segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

AS DIVISÕES REGIONAIS DO CENTRO-SUL

  As diferenças nas paisagens naturais e nas formas de ocupação do espaço permitem subdividir a região Centro-Sul em quatro áreas distintas: o sul, o nordeste, o noroeste e a área das grandes metrópoles globais (São Paulo e Rio de Janeiro), também conhecida como megalópole brasileira. Além das diferenças que apresentam entre si, essas áreas possuem contrastes sociais e econômicos, criando regiões específicas dentro de cada uma delas.
O SUL DO CENTRO-SUL
  Essa área merece destaque em decorrência da grande presença de pessoas que descendem de imigrantes, trazendo para essa região o predomínio da população de origem europeia e uma cultura influenciada por hábitos e costumes dos imigrantes.
  A chegada de imigrantes para trabalhar nas lavouras deixou como legado uma tradição agrícola que hoje é representada pela agroindústria de fumo, óleo, álcool, vinho, café, laticínios etc.
  Italianos, alemães, poloneses, ucranianos e japoneses, estabeleciam-se em pequenas e médias propriedades, realizando a prática da policultura. Até hoje, algumas áreas mantêm as características do período em que a região foi colonizada. A policultura é prática comum na região, muitas vezes com caráter comercial, sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata, a abóbora, a soja, o trigo, as hortaliças e as frutas os produtos mais cultivados.
Produção de uva no Vale dos Vinhedos - RS
  Destacam-se no norte dessa subrregião as áreas de solo fértil, as terras roxas, que foram ocupadas inicialmente pela lavoura cafeeira. A baixa resistência dos cafezais à ocorrência de geadas durante o inverno determinou a substituição desse cultivo pelo plantio de algodão e de cana-de-açúcar e, principalmente, de soja. O restante do estado do Paraná tem uma produção agropecuária ampla e variada, além da exploração madeireira, com destaque para a indústria de papel e papelão, que utiliza madeira de eucalipto das áreas reflorestadas.
Cultivo de eucalipto na região de Maringá - PR
  A criação de animais também é um dos destaques dessa subrregião. A existência de extensas áreas de pastagens naturais favoreceu o desenvolvimento da pecuária extensiva de corte. Os rebanhos de ovinos, bovinos e suínos representam as maiores criações do país. A pecuária recebeu nos últimos anos grandes investimentos, que propiciaram o aumento da produtividade. Além disso, a instalação de frigoríficos confirma uma tendência regional - a associação entre as atividades ligadas à terra e à indústria.
Produção de carnes - uma das atividades que mais cresceram nos últimos anos
  A partir da década de 1970, a mecanização marcou o espaço agropecuário dessa parte do país. Muitos pequenos proprietários, sem condições de modernizar suas lavouras, venderam suas terras e migraram para outras regiões do país ou para os grandes centros urbanos, modificando as paisagens agrárias do Sul. O norte do Paraná é caracterizado por uma intensa atividade agropecuária, bem como pela presença de várias indústrias. O setor industrial é bem desenvolvido na região, fortemente ligada à atividade agropecuária. Porto Alegre e Curitiba destacam-se por terem indústrias diversificadas, atividades também em crescimento em outras cidades da região.
A agropecuária é uma das principais atividades do Paraná
  No estado de Santa Catarina, na área do vale do Itajaí, encontramos as cidades de Blumenau e Brusque com grande parque industrial. No litoral norte, próximo ao vale do Itajaí, encontra-se Joinville, com indústrias alimentícias, têxteis e de materiais de construção, que empregam muitos trabalhadores e movimentam a economia regional.
Perini Business Park ou Parque Industrial de Joinville - SC
  Com relação aos recursos minerais, a atividade de destaque é a exploração de carvão mineral, usado em usinas termelétricas para gerar eletricidade e também nas indústrias siderúrgicas para aquecer os fornos na produção do aço. Santa Catarina detém a maior produção nacional, onde o carvão apresenta menos impureza e é mais facilmente explorado nos municípios catarinenses de Criciúma, Içara, Siderópolis e Lauro Müller. Sua exploração sempre esteve ligada a graves problemas ambientais, sendo que somente uma pequena porcentagem do material é aproveitada e a maior parte, considerada rejeito, é abandonada a céu aberto, comprometendo o solo para o plantio. Os rios da região, em especial os da bacia do rio Tubarão, também são ameaçados pelos poluentes lançados em suas águas. O ar fica poluído com a emissão de gases tóxicos, que trazem riscos à saúde da população.
Mina de carvão mineral em Criciúma - SC
O NOROESTE E NORDESTE DO CENTRO-SUL
  As porções noroeste e nordeste do Centro-Sul brasileiro também são marcadas pela diversidade de paisagens naturais, culturais e econômicas. Entre as áreas específicas do Centro-Sul, destacam-se: o Pantanal Matogrossense, Goiás, Mato Grosso do sul e Minas Gerais.
O PANTANAL MATOGROSSENSE
  O Pantanal, cortado pelo rio Paraguai e seus afluentes, é a maior planície inundável do mundo. A pequena declividade do terreno faz com que as águas demorem a escoar, tornando o ambiente alagadiço em determinado período do ano. Duas estações destacam-se no Pantanal: a época das cheias (que começa em outubro e vai até março/abril), quando são inundadas imensas áreas, ficando a salvo somente as regiões mais altas, onde se localizam, geralmente, as sedes das fazendas; o período de seca, em que as áreas, antes inundadas e enriquecidas com sedimentos orgânicos, tornam-se excelentes para pastagem.
Pantanal Matogrossense
  Estendendo-se por parte das terras dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a paisagem pantaneira é marcada pela grande diversidade de espécies animais e vegetais, específicas desse local.
O Pantanal é rico em biodiversidade

  O Pantanal não é apenas uma paisagem natural, hábitat de inúmeras espécies animais e vegetais. As atividades econômicas estão presentes nessa região e representam uma grande ameaça à biodiversidade pantaneira.
  A história da ocupação da região está ligada às atividades mineradoras e à pecuária extensiva, praticada nos campos naturais da planícies e nos cerrados. A implantação de eixos rodoviários nas últimas décadas facilitou a vinda de migrantes e gerou grande impacto na economia, na cultura e no meio ambiente local.
Pecuária - atividade que contribuiu para o povoamento do Pantanal
  Áras de mata e de cerrado foram substituídas por campos para pastagens e espaços para a agricultura. O cultivo de soja para a exportação e de outros gêneros agrícolas, sem planejamento de impacto ambiental, acelerou o processo erosivo, gerando grande acúmulo de sedimentos nos cursos de água das áreas inundáveis. Os fertilizantes químicos e agrotóxicos, usados intensivamente, elevaram a contaminação dos rios pantaneiros.
Cultivo de soja em área do Pantanal Matogrossense - uma ameaça para a biodiversidade local
  Outros problemas também são responsáveis pela degradação ambiental da planície do Pantanal, como a busca de ouro, que contaminou rios da região com mercúrio, usado no garimpo. Aves e peixes que vivem na área pantaneira já foram contaminados por esse produto.
Rio Taquari - MS. Afluente do rio Paraguai, sofre com o assoreamento e com a contaminação por agrotóxicos e mercúrio
GOIÁS E MATO GROSSO DO SUL
  A partir da década de 1960, muitos gaúchos, paranaenses e catarinenses migraram para essa região, que se apresentava como pioneira, principalmente por apresentar terras mais baratas. Atraídos por incentivos oferecidos pelo governo, ocuparam áreas do sul do Mato Grosso do Sul e de Goiás, justificando o aumento populacional da região e o crescimento de algumas cidades no estado de Goiás, como Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Jataí e Itumbiara.
Itumbiara - GO
  Essa área corresponde a um importante espaço agrícola para o país. Os solos do Cerrado, inicialmente com maior acidez, foram corrigidos com o uso de calcário. Essa técnica conhecida como calagem, permitiu que as fazendas pudessem realizar a agricultura em áreas que até então eram consideradas inadequadas. A presença de extensas áreas planas favoreceu a mecanização agrícola. Destacam-se o cultivo do arroz e da soja.
  A pecuária de corte, realizada no sul de Goiás e também no sul de Mato Grosso, expandiu-se muito nos últimos anos. Destacam-se nessa região as imensas áreas de pastagens, concentrando o maior rebanho bovino brasileiro.
Cultivo de arroz em Santo Antônio de Goiás - GO
MINAS GERAIS
  Entre 1730 e 1750, o ouro teve seu período de maior extração em Minas Gerais, atraindo muitas pessoas para a região. Para alimentar toda essa população, desenvolveu-se nessa região uma agricultura variada, com o cultivo do milho, feijão, trigo, arroz, cana-de-açúcar etc. A pecuária também se desenvolveu, embora chegassem do Sul e do Nordeste grandes quantidades de gado para abastecer a população.
  A área tornou-se, então, uma importante região de agropecuária. Destaque para o cultivo do café na Zona da Mata e no Triângulo Mineiro, além da grande criação de gado de corte e leiteiro, contando atualmente com um dos maiores rebanhos bovinos do Brasil.
Minas Gerais se destaca com a grande produção de leite do Brasil
  Na região do Triângulo Mineiro, no oeste do estado de Minas Gerais, delimitada pelos municípios de Uberlândia, Uberaba e Araguari, desenvolve-se a pecuária de corte com seleção de espécies e as pastagens cultivadas. Em algumas propriedades, o gado é criado solto, de forma extensiva, ocupando grandes extensões de terra, com boa rentabilidade. A agricultura também é praticada nessa região, e a falta de cuidado com o uso do solo, principalmente com a realização de queimadas, tem provocado graves problemas ambientais.
Uberlândia - maior cidade do Triângulo Mineiro
  Na Zona da Mata mineira, destaca-se a pecuária leiteira, que deu origem a uma importante atividade: a indústria de laticínios, que produz iogurtes, queijo, leite em pó, creme de leite, requeijão, doce de leite e manteiga.
Queijo de Minas - destaque na culinária nacional
  Em Minas Gerais, destaca-se a atividade extrativa mineral. O estado detém a liderança na produção brasileira de minérios. A região denominada Quadrilátero Ferrífero distingue-se por ter uma alta produção de minério de ferro. A área onde esse minério é explorado apresenta a forma de um quadrilátero, tendo como pontos principais as cidades de Belo Horizonte, Santa Bárbara, Mariana e Congonhas.
Produção de minério de ferro no Quadrilátero Ferrífero
  Nessa região, são encontradas também reservas de manganês e bauxita. Parte do minério de ferro e o de manganês são usados na produção de aço, importante para a construção civil, e também na de equipamentos e máquinas, abastecendo as indústrias siderúrgicas nacionais. A outra parte é destinada ao mercado externo.
  A produção mineral obtida em Minas Gerais é escoada pelo vale do Rio Doce e vale do Paraopeba, por estradas de ferro que chegam aos portos de Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo, e de Sepetiba no município de Itaguaí, no Rio de Janeiro.
Estrada de Ferro Vitória-Minas - principal responsável pelo escoamento da produção de minérios do Quadrilátero Ferrífero
  A grande metrópole que polariza essa área é Belo Horizonte, junto com sua região metropolitana. Cidades como Contagem, Betim e Sabará formam um importante cinturão industrial ao redor da capital.
Belo Horizonte - capital de Minas Gerais e quarta cidade mais populosa do Brasil
A MEGALÓPOLE BRASILEIRA
  Centro de referência cultural, política e econômica, São Paulo e Rio de Janeiro exercem influência, não só nas cidades próximas a elas, mas em todo o país. São também consideradas metrópoles globais em razão de sua importância no cenário mundial. Essas duas cidades cresceram com a contribuição de imigrantes e migrantes e somam juntas 17.581.949 de habitantes (IBGE - 2010), sendo 11.253.503 de São Paulo e 6.320446 do Rio de Janeiro.
São Paulo - SP
  A Região Metropolitana de São Paulo (Grande São Paulo) é composta por 39 municípios, formando uma grande área urbana e a maior região metropolitana do Brasil. Com uma população de 19.683.975 (IBGE 2010), a capital e suas cidades vizinhas e interligadas - como Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires, e também as cidades de Guarulhos, Mogi das Cruzes e Osasco - agregam quase todos os tipos de indústria, como as automobilísticas, as siderúrgicas, as petroquímicas, as eletrônicas, entre outras. Além das indústrias, a Grande São Paulo apresenta um comércio extremamente fortalecido e, ainda, grandes áreas agrícolas.
Região Metropolitana de São Paulo
  A Região Metropolitana do Rio de Janeiro (Grande Rio de Janeiro) possui uma população de 11.838.752 habitantes (IBGE 2010), e é a segunda maior região metropolitana do Brasil. É formada por 19 municípios, e engloba, além da cidade do Rio de Janeiro, importantes cidades como Niterói, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São Gonçalo, além de outras, que juntas, apresentam um diversificado parque industrial.
Região Metropolitana do Rio de Janeiro
  Distantes cerca de pouco mais de 400 quilômetros, essas duas metrópoles estão unidas pela Via Dutra (BR-116), uma das mais importante e mais movimentadas rodovias do país.
Via Dutra - principal elo de ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro
  Embora essas duas metrópoles sejam símbolo do desenvolvimento industrial e econômico do Centro-Sul, elas também apresentam vários problemas devido ao crescimento desordenado e ao inchaço populacional. Dentre os problemas mais graves destacam-se: as ocupações irregulares de terrenos urbanos para moradia, representadas principalmente pelas favelas; o alto índice de violência e criminalidade; o desemprego, além de outros, como a poluição, lixo, falta de infraestrutura etc. Essa realidade revela o grande contraste social que essas e outras metrópoles brasileiras apresentam.
A falta de moradia é um dos principais problemas das grandes cidades
FONTE: Geografia / Cláudia Magalhães ... [et al.]. - São Paulo: Editora do Brasil, 2009. (Coleção perspectiva)

domingo, 4 de dezembro de 2011

PAISAGENS DO CENTRO-SUL

  Os fatores naturais são responsáveis pelas paisagens distintas que compõem o Centro-Sul. Ocupando quase dois terços do território brasileiro, predominam no Centro-Sul os planaltos. Nessa região também há planícies e depressões.
  As maiores altitudes são registradas nas serras e chapadas, em destaque: Chapada do Espigão Mestre, Serra do Espinhaço, Serra da Canastra, Serra da Mantiqueira, Serra do Mar, Serra do Paranapiacaba e Serra Geral.
  As planícies se concentram principalmente no litoral, porém a de maior extensão, a Planície do Pantanal, está localizada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Serra do Mar
  Devido à presença de climas úmidos e relevo planáltico, os rios dessa região são, na sua maioria caudalosos e com grande potencial hidráulico. Também são aproveitados para o fornecimento de água e de alimentos para irrigar plantações, como áreas de lazer e vias de transporte.
  Entre as bacias hidrográficas brasileiras que se localizam nessa região, duas delas estão inteiramente no Centro-Sul, são elas:
  • Bacia Platina - formada pelas bacias dos rios Parná, Paraguai e Uruguai. Por estar localizada, predominantemente, numa região de planalto, os rios dessa bacia apresentam muitas cachoeiras e são utilizadas para a construção e obtenção de energia elétrica. Para viabilizar a navegação em alguns rios, foram construídos eclusas. A bacia do rio Paraná apresenta o maior potencial hidráulico do país. No rio Paraná está a Usina Binacional de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do Brasil. Além dessa usina, dezenas de outras fornecem energia para a região Centro-Sul, em que estão os maiores centros urbanos e econômicos do país. O rio Paraguai, que atravessa a Planície do Pantanal, deságua no rio Paraná, e este, pouco antes de chegar ao oceano Atlântico, recebe as águas do rio Uruguai, originando o rio da Prata. Por essa bacia escoa grande parte dos produtos comercializados pelo Mercosul.
Hidrovia Tietê-Paraná. Importante via de escoamento fluvial do Centro-Sul
  • Bacias do Sul-Sudeste - formadas por várias bacias hidrográficas menores localizadas a partir de São Paulo em direção ao sul do Brasil. A bacia do rio Itajaí, em Santa Catarina, é a mais importante dessas bacias hidrográficas.
Rio Itajaí, em Blumenau - SC
  Infelizmente, muitos rios que atravessam as médias e grandes cidades dessa região estão poluídos por esgotos domésticos e dejetos industriais lançados em suas águas, como é o caso do rio Tietê, em São Paulo, do rio Guaíba, em Porto Alegre, e do rio Doce, que atravessa os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, além de vários outros que encontram-se na mesma situação.
Poluição do rio Tietê em Pirapora do Bom Jesus - SP
O clima e a vegetação do Centro-Sul
  Os efeitos da latitude, combinados com o relevo e a continentalidade, são responsáveis pela diversidade climática do Centro-Sul, que apresenta cinco tipos climáticos: o equatorial, o tropical úmido, o tropical semiúmido, o tropical de altitude e o subtropical.
  A diversidade climática permitiu a formação de diferentes formações vegetais na região.
  O clima equatorial ocorre em pequena área do norte do Centro-Sul. Caracteriza-se pelas altas temperaturas, com médias térmicas em torno de 26°C, e pela alta pluviosidade durante o ano todo.
Cuiabá - MT.
  O clima tropical úmido é o que ocorre na faixa litorânea do Espírito Santo, em parte de São Paulo e no Rio de Janeiro. Apresenta temperaturas em torno de 20°C e 24°C e chuvas superiores a 2000 mm ao ano. Esse tipo climático é influenciado pela massa de ar tropical atlântica, que traz umidade durante o ano todo para as faixas litorâneas do Sul e Sudeste. No litoral nordestino, durante o outono e principalmente no inverno, o avanço da massa polar atlântica forma frentes frias, aumentando o índice de chuvas nesse período.
Paranapiacaba - SP. Localizado em área de clima tropical úmido, é um dos municípios que mais chove no Brasil
  O clima tropical semiúmido é típico da porção norte do Centro-Sul, ocorrendo em áreas do Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e centro-norte de São Paulo. Esse tipo climático apresenta inverno seco e verão chuvoso, com médias de temperaturas entre 20°C e 28°C e índices pluviométricos próximos de 1500 mm. Recebe, durante o período do verão, as massas de ar tropical atlântica e equatorial continental, trazendo umidade para a porção central do país. No período do inverno, o recuo dessas massas faz com que o índice pluviométrico seja menor.
Goiânia - GO. Localizado em área de clima tropical semiúmido
  O clima tropical de altitude ocorre em áreas onde o relevo é mais elevado, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Caracteriza-se por apresentar temperaturas mais suaves, com média em torno de 18°C.
Campos do Jordão - SP. Com 1628 metros de altitude, é o município mais alto do Brasil
  O clima subtropical é predominante na porção sul da região, isto é, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná e em uma pequena área de São Paulo. Nessa área de clima subtropical, as quatro estações do ano são mais bem definidas. As chuvas são distribuídas regularmente e as temperaturas médias estão entre 18°C e 24°C. O inverno é frio na maior parte dessa área, podendo até nevar em algumas delas.
São Joaquim - SC. Município localizado em área de clima subtropical
  Essa região sofre a influência das massas de ar vindas da Antártica. Como não existem barreiras naturais que possam impedir que elas avancem sobre a região, acabam influenciando o clima da porção sul, tornando-o, frequentemente, muito frio durante o inverno. Em algumas cidades da região, os termômetros chegam a registrar temperaturas baixas, até mesmo abaixo de 0°C. Ocorrem mudanças bruscas de temperatura, mesmo no período do verão, quando chegam as chamadas "frentes frias".
Neve em Gramado - RS
  Diferentes domínios climáticos possibilitaram a presença de variasdas formações vegetais no Centro-Sul, principalmente a floresta tropical e atlântica, a mata de araucárias, o cerrado, os campos, além da vegetação litorânea e do complexo do Pantanal. Todas as transformações que ocorreram nesse espaço geográfico, comprometeram a cobertura vegetal original, que foi intensamente substituída pelas atividades agropecuárias e pelo intenso processo de ocupação humana pelo qual a região passou, especialmente nos dois últimos séculos.
Queimada em área que era coberta pela mata de araucárias no Paraná
FONTE: Geografia / Cláudia Magalhães ... [et al.]. - São Paulo: Editora do Brasil, 2009. (Coleção perspectiva)

sábado, 3 de dezembro de 2011

O CENTRO-SUL DO BRASIL

  A região Centro-Sul do Brasil é formada pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Goiás, além da maior parte do estado de Minas Geraise parte dos estados de Mato Grosso, Tocantins, e pequena parte dos estados da Bahia, Piauí e Maranhão.
  Até meados do século XVII, a porção hoje conhecida como Nordeste era a área mais desenvolvida do país. O declínio da produção açucareira, aliado à descoberta de ouro e pedras preciosas na região de Minas Gerais, provocou intensa migração rumo ao interior do Brasil. Ao longo dos caminhos da mineração, foram surgindo povoados que se transformaram em cidades.
Ouro Preto - antiga Vila Rica. Cidade que surgiu a partir do ciclo do ouro
  A região mineradora de Minas Gerais tornou-se o centro econômico do Brasil, em razão da riqueza gerada pelo ouro e pela grande quantidade de pessoas que se dirigiam à região atraídas pelo desejo de enriquecimento.
  Nessa época, o dinamismo econômico de Minas Gerais era tanto que impulsionava até mesmo a economia do sul do país, que também conheceu um importante desenvolvimento econômico, em razão da atividade pecuária e do tropeirismo.
  No tropeirismo, o gado bovino era transportado para a região das minas para alimentar o grande contingente de pessoas que trabalhavam na garimpagem, além de mulas para serem utilizadas no transporte de cargas.
Tropeirismo - importante atividade no período do ciclo do ouro
  Com o esgotamento das jazidas, em meados do século XVIII, e a falta de estímulos causada pelos altos impostos cobrados pelo governo português, a população mineira aos poucos foi se dedicando às lavouras de café, principalmente no sul de Minas Gerais, à criação de gado nas fazendas da região e à atividade têxtil. Uma parcela da população migrou para o estado de São Paulo, que já vinha se destacando com a cultura cafeeira, recebendo também trabalhadores de outros estados brasileiros. É com o desenvolvimento no estado de São paulo que o café passa a ser o principal produto de exportação do Brasil. A primeira mão de obra nas lavouras de café foi de africanos escravizados e seus descendentes, que mais tarde foi substituída pela dos imigrantes.
Café - principal produto de exportação do Brasil do século XIX até a metade do século XX
  A cafeicultura provocou a ocupação de terras no estado do Rio de Janeiro, Espírito Santo, parte de Minas Gerais, São Paulo e norte do Paraná. Para esses estados, dirigiram-se pessoas de várias partes do país, além de um grande número de europeus, principalmente italianos, que vieram trabalhar nas lavouras de café. A cafeicultura criou uma classe de aristocracia rural e foi responsável pela construção de ferrovias destinadas ao transporte do produto até o porto de Santos, de onde era embarcado para a Europa.
Porto de Santos
  O cultivo do café também propiciou o crescimento de várias cidades e transformou a cidade de São Paulo no centro econômico do Brasil. O café também foi responsável pelo desmatamento da Mata Atlântica, onde grandes áreas de florestas foram derrubadas para ceder espaço à plantação das mudas desse produto.
  A partir da segunda metade do século XIX, o governo brasileiro, interessado em povoar o sul do país, resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, principalmente alemães, italianos e eslavos (poloneses, russos e ucranianos), oferecendo-lhes oportunidades para se tornarem proprietários de terras, principalmente nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
  Para os imigrantes que se estabeleceram no estado de São Paulo, não havia a oferta da posse da terra. Eles vieram para trabalhar como assalariados nas lavouras de café. Enquanto nos outros estados desenvolvia-se a agricultura em pequenas propriedades e surgiam colônias de imigrantes, em São Paulo, boa parte do dinheiro obtido com o café propiciou o aparecimento de indústrias e a consequente urbanização da região. No início do século XX, chegaram os primeiros japoneses nas lavouras cafeeiras, principalmente no estado de São Paulo.
Imigrantes japoneses na colheita do café na primeira metade do século XX
  A efetiva ocupação e o povoamento das terras dos atuais estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ocorreram principalmente após 1949, com as áreas de colonização criadas pelo governo, que visava expandir as fronteiras agrícolas e impulsionar o povoamento rumo ao interior do Brasil.
  Por determinação do presidente Juscelino Kubitschek, que governou o Brasil de 1956 a 1961, foi construída a cidade de Brasília, para sediar a nova capital do país, transferida do Rio de Janeiro. A construção da nova capital atraiu um grande número de trabalhadores, principalmente nordestinos, para a região central do Brasil. Com a inauguração da cidade, milhares de funcionários públicos foram transferidos do Rio de Janeiro para lá. Outras pessoas, atraídas pelo surgimento de uma nova cidade, também mudaram-se para a região. A transferência da capital para o interior do país, foi um fator de destaque no estímulo ao povoamento e à integração dessa região com outras áreas do território brasileiro.
Brasília - sua construção permitiu uma maior interiorização do Brasil
  Atualmente, alguns fatores se destacam em relação à região Centro-Sul: a grande concentração populacional, um alto grau de urbanização, um grande número de indústrias, uma atividade agropecuária moderna. Essa é a área que mais se desenvolveu e se industrializou no país, responsável pelo escoamento de boa parte da produção interna. Também é a região que abriga mais da metade da população brasileira. Contudo, as desigualdades também estão presentes nessa região, que concentra o maior número de favelas, elevados índices de desemprego e violência urbana, além de problemas de poluição ambiental.
Poluição no céu de São Paulo
FONTE: Geografia / Cláudia Magalhães ... [et al.]. - São Paulo: Editora do Brasil, 2009. (Coleção perspectiva)

UTILIZANDO AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS

  O globo terrestre apresenta uma rede de paralelos e de meridianos. Para sua representação em mapas, os paralelos e os meridianos estão separados entre si por distâncias iguais.
  Fazer uso desse sistema de coordenadas geográficas tem sido importante para competidores de rali, balonistas, controladores de tráfego aéreo, navegantes e empresas de segurança, que podem monitorar uma frota de caminhões, por exemplo, e localizá-la caso haja necessidade.
Mapa da Região Metropolitana de São Paulo
  Quando utilizado para fins militares, o conhecimento das coordenadas geográficas tem demonstrado ser um instrumento de poder muito grande. Infelizmente, as guerras mais recentes provam isso: não basta somente um grande arsenal. É necessário o uso de instrumentos que permitam localizar os alvos e atingi-los com grande precisão. Os Estados Unidos criaram e controlam um sistema de 28 satélites, planejados originariamente para fins militares, que transmitem  informações à Terra sobre a localização de qualquer ponto desejado. Sendo os Estados Unidos os gerenciadores desse sistema, denominado GPS (sigla em inglês para Global Positioning System), cabe-lhes fornecer aos demais países somente as informações que lhes interessam, geralmente aquelas que servirão para monitoramento.
GPS
  As informações que podem ser utilizadas militarmente ficam em poder desse país. Um exemplo do uso desse sistema em operações militares ocorreu na guerra contra o Iraque, na década de 1990, na qual os aviões de combate circulavam sobre o campo de batalha e respondiam a "pedidos de fogo" das tropas em terra. As coordenadas geográficas eram repassadas dos controladores de tiro aos pilotos e às bombas guiadas por satélite, atingindo o alvo determinado. Com a utilização das imagens geradas por satélites foi possível assistir aos ataques em tempo real.
Satélites instalados no espaço - permitem informações em tempo real do que acontece no Planeta
FONTE: Geografia / Cláudia Magalhães ... [et al]. - São Paulo: Editora do Brasil, 2009. - (Coleção perspectiva)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

AS MULTINACIONAIS E AS ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DE MERCADO

  A expansão em escala planetária das atividades das multinacionais fez crescer a disputa entre essas empresas por partes cada vez maiores de um mercado consumidor atualmente integrado pelo processo de globalização. A acirrada concorrência tem levado essas empresas a lançar mão de algumas ações estratégicas, tais como:
  • Diminuição do tamanho das unidades de produção, aplicando alta tecnologia (informatização, automação ou robotização) e diminuindo o número de funcionários;
  • Otimização dos processos de produção, diminuindo os desperdícios com matérias-primas, reduzindo estoques e melhorando a qualidade dos produtos e dos serviços com a introdução do toyotismo como método predominante de trabalho;
  • Aumento dos investimentos em marketing e propaganda, disseminando informação a respeito de seus produtos ou serviços na mídia, no desenvolvimento de novas mercadorias e na valorização da marca da empresa no mercado de ações.
Fonte: envieimagens.com
  Outra medida que tem sido levada adiante pelas corporações multinacionais é a diversificação de suas áreas de atuação. Trata-se da chamada holding, tipo de empresa que se dedica exclusivamente ao controle de outras empresas multinacionais por meio da posse da maior parte de suas ações no mercado internacional de valores. Hoje em dia é comum a atuação de cada subsidiária de uma mesma corporação operando em um segmento diferente da economia, como o das atividades agrícolas, financeiras, fabris e minerais.
AS FUSÕES ENTRE AS MULTINACIONAIS
  Além das estratégias de controle de mercado, a intensa competitividade entre as empresas multinacionais tem contribuído para a ocorrência de fusões, ou seja, a soma de capitais entre corporações para a criação de uma única grande empresa que atue em determinado setor econômico. O objetivo é dominar a produção de mercadorias ou prestação de serviços e sua comercialização, além de controlar o preço por meio de oligopólios ou monopólios, infringindo, dessa maneira, um dos pilares do capitalismo liberal, que é a livre concorrência. Durante a década de 2000, ocorreram, por exemplo, fusões: entre as empresas estadunidenses AOL (America On Line, Inc.) e Time Warner, do setor de comunicações; entre a Chrysler, estadunidense, e a Fiat, italiana, no setor automobilístico; entre a Gillette e a Procter & Gamble, estadunidenses, na área de produtos de higiene e limpeza.
  O fenômeno de fusão de multinacionais tem colaborado para a criação de empresas gigantes, o que representa a extrema concentração  de capitais e, portanto, de poder econômico nas mãos de um diminuto grupo formado pelos acionistas majoritários dessas empresas.
FONTE: Boligian, Levon. Geografia espaço e vivência, volume único / Levon Boligian, Andressa Turcatel Alves Boligian. -- 3. ed. -- São Paulo: Atual, 2011.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

CANADÁ, UM PAÍS BILINGUE

  O Canadá é um dos países com o melhor padrão de vida do mundo, com baixos índices de mortalidade infantil e de analfabetismo e de elevada expectativa de vida.
  A população canadense é formada principalmente por descendentes de ingleses  (40%) e franceses (27%), por isso o francês e o inglês são considerados idiomas oficiais. Outra grande parcela da população veio de outros países da Europa, principalmente da Alemanha, Itália, Ucrânia, Polônia e países escandinavos. Os povos nativos, quase totalmente exterminados ao longo de séculos de colonização, corresponde atualmente a apenas 2%, e são constituídos principalmente pelos Inuits.
Casal de Inuits do norte do Canadá
  De acordo com a organização do espaço geográfico canadense, o país é dividido em seis regiões distintas: a dos Grandes Lagos, a Costa Atlântica, o Escudo Canadense, as Planícies Centrais, a Cordilheira Ocidental e o Extremo Norte. Os limites estabelecidos para as províncias são linhas arbitrárias determinadas por questões administrativas, históricas ou de compromissos políticos.
  A região dos Grandes Lagos e o vale do rio São Lourenço, próximo à fronteira dos Estados Unidos, é a mais desenvolvida e populosa do país, incluindo parte do território das províncias de Quebec e Ontário. Nela estão localizadas as principais cidades canadenses, como Toronto, centro comercial e financeiro do Canadá; Montreal, um importante porto fluvial e sede de grandes empresas; e Ottawa, a capital planejada com cerca de 1 milhão de pessoas.
Ottawa - capital do Canadá
  A Costa Atlântica reúne as quatro províncias por onde se iniciou a colonização: Nova Escócia, Nova Brunswick, Ilha Príncipe Eduardo e Terra Nova. Apesar da decadência econômica vivida por essa região em relação ao resto do país, a exploração de grandes reservas de petróleo e gás natural tem possibilitado a retomada do crescimento econômico.
Cidade de Halifax - capital de Nova Escócia
  As Planícies Centrais englobam boa parte das províncias de Manitoba, Saskatchewan e Alberta. A construção da ferrovia Canadian Pacific, concluída no final do século XIX, e da rodovia Transcanadense, inaugurada em 1970, possibilitou a interiorização dessa parte do país, coberta originalmente por pradarias.
Rodovia Transcanadense
  Com solos férteis e relevo plano, essa região é o grande celeiro agrícola do Canadá, onde se cultiva principalmente trigo e cevada. Em Alberta também se cria gado e existem campos de extração de petróleo. Edmonton e Calgary, as principais cidades dessa província, são sedes de um importante polo petroquímico e de empresas nacionais de petróleo e gás natural. Winnipeg, capital de Manitoba, é o centro financeiro da região.
Winnipeg - principal centro financeiro das Planícies Centrais
  A Cordilheira Ocidental, formada pelas Montanhas Rochosas e a Costa do Pacífico, compreende quase toda a província da Colúmbia Britânica. Essa região é grande produtora de pescados, carvão mineral, cobre, petróleo, gás natural, madeira e papel. Sua principal cidade é Vancouver, a terceira maior do país, com quase 2 milhões de habitantes.
Vancouver - terceira maior cidade do Canadá
  O Escudo Canadense ocupa a grande área centro-norte do país, onde estão milhares de lagos e terrenos cobertos por grandes florestas de coníferas e tundras. O inverno rigoroso dificulta a ocupação dessa região. São comuns a extração de madeira e de minérios e a geração de energia elétrica.
As extensas florestas de coníferas é a paisagem típica do Escudo Canadense
  O Extremo Norte é a região mais inóspita e fria do Canadá, formada basicamente por solos inférteis que ficam cobertos de neve durante quase o ano inteiro. Conhecido também como Ártico Canadense, é povoado por Inuits e trabalhadores temporários nos setores de serviços e mineração.
Paisagem típica do Extremo Norte do Canadá
  Como o subsolo dessa região possui grandes reservas de prata, cobre, chumbo e zinco, há um forte conflito nesse território. Os povos autóctones reivindicam o direito de posse da terra e de suas riquezas, mas o governo canadense costuma distribuí-las, por meio de concessão, a grandes empresas mineradoras.
  Como forma de minimizar o impasse, em 1999 foi transferida aos Inuits e indígenas uma área de 673 quilômetros quadrados do Território do Noroeste, formando desse modo o novo território de Nunavut (equivalente a um quinto do território canadense). Esse fato levou à recuperação da autonomia do povo Inuit e possibilitou a manutenção dos costumes e tradições de uma cultura milenar.
FONTE: Bigotto, José Francisco. Geografia sociedade e cotidiano: espaço mundial 2, 9º ano / José Francisco Bigotto, Márcio Abondanza Vitielo, Maria Adailza Martins de Albuquerque. -- 2 ed. -- São Paulo: Escala Educacional, 2009.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

VIETNÃ, O TIGRE VERMELHO

  Em 1986, iniciou-se a batalha que o Vietnã está travando de sua reinserção independente na economia mundial e sua rápida transformação em novo tigre asiático, acelerando seu ritmo de crescimento anual de 4% de 1986 a 1990 para taxas acima de 7% ao ano de 1991 até os dias atuais, o que signifca que a nação triplicou o tamanho de sua economia nos últimos vinte anos.
Cultivos nas montanhas do Vietnã
  Em 1986, diante da persistência do subdesenvolvimento, do bloqueio econômico capitalista e dos perigos da perestroika soviética, o PC do Vietnã assumiu a reforma econômica, baseada no modelo chinês de Deng Xiaoping. O Estado vietnamita manteve o monopólio do aparelho bancário, do comércio exterior, dos setores de energia e transportes e das grandes indústrias (cimento, cerveja, etc.), mas diminuiu sua presença econômica direta, aumentando sua presença indireta (planejamento). Manteve a propriedade estatal da terra, mas estimulou os contratos de parceria com os camponeses, estimulando grandes aumentos da produção, as mais significativa das quais na rizicultura, que saltou de 19,2 milhões de toneladas em 1990 para mais de 40 milhões de toneladas em 2010. Com boas jazidas de fosfatos, o Estado instalou fábricas de fertilizantes, que ajudaram o salto da agricultura, também visível nas crescentes safras de café e de borracha. Hoje, o Vietnã é o segundo maior produtor mundial de café (perdendo apenas para o Brasil) e o sexto maior produtor mundial de borracha.
Borracha - o Vietnã é o sexto maior produtor mundial
  Mais do que o crescimento agrícola é o da indústria, que tem garantido o grande dinamismo econômico, pois a indústria cresceu a taxas anuais de 12,5% nos anos de 1990 e 14% nos anos 2000. O grosso das exportações de manufaturados é de produtos tradicionais de mão de obra intensiva, de controle estatal majoritariamente: têxtil, confecções, calçados, entre outros.
Indústria de calçados - uma das que mais cresce no Vietnã
  O povo vietnamita e seus dirigentes têm enfrentado com coragem e sucesso a batalha iniciada em 1986. Realiza crescimento econômico mais igualitarista que o chinês, diminuindo a pobreza de 70% da população em 1985 a 25% em 2004, com 310 mil famílias promovidas a cada ano em média, bem como diminuindo o desemprego urbano. Completou a universalização do ensino primário e elevou o número de estudantes do ensino superior.
Estudantes vietnamitas
  O Vietnã constrói uma sociedade harmoniosa, onde as 54 minorias étnicas (15% da população) e os diferentes credos religiosos, sobretudo os budistas, possam se sentir parte ativa da construção do socialismo, fortemente industrializado, abundante e mais justo.
FONTE: Geografia, 2° ano: ensino médio / organizadores: Fernando dos Santos Sampaio, Ivone Silveira Sucena - 1. ed. - São Paulo: Edições SM, 2010. - (Coleção ser protagonista).

ADSENSE

Pesquisar este blog