terça-feira, 10 de maio de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR NO BRASIL

  Comércio exterior é a troca de bens e serviços realizada entre fronteiras internacionais ou territoriais. Normalmente representa uma grande parcela do PIB. Até 1960, o Brasil exportava produtos primários como o algodão, cacau, fumo, açúcar, madeiras, carne, café, dentre outros.
  Hoje, o Brasil exporta diversos produtos industrializados e semimanufaturados como calçados, suco de laranja, produtos têxteis, óleos comestíveis, bebidas, alimentos industrializados, aparelhos mecânicos, armamentos, produtos químicos, material de transporte e outros.
Indústria automobilística - um dos grandes produtos de exportação brasileiro
  As importações também sofreram alterações, pois antigamente importava-se quase que totalmente , bens manufaturados, e hoje aproximadamente 40% das importações são matérias-primas, combustíveis, minerais, trigo, carne, bebidas, artigos de informática e telefonia, alguns metais, máquinas, motores e vários outros.
Trigo - a baixa produção nacional faz com que o Brasil precise importar grande parte desse produto.
  Os principais mercados que o Brasil exporta são: União Europeia, Estados Unidos, Argentina, Japão, Paraguai, Uruguai, México, Chile, China, Taiwan, Coreia do Sul e Arábia Saudita.
  Observe o gráfico abaixo sobre as exportações brasileiras.
Fonte: SECEX/MDIC, 2010.
  Os principais parceiros que o Brasil importa seus produtos são: Estados Unidos, União Europeia, Argentina, Arábia Saudita, Japão, Venezuela, México, Uruguai, Chile, China, Coreia do Sul, Kuwait e Nigéria.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ

  Localizada na Região Norte, o estado do Pará, com uma extensão territorial de 1.247.950 km², é a segunda maior unidade federativa do país, correspondendo a 14,6% do território nacional, atrás somente do Amazonas, que possui 1.559.161 km². De acordo com o censo realizado em 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sua população é de 7.581.051 habitantes, distribuídos por 143 municípios.
  A grande extensão territorial do Pará tem sido um dos argumentos utilizados para uma divisão desse território e a consequente formação de dois novos estados, além do atual Pará: Tapajós e Carajás. Os defensores desse projeto alegam que em razão da extensão paraense, as políticas públicas não são realizadas com eficácia, e a redução dessa área proporcionaria administrações mais eficientes.
  Outros estados brasileiros foram criados através da divisão de uma unidade federativa, como por exemplo, o Tocantins, que foi fruto da divisão do Estado de Goiás, e Mato Grosso do Sul, da divisão do Mato Grosso.
Câmara aprova plebiscito para a divisão do Pará
  A Câmara dos Deputados, aprovou nesta quinta-feira, dia 5 de maio de 2011, em votação simbólica, a realização de plebiscito para a criação dos Estados de Carajás e Tapajós. Pela proposta, os dois novos Estados serão desmembrasdos do Pará, caso a população vote a favor da criação.
  Pela proposta, o estado de Carajás, se localizará na porção sul e sudeste, terá 285.000 quilômetros quadrados, e a capital será a cidade de Marabá. A população dessa região é de aproximadamente 1,6 milhão de habitantes, e contaria com 39 municípios (25% do total). Essa região apresenta grande riqueza mineral, como o minério de ferro e o manganês, além do desenvolvimento da pecuária.
Marabá - se aprovado o plebiscito será a capital de Carajás
  O estado de Tapajós, terá uma área de 722.000 km², sendo, portanto, o mais extenso. Ficaria localizado na parte oeste e contaria com 27 municípios. Apesar de compreender a maior área do Pará, essa região será a menos populosa: cerca de 1,3 milhão de habitantes. Sua capital será a cidade de Santarém. Essa região apresenta pouco desenvolvimento econômico, composta por grandes áreas preservadas e muitos rios.
Vista noturna de Santarém - maior cidade do interior da Amazônia e futura capital do estado do Tapajós
  Restariam cerca de 240.689 km² para o estado do Pará. Sua população seria reduzida para aproximadamente 5,2 milhões de habitantes, e sua capital continuaria sendo Belém.  O Estado ficaria com 86 municípios.
Belém - PA
  Os opositores dessa divisão argumentam que esse processo geraria gastos desnecessários para a União e que essa proposta é uma estratégia política, pois 3 novos cargos de senadores e 8 deputados seriam proporcionados para cada um desses novos estados.
  Outro aspecto negativo refere-se à economia dessas novas unidades federativas, visto que a região de Tapajós possui grandes áreas florestais, sendo proibido o desmatamento, além de reservas indígenas e áreas de conservação integral.
 
Floresta Amazônica
  No entanto, os defensores dessa divisão alegam que Tapajós possui grande potencial econômico, através da expansão da fronteira agrícola.
  Caso seja aprovado o projeto de divisão do Pará, um plebiscito será organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) paraense. Essa eleição está prevista para ser realizada ainda esse ano, e se aprovada, o Pará não será afetado somente no espaço físico, mas também nos aspectos administrativos e socioeconômicos.

SIG (SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA)

  O SIG (Sistema de Informação Geográfica), é um sistema de hardware, software, informação espacial e procedimentos computacionais que permite e facilita a análise, gestão ou representação do espaço e dos fenômenos que nele ocorrem.
  O SIG também exemplifica as enormes possibilidades de coleta e processamento de dados espaciais gerados pela utilizaçao da informática.
  Os SIG são o resultado da utilização conjunta de mapas digitais, crescentemente elaborados com base em imagens de satélite e o auxílio do GPS e de bancos de dados georreferenciados. Esses sistemas computadorizados, permitem coletar, armazenar, processar, recuperar, correlacionar e analisar diversas informações sobre o espaço geográfico, gerando grande diversidade de mapas e gráficos para necessidades específicas.
  É um poderoso instrumento para o planejamento urbano e rural, facilitando também a solução de problemas espaciais complexos.
  Há vários exemplos de aplicação prática dos sistemas de informações geográficas, cada vez mais presentes nas empresas e nos órgãos públicos de gerenciamento territorial, como prefeituras e órgãos de planejamento.
SIG sobre o Jardim Botânico do FCUP (Faculdade de Ciências Universidade do Porto - Portugal)
  Os SIG podem ser utilizados para:
  • planejar a distribuição e calcular os custos dos serviços prestados pelas prefeituras no território municipal, como a coleta e a destinação do lixo;
  • planejar investimentos em obras públicas, como a canalização de um córrego, um novo viaduto, um hospital, e avaliar seus resultados;
  • facilitar o levantamento de imóveis para cálculo e controle da arrecadação das taxas e impostos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto Territorial Rural (ITR);
  • melhorar a qualidade do sistema de transportes coletivos e do tráfego urbano;
  • cadastrar propriedades, empresas e moradores, com grande número de informações, tornando mais rápidos e eficientes os programas de atendimento.
  Os SIG também têm sido muito utilizados para as pessoas se situarem e se locomoverem nas grandes cidades. Com ele, é possível descobrir a distância entre dois pontos, identificar rotas de circulação, itinerários de ônibus, localizar endereços etc.
Imagem sobre os bairros da Zona Leste de Natal
  As empresas que trabalham com pesquisas de opinião, de comportamento, de intenção de voto etc., conseguem resultados muito mais rápidos e precisos com a utilização de um SIG. As informações coletadas são rapidamente apresentadas em tabelas, gráficos e mapas integrados, servindo de base para as decisões das empresas. Os SIG também têm sido bastante utilizados no turismo, tanto no planejamento das atividades de lazer quanto na localização de atrações turísticas em plantas digitais que servem para orientar os usuários.
Fonte: Sene, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, volume 1: espaço geográfico e globalização: ensino médio/Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. - São Paulo: Scipione, 2010. 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

SAIBA UM POUCO SOBRE PAPUA NOVA GUINÉ


  Também designado Papuásia-Nova Guiné, Papua Nova Guiné é um país da Oceania, que ocupa a metade oriental da ilha da Nova Guiné, e uma série de ilhas e arquipélagos, leste e a nordeste. A única fronteira terrestre que tem é com a Indonésia, a oeste, mas tem fronteiras marítimas com Palau e os Estados Federados da Micronésia, a norte, com as Ilhas Salomão, a sudeste, e com a Austrália, através do Mar de Coral, Estreito de Torres e Mar de Arafura, a sul.
  A diversidade étnica e linguística dos povos que formam a Papua Nova Guiné continua a dificultar-lhes o estabelecimento de uma identidade nacional.
Habitante nativo da Papua Nova Guiné
  Papua Nova Guiné é um Estado independente integrado à Comunidade Britânica de Nações e situado no sudoeste do oceano Pacífico, a leste da Indonésia e a nordeste da Austrália.
DADOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS
Área: 462.840 km² (53º)
População: 5.931.769 hab. (105º)
Densidade: 11 hab./km²
Religião: cristianismo - 96,6%  (protestantes - 58,4%; católicos - 32,8%; anglicanos - 5,4%); crenças tradicionais - 2,5%; bahaísmo - 0,6%; outras - 0,3%.
Capital: Port Moresby
Gentílico: papuásio (a)
Língua Oficial: inglês
Governo: Monarquia Constitucional Parlamentarista
Independência: 1 de dezembro de 1973 da Austrália
Maiores Cidades:
Port Moresby: 350.000 habitantes
Port Moresby - capital e maior cidade da Papua Nova Guiné
Lae: 100.655 habitantes
Lae - segunda maior cidade da Papua Nova Guiné
Madang: 38.698 habitantes
Madang - terceira maior cidade da Papua Nova Guiné
PIB: U$ 13,42 bilhões (131º)
IDH: 0,431 (137º)
Expectativa de Vida: 57,2 (159º)
Mortalidade Infantil: 60,7/mil (150º)
Alfabetização: 57,3% (152º)
Moeda: Kina
HISTÓRIA
  Os primeiros povoadores da Nova Guiné chegaram à ilha há cerca de cinquenta mil anos. Ali foram achados indícios de atividade agrícola primitica, que datam do quarto milênio anterior à era cristã. O navegador português Jorge de meneses, foi o primeiro ocidental a explorar a ilha da Nova Guiné, ao percorrer a costa sul, entre 1526 e 1527.
Sul da ilha da Nova Guiné
  Durante muitos anos, só essa parte da ilha foi conhecida, até que na década de 1870, os alemães deram início a atividades comerciais na região noroeste e em arquipélagos próximos. Nas décadas seguintes, os ingleses interessaram-se pela ilha e declararam Papua (ou Papuásia), sua porção sudoeste, protetorado britânico. Os holandeses ocuparam a parte ocidental. Em 1906, a zona inglesa passou a ser território australiano. Oito anos mais tarde, ao ter início a Primeira Guerra Mundial, os australianos ocuparam a zona alemã que, ao final do conflito, passou a ser administrada pela Liga das Nações. Durante a Segunda Guerra Mundial, as ilhas foram ocupadas pelo Japão.
  Mediante tratado assinado em 1949, a Austrália se comprometeu a administrar o território de Papua Nova Guiné. Em 1973, o país instituiu o autogoverno, que culminou com a plena independência em 1975.
GEOGRAFIA
  Papua Nova Guiné possui 5.152 km de costa. Seu relevo se resume em planícies costeiras de baixo relevo ao norte e ao sul, onde é mais extensa, constituída por florestas tropicais densas e rios caudalosos, como o rio Fly, o maior do país, que ruma para o sul até o Golfo de Papua, formando um extenso delta.
Floresta tropical em Papua Nova Guiné
  O rio Sepik, ruma para o norte da grande ilha. Todos os rios têm suas nascentes na grande cadeia montanhosa que percorre a Nova Guiné, de leste a oeste, onde o território papuano subdivide-se secundariamente nos montes Star, Kubor, Owen Stanley, Bismark e outras.
Monte Owen Stanley
  O relevo culmina no Monte Wilhelm ou Enduwa Kombuglu, no idioma local, com 4.509 metros de altitude, no centro-norte do país, e entre outras montanhas de consideráveis altitudes acima de 3.000 metros que acompanham essas cadeias, muitas delas são vulcões ativos ou extintos, incorporando Papua Nova Guiné no chamado Círculo de Fogo do Pacífico.
Vulcão em erupção na Papua Nova Guiné
  Essa característica geológica acompanha as outras ilhas menores, principalmente as de Nova Bretanha, Nova Irlanda e Bougainville, com vulcões atingindo até 2.000 metros de altitude e com atividade intensa. A pluviosidade frequente - uma das maiores do mundo - na sua quase totalidade do país, caracteriza o clima equatorial, a vegetação de selva densa e rios dempre perenes.
  Papua Nova Guiné é famosa por ser um local onde pesquisadores descobriram nos últimos anos, várias plantas e animais exóticos, como morcegos que se alimentam de frutas, aranhas, sapos, insetos e mamíferos.
Morcego E.T.- espécie descoberta recentemente em Papua Nova Guiné
ECONOMIA
  Papua Nova Guiné é um país rico em recursos naturais, na maior parte, insuficientemente aproveitados. Suas importantes jazidas de cobre só começaram a serem exploradas para exportação, na década de 1970.
Jazida de cobre
  Outros recursos são a madeira e a pesca, além dos depósitos de petróleo e de gás natural.
  O sistema hidrográfico apresenta amplas possibilidades de aproveitamento para a produção de eletricidade. Na agricultura, destaca a produção de cacau, coco, fruto de palma (dendê), látex, chá, café, batata-doce e inhame.
Mudas de dendenzeiros
  A pecuária valoriza, particularmente, os suinos, empregados em importantes festas cerimoniais, nas quais se mata e devora grande quantidade de porcos. Entre os recursos marítimos figuram o atum, crustáceos e percas gigantes, além de pérolas.
Criação de porcos em Papua Nova Guiné
  A indústria, ainda precária, produz tintas, cimento e embarcações. Pelas peculiaridades geográficas da região, os transportes aéreos e marítimos têm grande importância.
CULTURA
  Nas altas terras de Papua, as montanhas fazem barreiras naturais entre grupos diferentes, ajudando-os a preservar suas singulares variedades de culturas e línguas. Com 850 idiomas falados em todo o país, Papua Nova Guiné é a nação em que se falam mais línguas no mundo. É também nesta meia-ilha que se concentra parte dos idiomas ameaçados de extinção, que pode reduzir as atuais seis mil linguagens humanas a apenas seiscentas.

terça-feira, 3 de maio de 2011

NOVA PROPOSTA DE DIVISÃO DO BRASIL

Geógrafo propõe nova divisão regional do Brasil
  Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa é a divisão regional do Brasil, segundo o IBGE. Essa divisão em macrorregiões, retrata as diferenças sociais e políticas do território brasileiro e traz o levantamento de dados e estatísticas do país.
  Essas unidades acabaram se constituindo em importantes agregadores de identidades culturais e organizando a concessão de verbas de diversas políticas públicas. Por demarcar as desigualdades sociais no território, essa divisão é bastante afinada com a realidade do espaço nacional. A atual configuração das cinco macrorregiões considera diversos aspectos geográficos, sociais e políticos, e procura retratar os fluxos econômicos entre as unidades federativas.
  O Brasil é um país com enorme extensão territorial, apresentando uma área de 8.514.876 km². O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o órgão responsável pela divisão regional do território brasileiro. Para reunir estados em uma mesma região são utilizados critérios como semelhanças nos aspectos físicos, humanos, culturais, econômicos e sociais. O Brasil, passou por várias divisões ao longo de sua História. Veja abaixo como se deu as divisões do Brasil ao longo de sua história.
Divisão em Capitanias Hereditárias
  Realizada em 1534, pela Coroa portuguesa, consistiu na fragmentação do território brasileiro em quinze faixas de terra. Numa alternativa de administração territorial, o império português disponibilizou a algum membro da corte que fosse de confiança do Rei, uma das capitanias. Os donatários deveriam governar e promover o desenvolvimento da capitania a qual se tornasse responsável.
Divisão de 1913
  Em 1913, o território nacional foi dividido em cinco "brasis" e não em regiões. O Brasil Setentrional ou Amazônico, reunia o Acre, Amazonas e Pará. O Brasil Norte-Oriental era composto pelo Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. O Brasil Oriental, agregava Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro (onde ficava o Distrito Federal) e Minas Gerais. São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, faziam parte do Brasil Meridional. Goiás e Mato Grosso faziam parte do Brasil Central. Essa divisão revelava que na época, havia uma preocupação muito grande em fortalecer a imagem do Brasil como uma nação, uma vez que a República havia sido proclamada há poucos anos. Essa divisão influenciou estudos e pesquisas até a década de 1930, quando surgiram muitas divisões do território do Brasil, cada uma usando um critério diferente.
  Em 1938, o Governo brasileiro teve que escolher uma divisão concreta para fazer o Anuário Estatístico do Brasil, um documento que continha informações sobre a população, o território e o desenvolvimento da economia do país.
Divisão de 1940
  Além dos aspectos físicos, essa divisão levou em consideração, além dos elementos físicos, os aspectos socioeconômicos. A Região Norte, era composta pelos estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e o Território do Acre. Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais formavam a Região Centro. Bahia, Sergipe e Espírito Santo formavam a Região Leste. O Nordeste era composto por Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro pertenciam à Região Sul.
Divisão de 1942
  Em 1942, o arquipélago de Fernando de Noronha foi transformado em território e incluído na região Nordeste. Em 1943, foram fundados os territórios de Guaporé, Rio Branco e Amapá (na região Norte), o território de Iguaçu foi anexado à região Sul e o de Ponta Porã, colocado na região Centro-Oeste.
Divisão de 1945
  Em 1945, o Brasil possuía sete regiões: Norte, Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Leste Setentrional, Leste Meridional, Centro-Oeste e Sul. Na porção norte do Amazonas, foi criado o território do Rio Branco, atual estado de Roraima; no norte do Pará, foi criado o Estado do Amapá; Mato Grosso, perdeu uma porção no noroeste, que passou a se chamar de território de Guaporé e outra no sul, que passou a ser chamado de território de Ponta Porã; no Sul, Paraná e Santa Catarina foram cortados a oeste e o território de Iguaçu foi criado.
  Em 1950, os territórios de Ponta Porã e Iguaçu foram extintos e os estados do Maranhão e do Piauí, passaram a integrar a região Nordeste. Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro formavam a região Leste. Em 1960, Brasília foi criada, e o Distrito Federal, capital do país, foi transferido do Sudeste para a região Centro-Oeste. Em 1962, o Acre se tornou Estado autônomo e o território de Rio Branco ganhou o nome de Roraima.
Divisão do Brasil de 1969
   Nesse ano o Brasil ganhou o desenho regional atual. Nasceu o Sudeste, com São Paulo e Rio de Janeiro sendo agrupados com o Espírito Santo e Minas Gerais. O Nordeste recebeu a Bahia e Sergipe. Todo o território de Goiás, ainda não dividido, pertencia ao Centro-Oeste. Mato Grosso foi dividido em 1977, dando origem ao Estado do Mato Grosso do Sul.
Divisão a partir de 1990
  Com as mudanças da Constituição de 1988, ficou definida a divisão brasileira que permanece até os dias atuais. O Estado de Tocantins foi criado a partir da divisão de Goiás e incorporado à região Norte; Roraima, Amapá e Rondônia tornaram-se estados autônomos; Fernando de Noronha deixou de ser território Federal e foi incorporado à Pernambuco.
Nova divisão territorial do Brasil
  A situação de Tocantins está diferente dos demais estados brasileiros, pois menos de 20% de suas fronteiras se encontra dentro do padrão de sua própria região. Além disso, por uma análise de fluxos e redes capaz de determinar o grau de coesão das unidades admnistrativas dentro da região, observa-se que o estado mantém fortes laços com o Pará e com o Maranhão, além de Goiás.
Trecho do rio Tocantins
  Por outro lado, a região Norte, na prática, se divide em duas porções polarizadas por Manaus e Belém. E no Nordeste, o Maranhão desponta com características naturais e culturais diferenciadas dos demais estados da região.
Manaus - capital do Amazonas, polariza a porção oeste da região Norte
Belém - capital do Pará, polariza a porção leste da região Norte
  Para reequilibrar as unidades, o geógrafo José Donizete Cazzolato propõe a revisão da atual divisão macrorregional. Para o geógrafo, a melhor solução seria a formação da região Noroeste e a reconfiguração das regiões Norte e Nordeste. Os critérios para o novo nódulo regional baseiam-se, prioritariamente, em aspectos econômicos, uma vez que os estados da nova região, compõem um vetor regional comum.
  Ajustada à realidade dos fluxos geográficos, econômicos, políticos e demográficos, a divisão regional é um instrumento privilegiado de planejamento e ação governamental.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

COSTA DO MARFIM

  A Costa do Marfim, ou Côte d'Ivoire, em francês, é um país africano localizado no Oeste da África, e limita-se ao norte com o Mali e Burkina Fasso, a leste por Gana, a sul pelo Oceano Atlântico e a oeste pela Libéria e pela Guiné.
Observe alguns dados sobre a Costa do Marfim:
Área: 322.463 km² (67º)
População: 20.179.602 habitantes (55º)
Capital: Yamoussoukro (constitucional) e Abidjan (sede do governo)
Cidades mais populosas:
Abidjan (4,3 milhões de habitantes)
Abidjan - maior cidade da Costa do Marfim
Bouaké (831.149 habitantes)
Universidade em Bouaké
Yamoussoukro (250.659 habitantes)
Yamoussoukro - terceira maior cidade da Costa do Marfim
Língua Oficial: francês
Governo: República semipresidencialista
Independência: 7 de agosto de 1960, da França
Religião: islamismo (38,7%), cristianismo (26,1%, sendo que 20,8% são católicos e 5,3% são protestantes), animismo (17%), ateismo (13,4%), outras (4,8%).
PIB: U$ 22,384 bilhões (93º)
IDH: 0,397 (149º)
Expectativa de Vida: 49,3 anos (179°)
Mortalidade Infantil: 116,9/mil nasc. (189º)
Alfabetização: 48,7% (161º)
Moeda: Franco CFA
HISTÓRIA
  As populações indígenas estiveram, políticas e socialmente isoladas até épocas muito recentes. Os antecessores da população atual se instalaram na área entre os séculos XVIII e XIX. Os exploradores portugueses chegaram no século XV e iniciaram o comércio de marfim e escravos do litoral. No século XVII estabeleceram-se diferentes Estados negros, entre os quais se destacou o dos baules, por suas atividades artísticas. No final do século, os franceses fundaram os entrepostos de Assini e Grand-Bassam e, no século XIX, celebraram uma política de pactos com os chefes locais com o objetivo de estabelecer uma colônia.
Ruínas em Grand-Bassam - Costa do Marfim
  Em 1887 iniciou-se a penetração para o interior. A região se tornou uma colônia autônoma em 1893. Em 1899, passou a fazer parte da Federação da África Ocidental Francesa.
Mapa da África Ocidental Francesa
  A ocupação militar ocorreu entre 1908 e 1918, enquanto se construía a linha férrea entre o litoral e Bobo-Dioulasso, hoje pertencente a Burkina Fasso.
  Em 1919, a parte norte da colônia se tornou independente. Abidjan permaneceu sob a jurisdição francesa durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1944 foi criado o Sindicato Agrícola Africano, que deu origem ao Partido Democrático da Costa do Marfim. Entre 1950 e 1954, foi construído seu porto. Em 1958, foi proclamada a República da Costa do Marfim, como república autônoma dentro da Communauté Française (Comunidade Francesa) e, em 1960, alcançou a independência plena.
  Foi eleito presidente Félix Houphouët-Boigny, líder do Parti Democratique de la Côte d'Ivoire - Rassemblement Démocratique Africain, que até 1990, foi a única agremiação política legal do país.
Félix Houphouët-Boigny
  Com um alinhamento político pró-ocidental, a Costa do Marfim esteve em foco na década de 1970, ao tentar intervir pela via das negociações, na resolução do Apartheid na África do Sul.
  As eleições de 1990, a primeira que houve uma disputa real pelo poder, foram disputadas por todos os partidos políticos já legalizados, tendo o presidente Houphouët-Boigny sido reeleito para um sétimo mandato. Também em 1990, o papa João Paulo II visitou a Costa do Marfim, onde consagrou, em Yamoussoukro, a suntuosa basílica de nossa Senhora da Paz.
Basílica de Nossa Senhora da Paz, em Yamoussoukro
   Houphouët-Boigny, apesar de numerosas tentativas de Golpes de Estado e da instabilidade social provocada por crises econômicas, manteve-se no poder desde a independência até dezembro de 1993, quando faleceu. O antigo presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), Henri Konan Bedié, assumiu a presidência da República em 1993 e foi confirmado no cargo em 1995.
Henri Konan Bedié
   No dia 24 de dezembro de 1999, um Golpe de Estado, comandado pelo General Robert Guel, destituiu o presidente Konan Bedié, que se refugiou na Embaixada da França e depois no Togo. O General Robert Guel (Robert Guéi) convocou todos os partidos políticos para formarem um governo de transição e prometeu que o retorno à democracia seria rápido. Esse foi o primeiro golpe de Estado no país desde a sua independência em 1960.
General Robert Guel
  Robert Guéi foi assassinado durante um levantamento encabeçado pelo Movimento Patriótico da Costa do Marfim em 2002. Foi sucedido por Laurent Gbagbo.
  Em setembro de 2002, tem início a uma guerra civil, quando o norte do país, muçulmano, se rebeloue contra o sul, cristão , obrigando a ONU enviar mais de 10.000 boinas azuis (soldados de paz da ONU) da ONUCM ou Unoci (Força de Paz da ONU na Costa do Marfim).
  Nos últimos meses aumentaram os conflitos no país. Esses conflitos foram motivados pelas eleições presidenciais realizadas em 28 de novembro de 2010. Alassane Ouattara, foi declarado vencedor das eleições, que recebeu o apoio da ONU e pelos dois países que exercem maior influência no país - os Estados Unidos e a França.
Alassane Ouattara
  Laurent Gbagbo, cristão, líder do sul e presidente desde 2000, não aceitou o resultado e se recusou a deixar o poder. Nos dias que se seguiram, a Costa do Marfim viveu uma situação constrangedora, com Ouattara e Gbagbo nomeando primeiros-ministros e formando governos diferentes. Desde então, a tensão sofreu uma escalada e, além da possibilidade de um novo confronto entre o norte e o sul, a comunidade internacional teme um confronto entre as tropas da Unoci, a Força de Paz da ONU na Costa do Marfim, e os militares fieis a Gbagbo.
Laurent Gbagbo
GEOGRAFIA
  A Costa do Marfim situa-se em plena região tropical, com o clima habitual destas zonas. A temperatura média situa-se nos 30ºC durante todo o ano, exceto na estação das chuvas, onde a temperatura baixa para 25ºC. Há duas estações chuvosas: de maio a agosto e com menos intensidade, em novembro. Duas grandes zonas climáticas fazem parte do país: o Norte possui uma paisagem árida, com um clima quente e seco; o Sul é bastante úmido com uma vegetação rica em espécies vegetais.
Paisagem no sul da Costa do Marfim
  A Costa do Marfim está dividida em 19 regiões, subdivididas em 58 departamentos. As regiões da Costa do Marfim são:
1 - Agnéby; 2 - Bafing; 3 - Bas-Sassandra; 4 - Denguélé; 5 - Dix-Huit Montagnes; 6 - Fromager; 7 - Haut-Sassandra; 8 - Lacs; 9 - Lagunes; 10 - Marahoué; 11 - Moyen-Cavally; 12 - Moyen-Comoé; 13 - N'zi-Comoé; 14 - Savanes; 15 - Sud-Bandama; 16 - Sud-Comoé; 17 - Vallée du Bandama; 18 - Worodougou; 19 - Zanzan.
DEMOGRAFIA
  Mais de 76% da população é cidadã da Costa do Marfim e fala predominantemente o francês. Desde que se estabeleceu como uma das economias mais prósperas da África Ocidental, 20% da mão de obra consiste em trabalhadores da vizinha Libéria, Burkina-Fasso e Guiné. Este fato tem originado permanentemente uma tensão, devido ao fato de que grande parte destes trabalhadores serem muçulmanos, enquanto que a população natural da Costa do Marfim é, essencialmente cristã e animista. Cerca de 4% da população é de origem não africana. Há muitos descendentes de libaneses, cidadãos franceses, britânicos e espanhóis. Há uma minoria de missionários protestantes norte-americanos e canadenses.
Drogba - costamarfinense e estrela do futebol mundial
ECONOMIA
  A economia da Costa do Marfim é baseada na agricultura, que emprega 68% da população economicamente ativa (PEA), principalmente no cultivo do cacau, onde o país é o maior produtor e exportador mundial desse produto.
Produção de cacau na Costa do Marfim
  Outro produto que se destaca na economia do país é o óleo de palma, onde o país também é o maior produtor mundial. O algodão faz do país ser o terceiro maior produtor mundial desse produto. A partir de 1960, o país começou a cultivar a borracha e a copra (polpa seca de coco). A produção de abacaxi, banana e açúcar, se tornaram nos últimos anos, itens importantes da balança comercial.
Café - produto de destaque na Costa do Marfim

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