679.450 habitantes
Quezon City - maior cidade das Filipinas. Fonte: Wikipédia
Manila: 1.660.714
Manila - capital e segunda maior cidade das Filipinas
Davao: 1.626.977
Davao - terceira maior cidade das Filipinas
Língua Oficial: filipino e inglês
Forma de Governo: República Presidencialista
PIB: US$ 160,476 bilhões (47º)
Renda per capita: US$: 3.378 (122º)
IDH: 0,638 (97º)
Índice Gini: 45,8 (médio)
Expectativa de Vida: 71,7 anos (100º)
Mortalidade Infantil: 23,1/mil nasc. (92º)
Alfabetização: 93,4 (78º)
Moeda: Peso Filipino
Clima: tropical úmido
História
Mapa das Filipinas. Fonte: maps-asia.com
  Muitos historiadores acreditam que as Filipinas foram colonizadas no Paleolítico, quando um povo asiático atravessou, por meio de embarcações de madeira, o caminho que leva à região. Descobertas mais recentes indicam que as ilhas podem ter sido habitada desde a Era Plestocênica.
  A primeira grande corrente migratória chegou a essa região através do sul. Acredita-se que esses imigrantes eram de origem indonésio-caucasiana, possuindo um grau de civilização mais adiantado que as tribos nativas. Posteriormente ocorreram mais duas grandes corretes  migratórias. Cada nova corrente sucessivamente impeliu os habitantes originais a procurarem terra ao norte.
  A corrente migratória seguinte, cujo apogeu foi no século XIV, veio do reino Madjapahit e trouxe consigo a religião muçulmana.
  Fernão de Magalhães, um navegador português a serviço do Rei da Espanha, descobriu as ilhas no século XVI, introduzindo-as ao cristianismo. Os espanhóis estabeleceram sua capital em Manila a partir de 1571, garantindo seu domínio por mais de trezentos anos.
Roteiro da viagem feita por Fernão de Magalhães. Fonte: Google images
  O herói nacional das Filipinas, o linguista, escritor, artista, médico e cientista José Rizal, iniciou nas Filipinas, um movimento de reforma. Ao mesmo tempo, uma sociedade secreta chamada Katipunan, chefiada por Andrés Bonifácio, começou a revolução, dando aos espanhóis a desculpa que precisavam executar Rizal, que se encontrava em exílio em Dapitan, Mindanao (sul do país). Ele foi trazido a Manila para julgamento e condenado à morte, embora não se tenha prova de sua participação na revolta.
José Rizal - considerado um herói nas Filipinas. Foto: Google images
  Sua morte, porém, estimulou ainda mais essa revolução, levando o general Emílio Aguinaldo a declarar no dia 12 de junho de 1898 a independência do país e proclamar a primeira República das Filipinas.
General Emílio Aguinaldo - declarou a independência das Filipinas. Foto: jaypeeonline.net
  Naquele mesmo ano, os Estados Unidos adquiriram as Filipinas através do Tratado de Paris, levando o país a ser dominado por 48 anos. Após uma guerra por sua independência que durou cerca de três anos, houve outra pelo mesmo motivo que durou cerca de quatro anos.
  Contudo, as Filipinas lutaram junto à bandeira americana contra o Japão na Segunda Guerra Mundial. A heróica batalha em Bataan ajudou a impedir o avanço das tropas japonesas em direção à Austrália.
Blindados japoneses avançam em direção à Manila, em 8 de dezembro de 1941. Fonte: Wikipédia
  Após um breve período como um protetorado americano, os Estados Unidos tentaram mudar em 1946 o dia da independência das Filipinas para 4 de julho, dia da independência dos Estados Unidos. Os americanos quiseram que os filipinos acreditassem que os EUA já tinham dado a independência filipina, mas a história não mudou. As Filipinas já tinham mobilizado sua independência antes que os americanos chegassem ao país e assim os americanos apresentaram sua versão de independência com a força. Os filipinos atualmente celebram sua data da independência no dia 12 de junho.
Geografia
  A Filipinas é um arquipélago, ou cadeia de ilhas. Consiste em mais de 7.000 ilhas e ilhotas. As 11 ilhas maiores respondem por mais que 90% da área de terra nacional total. As duas ilhas maiores, Luzon e Mindanao, incluem mais de 70% da área de terra e contêm mais de 70% da população. Luzon é a ilha maior na parte do norte do arquipélago, enquanto Mindanao é a ilha principal da parte meridional.
Divisão geográfcia das Filipinas. Fonte: Wikipédia
  A área total da Filipinas é 299.900 Km². A distância de Luzon do norte para Mindanao meridional é aproximadamente 1.855Km; a largura de leste a oeste estende-se em 480 km. As ilhas são localizadas na margem ocidental do "Anel de Fogo do Pacífico" e estão sofrendo modificações devido a atividade vulcânica. As ilhas têm um terreno muito áspero, então, há uma quantia muito limitada de terra boa para a agricultura. Na região também nota-se muito a atividade de terremotos.
Vulcão Mayon nas Filipinas. Fonte: AFP
  O arquipélago inclui várias ilhas predominantemente montanhosas e grandes como também muitos atóis de corais minúsculos. A nação tem um litoral extenso com bons portos, sendo que mais de 60 são naturais, e a metade deles é desenvolvido e muito usado. A baía de Manila tem uma área de mais de 1.940 km e está entre os melhores portos do Leste. Tem o litoral descontínuo mas o mais longo de qualquer outra nação no mundo, com 34.600km.
Paisagem das Filipinas. Foto: Google images
  As ilhas grandes começaram a se formar a 100 milhões de anos atrás, através dos vulcões marítimos que entraram em atividade, mas muitas das ilhotas minúsculas, são atóis construídos por formação de corais. As ilhas filipinas ainda sofrem com terremotos e atividades vulcânicas. Em média, há registros de algum terremoto nas Filipinas em cerca de cada dois dias. Muitos outros tremores de terra são muito fracos sem serem sentidos, mas há outros suficientemente fortes para causar muitos danos. Um terremoto muito forte tremeu a Filipinas em 16 de julho de 1990 e causou aproximadamente 1.600 mortes na cidade de Baguio.
  As ilhas maiores têm montanhas altas. O cume mais alto é o Monte de Mindanao Apo, com 2.953m, mas a Cordilheira Central em Luzon do norte é o maior e mais áspero sistema de montanhas. Há cerca de 50 vulcões nas Filipinas, 14 ainda ativos. Um bem conhecido por sua simetria quase perfeita é o Monte Mayon, com 2.461m, localizado no sul. O Monte Pinatubo, com 1.781m, com cume em Luzon, estourou em 1991, depois de dormir por mais de 600 anos. Junto com terremotos associados, acumulações pesadas de cinza, e chuvas pesadas, esta erupção vulcânica causou 330 mortes e destruiu muitas casas. Foram lançadas cinzas e escombros para cima da atmosfera da Terra que padrões de tempo ao redor do globo foram afetados durante o ano de 1992.
Monte Apo. Com 2.954 metros de altitude, é o ponto culminante das Filipinas. Fonte: Wikipédia
Economia
  Filipinas faz parte do tratado internacional chamado APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), um bloco econômico que tem por objetivo transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania.
Mapa da APEC. Fonte: Google images
  As Filipinas é considerada um país em desenvolvimento. Seu PIB ocupa o 47º lugar entre 178 países. Uma das principais atividades econômicas é a industrialização de alimentos. Sua produção agrícola consiste principalmente de copra, milho, cânhamo, arroz, cana-de-açúcar e tabaco. Possuía também quantidades razoáveis de minérios de cromo, cobre, ouro, ferro, chumbo, manganês e prata.
Cultivo de arroz na forma de terraços nas Filipinas. Foto: Google images
  A economia do país sofreu com a crise asiática de 1998. O crescimento anual caiu de 5% em 1997 para 0,6% no ano seguinte, porém recuperou-se em 1999 com 3%, passando para 4% em 2000 e mais de 6% em 2004. O governo prometeu prosseguir com reformas que auxiliassem na continuidade do ritmo de crescimento em relação aos demais países da Ásia. A elevada dívida pública (equivalente a 77% do PIB) mina os esforços de diversificação da economia.
           www.google.com.br/imagens
ARAUJO, Regina
             Observatório de geografia: fronteiras e nações -  8º ano. Editora Moderna

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

EX-DITADOR BABY DOC AFIRMA QUE NÃO QUER INTERVIR NAS ELEIÇÕES DO HAITI

Bandeira do Haiti. Fonte: wordpress.com
Companheira dele leu comunicado que desmente assessores. Volta de Jean-Claude Duvalier ao país gera incerteza.
Da AFP/G1/Reuters
O ex-ditador haitiano Jean-Claude "Baby Doc" Duvalier negou nesta quarta-feira (20) que tenha a intenção de intervir no processo eleitoral em curso no país, desmentindo assim informações divulgadas por pessoas ligadas a sua equipe de que planejaria retornar ao poder.
"Desminto nos termos mair enérgicos todas as declarações políticas reportadas pela imprensa nacional ou internacional que possam ter sido atribuídas a mim por alguém que disse ser um porta-voz e que possam ter aludido a cenários sobre o processo eleitoral do Haiti", afirma Duvalier em um comunicado lido à AFP por sua companheira Véronique Roy.
Manifestante pró-Baby Doc segura foto do ex-ditador em Porto Príncipe nesta terça-feira (18). (Foto: Reuters)

Conheça a trajetória de Baby Doc

Jean-Claude Duvalier governou o país entre 1971 e 1986.
O ex-presidente "vitalício" do Haiti, Jean-Claude Duvalier, o "Baby Doc", que retornou ao país domingo, após 25 anos de exílio na França, assumiu o poder em Porto Príncipe aos 19 anos, perpetuando uma longa ditadura no país mais pobre do continente americano.
Aos 59 anos, "Baby Doc", filho do ditador falecido François Duvalier, o chamado "Papa Doc", escolheu o primeiro aniversário do terremoto devastador para reaparecer no cenário político do Haiti. "Vim para ajudar", declarou ele ao chegar a Porto Príncipe, onde beijou o solo.
Afastado do poder por uma revolta popular em 1986, após 15 anos de reinado absoluto em Porto Príncipe, Duvalier é uma personalidade polêmica, mesmo após um quarto de século de ausência.
Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, em seu hotel em Porto Príncipe nesta segunda-feira (17). (Foto: AFP)
As autoridades do Haiti estimam que mais de US$ 100 milhões foram desviados a título de realizações de obras sociais até a queda de "Baby Doc" em 1986. Houve dilapidação sistemática das empresas do Estado, com uma parte do dinheiro transferida para bancos suíços.
O governo de Berna tentou acelerar a devolução do dinheiro de Duvalier, sobretudo após o terremoto que devastou o Haiti em 12 de janeiro do ano passado, mas chocou-se à resistência, na justiça, da família Duvalier.
Queixas por "crime contra a humanidade" foram apresentadas contra ele na França, país que o acolheu.
Jean-Claude, nascido em 3 de julho de 1951 em Porto Príncipe, não parecia preparado para ascender ao poder aos 19 anos, e dirigir a primeira república negra das Américas. Seu pai, que reinou desde 1957, morreu no dia 21 de abril de 1971.
Sua silhueta pesada, suas dificuldades de elocução, sua timidez e o gosto por uniformes enfeitados, não transmitiam a imagem de um ditador implacável, nem de um tecnocrata terceiro-mundista.
Testemunha desde a chegada do pai ao poder, quando tinha 7 anos, de todas as intrigas, desgraças, detenções, execuções, bombardeios do palácio e 11 tentativas de golpe de Estado, Jean-Claude, segundo as pessoas mais íntimas, foi profundamente marcado pela violência. Aos 11 anos, saiu ileso de um violento atentado no qual foram mortos três guardas-costas.
"Baby Doc" tentou uma tímida liberalização.
Mas, no fundo, o regime era o mesmo: afastado de um povo jamais consultado democraticamente, submetido ao controle rígido da milícia dos "Tontons macoutes" e vigiado pela velha guarda 'duvalerista' chamada "os dinossauros".
No entanto, mudou a constituição, limpou o exército e afastou os "Macoutes", pronunciando em 1977 uma anistia geral, além de criar uma liga haitiana dos direitos do Homem, e propor eleições livres.
Mas, segundo seus oponentes, foram apenas concessões à política do então presidente americano Jimmy Carter.
Após o casamento com Michele Bennett, rica herdeira protestante e divorciada, saída da burguesia mulata - isto é, símbolo do antigo regime - freou a liberalização. A imprensa passou a ser controlada e os oponentes, presos.
Derrubado por uma revolta popular em 1986, "Baby Doc" foi levado a se demitir pelos Estados Unidos, com a França aceitando recebê-lo de forma temporária. O ex-presidente passou, em seguida, a gozar de uma aposentadoria dourada, em amplas mansões da Côte d'Azur.
Haitianos comparam Baby Doc a Mandela e querem o ex-ditador no país.
África tem Mandela, nós temos o Duvalier, diz ex-sargento do Exército. Ex-ditador que voltou ao país é acusado de tortura e prisões arbitrárias.
As acusações de tortura, exílio e prisões arbitrárias contra o ex-ditador Jean-Claude "Baby Doc" Duvalier parecem não encontrar eco entre parte da população do Haiti. Há dias, centenas de manifestantes lotam a rua em frente ao hotel em que o ex-governante está hospedado para apoiá-lo. Há até quem compare Duvalier, que voltou do exílio no último domingo, a Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul.
"A África tem o Mandela, que ficou 25 anos preso. Nós temos o Duvalier, que agora voltou do exílio e isso é muito bom para o Haiti. Nós ficamos 25 anos sem ninguém que fizesse nada pelo país. O Duvalier voltou e isso é muito bom para o Haiti. Ele é o nosso Mandela, queremos que ele fique", disse Willy Bartheloy, de 50 anos, que foi sargento no Exército haitiano durante o governo de Baby Doc.
Apoiadores do ex-ditador Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, em frente ao hotel onde ele está hospedado, em Porto Príncipe, na quarta (19) (Foto: João Gabriel Rodrigues / G1)
Outro manifestante reclamou do descaso do atual presidente René Préval após o terremoto que destruiu grande parte da capital, Porto Príncipe, em janeiro do ano passado.
"Eu perdi meu filho e minha mulher no terremoto. O Préval não fez nada, não ajudou ninguém. Eu tive que fazer os buracos para enterrar meu filho e minha mulher. Ele não quer saber de nada. Todos os haitianos gostam do Duvalier."
Entre os manifestantes estavam pessoas que nem mesmo estavam vivas durante o regime de Baby Doc, entre 1971 e 1986. Principal líder comunitário de Bel Air, uma das áreas mais pobres de Porto Príncipe, Daniel Delva, disse, no entanto, que nem todos são a favor da permanência do ex-ditador no país.
"São vários aspectos envolvidos. São muitos simpatizantes, mas há quem ache que ele voltou para se envolver de alguma forma no processo de reconstrução do Haiti. Não sabemos bem ainda quem ele vai apoiar nas eleições. É complicado. Eu não sofri durante o regime dele porque era muito criança, mas, para quem viveu, ele não é querido. Eu espero que a justiça faça o necessário", afirmou.
Proibido de falar com a imprensa, Baby Doc tem feito algumas aparições na varanda de seu hotel em Porto Príncipe. Seus advogados são os únicos a dar declarações sobre o retorno do ex-ditador ao país e sobre os processos abertos contra Duvalier.
"Isso é culpa do governo. Ele está sendo intimado por um jogo político. É tarde demais para julgarem acusações proscreveram. Ele quer ficar. Tudo isso não passa de uma conspiração do presidente Préval", disse Henry Robert Sterlin.
O líder comunitário Daniel Delva em Bel Air, uma das áreas mais pobres da capital haitiana (Foto: João Gabriel Rodrigues / G1)
ProcessosNesta quarta, quatro haitianos entraram com quatro processos contra o ex-ditador por tortura, exílio e prisões arbitrárias, cometidos durante os 15 anos que passou à frente do poder, informou a jornalista haitiana Michèle Montas.
Além dela, os ex-presos políticos Alix Fils-Aime e Claude Rosiers, que passaram 10 anos detidos pelo regime de Duvalier, e Nicole Magloire, outra vítima do ditador, também entraram com processos contra 'Baby Doc'.
Montas foi mandada para o exílio forçado, e sua estação de rádio, a Radio Haiti, foi vandalizada por agentes do governo.
Comissão da OEAO Haiti deve punir os crimes cometidos durante a ditadura, até agora impunes, afirmou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
A CIDH recordou ao governo do Haiti "seu dever permanente de investigar, processar, sancionar e reparar as violações de direito humanos que constituem crimes sob direito nacional ou internacional", em um comunicado.
A Comissão é uma entidade autônoma da Organização de Estados Americanos (OEA).
CONHEÇA A HISTÓRIA DO HAITI
A história do Haiti foi, desde o  início, marcada pela violência. Cristóvão Colombo chegou á ilha em 1492. Os espanhóis, que a batizaram de Hispaniola, ocuparam o lado oriental e escravizaram os índios arauaques.
Praia no Haiti. Foto: worldcicle.com
Em 1697, a Espanha cedeu o território á França, que fez dele a mais próspera entre as suas colônias na América, valendo-se de escravos vindos da África para plantar cana-de-açúcar. No fim do século XVIII, a população local se rebelou e, após 13 anos de luta sangrenta, fundou a primeira república negra independente no continente.
Ainda preso à França pelo compromisso de pagar uma pesada indenização em troca do reconhecimento da independência, o Haiti continuou subordinado à antiga metrópole até o fim do século XIX. Entre 1915 e 1934, tropas dos EUA ocuparam o país.
A influência norte-americana sobre a elite haitiana equiparou-se, então, à da França.
A segunda metade do século XX foi marcada pela era da família Duvalier. François ”Papa Doc” Duvalier, médico negro, foi eleito presidente em 1957 e, anos depois, virou ditador ao se proclamar presidente-vitalício.
Papa Doc Duvalier - presidente do Haiti de 1957 à 1971. Foto: ig.com
Com sua morte, em 1971, assumiu o poder seu filho, Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc.
A corrupção e o terror impostos pela guarda pessoal tanto do pai quanto do filho – os tontons- macoutes(bichos-papões)- culminaram no levante popular de 1986, que derrubou o regime ditatorial.
A nação ficou nas mãos dos militares até que, em 1990, fosse eleito presidente o padre esquerdista Jean-Bertrand Aristide. Deposto por um golpe militar no ano seguinte, Aristide voltou ao poder em 1994, desta vez com apoio dos EUA. Ele governou até 1996 e foi eleito novamente em 2000.  Com o país mergulhado em profunda crise econômica, Aristide foi mais uma vez deposto em 2004.
Jean Bertrand Aristides. Foto: G1
Uma nova eleição presidencial, quatro vezes adiada, aconteceu por fim no início de  2006, em meio a tiros e tumultos. As prévias da votação resultaram em batalhas e mais mortes. No fim, o aliado do presidente deposto, René Préval, ganhou em primeiro turno, após um acordo que desconsiderou 85 mil votos em branco para que ele tivesse a maioria.
Foi assim que conseguiu alcançar os 51% dos votos, o mínimo necessário para a vitória. O processo todo foi acompanhado pelos ”capacetes azuis”, os soldados da força de paz da ONU.

O texto não descarta um possível papel político para o ex-ditador, que surpreendeu ao retornar ao país no domingo passado, 25 anos depois de ter sido derrubado do poder por uma revolta popular.
Duvalier pareceu assim tomar distância dos comentários feitos horas antes por Henry Robert Sterlin, ex-embaixador do Haiti na França, segundo quem "Baby Doc" voltou ao país com o objetivo de ser eleito presidente.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

APÓS ROMPER COM TRABALHISMO, EHUD BARAK GANHA MINISTÉRIOS EM ISRAEL

Decisão do Ministro da Defesa enfraquece trabalhistas e fortalece Premiê. Manobra do ex-trabalhista foi criticada por analistas locais.

Da Reuters/G1
  O primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recompensou nesta terça-feira o Ministro da Defesa, Ehud Barak, por ter rompido com o Partido Trabalhista, dando quatro ministérios ao grupo de cinco dissidentes.
  Barak e quatro aliados deixaram na segunda-feira o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, que foi a principal agremiação política de Israel durante décadas, mas nos últimos anos se viu reconduzido a membro minoritário na coalizão centro-direitista comandada por Netanyahu.
  A deserção eliminou a possibilidade de que um rival esquerdista sucedesse Barak como líder trabalhista e retirasse o partido inteiro da coalizão, o que poderia derrubar o governo.
O Ministro da Defes de Israel, Ehud Barak (à esq.), durante visita a base militar próximo a Nablus, na Cisjordânia, nesta terça-feira (18). (Foto: AP).
  Os trabalhistas - que ficaram com apenas oito representantes no Parlamento -  reagiram à saída de Barak, apresentando a demissão de seus três ministros restantes. Mas Netanyahu, com a ajuda de seu aliado, continua controlando 66 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento).
  Pelo acordo selado na terça-feira, Barak manteve seu cargo na Defesa, e outro dissidente, que já estava no ministério, permaneceu. Além disso, Netanyahu deu dois ministérios deixados pelos trabalhistas para membros da nova facção de Barak, chamada Atzmaut (Independência). O quinto dissidente recebeu a presidência de uma comissão parlamentar.
  "Temos um acordo", disse uma porta-voz do partido direitista Likud, de Netanyahu, em comunicado a jornalistas.
  Agora Barak controla apenas um ministério a menos do que o trabalhismo possuía antes da cisão, apesar de comandar uma bancada parlamentar que tem menos de metade do tamanho.
  A saída de Barak agrava ainda mais a crise no partido que governou Israel ininterruptamente desde a sua fundação até 1977, e em vários outros períodos desde então. Mas o apoio popular ao trabalhismo caiu fortemente na última década, refletindo o fracasso no processo de paz com os palestinos, promovido na década de 1990 sob a liderança dos líderes Yitzhak Rabin e Shimon Peres.
  Barak foi o último primeiro-ministro trabalhista, entre 1999 e 2001. Caiu por não ter conseguido concluir a paz com os palestinos, e sua decisão de aderir à coalizão de Netanyahu, em 2009, frustrou muitos trabalhistas "históricos".
  rios analistas criticaram a nova manobra de Barak na imprensa. Ari Shavit, do "Haaretz", disse que foi um "gesto feio"' Ofer Shelah, no "Maariv", descreveu o ministro como um "homem de destruição", que 'esmagou o que restava de confiança no processo de paz e destruiu o Partido Trabalhista.
Conheça um pouco sobre a história de Israel
  O povo judeu nasceu na terra de Israel (Eretz Israel). Nela transcorreu uma etapa significativa de sua longa história, cujo primeiro milênio está registrado na Bíblia. Nela se formou sua identidade cultural, religiosa e nacional, e se manteve ininterrupta através dos séculos, por meio de sua presença física, mesmo depois do exílio forçado da maioria do povo.
  Durante os longos anos de dispersão, o povo judeu jamais rompeu ou esqueceu a ligação com sua terra. Com o estabelecimento do Estado de Israel, em 1948, foi recuperada a independência judaica, perdida 2000 anos antes.
A história do povo de Israel começa com Abraão, aproximadamente em 2.100 a.C. Ele morava na Mesopotâmia quando o Senhor o chamou e ordenou-lhe que andasse sobre a terra (Gn 12.1-9; 13.14-18). Andou por toda a terra de Canaã que seria futuramente a terra escolhida por Deus para seu povo habitar.
  Obediente e temente ao Senhor, Abraão foi honrado por Deus, como o Pai de um povo inumerável (Gn 15.4-6) . Nasceu Isaque (Gn 21.1-7), deste veio Jacó(Gn 25.19-26; 25.29-34; 27.27-30) e gerou a José (Gn 30.22-24), que mais tarde seria vendido como escravo ao faraó (Gn 37), rei do Egito. José era fiel a Deus (Gn 39.2-6,21-23) e não foi desamparado pelo Senhor. Tornou-se um homem querido pelo faraó (rei do Egito) e foi promovido a governador do Egito (Gn 41.37-46). Trouxe os seus familiares de Canaã onde havia uma grande fome (Gn 46.1-7). Do faraó receberam terras, para que as cultivassem (Gn 47.5-12). Assim os israelitas começaram a prosperar.
  Ali foram abençoados por Deus de uma forma extraordinária: prosperaram tanto e se tornaram tão ricos e tão numerosos que assustaram o reino egípcio. Resultado: foram subjugados militarmente e submetidos à escravidão (Ex 1.7-14).
  O faraó ainda não estava satisfeito. Pretendia interromper de forma definitiva sua expansão: decidiu que todos os varões que nascessem nas famílias israelitas deveriam ser mortos (Ex 1.15,16,22). E assim foi feito, e de forma cruel. As meninas, no entanto, era dado o direito à vida.
  Um desses bebês, Moisés, foi escondido por seus pais dos soldados egípcios. Os pais conseguiram isso durante três meses. Quando a vida do bebê passou a correr perigo iminente, seus pais o colocaram numa cesta e o soltaram no rio Nilo (Ex 2.1-10).
  A filha do faraó viu o cestinho descendo nas águas e o choro do bebê. Ela tratou de resgatá-lo e o menino ganhou o nome de Moisés, ou Moschê, que pode significar "retirado" ou "nascido das águas"(Ex 2.5-9).
  A mãe de Moisés tornou-se sua ama ( Ex 2.9), ele cresceu e estudou dentro do reino egípcio, sempre muito bem tratado, apesar da filha do faraó saber que ele era filho de hebreus.
  Um dia, enquanto ainda vivia no reino, Moisés foi visitar seus "irmãos" hebreus e viu um deles ser ferido com crueldade por um egípcio. Irado, Moisés matou o egípcio e escondeu seu corpo na areia. Mas as notícias correram rapidamente: o faraó soube do crime e decidiu mandar matar Moisés. No entanto, ele conseguiu fugir para a terra de Midiã (Ex 2.15).
  Foi ali que ele conheceria sua mulher, filha do sacerdote Reuel , chamada Zípora. Ela lhe deu um filho, que ganhou o nome de Gerson (que significa "hóspede")(Ex 2.21,22). "Porque sou apenas um hóspede em terra estrangeira", diz Moisés (Ex 2.22).
  Passaram-se os anos, o faraó que perseguia Moisés morreu, mas os israelitas (ou hebreus) continuavam sob o jugo egípcio. Diz a Bíblia que Deus se compadeceu do sofrimento de seu povo e ouviu o seu clamor (Ex 2.24). Deus apareceu para Moisés pela primeira vez numa sarça em chamas (Ex 3), no monte Horebe. E lhe disse: "... Eis que os clamores dos israelitas chegaram até mim, e vi a opressão que lhes fazem os egípcios. Vai, te envio ao faraó para tirar do Egito os israelitas, meu povo “(Ex 3.9-10). Em companhia de Arão, seu irmão voltou para o Egito e contatou o faraó. Este parecia inabalável na decisão de manter os hebreus escravos (Ex 5.1-5).
  Após ser atingido por dez pragas enviadas diretamente por Deus (Ex 7-12). Permitiu que o povo finalmente fossem libertos, comeram a páscoa e partiram em direção ao deserto (Ex 12.37-51). Era aproximadamente 3 milhões de pessoas.
  Começava a caminhada em direção a Canaã. A Bíblia fala em 600 mil  homens, sem contar as mulheres e crianças, eram aproximadamente 3 milhões de pessoas andando pelo deserto durante 40 anos, em direção à terra prometida (Ex 12.37).
Nasce o Judaísmo
  Nas quatro décadas de caminha pelo deserto, Deus falou diretamente com Moisés (Ex 14.15...) e deu todas as leis a serem seguidas por seu "povo eleito" (Ex 20.1-17) (os Dez Mandamentos - conjunto de leis sociais e penais, as regras dos alimentos, os direitos sobre propriedades ...), enfim, tudo foi transmitido por Deus a Moisés, que retransmitia cada palavra ao povo que o seguia. Era o nascimento do Judaísmo. 
  A caminhada não foi fácil. O povo rebelou-se diversas vezes contra Moisés e contra o Senhor. A incredulidade e a desobediência dos israelitas eram tamanhas que, algumas passagens, Deus pondera em destruí-los e a dar a Moisés outro povo (a primeira vez que Deus "lamenta" ter criado a raça humana está em Gn 6.6).
  Mas Moisés não queria outro povo. Clamou novamente a Deus para que perdoasse os erros dos israelitas (Ex 32.9,10). Porém todos os adultos que saíram do Egito, exceto Calebe e Josué, morreram no deserto.
  Moisés resistiu firme até à entrada de Canaã, infelizmente não pode entrar, apenas contemplou a terra (Dt 34.4,5) e foi levado por Deus. Josué tomou a direção do Povo e tomaram posse da terra Prometida. 
  "Eis a terra que jurei a Abraão, Isaac e a Jacó dar à tua posteridade. Viste-a com os teus olhos, mas não entrarás nela (disse Deus). E Moisés morreu." (Dt 34. 4,5).
  "Não se levantou mais em Israel profeta comparável a Moisés, com quem o Senhor conversava face a face." (Dt 34.10).
  Foram grandes e difíceis batalhas, até tomarem posse por completo de Canaã. Inicialmente o povo era dirigido pelos juizes (Gideão, Eli, Samuel, etc). Mas inconformados com esta situação e querendo assemelhar-se aos demais reinos pediram para si reis, Deus os atendeu (1Sm 8.5).
  Levantou-se Saul o primeiro rei, que foi infiel ao Senhor (1Sm 10.24), em seguida Davi tornou-se rei, este sim segundo o coração do Pai (2Sm 2.1-7). Salomão foi o terceiro rei, homem muito sábio e abençoado, construiu o primeiro Templo.
  Após estes, muitos outros reis vieram, alguns fieis outros infiéis. Muitas vezes tornaram-se um povo sem Pátria. Inclusive nos últimos dois milênios eram um povo disperso pela terra. Somente em 1948 foi restabelecido o Estado de Israel.
  Os judeus seguem apenas as leis do Torah (Antigo Testamento) até nossos dias. Jesus Cristo não é aceito como filho de Deus. Os livros que o compõe o NT são desconsiderado pela religião judaica. Ainda esperam pelo nascimento do Messias!
  Hoje, e apenas uma Nação a mais no planeta e não detém para si nenhuma das promessas bíblicas. As referências existente na Palavra a respeito de Israel, certamente refere-se ao povo formado pelo Eleitos de Deus, espalhados sobre a terra.