sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA

  A cultura muçulmana ou islâmica, abrange atualmente uma imensa região que vai da Turquia, na parte leste da Europa, até o Paquistão e Bangladesh, no sul da Ásia, incluindo, também, o norte da África. A área onde a cultura islâmica é mais forte e estabelecida, é o Oriente Médio ou Sudeste Asiático.
  O elemento unificador dessa civilização é a religião maometana ou muçulmana. Além dos países árabes (Egito, Líbia, Argélia, Iraque, Arábia Saudita, Jordânia etc.), outros países e povos são islâmicos: Irã (povo persa), Turquia, Sudão, Paquistão, Casaquistão, Afeganistão etc.
Mulheres islâmicas no Irã. fonte: clickeducacao.com
   Os princípios fundamentais dessa religião são: a reza obrigatória cinco vezes ao dia, de cócoras e com o rosto voltado em direção à Meca, a cidade sagrada; a peregrinação ou ida pelo menos uma vez na vida a Meca; o jejum obrigatório durante o Ramadã, o mês sagrado, no qual vários alimentos são proibidos e a alimentação só pode ser feita depois que o sol se põe; e o dízimo ou doação obrigatória de uma parte de sua renda aos pobres.
Muçulmanos rezando no Taj Mahal na Índia. Fonte: novo-mundo.org
   Existem também o Jihad ou "guerra santa" contra os infiéis, a submissão da mulher ao homem, os castigos exemplares aos ladrões e criminosos (tais como chicotear ou decepar a mão em público), etc.
  A religião muçulmana foi fundada por Momé, no início do século VII. A adoção da nova fé deu início à união dos povos árabes, primeiro na área próxima às cidades de Meca e Medina, na atual Arábia Saudita. Ao longo dos séculos VII e VIII, o maometismo se expandiu para regiões distantes, na Ásia, na África e na Europa, num processo de conquista e domínio político e cultural sobre outros povos.
  Durante vários séculos, o mundo islâmico rivalizou com o Ocidente, não apenas conquistando terras e povos, mas também desenvolvendo uma rica cultura. Os povos islâmicos alcançaram progressos notáveis em matemática, astronomia, literatura, filosofia, construção naval etc. No século XV, os turcos otomanos construíram um imenso império às margens do Mediterrâneo, e os persas dominaram a porção leste do atual Oriente Médio. Esses impérios sempre foram dominados pela cultura árabe-islâmica.
 Império Turco-Otomano. Fonte: tudoehistoria.com
  A partir do século XIX, a dominação britânica atingiu o mundo muçulmano, com o enfraquecimento - e desmembramento - do Império Turco. No início do século XX, foram criados os atuais países árabes: o povo árabe foi dividido em dezesseis países diferentes, cada um dominado por uma elite privilegiada. Até hoje, existe uma aspiração popular de união e criação de uma imensa nação árabe.
  A civilização islâmica é mais forte nos países árabes, no Irã e em algumas nações vizinhas ao Oriente Médio (Tajiquistão, Quirguízia, Sudão etc.). Ela pode até predominar nas suas áreas de expansão ou atuais periferias -  o sudeste da Europa (Península Balcânica), o centro da África e o sul e sudeste da Ásia. Mas é contrabalançada ou por uma ocidentalização que produziu resultados significativos ou por outras culturas que amenizam o islamismo.
  Na Turquia, desde a década de 1930, vem ocorrendo uma efetiva ocidentalização, empreendida pelas autoridades do país: escolas islâmicas foram fechadas e a própria linguagem escrita, que antes usava carcteres árabes, passou a ser grafada com o alfabeto latino. O grande objetivo da Turquia nessa ocidentalização, é ingressar na União Europeia.
Vista de Istambul - Turquia. No primeiro plano encontra-se a parte asiática e mais ao fundo a parte europeia separada pelo Estreitor de Bósforo. Fonte: oglobo.globo.com
  A religião exerce papel fundamental na cultura islâmica. Todos os governantes procuram dar a impressão de estarem seguindo políticas baseadas nos ensinamentos do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.
  Um exemplo típico da mistura política X religião, se dá no Irã. Nas décadas de 1960 e 1970, o governo do Xá Reza Pahlevi empreendeu um processo de ocidentalização forçada, rápida demais para ser assimilada pelo povo, apegado a suas crenças. Em 1979, o xá foi deposto, após violenta revolta popular, por uma revolução de cunho religioso e tradicionalista.
Xá Reza Pahlevi - responsável por tentar introduzir a ocidentalização no Irã. Fonte: enciclopedia.com.pt
  Os costumes tradicionais do islamismo, que tinham sido abolidos ou abrandados, ressurgiram como normas obrigatórias. As mulheres viram-se obrigadas a usar novamente em público o véu que lhes cobre o rosto e foram proibidas de dirigir automóveis, de tomar banho nas praias ou piscinas com os homens, de fazer perguntas e olhar diretamente para o professor na sala de aula etc. Ressurgiu a obrigatoriedade de todos rezarem cinco vezes ao dia, ajoelhando-se com o rosto voltado para Meca.
Mulheres iranianas. Foto: oglobo.globo.com
  Restabeleceram-se também castigos estranhos aos olhos ocidentais, como decepar publicamente um braço dos ladrões, cortar a língua dos mentirosos e açoitar os bêbados com quarenta chibatadas. A venda de bebidas alcóolicas foi oficialmente proibida, embora exista clandestinamente, como em quase todos os países islâmicos. Os homens viram retornar seu direito de terem até quatro esposas.
Homens sendo enforcados por terem cometidos crimes no Irã. Foto: oglobo.globo.com
  A religião islâmica tem várias seitas ou correntes. As mais conhecidas são o sunismo, que predomina na maioria das nações islâmicas, e o xiismo, que é majoritária no Irã, no Azerbaijão e no Iraque e tem grande influência nas populações do Iêmen, do Líbano e do Paquistão. A corrente sunita é mais moderada, separando um pouco o Estado da religião. Os xiitas são mais radicais no seu fundamentalismo religioso: a política deve estar a serviço da expansão da fé, dos ensinamentos da religião.
Mapa da distribuição dos sunitas e xiitas. Fonte: missoeseadoracoes.net
  O islamismo atual, especialmente a sua corrente xiita, surge como uma das religiões mais intolerantes que existem: em certos países, como a Arábia Saudita, são proibidos quaisquer outros cultos ou igrejas. Nesse país, nem sequer pode andar na rua portando um símbolo de outra religião.
  Existe ainda a ideia de "guerra santa", que é o combate aos infieis, prescrito pelo Alcorão, presente sobretudo na corrente xiita. Os fieis são estimulados a combater numa luta de morte em que valem todas as armas, todos aqueles que simbolizam um obstáculo ao desenvolvimento da religião muçulmana. Multidões se lançaram com ferocidade nessas "guerras santas", como ocorreu na Guerra Irã x Iraque (1980 à 1988), por acreditarem no ensinamento religioso de que os mortos em combates irão naturalmente para o paraíso, onde terão à sua disposição 40 moças virgens.
O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein junto com soldados durante a guerra Irã x Iraque. Fonte: bfbrasil.com
Fonte: VESENTINI, José William Geografia: geografia geral e do Brasil, volume único. São Paulo: Ática, 2005.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CULTURA OCIDENTAL

As civilizações ou culturas no sentido amplo, são uma importante forma de identidade que existe na população mundial. Elas constituem uma identidade cultural bem mais ampla do que as diversas nações ou as etnias. As civilizações constituem agrupamentos de sociedades nacionais com determinados traços culturais em comum: origem dos idiomas, crenças religiosas, tipo de organização das famílias, relações entre os indivíduos e o Estado etc. Uma civilizaçãoé a identidade mais ampla de um povo.
Civilização Ocidental
  A civilização ocidental é herdeira dos antigos gregos e romanos. Nasceu na Europa e atualmente é dominante em vários continentes e regiões da superfície terrestre: Europa - principalmente a Ocidental -, América Anglo-Saxônica, Austrália e Nova Zelândia, onde essa civilização existe em sua forma pura ou inquestionável. Predomina, também, na Europa Oriental, na Rússia e outras nações europeias da  CEI (Ucrânia, Belarus, Armênia etc.), em Israel, na América e até no Japão.
  A civilização ocidental convive com outras culturas que ainda hoje têm grande peso: no Japão, com culturas orientais; nos diversos países latino-americanos, com culturas indígenas ou pré-colombianas (México, Bolívia, Paraguai), e até negro-africanas, por causa do grande número de escravos trazidos na época da colonização (Haiti, República Dominicana, Jamaica); em Israel, com a forte presença do judaismo; na Europa Oriental, com culturas eslavas cristã-ortodoxas.
 Igreja Ortodoxa na Estônia. Fonte: portalsaofrancisco.com
  Dos gregos, a civilização ocidental recebeu especialmente a filosofia; dos romanos, o direito e o próprio alfabeto latino. As principais religiões ocidentais são monoteístas (que crêem em um só Deus): o judaismo e o cristianismo, este representado pela Igreja Católica, pelas igrejas ortodoxas orientais e pelas diversas igrejas protestantes ou evangélicas - luteranas, presbiterianas, batistas, adventistas, pentecostais etc.
 Praça São Pedro - Vaticano. Símbolo do catolicismo. Fonte: Rede Vida
   O papel da religião na cultura ocidental é relativamente pequeno: existe ai um grande número de ateus e agnósticos - doutrina que só aceita o que pode ser demonstrado logicamente - provavelmente muito maior do que em qualquer outra civilização. O Ocidente só passou a conhecer a democracia e os direitos do ser humano quando se libertou do domínio da religião, no século XVIII. a partir daí, adotou-se a ideia de que o futuro das nações ou dos indivíduos pertence a eles próprios, às suas ações e opções, e não mais a Deus ou qualquer outra forma de destino predeterminado (astros, linhas da mão, santos etc).
 Obra na Capela Sistina feita por Michelangelo.Fonte: arte.wordpress.com
  A concepção de natureza dominante nessa cultura é problemática: o ser humano seria um ser privilegiado e a natureza estaria a seu dispor, existiria para servi-lo. Na cultura ocidental, há uma separação e oposição entre o ser humano (visto como sujeito) e natureza (objeto).
  Com o desenvolvimento do capitalismo, nascido na Europa a partir do comércio, a civilização ocidental sofreu profundas modificações e se expandiu para todo o globo.
  Uma ideia materialista de progresso - entendido como o acúmulo incessante de bens e obras - é básica para essa civilização. O grande objetivo que ela procura alcançar e levar ao restante do mundo é o progresso material, que consiste em modificar constantemente a natureza realizando obras que a humanizam (derrubada das matas para "civilizar" a área, construção de pontes, estradas, portos, edifícios etc.).
Desmatamento na Amazônia - típico da ideia materialista. Fonte: IBAMA
   A civilização ocidental produziu obras grandiosas: unificou o planeta, encurtou as distâncias com o desenvolvimento dos meios de transportes e de comunicações, aprimorou o padrão de consumo os povos, especialmente do Primeiro Mundo, expandiu a atividade industrial por quase todo o globo etc. Mas gerou também a grande maioria dos problemas que atualmente afetam a humanidade: a poluição gigantesca, as armas atômicas, as enormes desigualdades de nível de vida entre as pessoas e de desenvolvimento entre as nações etc.
Desigualdade social - uma das características da sociedade de consumo. Fonte: Geografia para Todos.
  Tanto o capitalismo quanto o ideal socialista são produtos da civilização ocidental. Foi nela que pôde surgir o ser humano como indivíduo, como agente de direitos democráticos, que ele próprio conquista por meio de conflitos e lutas. Isso é original e específico da civilização ocidental: a maioria das demais culturas valoriza o indivíduo em favor da comunidade, do coletivo. Esse fato impede a valorização do cidadão e o desenvolvimento dos direitos democráticos.
  O peso da tradição é muito forte nas culturas em geral. Na ocidental, ao contrário, é mais intenso o contínuo de mudanças, de inovações, de aventuras.
  Isso ajuda a explicar porque essa civilização se expandiu para todo o globo, ao contrário de outras civilizações, como a chinesa que, no século XV, tinha maiores conhecimentos da arte de navegar e fora a primeira a usar explosivos. Mas os chineses preferiram voltar-se para si mesmos, preocupados em manter ou conservar o que já existia, sem aspirar as inovações e conquistas.
Fonte: VESENTINI, José William Geografia: geografia geral e do Brasil, volume único. São Paulo: Ática, 2005.


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

QUESTÕES DE CARTOGRAFIA

1) Sobre a representação cartográfica, analise as questões abaixo:
(  ) Em um mapa na escala 1:2.000.000, a distância de 50 km entre duas cidades nele representadas será de 2,5 cm;
(  ) Os dados sobre a pluviometria de um lugar são a base para a confecção de mapas político-administrativos;
(  ) As isoietas são utilizadas na representação da altimetria e da batimetria dos diferentes lugares da Terra;
(  ) Graças ao sistema de coordenadas geográficas, é possível posicionar corretamente os diferentes lugares da Terra nos mapas.
A sequencia correta é:
a) VVFF     b) FFVV     c) VFFV     d) VFVF
2) Leia as afirmativas que seguem e assinale a alternativa correta:
a) a escala numérica é representada por uma linha reta dividida em partes iguais;
b) A escala 1:50.000 é maior que a escala 1:250.000;
c) Na escala 1:500.000, a área representada foi reduzida 50 mil vezes;
d) As escalas podem ser numéricas ou geográficas;
e) Na escala 1:100.000, 1 cm no mapa vale 100 km no terreno.
3) Acerca das representações cartográficas do território brasileiro, assinale a alternativa correta:
a) Tomando como referência o Meridiano de Greenwich, os fusos horários dividem o mapa do território brasileiro em dois;
b) A representação da Amazônia em projeção cilíndrica apresenta grande deformação por esta região situar-se em baixa latitude;
c) Para representar ruas das cidades brasileiras, planejadores e cartógrafos recomendam plantas em escalas grandes;
d) A carta geográfica é um tipo de representação imprópria para ser utilizada na divisão político-administrativa do Brasil;
e) As plantas baixas representam de forma ideal os recursos energéticos, minerais e vegetais do Brasil.
4) Os conhecimentos sobre projeções cartográficas e uso de mapas possibilitam afirmar:
a) A projeção zimutal fornece uma visão eurocêntrica do mundo e, por isso, ela não é mais utilizada;
b) As distorções da representação, nas projeções cilíndricas, são maiores no Equador e menores nos polos;
c) A Projeção de Peters é a única que não pretende privilegiar nenhum continente, porque ela reproduz rigorosamente a realidade;
d) A projeção Cônica só pode ser utilizada para representar grandes regiões, porque as distorções são pequenas entre os trópicos, não representando, portanto, a realidade das áreas mapeadas;
e) As projeções cartográficas permitem que, na construção dos mapas temáticos, os meridianos e os paralelos terrestres sejam transformados de uma realidade tridimensional para uma realidade bidimensional.
5) Ainda é 31 de dezembro no Brasil quando a televisão noticia a chegada do Ano Novo em diferentes países. Entre os países que comemoram a chegada do Ano Novo antes do Brasil, encontram-se a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão. Este fato se deve:
a) À inclinação do eixo terrestre;
b) Ao movimento de rotação terrestre;
c) ao movimento de translação terrestre;
d) À maior proximidade do sol no verão;
e) A diferença de latitude entre esses países e o Brasil.
6) Sabendo-se que as coordenadas geográficas correspondem a um dos elementos básicos das representações cartográficas, é correto afirmar que:
a)
a) Indicam a localização geográfica de lugares e são componentes indispensáveis aos mapas.
b) Correspondem a um sistema de orientação e servem para identificar zonas climáticas regionais.
c) São símbolos utilizados para fazer a relação entre a distância real e a distância gráfica dos mapas.
d) São referências gráficas que indicam áreas de mesma temperatura no globo terrestre.
e) São sinais aplicados na delimitação de cotas altimétricas e batimétricas do relevo.
Gabarito
1 - c     2 - b     3 - c     4 - e     5 - b     6 - a     7 -

IRÃ ENVIOU DOIS NAVIOS DE GUERRA AO MAR MEDITERÂNEO, DIZ ISRAEL

Ministro das Relações exteriores qualificou a atitude de 'provocação'. Embarcações estariam se dirigindo à Síria, segundo ele.
Da AFP
  O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, denunciou nesta quarta-feira (16), em Jerusalém, que o Irã está enviando dois navios de guerra ao Mar Mediterrâneo, através do Canal de Suez, e qualificou o fato de "provocação".
  "Nesta noite, duas naves iranianas teriam atravessado o Canal de Suez, seguindo pelo Mediterrâneo, a caminho da Síria", declarou Lieberman.
 Canal de Suez
   "A Comunidade Internacional deve compreender que Israel não pode ignorar eternamente as provocações", acrescentou o chefe da diplomacia israelense, durante discurso em Jerusalém, por ocasião da conferência de presidentes das principais organizações judaicas americanas.
   O governo iraniano não confirmou a informação.
   Em um comunicado, a Autoridade do Canal de Suez (SCA) informou que não havia recebido nenhuma notificação da passagem dos navios iranianos: "A Autoridade concede permissão para embarcações de todas as nacionalidades que queiram atravessar o canal, desde que suas bandeiras não pertençam a um país em guerra contra o Egito".
   "O Canal de Suez não aceita a moeda iraniana, mas isso não quer dizer que navios iranianos não possam utilizar nossa hidrovia", destacou o comunicado.
   Se a informação israelense for confirmada, esta seria a primeira vez desde 1979 que embarcações de guerra iranianas atravessam o canal.
   Segundo a rádio israelense, os dois navios da marinha de guerra iraniana seriam uma fragata de classe MK-5, equipada com mísseis terra/mar, e uma embarcação de apoio de classe Kharg.
 Modelo da fragata de classe MK-5, supostamente enviada pelo Irã ao Mar Mediterrâneo 

CARTOGRAFIA

  Cartografia é o conjunto de estudos e de operações científicas, técnicas e artísticas que orienta os trabalhos de elaboração de cartas geográficas ou mapas.
  A história da Cartografia é quase tão antiga quanto a história da humanidade. Em quase todas as sociedades humanas, registrar graficamente o mundo conhecido, ou parte dele, foi sempre uma necessidade e uma forma de expressão. Por isso, além de uma técnica, a cartografia é também uma arte. É uma manifestação da sensibilidade humana e revela uma maneira de enxergar o mundo.
  Durante muito tempo, cada sociedade reuniu suas próprias técnicas para satisfazer suas necessidades cotidianas e para expressar sua arte e cultura. as dificuldades de comunicação mantinham as sociedades isoladas.
  A história dos mapas também faz parte desse isolamento. Os povos antigos representavam graficamente o que era importante para suas próprias atividades, assim como sua própria visão do mundo conhecido. Assim, cada um deles produziu uma cartografia particular, diferente daquela produzida pelas demais sociedades.
  Os povos indígenas da América do Norte, desenhavam em peles de animais ou em cascas de árvores o território onde viviam. Nelas identificavam as áreas de pesca, de caça e de pastagem indispensáveis à sua sobrevivência.
  Os inuit, povos que vivem na Groenlândia há milênios, entalhavam em madeira os contornos do litoral e das ilhas pelos quais se deslocavam.
Mapas inuit de 1884, entalhados em madeira, representam a Groenlândia
   Entre os mapas que sobreviveram ao tempo, há um babilônico, entalhado em barro cozido que data do século VIII a.C. Seu autor viveu na região que hoje é o atual Iraque.
Mapa babilônico do século VIII a.C.
  No Antigo Egito, a cartografia teve grande utilidade. Traçados em papiros, os mapas da época registraram com precisão as cheias periódicas do Rio Nilo, que fertilizavam a terra e ampliavam a produtividade da agricultura.
 
 Mapa do Antigo Egito
   Foi entre os gregos antigos, que surgiu a noção que revolucionaria toda a história dos mapas: a de que a Terra não é plana, mas esférica. Isso aconteceu no tempo do filósofo Pitágoras, que viveu entre 550 e 500 a.C. Aristóteles e Hiparco, produziram mapas com latitudes e longitudes, e em Roma, Ptolomeu apresentou a Terra dentro de um círculo.
Mapa de Ptolomeu, que data de 150 d.C.
   A Catedral de Hereford, na Inglaterra, guarda um mapa do mundo traçado há cerca de 700 anos. O cartógrafo que o elaborou acreditava que a Terra era plana, e que nela existia de fato o paraíso original que havia sido descrito na Bíblia.
Mapa antigo de Jerusalém
  Nesse mapa, Jerusalém, a cidade considerada sagrada para os cristãos, judeus e muçulmanos, está no centro da Terra. O Éden - paraíso terrestre -, a leste, ocupa um lugar de honra no topo do mapa. Nesse mapa há forte influência das ideias religiosas dominantes na Europa daquela época.
O espaço e suas representações
Globo Terrestre
  O globo terrestre é a representação da Terra que mais se aproxima da realidade. Apesar de ser uma representação extremamente eduzida e simplificada, não permitindo uma riqueza de detalhes, apresenta algumas vantagens: sua forma é semelhante à da Terra e nele se vêem os continentes e oceanos em suas posições relativas reais.
Mapa

  Mapa é uma representação geográfica da superfície curva do planeta sobre uma superfície plana. São representações bidimensionais de um espaço tridimensional.
  Um dos elementos fundamentais dos mapas modernos é a presença de uma escala, que permite determinar as dimensões reais dos objetos cartografados e medir distâncias. Quanto maior a escala, maior o detalhe contido nele.
Elementos de um mapa
Título: é o nome que indica o que o mapa está representando, contendo informações como o recorte espacial, o período de tempo e a temática em geral.
Escala: informação de quantas vezes o terreno real (no caso a Terra ou parte dela) foi reduzido em relação ao mapa.
Legenda: é um conjunto de símbolos, cores, pontos, linhas ou áreas que descodificam o que está representado no mapa.
Rosa dos Ventos: é a orientação do mapa.
Fonte: é de onde foi retirada a informação.
Classificação dos mapas
Mapas Físicos - representam os aspectos da natureza. Podem ser:
a) Mapa Geomorfológico - representam as características do relevo de uma região.
Mapa geomorfológico do Brasil. Fonte: AB'SÁBER, Aziz N. O relevo brasileiro e seus problemas. In: AZEVEDO, Aroldo de. Brasil, a terra e o homem. São Paulo, Nacional, 1968. v. 1, p. 155
b) Mapa Climático - indica os tipos de clima que atuam sobre uma região.
Mapa climático do Brasil. Fonte: portalsaofrancisco.com.br
c) Mapa Hidrográfico - mostra os rios e bacias que cortam uma região.
Mapa hidrográfico do Brasil. Fonte: IBGE. Atlas nacional do Brasil 2000. p. 61; e Anuário Estatístico do Brasil 2000. p. 1-125
d) Mapa Biogeográfico - apontam os tipos de vegetação que cobrem um determinado lugar.
Mapa da vegetação do Brasil. Fonte: IBGE. Atlas Nacional do Brasil 2000. p. 66
Mapas Humanos - aponta os aspectos humanos, econômicos, políticos, sociais etc.
a) Mapa Político - aponta a divisão do território em países, estados, regiões, municípios.
Mapa político do RN. Fonte: mundogeo.com.br
b) Mapa Econômico - apresenta as atividades produtivas do homem em uma determinada região.
Mapa econômico do Brasil. Fonte: portalbrasil.net
c) Mapa Demográfico - apresenta a distribuição da população de uma determinada região.
Mapa da distribuição populacional do Brasil. fonte: infoescola.com
d) Mapa Histórico - apresenta as mudanças históricas ocorridas em uma determinada região.
Mapa histórico do Brasil. Fonte: brasilescola.com
e) Mapa Rodoviário - estuda as rodovias e as estradas de um país, Estado ou região.
Mapa rodoviário do RN. Fonte: mundogeo.com.br
f) Mapa de Gênero - aponta a localização onde se concentra o maior número de homens, mulheres, homossexuais, bissexuais e panssexuais (caracterizada por atração estética potencial, amor romântico e desejo sexual por qualquer um).
 Mapa do matrimônio de pessoas do mesmo sexo nos EUA. Fonte: homomento.wordpress.com
Escala
Indica quantas vezes o objeto real foi reduzido no mapa. Pode ser:
Escala Numérica - trata-se de uma fração ou proporção que estabelece a relação entre a distância gráfica e a distância correspondente no terreno. Ex: se um mapa estiver na escala1:200.000, significa que cada unidade de distância no mapa corresponde a 200.000 unidades no terreno.
  Quando observamos um mapa, podemos querer conhecer alguns desses elementos: a medida real (D), a distância gráfica (d) ou o denominador da Escala (E).
    • Para saber a medida real, conhecendo a distância gráfica e o denominador da escala: D= Exd. Exemplo: a distância gráfica (d) entre duas cidades é de 65 milímetros e a escala (E) é de 1:500.000. D= 500.000 x 65mm      D= 32.500.000mm ou 32,5km
    •  Para saber a distância gráfica, conhecendo a medida real e o denominador da escala: d= D/E. Exemplo: a escala é de 1:500.000, e a medida real de 32,5 quilômetros.    d= 32,5km/500.000   d=32.500.000mm/500.000 = 65mm
    • Para saber o denominador da escala, conhecendo a medida real e a distância gráfica: E=D/d    Exemplo: a medida real é de 32,5km e a distância gráfica é de 65 milímetros.    E=32,5km/65mm    E=32.500.000/65= 500.000
Escala Gráfica
Apresenta-se sob a forma de um segmento de reta graduado.
Exemplo:
 
  Nesse caso, a reta foi seccionada em três partes iguais, cada um medindo 1 centímetro, e cada uma dessas partes equivale no mapa a 50 quilômetros no terreno.
Projeções Cartográficas
 É qualquer método destinado a representar em plano uma superfície esférica, em especial a da Terra. Essas projeções são necessárias na elaboração de mapas.
  Os sistemas de projeções cartográficas foram desenvolvidos para dar uma solução ao problema da transferência de uma imagem da superfície curva da esfera terrestre para um plano da carta, o que sempre acarreta deformações.  Esses sistemas constituem-se de uma fórmula matemática que transforma as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície esférica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo correspondência entre elas. O uso deste artifício geométrico consegue reduzir as deformações, mas nunca eliminá-las.
  Os tipos de propriedades geométricas que caracterizam as projeções cartográficas, em suas relações entre a esfera (Terra) e um plano, que é o mapa, são:
a) Conformes - os ângulos são mantidos idênticos (na esfera e no plano) e as áreas são deformadas.
Mapa do Brasil feita na projeção conforme. Fonte: topografia.ufsc.br
b) Equivalentes - quando as áreas apresentam-se idênticas e os ângulos deformados.
c) Afiláticas - quando as áreas e os ângulos apresentam-se deformados.
Projeção afilática. Fonte: padogeo.com
  As projeções derivam de três tipos principais:
a) Cônicas - resulta da projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é planificado.
Projeção Cônica. Fonte: infoescola.com
b) Cilíndrica - resulta da projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado).
Projeção Cilíndrica. Fonte: topografia.ufsc.br
c) Projeção Azimutal ou Plana - resulta da projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado ponto.
Projeção Azimutal. Fonte: infoescola.com
Principais tipos de projeções
a) Projeção de Mercator
  Idealizada no século XVI, a projeção cilíndrica de Mercator tornou-se a preferida dos navegantes por ser a única em que as direções podiam ser traçadas em linha reta sobre o mapa.  Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas retas que se cruzam formando ângulos retos. Pertence ao tipo chamado conforme, porque não deforma os ângulos. Em compensação, as áreas extensas ou situadas em latitudes elevadas aparecem nos mapas com dimensões exageradamente ampliadas.
  Por ter sido idealizada durante o período das Grandes Navegações, traz uma visão "eurocêntrica" do mundo e é conhecida, também, como uma projeção "Primeiro-Mundista".
Projeção de Mercator. Fonte: mundovestibular.com.br
b) Projeção de Peters
  Idealizada na década de 1970 por Arno Peters, é uma projeção cilíndrica tangente aos polos, parecida com a de Mercator, mas com a diferença que ela representa com uma maior realidade, a proporção de tamanho entre os continentes sem se preocupar com a equivalência das distâncias.  Nessa projeção, os meridianos estão separados a intervalos crescentes desde os polos até o Equador. Nessa projeção, os continentes situados entre os meridianos 60º norte e sul apresentam uma deformação (alongamento) no sentido norte-sul, sendo que os continentes que se situam em uma latitude elevada (Groenlândia, Canadá etc), apresentam um achatamento no sentido norte-sul e um alongamento proposital no sentido leste-oeste. Por causa disso é conhecida como uma projeção "Terceiro-Mundista".
Projeção de Peters. Fonte: mundovestibular.com.br
c) Projeção Ortográfica 
   Apresenta um hemisfério como se o víssemos a grande distância. Os paralelos mantêm seu paralelismo e os meridianos passam pelos polos, como ocorre na esfera. As terras próximas ao Equador aparecem com forma e áreas corretas, mas os polos apresentam maior deformação.
Projeção ortográfica. Fonte: mundovestibular.com.br
d) Projeção de Mollweide 
  Nesta projeção os paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. sua área é proporcional à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas centrais apresentam grande exatidão, tanto em área como em configuração, mas as extremidades apresentam grandes distorções.
Projeção de Mollweide. Fonte: mundovestibular.com.br
e) Projeção Interrompida de Goode
  É uma projeção descontínua, pois tenta eliminar várias áreas oceânicas. Goode coloca os meridianos centrais da projeção correspondendo aos meridianos quase centrais dos continentes para lograr maior exatidão.
Projeção interrompida de Goode. Fonte: mundovestibular.com.br
f) Projeção de Holzel
  Projeção equivalente, seu contorno elipsoidal faz referência à forma aproximada da Terra que tem um ligeiro achatamento nos polos.
Projeção de Holzel
g) Projeção Azimutal ou Plana
  Projeção equidistante que tem os polos em sua porção central. As maiores deformações estão em suas áreas periféricas.
Projeção azimutal ou plana. Fonte: mundovestibular.com.br


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