quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

MIGRAÇÕES INTERNAS

  No período colonial, as migrações internas acompanharam os sucessivos ciclos de desenvolvimento da economia regional, relacionados à agricultura de exportação, à criação bovina ou à extração mineral. A cana-de-açúcar, por exemplo, estimulou o desenvolvimento do Nordeste no início da colonização; a criação de gado contribuiu para a ocupação do Sul do país e de áreas mais afastadas do litoral; e a mineração atraiu migrantes para Minas Gerais e a região central do Brasil.
Pecuária bovina - contribuiu para o povoamento da Região Sul e do Sertão do Nordeste
  As migrações internas também foram influenciadas pelo curto ciclo da borracha, na Amazônia (1870-1912); pelo cultivo do café - que marcou a economia brasileira entre o fim do século XIX e as primeiras décadas do século XX - e pelo crescimento industrial, no Sudeste (especialmente no estado de São Paulo), que se intensificou a partir da Segunda Guerra Mundial. A partir da década de 1970, devido à expansão da atividade agrícola no Centro-Oeste e à política de ocupação da Amazônia, essas regiões transformaram-se em novos polos de atração populacional.
Fronteiras agrícolas - proporcionou um aumento no fluxo migratório para regiões como o Centro-Oeste e a Amazônia
  A partir da década de 1930, os deslocamentos internos da população brasileira tornaram-se mais expressivos, promovendo uma ampla redistribuição de pessoas pelas regiões. A Lei de Cotas, que restringiu a entrada de estrangeiros, a industrialização e o desenvolvimento urbano da atual região Sudeste marcaram a estruturação de um intenso fluxo interno da população em direção a essa região, principalmente do Nordeste do país.
Migrações internas do Brasil entre as décadas de 1930-1950
  Após a década de 1950, milhões de nordestinos migraram preferencialmente para o eixo Rio-São Paulo. Secas prolongadas, alto índice de pobreza e miséria, falta de emprego e más condições de vida, associados ao grande desenvolvimento desses estados, eram os principais fatores que motivaram esse fluxo de migrantes.
  Em busca de trabalho e melhores condições de vida, essa mão de obra barata foi absorvida por diversos setores (metalurgia, indústria de peças e automóveis, construção civil, empregos domésticos) e desempenhou papel importante no crescimento econômico e na urbanização da região Sudeste.
Fluxo migratório do Brasil entre as décadas de 1960-1980
  Essa migração da atual região Nordeste para o Sudeste (inter-regional) foi acompanhada da migração do campo para a cidade. Foi justamente na década de 1960 que a população urbana superou a população rural no Brasil. As dificuldades de manutenção da agricultura de subsistência e a concentração fundiária são alguns dos fatores que explicam a aceleração dos movimentos populacionais em direção às cidades. Outros aspectos que explicam os fluxos migratórios do campo para a cidade são a mecanização do campo, o desenvolvimento urbano-industrial, a maior facilidade de acesso aos serviços sociais nas cidades e as maiores oportunidades de emprego e de melhoria das condições de vida nas cidades.
Gráfico da evolução da população urbana e rural no Brasil
  Atualmente, as atividades econômicas tornaram-se mais diversificadas em todas as regiões. Além disso, a "guerra fiscal" travada entre os estados, que lançam mão de isenções de impostos para atrair empresas, leva a uma relativa desconcentração industrial. Esse processo tem alterado a dinâmica do fluxo populacional, caracterizado pelo crescimento das cidades médias em um ritmo superior ao das metrópoles do Sudeste.
A urbanização é o reflexo direto do êxodo rural - visão da cidade de São Paulo
  Com relação à migração entre as regiões, o censo de 2010 (IBGE), registrou poucas alterações em comparação com a pesquisa realizada em 2000. O Sudeste ainda continua como o principal destino dos movimentos migratórios, particularmente o estado de São Paulo, cuja atividade agrícola desponta atualmente como um fator de atração muito importante. Porém, essa região vem diminuindo o seu crescimento populacional, sendo a segunda região que teve o menor crescimento na última década. O Centro-Oeste, em razão da ampliação das fronteiras agrícolas e por sediar o Distrito Federal, é a segunda região que mais atrai imigrantes no Brasil e é também a que teve o segundo maior crescimento populacional do Brasil.
Fluxo migratório do Brasil a partir de 2000
  O Nordeste permanece como o principal polo de emigração, constituindo a única região que registrou o volume de saída da população superior ao de entrada. No entanto, sobretudo a partir dos anos 1990, é marcante o fluxo de pessoas para a região. Em sua maioria, referem-se a nordestinos que, devido às dificuldades encontradas no Sudeste, retornam ao seu local de origem. Outra tendência que vem se verificando nos fluxos migratórios internos é o deslocamento de pessoas das grandes para as médias cidades. A região Sul praticamente manteve equilibrado o fluxo de entradas e saídas de população. No censo do IBGE 2010, constatou-se, também, que a região Norte é a região do país que teve o maior crescimento populacional.
Crescimento populacional do Brasil, segundo o censo do IBGE 2010
FONTE: Lucci, Elian Alabi. Território e sociedade no mundo globalizado: geografia: ensino médio, volume 3 / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lázaro Branco, Cláudio Mendonça. - 1. ed. - São Paulo: Saraiva, 2010.

Um comentário:

Anônimo disse...

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