sábado, 22 de junho de 2013

A EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA E O DESMATAMENTO

  A fronteira agrícola é o avanço da unidade de produção capitalista sobre o meio ambiente, terras cultiváveis e/ou terras de agricultura familiar. A fronteira agrícola está ligada à necessidade de maior produção de alimentos e a criação de animais sob a demanda internacional de importação destes produtos. Além disso, seu crescimento acelerado também está ligado pela ausência de políticas públicas eficazes onde a terra acaba sendo comprada barata e o controle fiscal é inoperante.
  O Brasil possui 850 milhões de hectares em seu território. Estima-se que 350 milhões são de terras agricultáveis. A cana-de-açúcar, com 22 milhões, e a soja, com 8 milhões, são os produtos agrícolas com maior área plantada no país. Já para a criação de gado, cerca de 211 milhões de hectares são destinados para a pastagem extensiva. Apesar do grande espaço utilizado para a produção de soja, cana-de-açúcar e criação de animais, a produtividade por cabeças de boi por hectare é baixa. Para aumentar a produção de cereais e carne, agricultores e pecuaristas estendem a fronteira de suas fazendas, adquirindo cada vez mais terras, a chamada fronteira agrícola. Esse processo contribui para o aumento da concentração fundiária no país.
Plantação de soja em Goioerê - PR
  As áreas que correspondem aos domínios naturais do Cerrado e da Amazônia, estavam relativamente pouco alteradas até meados da década de 1970, uma vez que as atividades econômicas praticadas pelas populações locais eram desenvolvidas em pequena escala e de modo tradicional. Até então, as técnicas empregadas eram transmitidas ao longo dos tempos pelas gerações, como o caso dos povos indígenas, das populações ribeirinhas e dos grupos que habitavam o Sertão. Atividades como o extrativismo vegetal, a caça, a pesca e a agricultura em pequenas áreas já eram praticadas secularmente na região sem, no entanto, afetar intensamente o equilíbrio ambiental.
Mapa do desmatamento na Amazônia
  A expansão agrícola no território brasileiro em áreas das regiões Norte e Centro-Oeste foi incentivada por planos governamentais a partir da década de 1970. Tal expansão foi facilitada pela construção de extensas rodovias - tais como a Transamazônica, Belém-Brasília, Cuiabá-Santarém e Cuiabá-Porto Velho - contribuindo, assim, para que migrantes de outras partes do país ocupassem terras nessas duas regiões. Por meio dos projetos de colonização, a migração avançou floresta adentro, efetivando a ocupação da terra com o cultivo de arroz, milho, feijão e cacau, diferentemente da prática agrícola tradicionalmente organizada pelos povos indígenas e pela população local.
Mapa da produção agropecuária no Brasil
  A partir da década de 1970, o Governo Federal, por meio do Incra (Instituo Nacional de Reforma Agrária), criou alguns programas de colonização e desenvolvimento regional, incentivando a ocupação territorial das regiões Centro-Oeste e Norte. Dentre eles, destaca-se o Programa de Integração Nacional (PIN), que se caracterizou pela abertura de grandes rodovias e pela instalação de agrovilas em meio à Floresta Amazônica. O fracasso do modelo veio à tona, pois as famílias não foram assentadas em áreas que dispusessem de infraestrutura de energia, transportes e serviços públicos de educação e saúde. Além disso, os locais não ofereciam condições de comercialização viável da produção.
Tratores fazem terraplenagem em trechos da Transamazônica na década de 1970
  Ao longo do tempo, os projetos de colonização e, mais tarde, os grandes latifúndios agropecuários, ligados a empresas que cultivam soja e introduzem pastagens, desmataram extensas áreas do Domínio Amazônico e do Cerrado. O resultado foi um grande impacto ambiental, com a perda de recursos vegetais e animais originalmente presentes nesses domínios naturais.
Mapa dos animais ameaçados de extinção no Brasil
  Nas áreas de floresta, a ocupação agropecuária tem provocado a deterioração do solo, em virtude das constantes queimadas para a retirada da vegetação. Com as frequentes chuvas, características do clima equatorial, ocorre a perda de nutrientes no solo. Assim, as terras ficam inférteis e inadequadas para a prática de atividades agropecuárias após uma década de uso.
  A degradação ambiental provocada por práticas agropecuárias inadequadas  em áreas do Domínio Amazônico tem agravado as condições de vida da população residente na região.
  Contribuem para agravar os problemas sociais e ambientais na região a dificuldade de obter meios de transporte e comunicação e a precária condição de vida nas cidades por causa da má qualidade dos serviços urbanos, como educação, tratamento de esgoto e moradia.
Imagem de satélite mostrando queimadas e desmatamento em Rondônia
  No Domínio do Cerrado, as monoculturas extensivas, intensamente mecanizadas, empregam a técnica de nivelamento do solo. O nivelamento facilita o trabalho de semear a terra com as máquinas.
  Essa prática agrícola de preparo do solo com o nivelamento faz com que as chuvas no verão atinjam a superfície com mais intensidade, provocando perda maior de nutrientes e sedimentos. Assim, o solo fica mais sujeito à erosão, além de aumentar o assoreamento dos rios, uma vez que grande quantidade de sedimentos é transportada pela água das chuvas para os leitos dos rios.
Mapa do desmatamento no Cerrado
FONTE: Giardino, Cláudio. Geografia nos dias de hoje, 7° ano / Cláudio Giardino, Lígia Ortega, Rosaly Braga Chianca. - 1. ed. - São Paulo: Leya, 2012.- (Coleção nos dias de hoje)

8 comentários:

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Anônimo disse...

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