sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O SERTÃO E O POTENCIAL ECONÔMICO DO NORDESTE

  O Sertão, uma das sub-regiões do Nordeste, compreende as áreas dominadas pelo clima semiárido, que apresenta temperaturas elevadas (entre 24°C e 28°C) e duas estações bem definidas: uma seca e outra chuvosa. As chuvas concentram-se em três ou quatro meses do ano, e a pluviosidade atinge a média de 750 mm anuais. Em algumas áreas chove menos de 500 mm ao ano.
Cabaceiras - PB, município que registra os menores índices pluviométricos do Brasil, em torno de 250 mm.
  A economia do Sertão nordestino baseia-se na agropecuária, atividade que sofre diretamente os impactos das condições climáticas, sobretudo na época das estiagens.
  A pecuária bovina é a principal atividade econômica do Sertão. Em geral essa atividade é praticada na forma extensiva, em grandes latifúndios, mas também em pequenas propriedades, nas quais o rebanho é pouco numeroso. Além da bovinocultura, destaca-se a criação de caprinos, que são mais resistentes ao clima semiárido. Em todo o Nordeste, os caprinos somam cerca de 6,5 milhões de cabeças, constituindo o maior rebanho do país.
Caprinocultura - uma das criações que mais crescem no Nordeste
  Em todo o Sertão desenvolve-se a chamada agricultura de subsistência, praticada, basicamente, em pequenas propriedades rurais por meio da utilização de técnicas tradicionais. Algumas áreas, como as encostas das serras e os vales fluviais, apresentam maior umidade, sendo, portanto, mais favoráveis à prática agrícola. Nessas áreas, também conhecidas como brejos, destacam-se lavouras como as de milho, feijão, arroz e mandioca. Entre as lavouras comerciais encontram-se as culturas do algodão arbóreo, destinado principalmente às indústrias, e de soja irrigada (no oeste da Bahia), cuja produção atende, principalmente, ao mercado externo.
Cultivo de soja em Barreiras - BA
A FALTA DE ÁGUA E A VIDA DO SERTANEJO
  A baixa pluviosidade e a ocorrência de estiagens no Sertão comprometem o desenvolvimento das atividades agropecuárias nessa sub-região nordestina, prejudicando principalmente os pequenos proprietários, que constituem a maioria dos produtores rurais.
  Com poucos recursos para investir em suas propriedades, esses agricultores geralmente cultivam apenas lavouras de subsistência (de feijão, mandioca, milho e alguns legumes), além de desenvolverem uma pequena criação de gado bovino e caprino, na forma extensiva. Em geral, essas atividades proporcionam renda muito baixa, insuficiente para suprir as necessidades básicas das famílias camponesas, que, em grande parte, vivem em condições precárias. Tal situação poderia ser amenizada por meio do aproveitamento dos recursos hídricos existentes na região.
Agricultura de subsistência - predomina no Sertão nordestino
  Estima-se que existam cerca de 2,1 bilhões de metros cúbicos de água em reservatórios subterrâneos, apenas no Polígono das Secas. No Brasil há tecnologia suficiente para explorar esses recursos na forma de sistemas de irrigação (para lavouras e pastagens) e de redes de abastecimento de água potável para a população. Já existem, em várias cidades do Polígono das Secas, centenas de poços perfurados que jorram mais de 1 milhão de metros cúbicos de água por ano; porém, não são utilizados em benefício da maioria dos agricultores.
Sistema de irrigação - uma das formas para tornar o solo do Sertão produtivo, porém grande parte dos pequenos agricultores não têm condições de utilizarem essa técnica
  Já para os grandes proprietários do Sertão, nem sempre o clima semiárido é um obstáculo. Para muitos deles, como os fruticultores, é até mesmo um aliado. Boa parte dos latifundiários que desenvolvem atividades agrícolas em suas terras utiliza sistema de irrigação abastecidos com água de poços e açudes construídos dentro das suas propriedades, muitas vezes com dinheiro do governo federal.
Cultivo de melão em Mossoró - RN. O clima semiárido é um grande aliado no cultivo desse produto.
SECAS: ONDE ESTÁ O PROBLEMA?
  Quando ocorrem grandes períodos de secas no Nordeste, o restante do país toma conhecimento pelos meios de comunicação (rádio, televisão, jornais, internet), das dificuldades por que passa a maioria das pessoas que vivem no Sertão. Sem recursos para enfrentar um longo período de estiagem, os camponeses perdem as pequenas lavouras e as poucas cabeças de gado que possuem, esgotando também suas limitadas reservas de água e alimento.
Com as secas que castigam constantemente o Sertão nordestino, grande parte do rebanho acaba morrendo por falta de água e alimento.
  Nessas ocasiões, o Nordeste geralmente recebe auxílio financeiro do governo federal para amenizar tais problemas. Entretanto, grande parte das verbas destinadas ao combate às secas acaba beneficiando apenas latifundiários e políticos influentes da região.
  Enquanto isso, os sertanejos que não têm acesso às verbas recorrem aos órgãos do governo responsáveis pelo combate às secas. Entre esses órgãos destaca-se o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS), que coordena projetos de irrigação, construção de poços artesianos e açudes, bem como a formação de frentes de trabalho e outras atividades que visam a amenizar os problemas da população. Grande parte dessas ações, no entanto, pouco contribui para fixar o sertanejo em suas terras, e ainda hoje muitos deles migram para outros lugares, longe da seca e à procura de melhores condições de vida.
Com a seca, grande parte dos agricultores abandonam suas casas e fogem para as cidades, num processo denominado de êxodo rural
  O governo federal vem intervindo na região por meio da implementação do chamado Projeto de Transposição das Águas do Rio São Francisco como forma de solucionar o problema da falta de água.
  O objetivo do governo com esse projeto é viabilizar o desenvolvimento socioeconômico do Sertão, captando 1% da água que o rio São Francisco lança no mar para abastecer açudes estratégicos nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Por meio desses açudes e também de uma rede de adutoras, a água deverá abastecer pequenas, médias e grandes cidades desses estados.
Projeto de transposição das águas do rio São Francisco
FONTE: Boligian, Levon. Geografia espaço e vivência, volume único / Levon Boligian, Andressa Turcatel Alves Boligian. -- 3. ed. -- São Paulo: Atual, 2011.

Um comentário:

HORIOSVALDO DA SILVA disse...

O menino que matou a sede a meio milhão de africanos
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http://njc.santaeulalia.com.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=446:o-menino-que-matou-a-sede-a-meio-milhao-de-africanos
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Escrito por Administrator=Quinta, 07 Outubro 2010 11:39=Protagonista: Ryan Hreljac=Local: Kemptville (Ontario), Canadá=Ryan Hreljac tinha apenas 6 anos quando decidiu colocar em ordem o seu pequeno mundo. Se tinha acesso a água potável com um simples gesto de abrir uma torneira, por que razão as crianças do outro lado do planeta não poderiam fazer o mesmo?
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Foi a partir desta ideia que Ryan conseguiu criar e presidir, hoje com 17 anos, a uma das maiores ONG a nível mundial. A Ryan's Well conseguiu fornecer, de forma sustentável, água potável a mais de 500.000 pessoas.O que torna esta história incrível é que tudo isto foi conseguido através da tenacidade, empenho e engenho de uma criança de 6 anos.
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A História:Certo dia a professora Nancy Prest explicava aos seus alunos (do 1º ano) as condições em que as crianças africanas viviam. Perguntou aos seus alunos se sabiam qual a principal causa de morte entre os seus "colegas" africanos. Todas as crianças estavam convencidas que seria de falta de alimentos. A supresa foi evidente quando Nancy refutou essa ideia: "A falta de água potável é a principal causa de morte entre as crianças africanas!".
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Ryan ficou chocado. Perguntou à professora quanto custava uma torneira em África e a professora, apanhada desprevenida, lembrando-se de ter lido algures que uma bomba extractora custava cerca de 70 dólares, lançou-lhe esse valor como resposta. Nesse mesmo dia, ao chegar a casa, Ryan pediu 70 dólares à sua mãe para enviar pelo correio para África.
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A mãe ignorou tal pedido, claro, mas a persistência e o facto de Ryan se ter disponibilizado para trocar as tarefas diárias de casa pelos 70 dólares deixaram a mãe curiosa. Ryan, em lágrimas retorquiu: "Não entendes mamã! As crianças em África estão a morrer porque não têm água para beber."
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A mãe concordou em dar-lhe uma semanada em troca de tarefas de casa.Ryan esforçou-se e conseguiu amealhar o montante exigido. Sua mãe levou-o aos escritórios da companhia Watercan para que Ryan pudesse entregar o dinheiro ele mesmo.Lá chegados, ficou a saber que uma bomba só não bastaria, seria preciso construir um poço e isso custaria cerca de 2.000 dólares.
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"Isto significa que tenho de fazer mais trabalhos de casa. Não é?" disse Ryan. Susan Bosley, comovida com tamanha tenacidade, conseguiu convencer os seus superiores a ajudar Ryan no pagamento da factura, Ryan teria apenas que juntar 700 dólares.
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A demanda de Ryan correu pelas ruas de Kemptville e, aos poucos, várias foram as pessoas que se juntaram a Ryan. Em pouco tempo conseguiram juntar a soma necessária e o local escolhido para o poço de Ryan foi uma escola em Angolo, Otwal no Uganda, um país onde 1 em cada 5 crianças morrem por falta de água potável antes de atingirem a idade de Ryan.
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O projecto cresceu à medida que as ambições de Ryan iam crescendo e hoje este jovem canadiano conta já com 432 poços construídos em 15 países africanos.Sabe mais em
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http://www.ryanswell.ca/
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Olly=Fonte: CJovem=Actualizado em Quinta, 07 Outubro 2010 11:48
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Ryan's Well Foundation - School Challenge 2013
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http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=BxxBKVzcB_A
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